Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIV    Nº155   Janeiro 2011

Motor

QUATRO RODAS

Campeões dos campeões

O nosso tema de hoje, leva-nos até ao estado Alemão da Renânia-Vestfália, mais propriamente à cidade de Dusseldorf. Estamos no final da manhã do Domingo 28 de Novembro de 2010 e a acção desenrola-se no ESPRIT Arena.

Há cerca de 40 minutos o piloto português, Filipe Albuquerque, acaba de bater o recém coroado campeão do Mundo de Formula 1 Sebastian Vettel. O evento é a ROC Race Of Champions cuja primeira edição se disputou em 1988. É um evento de final de ano, que junta os vencedores de diversos campeonatos FIA e os põe a competir uns contra os outros no sistema de “match race”, ou seja por eliminação directa.

Mas voltemos ao que se passou na meia-final desta competição, onde o nosso “rapaz de Coimbra” bateu Vettel, no seu próprio território. Foi sem dúvida um grande feito. Restava-lhe então ter uma digna presença na final, onde encontraria, o sete vezes campeão do mundo de ralis, Sébastien Loeb.

Quis o jovem Filipe, continuar a surpreender e sacou do orgulho lusitano para vencer também o grande campeão Loeb, ou seja, no mesmo fim-de-semana, e com carros iguais, venceu os campeões mundiais de Formula 1 e de Ralis em título.

Passemos agora à parte da reflexão. Caso o nosso piloto fosse espanhol ou francês, ou alemão, que consequências traria a sua vitória? E já agora se fosse brasileiro, indiano ou russo?

Pois, possivelmente estaria agora na discussão de um dos muitos lugares ainda em aberto nas várias equipas de fórmula 1. O problema está no mercado. A incorporação do Filipe na fórmula 1, não traria mais de 700 mil (tele) espectadores a este espectáculo, enquanto, em qualquer dos outros países, traria alguns milhões ávidos de consumir os produtos que sponsorizam esta indústria.

Restou para o Felipe com contrato com a Audi para o campeonato alemão de turismo, mais conhecido por DTM, onde terá de continuar a lutar pela notoriedade, que apenas prevalecerá se os resultados aparecerem.

Mas é mesmo assim, o nosso mercado é muito pequeno e pouco valioso para estas coisas. Vamos por isso ter de continuar a rumar contra a maré… lá chegaremos.

Paulo Almeida
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PILOTO PORTUGUÊS FOI TERCEIRO NO DAKAR 2011

Rodrigues acredita que pode vencer

O motard português Hélder Rodrigues acredita que pode ganhar o rali Dakar de todo-o-terreno em 2012, depois do terceiro lugar conquistado este ano na Argentina e no Chile.

“Se tiver um bom projeto, um bom trabalho durante o ano, um bom acompanhamento, sinto-me preparado para vencer, para andar na frente”, disse.

À chegada ao Aeroporto de Lisboa, onde o esperavam cerca de meia centena de pessoas, Hélder Rodrigues lembrou, contudo, que “ainda estamos no início do ano” e que “o objetivo é trabalhar o ano inteiro, para no próximo Dakar estar bem, em forma, para lutar por um lugar melhor que este ano”.

“É esse sempre o meu objetivo. Mas ainda estamos no início do ano, ainda não sei o projeto que vou ter e que vou conseguir. A meio do ano, já terei uma melhor noção, mas vou começar já a trabalhar para melhorar no próximo ano”, afiançou.

Hélder Rodrigues partiu para o penúltimo dia da prova na quarta posição, a mesma alcançada em 2009, mas problemas na moto do chileno Francisco ‘Chaleco’ Lopez permitiram-lhe ser o primeiro português a subir ao pódio do Dakar.

“No ano passado passou-se comigo. Perdi o pódio por uma coisa insignificante na moto, um filtro de gasolina. E isso podia passar-se com outro. Felizmente, neste Dakar passou-se comigo. Eu ganhei o pódio no último dia. Mas acreditei sempre, lutei sempre até ao fim”, afirmou.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

 


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