Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIII    Nº148   Junho 2010

Universidade

CARLOS BRAUMANN, REITOR DA UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Desafios para o futuro

Carlos Braumann é o novo reitor da Universidade de Évora (U.E.). Em declarações ao Ensino Magazine diz ter abraçado este desafio pelas “potencialidades de desenvolvimento que a universidade possui e que não estão totalmente a ser aproveitadas. É portanto um desafio que já algum tempo me entusiasmava”.

O reitor daquela Universidade revela que os principais objectivos passam por potenciar “os recursos humanos, altamente qualificados, que possuímos ao serviço da região e do país, reforçando a aliança que já existe entre o ensino e a investigação”. Carlos Braumann diz que “a universidade possui bons centros de investigação. O nosso plano estratégico irá definir quais as áreas de investigação em que iremos apostar”.

Carlos Braumann considera que, na área da investigação, “é possível fazer mais e melhor”.

Num outro nível, o reitor da Universidade diz apostar na internacionalização “reforçando e criando redes”. Carlos Braumann lembra que a internacionalização abrangerá a investigação e o ensino. Queremos reforçar o intercâmbio de alunos e docentes, não só na Europa, como também com os países de expressão portuguesa ou até mesmo dentro de Portugal”. Carlos Braumann olha para a criação de redes e parcerias de forma muito positiva. “Já existem protocolos nesse sentido que queremos colocar a funcionar”.

Ao nível da oferta formativa, o reitor da Universidade diz “estar a consolidar a oferta existente, pelo que no próximo ano lectivo não haverá novidades”. Numa outra perspectiva, Carlos Braumann fala do ensino a distância e das suas potencialidades. “Já temos algumas actividades que funcionam através do ensino a distância. Certamente que com este tipo de ensino poderemos chegar a um público mais vasto e a outros países, como os de expressão portuguesa. E essa é uma área em que devemos apostar, a qual faz parte do contrato confiança efectuado com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, e que deve ser desenvolvido em parceria com outras instituições”.

O contrato confiança entre o Ministério e a Universidade prevê que a U.E. aumente em “50% o número de diplomados pela universidade, nos diversos cursos, quer os de licenciatura, ou de Especialização Tecnológica, por exemplo. A Universidade deve desempenhar também um papel para com as gerações que já se licenciaram e que necessitam de melhorar e refrescar os seus conhecimentos, creditando-a, o que lhes permitirá avançar, por exemplo para um mestrado. Esta questão é também válida para os licenciados que fizeram o seu curso com uma duração superior à actual, que poderão vir a ingressar em mestrados sendo-lhes atribuídos os respectivos créditos de forma a avançarem para a tese. Este facto vai permitir que mais gente possa qualificar-se como mestre”.

O reitor da Universidade de Évora lembra que “a instituição foi pioneira na transição para «Bolonha»”. Mas considera que “a implementação da Declaração não é feita apenas por mudar as estruturas curriculares. Os métodos de ensino têm que ter alguma evolução, que é o que está a ser feito”.

Numa altura em que os alunos do secundário entram numa fase importante do seu percurso académico, a Universidade lançou o programa «Tens Dúvidas». “Trata-se de um projecto que dá a possibilidade aos jovens que estão a concluir o secundário, contactarem especialistas das respectivas áreas, para tirarem as suas dúvidas, utilizando os meios on-line. O objectivo é ajudar os jovens a concluírem os seus estudos e a entrarem na universidade”.
 

 

 

PARA DOCENTES DOS POLITÉCNICOS

Minho coordena cursos

A Universidade do Minho e a Associação dos Institutos Superiores Politécnicos Portugueses (Adispor) acabam de assinar um protocolo no qual se comprometem a criar condições para concretizar programas de doutoramento para docentes do ensino superior politécnico no quadriénio 2010/13, sob supervisão académica e científica daquela Universidade. O projecto, que será coordenado por Rui Vieira de Castro, vice-reitor da Universidade do Minho, e por Luciano Rodrigues de Almeida, da Adispor, deverá abranger um número mínimo de 120 docentes.

