QUATRO RODAS

Uma questão de liderança

Pelo título parece que mudei um pouco o tema das prosas que me trazem mensalmente ao Ensino Magazine, e não estou longe da verdade.

Então vamos lá falar um pouco de hotelaria. Quando escolhemos um hotel, temos em conta, em primeiro lugar, a localização. Talvez depois o preço, logo a seguir a comodidade dos quartos, os espaços lúdicos, por vezes o restaurante, e por aí fora.

Parece no entanto que começam a aparecer outros argumentos para que se prefira um hotel em detrimento de outro, refiro-me aos hotéis temáticos.

Como exemplo, descobri recentemente na Áustria, o Felben Kinder Hotel. Uma unidade, em plenos Alpes, especializada em programas que proporcionam às crianças uns dias semelhantes aos da Heidi, que conhecemos da televisão dos nossos tempos (anos 70). Por cá temos já os primeiros hotéis termais, em que o complexo de tratamentos está integrado no hotel. Lembro-me também que entrei uma vez num Hotel Opera, que no “lobby” tinha um pianista com uma esmerada cantora de ópera, a quem os hóspedes pouca atenção dispensavam.

Como maior ou menor aderência ao tema que escolheram, lá vão os hoteleiros tirando partido da exclusividade que tentam vender aos clientes.

Chegou então a altura juntar à nossa conversa o tema habitual destas crónicas, ou seja o mundo do motor. Vamos então ver onde se cruza a hotelaria com o mundo motorizado.

Quem já viajou por França é provável que conheça os Hotéis Formula1. São hotéis “low cost” , plantados à beira da estrada, que de Formula 1 só têm o nome. Mas fiquem descansados que não é destes que vou falar.

Se olharem para a foto vêem que o tema é o Hotel V8. Os mais ligados ao mundo do motorizado identificam bem que V8 é a sigla de uma arquitectura de motor, muito usada especialmente nos Estados Unidos. Foi no entanto este o nome escolhido para uma unidade hoteleira, muito “sui generis”. Os quartos, deste hotel, são todos diferentes e quase todos, construídos com base num modelo automóvel. Na sua construção foram incorporadas partes de veículos, seja na cama, casa de banho, ou nos restantes móveis. Outros quartos são réplicas de oficinas com as embalagens de óleo a servir de mesinhas de cabeceira. Que me lembre, havia um quarto que era uma estação de serviço e também existia a “suite” dos campeões com um “podium” aos pés da cama e as fotos dos campeões de Formula 1. Para não destoar, o hotel está envolvido num dos três complexos Meilenwerk que existem na Alemanha, onde predomina um ambiente retro adequando à situação.

Não sei se os quartos são confortáveis, mas há certamente muita gente a pagar para dormir num quarto destes, a um preço, que é mais ou menos o dobro de um hotel equivalente.

Quanto à sua localização, deixo para os leitores essa investigação em www.v8hotel.de. Vão ver que a poucos quilómetros têm bons motivos de visita... investiguem.

Paulo Almeida