QUATRO RODAS
Campeões dos
campeões

O nosso tema de hoje, leva-nos até ao estado Alemão da
Renânia-Vestfália, mais propriamente à cidade de Dusseldorf. Estamos no
final da manhã do Domingo 28 de Novembro de 2010 e a acção desenrola-se
no ESPRIT Arena.
Há cerca de 40 minutos o piloto português, Filipe Albuquerque, acaba de
bater o recém coroado campeão do Mundo de Formula 1 Sebastian Vettel. O
evento é a ROC Race Of Champions cuja primeira edição se disputou em
1988. É um evento de final de ano, que junta os vencedores de diversos
campeonatos FIA e os põe a competir uns contra os outros no sistema de
“match race”, ou seja por eliminação directa.
Mas voltemos ao que se passou na meia-final desta competição, onde o
nosso “rapaz de Coimbra” bateu Vettel, no seu próprio território. Foi
sem dúvida um grande feito. Restava-lhe então ter uma digna presença na
final, onde encontraria, o sete vezes campeão do mundo de ralis,
Sébastien Loeb.
Quis o jovem Filipe, continuar a surpreender e sacou do orgulho lusitano
para vencer também o grande campeão Loeb, ou seja, no mesmo
fim-de-semana, e com carros iguais, venceu os campeões mundiais de
Formula 1 e de Ralis em título.
Passemos agora à parte da reflexão. Caso o nosso piloto fosse espanhol
ou francês, ou alemão, que consequências traria a sua vitória? E já
agora se fosse brasileiro, indiano ou russo?
Pois, possivelmente estaria agora na discussão de um dos muitos lugares
ainda em aberto nas várias equipas de fórmula 1. O problema está no
mercado. A incorporação do Filipe na fórmula 1, não traria mais de 700
mil (tele) espectadores a este espectáculo, enquanto, em qualquer dos
outros países, traria alguns milhões ávidos de consumir os produtos que
sponsorizam esta indústria.
Restou para o Felipe com contrato com a Audi para o campeonato alemão de
turismo, mais conhecido por DTM, onde terá de continuar a lutar pela
notoriedade, que apenas prevalecerá se os resultados aparecerem.
Mas é mesmo assim, o nosso mercado é muito pequeno e pouco valioso para
estas coisas. Vamos por isso ter de continuar a rumar contra a maré… lá
chegaremos.

Paulo Almeida
Direitos reservados
PILOTO PORTUGUÊS FOI
TERCEIRO NO DAKAR 2011
Rodrigues acredita
que pode vencer

O motard português Hélder Rodrigues
acredita que pode ganhar o rali Dakar de todo-o-terreno em 2012, depois
do terceiro lugar conquistado este ano na Argentina e no Chile.
“Se tiver um bom projeto, um bom trabalho durante o ano, um bom
acompanhamento, sinto-me preparado para vencer, para andar na frente”,
disse.
À chegada ao Aeroporto de Lisboa, onde o esperavam cerca de meia centena
de pessoas, Hélder Rodrigues lembrou, contudo, que “ainda estamos no
início do ano” e que “o objetivo é trabalhar o ano inteiro, para no
próximo Dakar estar bem, em forma, para lutar por um lugar melhor que
este ano”.
“É esse sempre o meu objetivo. Mas ainda estamos no início do ano, ainda
não sei o projeto que vou ter e que vou conseguir. A meio do ano, já
terei uma melhor noção, mas vou começar já a trabalhar para melhorar no
próximo ano”, afiançou.
Hélder Rodrigues partiu para o penúltimo dia da prova na quarta posição,
a mesma alcançada em 2009, mas problemas na moto do chileno Francisco
‘Chaleco’ Lopez permitiram-lhe ser o primeiro português a subir ao pódio
do Dakar.
“No ano passado passou-se comigo. Perdi o pódio por uma coisa
insignificante na moto, um filtro de gasolina. E isso podia passar-se
com outro. Felizmente, neste Dakar passou-se comigo. Eu ganhei o pódio
no último dia. Mas acreditei sempre, lutei sempre até ao fim”, afirmou.

Este texto foi escrito ao abrigo do
novo Acordo Ortográfico
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