Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIII    Nº153   Novembro 2010

Actualidade

NA DINAMARCA

IPG no projecto Teachwise

O Instituto Politécnico da Guarda acaba de integrar três projectos europeus, Intensive Program ERASMUS. Esta integração surge no âmbito da acção do Gabinete de Mobilidade e Cooperação do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), e no desenvolvimento do processo de internacionalização daquele estabelecimento de ensino superior.

Neles vão participar diversos docentes e alunos das Escolas Superiores integradas no Instituto Politécnico da Guarda.

O primeiro projecto, designado “Teacher Education for Working with Inclusive Education at Schools”, decorrerá na Dinamarca, no University College Denmark Campus Horsens.

Para além do Politécnico da Guarda vão estar representadas a Vilniaus Gedimino Technikos Universitetas; Vilniaus technologiju ir Dizaino kolegija; Faculty of Technology; Bialystok University of Technology e a Rigas Celtniecibas koledza.

O segundo, intitulado “Food safety for Tourism Development”, realizar-se-á em Kusadasi (Izmir, Turquia), de 7 a 19 de Dezembro, com participação de dois docentes e quatro alunos da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Politécnico da Guarda, que se vão juntar a colegas oriundos de instituições como Klaipeda Business College (Lituânia), Umea University (Suécia), University Of Alba Iulia (Roménia) Harsanyi Janos College (Hungria) e Oklahoma State University (USA).

“From Local to Global” é o nome atribuído ao terceiro projecto, a desenvolver em Mons (Bélgica), de 12 Março a 26 Março de 2011, com a presença de cinco alunos e dois professores do Politécnico da Guarda e de colegas da Haute École Provinciale de Hainaut-Condorcet, University of Humanities and Economics in Wloclawek, Warsaw School of Economics, Vidzeme University of Applied Sciences, Bozok University, Artesis Hogeschool Antwerpen, Educational Excellence Corporation Limited (University of Nicosia) e Salzburg University of Applied Sciences (Áustria).

Entretanto, de 7 a 20 de Novembro, cinco alunos e dois docentes da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do Instituto Politécnico da Guarda vão participar no projecto Teachwise II, que decorrerá em Horsens, Dinamarca.

O Teachwise é um programa intensivo que visa formar os estudantes, neste caso futuros professores, num ambiente multicultural de modo a desenvolverem práticas de educação inclusiva e produzindo materiais de estudo para instituições de ensino superior (IES). Outro dos objectivos é reforçar as competências académicas, profissionais e sociais dos docentes e alunos participantes.

“O Teachwise II integra-se nos programas de formação e mobilidade do Instituto Politécnico da Guarda que tem a particularidade de permitir um contexto multicultural de formação e propiciar o conhecimento das diferentes realidades dos sistemas educativos europeus”, referiu Carlos Reis, Director da ESECD, também ele participante nesta iniciativa.

“Este tipo de projectos é fundamental para fazermos avançar a integração da ESECD no espaço europeu de ensino superior, afirmando-o no plano institucional e facultando aos docentes uma via de desenvolvimento académico, aos alunos experiências formativas enriquecedoras, que preparem para o contexto mais amplo de exercício da docência no quadro da União Europeia”, acrescentou o director da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda.

 

 

 

ESTUDANTE ERASMUS NA TURQUIA

Uma experiência marcante

A experiência de mobilidade Erasmus que Miguel Corte Real desenvolveu na Turquia alterou os projectos deste jovem estudante de Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda.

A escolha inicial do país de acolhimento era a Polónia mas o contacto (no primeiro semestre do último ano lectivo) com estudantes turcos que frequentaram o Politécnico da Guarda influenciou a sua opção final. “Como quase todos os portugueses, eu tinha uma ideia pouco definida sobre o país deles. Um dia, um desses colegas comentou que eu podia ir para qualquer parte da Europa sempre que quisesse mas isso não acontecia para a Turquia. Apercebi-me que tinha, deste modo, uma oportunidade de conhecer aquele país”, explicou-nos o jovem estudante, finalista de Engenharia Informática.

“Era algo que desejava há muito tempo, uma mudança radical na minha vida. Agarrei a oportunidade, sem hesitar, sem medo”, após os contactos desenvolvidos através do Gabinete de Mobilidade e Cooperação do Instituto Politécnico da Guarda.

No segundo semestre, do ano lectivo, começou a frequentar a Middle East Techical University (METU), em Ankara. “O ambiente era fantástico. Eu era o único português e todos simpatizavam comigo, tendo mesmo sido convidado a integrar uma equipa de futebol no mais importante torneio da METU”.

Para Miguel Real, a língua foi a maior dificuldade que encontrou, a par dos hábitos culturais, da alimentação e da religião. “Ao fim de um mês tudo estava controlado”, como nos manifestou, fazendo notar muitas diferenças relativamente a Portugal. “Tudo, completamente tudo; personalidade, comida, devoção e paixão das pessoas pelo país, a disponibilidade para com os estrangeiros, o tráfego, a seriedade da população na vida diária. A religião define uma comunidade”.

A integração na vida académica foi também facilitada pela participação nas actividades desportivas da Universidade, o que contribuiu para o nascimento de novas amizades. “Fui muito bem recebido e acarinhado; ajudaram-me em tudo o que precisei, tanto mais que inicialmente tive problemas em acompanhar e perceber os métodos de ensino mas tive um grande apoio dos colegas e amigos de curso, da equipa e mesmo de outros cursos”.