Os programas de doutoramento são os da oferta de 3º ciclo da Universidade do Minho, que atribuirá o grau de doutor, podendo ser realizados total ou parcialmente noutras instituições de ensino superior, a designar de comum acordo. A abertura de cada programa específico ou a inclusão de docentes dos politécnicos em programas já existentes na Universidade vai ser concretizada através de aditamentos ao protocolo, estabelecendo caso a caso as áreas abrangidas, vagas, calendário, processos de candidatura, entre outros aspectos.

Decorrida a parte curricular ou o primeiro ano no modelo tutorial, os politécnicos assegurarão aos seus docentes durante dois anos, prorrogáveis por um ano, a redução de serviço docente para o mínimo legal, podendo ser concentrado num semestre, desde que o orientador do doutorando declare que os trabalhos de investigação decorrem normalmente. Durante a parte de investigação haverá três seminários anuais com o conjunto dos doutorandos, nos quais decorrerão orientações tutoriais e a exposição da progressão dos trabalhos individuais.
 

 

 

RICARDO ARAÚJO PEREIRA E MIGUEL GÓIS

Humor no Ispa em Lisboa

  

Ricardo Araújo Pereira e Miguel Góis, dos Gato Fedorento, protagonizaram uma abordagem informal do tema em discussão na mesa redonda Loucura, sanidade e nós, que decorreu no ISPA - Instituto Universitário, a 21 de Maio, no âmbito do workshop O mito da doença mental.

Ao lado do encenador e director artístico do grupo A Barraca, Hélder Costa e dos psicólogos Joana Lamas, Pedro Martins e Miguel Moita, os dois humoristas proporcionaram momentos de animação ao estabelecer o paralelo entre a loucura e o humor, fazendo notar que uma das mais populares técnicas humoristas é a de inverter a realidade, precisamente a visão que um louco tem do mundo.

“O humor é uma expressão de superioridade sobre os outros”, notou Ricardo Araújo Pereira, lembrando que “o saber rir é uma característica exclusiva dos humanos”. Miguel Góis reforçou esta ideia, acrescentando que “devemos rir tanto de nós como dos outros, senão não sobra nada. A diferença é que um louco o faz inconscientemente e um humorista de forma propositada”.

Ao fim de duas horas de um assunto sério discutido a brincar, foram lançadas linhas de interrogação sobre o lugar do louco na sociedade contemporânea e a loucura em cada um de nós.

 

 

 

BOLA SOLIDÁRIA

Covilhã recebeu a selecção

A Universidade da Beira Interior recebeu, em Maio, o evento Bola Solidária, um acontecimento promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa no âmbito das actividades referentes à presença da Selecção Nacional na Covilhã. O evento ocorreu na Parada da UBI, e teve como objectivos “incentivar à prática desportiva, apoiar a Selecção Portuguesa de futebol e divulgar a bola solidária para a angariação de fundos para a Delegação da Cruz Vermelha Portuguesa da Covilhã”, explicou a vice-presidente da delegação, Maria Clara Saraiva.

No âmbito do projecto foi “criado” na Parada um campo de futebol, que teve como finalidade incentivar os alunos a demonstrarem as suas habilidades e assim poderem ganhar prémios. No mesmo dia e no mesmo local esteve também em curso um torneio de matraquilhos patrocinado pela Banda da Covilhã. Durante o acontecimento estavam também à venda ao público pólos, bonés, cachecóis e porta-chaves da Selecção Portuguesa de Futebol, e ainda o porta-chaves da Covilhã cinco estrelas, que serviu para divulgar a cidade.
 

