QUATRO RODAS
Percepção em 3D

Temos de nos consciencializar que a nossa
sociedade de consumo nos transportou para um mundo onde as percepções
têm mais importância que a realidade.
Lembro-me durante a segunda guerra do golfo, quando o exército americano
estava já em Baghdad, o ministro Iraquiano da defesa apareceu na TV,
numa conferencia de imprensa com dezenas de microfones à sua frente,
dando a percepção que estava numa sala cheia de jornalistas. Soube-se
mais tarde que era um cenário bem montado, numa sala deserta.
Já no que respeita ao mundo das finanças os casos em que se quer dar a
percepção de uma situação que na verdade é falsa, são muitos. Por cá
tivemos alguns bem conhecidos, mas recentemente o mundo tremeu quando o
ex-presidente do Nasdaq não conseguiu segurar o seu esquema. Madoff, na
teoria geria um fundo de investimento, ou seja recebia dinheiro de
clientes (e que clientes) que dizia investir em acções de empresas que
geravam mais-valias fortes. Apurou-se depois que, pelo menos nos últimos
anos, nem uma acção foi comprada, usando o dinheiro dos novos
investidores para pagar os ganhos dos mais antigos, numa corrente que
rebentou quando os depósitos deixaram de ser suficientes para pagar os
resgates.
Vou resistir a comentar os requintados esquemas que os políticos
nacionais montam para criar em nós a percepção que tudo vai correr bem,
num país sem viabilidade com a actual estrutura produtiva. Deixo isso
para os especialistas como Camilo Lourenço que recentemente esteve no
Ensino Magazine e cuja clareza na denúncia destas situações vou
admirando.
Depois deste prólogo chegamos à altura de introduzir o tema da
percepção, naquilo que é o nosso “core”. Toda esta conversa tem a ver
com as percepções que vamos tendo quando conduzimos por uma estrada, e a
forma como somos confundidos com informações contraditórias, na
sinalização horizontal e vertical. Há uns tempos foram proibidos os
painéis publicitários nas auto estradas, para limpar um pouco as
informações que nos chegam, mas lá foram sendo encontrados esquemas
alternativos como publicidade em recintos desportivos perto destas vias,
que em vez de anunciarem para o interior do recinto, estão ali com a
intenção de influenciar os condutores.
Deparamo-nos muitas vezes, com uma tal contaminação, que torna
impossível termos a verdadeira percepção da informação que deviríamos
receber dos sinais de tráfego. Salvo raras excepções, não há uma
coerência na colocação da sinalização. Temos sinais escondidos atrás uns
dos outros, alguns contraditórios, temos sinais com dimensões
diferentes, com índice de reflexão diferente, e da péssima disposição
nos troços em obras nem vale a pena falar.
Perdoem-me a comparação, mas o facto é que quando entro em Espanha, por
qualquer das fronteiras, sinto que consigo absorver toda a informação de
sinalização, há neste caso uma coerência, que facilita a percepção da
informação útil.
Se Espanha poderá ser considerado um bom exemplo, não posso deixar de
falar num país em que recentemente conduzi, onde a sinalização também
não prima pela coerência. Refiro-me à Polónia onde percorri cerca de 300
Kms em vários tipos de estradas. Esperava encontrar um país tristonho,
mas o que encontrei foi um país cheio de painéis publicitários tornando
a via pública muito colorida, situação que dificulta a recepção de
informação útil ao condutor.
Parece no entanto que os polacos tiveram consciência que há situações
onde seria imprescindível os condutores absorverem mesmo informação de
certos sinais. No meio, de tanta sinalética apercebi-me que, nas
proximidades das escolas me saltava à vista o aviso de aproximação das
mesmas. Decidi parar junto a um deles, e constatei que estava perante um
sinal em 3D pela simples colocação de um painel reflector uns
centímetros atrás, uma solução simples com grande resultado. Podíamos
fazer o mesmo por cá…enquanto houver escolas para proteger.

Paulo Almeida
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MAGAZINE
24 horas de Portugal
tem 120 inscritos

O rali 24 Horas de Portugal, organizado
pelo Classic Clube de Portugal, pontuável para o Troféu Nacional de
Ralis de Regularidade e para a Challenge Ibérica vai ter 120 inscritos,
dos quais 30 são estrangeiros. A prova que é pontuável ainda para “uma
espécie de Taça das Nações, a disputar entre Portugal e Espanha,
percorre os concelhos de Castelo Branco, Oleiros e Pampilhosa da Serra”,
disse em conferência de Imprensa, Paulo Almeida, director da prova.
A iniciativa, com um percurso de 291 quilómetros (dos quais 191 são de
regularidade) irá para a estrada na manhã do dia 13, numa ligação entre
Castelo Branco e Oleiros. Ainda de manhã, e após uma paragem naquela
vila do pinhal, os bólides rumam à Pampilhosa da Serra (onde será feita
uma super especial), regressando novamente a Oleiros e daí para Castelo
Branco. Na manhã de domingo realiza-se a super especial albicastrense na
Avenida do Empresário, onde se fará a consagração dos vencedores. Outra
das particularidades desta prova, é a rampa que se fará na noite e que
ligará uma das entradas da cidade ao castelo.
A prova, que tem os apoios das câmaras de Castelo Branco, Oleiros e
Pampilhosa da Serra, e tem como media partners o Reconquista, Ensino
Magazine, Oleiros Magazine e a RBI, para além da comunicação social
especializada (TSM, Vintage e Binário).

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