A convivência mais estreita, nos primeiros dias, começou por ser com dois estudantes italianos, que não dominavam o inglês. “Como eu era o único que conseguia comunicar com eles, foram amigos desde a primeira hora”, lembra Miguel Real.

No segundo mês de permanência em Ankara conheceu a actual namorada, natural de Istambul (Turquia) e aluna da mesma Universidade.

Dos registos negativos salienta apenas o roubo do computador. Apesar deste episódio, o estudante do IPG considera esta estada na Turquia “uma experiência fantástica. Estudei na Universidade mais desejada daquele país, com condições fantásticas”, facto que, depois da namorada, o leva a voltar a esse país, onde cimentou amizades. “Sempre quis acabar os meus estudos e trabalhar no estrangeiro; obviamente depois de uma boa experiência – e porque o nosso país, infelizmente, está mal economicamente – a Turquia é a minha escolha”.

Pretendendo trabalhar em área de redes e programação web, Miguel Real considera que o Politécnico da Guarda “representa a base do meu conhecimento e uma rampa de lançamento para o futuro. Foi a minha segunda casa por alguns anos”.

 

 

 

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO PARA OS MÉDIA

Castelo Branco vai criar grupo

O Distrito de Castelo Branco vai criar um grupo que tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento da Educação para os Média em Portugal, que está aberto a professores de todos os níveis de ensino, investigadores e estudantes de mestrado e doutoramento. A proposta foi apresentada sábado, 6 de Novembro, pelo catedrático espanhol Aguaed-Gómez e já começou a avançar no terreno, com o apoio do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

O investigador espanhol, vice-reitor da Universidade de Huelva, foi o orador convidado da conferência internacional de apresentação de resultados do Projecto “Educação para os Média” no Distrito de Castelo Branco, realizada na Escola Superior de Educação, e disponibilizou o apoio do Grupo Comunicar, do qual é director. Aquele grupo, que desenvolve trabalho há 22 anos em Espanha, na área da Educação para os Média, é um dos mais reconhecidos em termos mundiais e esteve mesmo directamente envolvido num livro editado pela Organização das Nações Unidas sobre a situação actual daquela área científica em termos mundiais.

Na reunião foi ainda disponibilizado apoio por parte do presidente do Politécnico, Carlos Maia, mas também do director da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior, Paulo Serra. Outros apoios foram manifestados pelos investigadores Manuel Pinto e Sara Pereira, da Universidade do Minho, Vitor Reia-Baptista, da Universidade do Algarve e ainda por parte da responsável pela Comissão Nacional da Unesco, Anna Paula Ormeche.

“A União Europeia publicou uma directiva em 2009 que obriga os estados-membros a integrarem a Educação para os Média nos curricula, em todos os graus de ensino designadamente na formação inicial e contínua de professores. Como o desenvolvimento em Portugal ainda é muito incipiente, queremos contribuir o mais possível para que o país possa atingir o nível de outros que vão mais avançados”, explica Vitor Tomé, membro da equipa do projecto.
 

Resultados

No âmbito do projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo Jornal Reconquista, foram desenvolvidos recursos pedagógicos disponibilizados a 24 escolas do ensino público, onde foi desenvolvido trabalho, ao longo de dois anos, por cerca de 50 professores e 600 alunos. Os professores e alunos envolvidos desenvolveram actividades de Educação para os Média, através da produção de conteúdos para jornais escolares, em suporte papel e on-line.

Ainda no âmbito do projecto foi realizada uma acção de formação em Educação para os Média, certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, que contou com 150 docentes, tendo terminado 127. “Inicialmente tivemos 192 candidatos, mas foi impossível receber todos. Mas este ano já temos dezenas de interessados. E olhando ao trabalho desenvolvido pelos docentes, uma pequena parte do qual foi apresentado na conferência, acreditamos que vale a pena continuar a investir nesta área científica”.

Foi ainda realizado um concurso interno de jornais escolares que privilegiava a produção de conteúdos por parte de alunos, a diversificação de fontes de informação, de géneros jornalísticos e de temas escolhidos pelos alunos ou negociados com os docentes. O progresso a estes níveis foi muito significativo na maioria dos jornais, sendo que os que mais se destacaram foram o Teixo (Teixoso) e Gente em Acção (Vila Velha de Ródão), que receberam prémios respectivamente do Governo Civil de Castelo Branco e da Associação de Desenvolvimento da Raia Centro Sul. A avaliação do projecto esteve a cargo da investigadora francesa Evelyne Bevort, que considerou o trabalho muito positivo e conseguido, tendo sugerido a replicação do projecto noutras regiões do País e até no estrangeiro. “Estamos abertos a isso. Temos os recursos em português e em inglês. Temos professores formados na área e estamos disponíveis para ajudar quem estiver interessado”, referiu Vitor Tomé. A conferência de Castelo Branco foi ainda o palco escolhido para a apresentação do I Congresso Nacional de Educação para os Média, a realizar na Universidade do Minho, a 25 e 26 de Março de 2011. O responsável pela organização, Manuel Pinte, referiu os principais objectivos do congresso e referiu-se ao projecto de Castelo Branco como um caminho positivo que deve ser divulgado em termos nacionais e internacionais.

 


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