Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIII    Nº152   Outubro 2010

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QUATRO RODAS

Percepção em 3D

Temos de nos consciencializar que a nossa sociedade de consumo nos transportou para um mundo onde as percepções têm mais importância que a realidade.

Lembro-me durante a segunda guerra do golfo, quando o exército americano estava já em Baghdad, o ministro Iraquiano da defesa apareceu na TV, numa conferencia de imprensa com dezenas de microfones à sua frente, dando a percepção que estava numa sala cheia de jornalistas. Soube-se mais tarde que era um cenário bem montado, numa sala deserta.

Já no que respeita ao mundo das finanças os casos em que se quer dar a percepção de uma situação que na verdade é falsa, são muitos. Por cá tivemos alguns bem conhecidos, mas recentemente o mundo tremeu quando o ex-presidente do Nasdaq não conseguiu segurar o seu esquema. Madoff, na teoria geria um fundo de investimento, ou seja recebia dinheiro de clientes (e que clientes) que dizia investir em acções de empresas que geravam mais-valias fortes. Apurou-se depois que, pelo menos nos últimos anos, nem uma acção foi comprada, usando o dinheiro dos novos investidores para pagar os ganhos dos mais antigos, numa corrente que rebentou quando os depósitos deixaram de ser suficientes para pagar os resgates.

Vou resistir a comentar os requintados esquemas que os políticos nacionais montam para criar em nós a percepção que tudo vai correr bem, num país sem viabilidade com a actual estrutura produtiva. Deixo isso para os especialistas como Camilo Lourenço que recentemente esteve no Ensino Magazine e cuja clareza na denúncia destas situações vou admirando.

Depois deste prólogo chegamos à altura de introduzir o tema da percepção, naquilo que é o nosso “core”. Toda esta conversa tem a ver com as percepções que vamos tendo quando conduzimos por uma estrada, e a forma como somos confundidos com informações contraditórias, na sinalização horizontal e vertical. Há uns tempos foram proibidos os painéis publicitários nas auto estradas, para limpar um pouco as informações que nos chegam, mas lá foram sendo encontrados esquemas alternativos como publicidade em recintos desportivos perto destas vias, que em vez de anunciarem para o interior do recinto, estão ali com a intenção de influenciar os condutores.

Deparamo-nos muitas vezes, com uma tal contaminação, que torna impossível termos a verdadeira percepção da informação que deviríamos receber dos sinais de tráfego. Salvo raras excepções, não há uma coerência na colocação da sinalização. Temos sinais escondidos atrás uns dos outros, alguns contraditórios, temos sinais com dimensões diferentes, com índice de reflexão diferente, e da péssima disposição nos troços em obras nem vale a pena falar.

Perdoem-me a comparação, mas o facto é que quando entro em Espanha, por qualquer das fronteiras, sinto que consigo absorver toda a informação de sinalização, há neste caso uma coerência, que facilita a percepção da informação útil.

Se Espanha poderá ser considerado um bom exemplo, não posso deixar de falar num país em que recentemente conduzi, onde a sinalização também não prima pela coerência. Refiro-me à Polónia onde percorri cerca de 300 Kms em vários tipos de estradas. Esperava encontrar um país tristonho, mas o que encontrei foi um país cheio de painéis publicitários tornando a via pública muito colorida, situação que dificulta a recepção de informação útil ao condutor.

Parece no entanto que os polacos tiveram consciência que há situações onde seria imprescindível os condutores absorverem mesmo informação de certos sinais. No meio, de tanta sinalética apercebi-me que, nas proximidades das escolas me saltava à vista o aviso de aproximação das mesmas. Decidi parar junto a um deles, e constatei que estava perante um sinal em 3D pela simples colocação de um painel reflector uns centímetros atrás, uma solução simples com grande resultado. Podíamos fazer o mesmo por cá…enquanto houver escolas para proteger.

Paulo Almeida
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COM O APOIO DO ENSINO MAGAZINE

24 horas de Portugal tem 120 inscritos

O rali 24 Horas de Portugal, organizado pelo Classic Clube de Portugal, pontuável para o Troféu Nacional de Ralis de Regularidade e para a Challenge Ibérica vai ter 120 inscritos, dos quais 30 são estrangeiros. A prova que é pontuável ainda para “uma espécie de Taça das Nações, a disputar entre Portugal e Espanha, percorre os concelhos de Castelo Branco, Oleiros e Pampilhosa da Serra”, disse em conferência de Imprensa, Paulo Almeida, director da prova.

A iniciativa, com um percurso de 291 quilómetros (dos quais 191 são de regularidade) irá para a estrada na manhã do dia 13, numa ligação entre Castelo Branco e Oleiros. Ainda de manhã, e após uma paragem naquela vila do pinhal, os bólides rumam à Pampilhosa da Serra (onde será feita uma super especial), regressando novamente a Oleiros e daí para Castelo Branco. Na manhã de domingo realiza-se a super especial albicastrense na Avenida do Empresário, onde se fará a consagração dos vencedores. Outra das particularidades desta prova, é a rampa que se fará na noite e que ligará uma das entradas da cidade ao castelo.

A prova, que tem os apoios das câmaras de Castelo Branco, Oleiros e Pampilhosa da Serra, e tem como media partners o Reconquista, Ensino Magazine, Oleiros Magazine e a RBI, para além da comunicação social especializada (TSM, Vintage e Binário).

 


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