NA DINAMARCA
IPG no projecto
Teachwise
O Instituto Politécnico da Guarda acaba
de integrar três projectos europeus, Intensive Program ERASMUS. Esta
integração surge no âmbito da acção do Gabinete de Mobilidade e
Cooperação do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), e no
desenvolvimento do processo de internacionalização daquele
estabelecimento de ensino superior.
Neles vão participar diversos docentes e alunos das Escolas Superiores
integradas no Instituto Politécnico da Guarda.
O primeiro projecto, designado “Teacher Education for Working with
Inclusive Education at Schools”, decorrerá na Dinamarca, no University
College Denmark Campus Horsens.
Para além do Politécnico da Guarda vão estar representadas a Vilniaus
Gedimino Technikos Universitetas; Vilniaus technologiju ir Dizaino
kolegija; Faculty of Technology; Bialystok University of Technology e a
Rigas Celtniecibas koledza.
O segundo, intitulado “Food safety for Tourism Development”,
realizar-se-á em Kusadasi (Izmir, Turquia), de 7 a 19 de Dezembro, com
participação de dois docentes e quatro alunos da Escola Superior de
Turismo e Hotelaria do Politécnico da Guarda, que se vão juntar a
colegas oriundos de instituições como Klaipeda Business College
(Lituânia), Umea University (Suécia), University Of Alba Iulia (Roménia)
Harsanyi Janos College (Hungria) e Oklahoma State University (USA).
“From Local to Global” é o nome atribuído ao terceiro projecto, a
desenvolver em Mons (Bélgica), de 12 Março a 26 Março de 2011, com a
presença de cinco alunos e dois professores do Politécnico da Guarda e
de colegas da Haute École Provinciale de Hainaut-Condorcet, University
of Humanities and Economics in Wloclawek, Warsaw School of Economics,
Vidzeme University of Applied Sciences, Bozok University, Artesis
Hogeschool Antwerpen, Educational Excellence Corporation Limited (University
of Nicosia) e Salzburg University of Applied Sciences (Áustria).
Entretanto, de 7 a 20 de Novembro, cinco alunos e dois docentes da
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do Instituto
Politécnico da Guarda vão participar no projecto Teachwise II, que
decorrerá em Horsens, Dinamarca.
O Teachwise é um programa intensivo que visa formar os estudantes, neste
caso futuros professores, num ambiente multicultural de modo a
desenvolverem práticas de educação inclusiva e produzindo materiais de
estudo para instituições de ensino superior (IES). Outro dos objectivos
é reforçar as competências académicas, profissionais e sociais dos
docentes e alunos participantes.
“O Teachwise II integra-se nos programas de formação e mobilidade do
Instituto Politécnico da Guarda que tem a particularidade de permitir um
contexto multicultural de formação e propiciar o conhecimento das
diferentes realidades dos sistemas educativos europeus”, referiu Carlos
Reis, Director da ESECD, também ele participante nesta iniciativa.
“Este tipo de projectos é fundamental para fazermos avançar a integração
da ESECD no espaço europeu de ensino superior, afirmando-o no plano
institucional e facultando aos docentes uma via de desenvolvimento
académico, aos alunos experiências formativas enriquecedoras, que
preparem para o contexto mais amplo de exercício da docência no quadro
da União Europeia”, acrescentou o director da Escola Superior de
Educação, Comunicação e Desporto do Instituto Politécnico da Guarda.
ESTUDANTE ERASMUS NA
TURQUIA
Uma experiência
marcante
A experiência de mobilidade Erasmus que
Miguel Corte Real desenvolveu na Turquia alterou os projectos deste
jovem estudante de Engenharia Informática da Escola Superior de
Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda.
A escolha inicial do país de acolhimento era a Polónia mas o contacto
(no primeiro semestre do último ano lectivo) com estudantes turcos que
frequentaram o Politécnico da Guarda influenciou a sua opção final.
“Como quase todos os portugueses, eu tinha uma ideia pouco definida
sobre o país deles. Um dia, um desses colegas comentou que eu podia ir
para qualquer parte da Europa sempre que quisesse mas isso não acontecia
para a Turquia. Apercebi-me que tinha, deste modo, uma oportunidade de
conhecer aquele país”, explicou-nos o jovem estudante, finalista de
Engenharia Informática.
“Era algo que desejava há muito tempo, uma mudança radical na minha
vida. Agarrei a oportunidade, sem hesitar, sem medo”, após os contactos
desenvolvidos através do Gabinete de Mobilidade e Cooperação do
Instituto Politécnico da Guarda.
No segundo semestre, do ano lectivo, começou a frequentar a Middle East
Techical University (METU), em Ankara. “O ambiente era fantástico. Eu
era o único português e todos simpatizavam comigo, tendo mesmo sido
convidado a integrar uma equipa de futebol no mais importante torneio da
METU”.
Para Miguel Real, a língua foi a maior dificuldade que encontrou, a par
dos hábitos culturais, da alimentação e da religião. “Ao fim de um mês
tudo estava controlado”, como nos manifestou, fazendo notar muitas
diferenças relativamente a Portugal. “Tudo, completamente tudo;
personalidade, comida, devoção e paixão das pessoas pelo país, a
disponibilidade para com os estrangeiros, o tráfego, a seriedade da
população na vida diária. A religião define uma comunidade”.
A integração na vida académica foi também facilitada pela participação
nas actividades desportivas da Universidade, o que contribuiu para o
nascimento de novas amizades. “Fui muito bem recebido e acarinhado;
ajudaram-me em tudo o que precisei, tanto mais que inicialmente tive
problemas em acompanhar e perceber os métodos de ensino mas tive um
grande apoio dos colegas e amigos de curso, da equipa e mesmo de outros
cursos”.