 

 

IMAGINE CUP DA MICROSOFT

Alunos da UBI inovam

Quatro alunos da Universidade da Beira Interior acabam de desenvolver um sistema adaptado às novas potencialidades, que permite fazer a gestão das viagens em veículos eléctricos, o seu reabastecimento e as possíveis poupanças de tempo para o utilizador. O sistema foi distinguido no segundo lugar no concurso Imagine Cup, promovido pela Microsoft.

Pedro Querido, Luís Matos, Micael Adaixo e Mário Pereira desenvolveram uma aplicação informática que é instalada quer no computador de bordo do automóvel, quer no computador pessoal do condutor e no telemóvel. Todos estes aparelhos estão interligados e permitem ao utilizador o planeamento de rotas e a execução das diferentes operações do automóvel.

“Imagine-se que estamos na nossa casa, na Covilhã e necessitamos de viajar no nosso carro eléctrico, até Lisboa. Este automóvel tem uma determinada autonomia que muito provavelmente irá ser esgotada ao longo do trajecto, o que levanta algumas questões, como onde recarregar as baterias do carro, quais as alternativas, o que fazer durante o tempo em que o automóvel está a carregar, entre outras coisas”, adianta Luís Matos.

Tudo isto está já pensado pelo “Volt”, o software desenvolvido na UBI. Um programa que trabalha em função da nova rede de postos de carregamento deste tipo de veículos, “Mobi.e”.

O utilizador está em sua casa e planeia a sua rota, um trajecto que é maior que a autonomia do veículo. “Aquilo que o sistema vai fazer é programar o tempo total de viagem, a melhor rota e também calcular quando e onde parar”, explica Pedro Querido. Um sistema que funciona de uma “forma bastante futurista e eficaz”, que tem sempre por base as necessidades do seu utilizador. Esta ferramenta não funciona apenas para trajectos de viagens longas, mas também para a utilização quotidiana, uma vez que, “com a informação que tem quer dos postos de abastecimento, quer de um vasto leque de serviços, o condutor pode descobrir rapidamente um restaurante, uma farmácia, um outro serviço que está perto da sua localização. Enquanto o seu automóvel está a carregar as baterias, o proprietário pode estar a tratar de diversos assuntos ou a ocupar o seu tempo em diversas actividades”, adiantam.

Eduardo Alves

 

 

 

TRABALHOS DE ÁREA PROJECTO

Secundárias na UBI

Sistemas eléctricos optimizados até novas formas de arte foram alguns dos temas das dezenas de trabalhos presentes na mostra dos alunos de 12º ano, que decorreu na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, numa parceria com a Direcção Regional de Educação do Centro (Drec).

Este foi o quarto ano que da competição. Céu Beirão, directora regional adjunta da Drec, lembra que a ideia do concurso surgiu “depois de se tomar conhecimento dos muitos e bons projectos que os alunos de 12º ano desenvolviam nas suas escolas, no âmbito da Área de Projecto”. Contudo, no entender de muitos alunos, “os trabalhos seriam para conhecimento do seu grupo ou da sua escola”. Para mostrar as capacidades dos jovens e até incentivar a mais e melhores trabalhos “decidimos promover esta mostra/concurso”.

A mostra reuniu projectos “cujas marcas comuns passam pela sua qualidade, pertinência e cariz inovador. É uma autêntica surpresa ver aqui projectos já tão bem pensados e desenvolvidos, por alunos do 12º ano, em que já quase não se fala numa experiência, mas numa aplicação prática daquilo que foi por eles pensado”, acrescenta a responsável da Drec.

Tiago Sequeira, pró-reitor, lembra que esta é uma maneira “da instituição se dar a conhecer e também mostrar todas as suas potencialidades aos alunos que no próximo ano podem ser já estudantes da nossa academia”. A interligação dos alunos do Secundário, com a comunidade estudantil da UBI, com as suas instalações e projectos foi também uma das metas pensadas para esta actividade. No próximo ano, o grande desafio passa por “pensar num evento desta natureza realizado numa escala nacional.

Eduardo Alves


© 2002-2010    RVJ Editores, Lda.