A convivência mais estreita, nos primeiros dias, começou por ser com
dois estudantes italianos, que não dominavam o inglês. “Como eu era o
único que conseguia comunicar com eles, foram amigos desde a primeira
hora”, lembra Miguel Real.
No segundo mês de permanência em Ankara conheceu a actual namorada,
natural de Istambul (Turquia) e aluna da mesma Universidade.
Dos registos negativos salienta apenas o roubo do computador. Apesar
deste episódio, o estudante do IPG considera esta estada na Turquia “uma
experiência fantástica. Estudei na Universidade mais desejada daquele
país, com condições fantásticas”, facto que, depois da namorada, o leva
a voltar a esse país, onde cimentou amizades. “Sempre quis acabar os
meus estudos e trabalhar no estrangeiro; obviamente depois de uma boa
experiência – e porque o nosso país, infelizmente, está mal
economicamente – a Turquia é a minha escolha”.
Pretendendo trabalhar em área de redes e programação web, Miguel Real
considera que o Politécnico da Guarda “representa a base do meu
conhecimento e uma rampa de lançamento para o futuro. Foi a minha
segunda casa por alguns anos”.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
DE EDUCAÇÃO PARA OS MÉDIA
Castelo Branco vai
criar grupo
O Distrito de Castelo Branco vai criar um
grupo que tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento da
Educação para os Média em Portugal, que está aberto a professores de
todos os níveis de ensino, investigadores e estudantes de mestrado e
doutoramento. A proposta foi apresentada sábado, 6 de Novembro, pelo
catedrático espanhol Aguaed-Gómez e já começou a avançar no terreno, com
o apoio do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
O investigador espanhol, vice-reitor da Universidade de Huelva, foi o
orador convidado da conferência internacional de apresentação de
resultados do Projecto “Educação para os Média” no Distrito de Castelo
Branco, realizada na Escola Superior de Educação, e disponibilizou o
apoio do Grupo Comunicar, do qual é director. Aquele grupo, que
desenvolve trabalho há 22 anos em Espanha, na área da Educação para os
Média, é um dos mais reconhecidos em termos mundiais e esteve mesmo
directamente envolvido num livro editado pela Organização das Nações
Unidas sobre a situação actual daquela área científica em termos
mundiais.
Na reunião foi ainda disponibilizado apoio por parte do presidente do
Politécnico, Carlos Maia, mas também do director da Faculdade de Artes e
Letras da Universidade da Beira Interior, Paulo Serra. Outros apoios
foram manifestados pelos investigadores Manuel Pinto e Sara Pereira, da
Universidade do Minho, Vitor Reia-Baptista, da Universidade do Algarve e
ainda por parte da responsável pela Comissão Nacional da Unesco, Anna
Paula Ormeche.
“A União Europeia publicou uma directiva em 2009 que obriga os
estados-membros a integrarem a Educação para os Média nos curricula, em
todos os graus de ensino designadamente na formação inicial e contínua
de professores. Como o desenvolvimento em Portugal ainda é muito
incipiente, queremos contribuir o mais possível para que o país possa
atingir o nível de outros que vão mais avançados”, explica Vitor Tomé,
membro da equipa do projecto.
Resultados
No âmbito do projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a
Tecnologia e pelo Jornal Reconquista, foram desenvolvidos recursos
pedagógicos disponibilizados a 24 escolas do ensino público, onde foi
desenvolvido trabalho, ao longo de dois anos, por cerca de 50
professores e 600 alunos. Os professores e alunos envolvidos
desenvolveram actividades de Educação para os Média, através da produção
de conteúdos para jornais escolares, em suporte papel e on-line.
Ainda no âmbito do projecto foi realizada uma acção de formação em
Educação para os Média, certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico
da Formação Contínua, que contou com 150 docentes, tendo terminado 127.
“Inicialmente tivemos 192 candidatos, mas foi impossível receber todos.
Mas este ano já temos dezenas de interessados. E olhando ao trabalho
desenvolvido pelos docentes, uma pequena parte do qual foi apresentado
na conferência, acreditamos que vale a pena continuar a investir nesta
área científica”.
Foi ainda realizado um concurso interno de jornais escolares que
privilegiava a produção de conteúdos por parte de alunos, a
diversificação de fontes de informação, de géneros jornalísticos e de
temas escolhidos pelos alunos ou negociados com os docentes. O progresso
a estes níveis foi muito significativo na maioria dos jornais, sendo que
os que mais se destacaram foram o Teixo (Teixoso) e Gente em Acção (Vila
Velha de Ródão), que receberam prémios respectivamente do Governo Civil
de Castelo Branco e da Associação de Desenvolvimento da Raia Centro Sul.
A avaliação do projecto esteve a cargo da investigadora francesa Evelyne
Bevort, que considerou o trabalho muito positivo e conseguido, tendo
sugerido a replicação do projecto noutras regiões do País e até no
estrangeiro. “Estamos abertos a isso. Temos os recursos em português e
em inglês. Temos professores formados na área e estamos disponíveis para
ajudar quem estiver interessado”, referiu Vitor Tomé. A conferência de
Castelo Branco foi ainda o palco escolhido para a apresentação do I
Congresso Nacional de Educação para os Média, a realizar na Universidade
do Minho, a 25 e 26 de Março de 2011. O responsável pela organização,
Manuel Pinte, referiu os principais objectivos do congresso e referiu-se
ao projecto de Castelo Branco como um caminho positivo que deve ser
divulgado em termos nacionais e internacionais.
|