GENTE & LIVROS
N. H. Kleinbaum
«George McAllister, que
vinha a passar pelo campo de futebol, deixou-se ficar, fascinado, a
observar o primeiro rapaz que avançou e leu em voz alta o que estava no
pedaço de papel que Keating lhe dera:
- «Oh, lutar contra as maiores adversidades, ir ao encontro dos inimigos
com audácia!» - O rapaz correu para a bola, chutou e falhou a baliza.
- Não faz mal, Johnson, o que conta é o esforço – disse Keating,
enquanto punha outra bola no campo. Abriu a caixa que trouxera e tirou
um gira-discos portátil onde pôs um disco de música clássica. – Ritmo,
rapazes – gritou Keating por cima da música -, o ritmo é muito
importante.
Knox leu:
- «Permanecer completamente só com eles, descobrir o limite da nossa
resistência!» - Knox correu , gritando «Chet!». Chutou a bola com toda a
força.
Meeks estava agora à cabeça da fila:
- «Olhar as dificuldades, a tortura, a prisão e o ódio popular nos
olhos!» - gritou antes de correr para a bola e lhe aplicar um pontapé
forte e bem calculado. (…)».
In O Clube dos Poetas Mortos
N. H. Kleinbaum
formou-se em jornalismo na Northwestern University, Illinois, Estados
Unidos, e trabalhou como repórter e editora. Decide depois trabalhar em
adaptações para romance de argumentos como Doctor Dolittle and his
Animal Family; Voyages of Doctor Dolittle; e Doctor Dolittle Meets The
Pushmipullya. Outras adaptações suas incluem a série Growing Pains e o
filme D.A.R.Y.L. (1985).
O Clube dos Poetas Mortos foi o mais famoso romance que a autora adaptou
a partir de um argumento, que foi transposto para o cinema, pelo
realizador Peter Weir, em 1989. O filme que contou com a participação do
actor Robin Williams, no papel do professor John Keating, e dos actores
Ethan Hawke, Josh Charles e Gale Hansen, nos papéis de Todd, Knox e
Charlie, respectivamente, venceu vários Prémios do cinema, entre eles,
um Óscar na categoria de melhor argumento original.
N.H. Kleinbaum vive actualmente em Nova Iorque com o marido e os três
filhos.
O Clube dos Poetas Mortos.
Na Academia privada de Welton, pautada pelo lema “Tradição”, “Honra”,
“Disciplina” e “Excelência”, o novo professor de Inglês, e ex-aluno da
instituição, John Keating, irá tocar a vida de um grupo de alunos e
passar à turma uma outra máxima de vida. Carpe Diem - Aproveitem o dia.
É através de uma reanimada sociedade secreta, O Clube dos Poetas Mortos,
que o professor Keating deseja que os jovens e promissores membros do
clube aprendam a mais importante lição: O imenso valor da amizade e da
poesia, a pensar pela própria cabeça, a perseguir a grandeza da vida e a
nunca desistirem dos sonhos.
Eugénia Sousa
LIVROS
Novidades literárias
Europa-América. Robin dos
Bosques, de Henry Gilbert. Num tempo em que a pobreza, a injustiça, e a
corrupção imperavam na Inglaterra surgiu um justiceiro indomável que
traçou o caminho da liberdade. Aqui se contam as aventuras de Robin dos
Bosques, e dos companheiros da floresta de Sherwood, em luta contra a
tirania de um homem que ambicionava ser rei.
Caminho. Meia hora Para Mudar a
Minha Vida, de Alice Vieira. A jovem Branca só conhece o mundo do
teatro. Cresceu num grupo de tea-tro amador e nasceu literalmente em
cima de uma palco, no meio de uma enorme salva de palmas. Mas a
adolescência é tempo de mudanças, e Branca vai decidir o que quer fazer
da sua vida.
Presença. A Melodia do Adeus, de
Nicholas Sparks. Aos dezassete anos Veronica Miller vê a sua vida mudar
drasticamente, quando o casamento dos pais termina, e o pai muda de Nova
Iorque para uma pequena cidade costeira da Carolina do Norte. Três anos
depois, numas férias de Verão na Carolina do Norte, as tentativas de
reconciliação por parte do pai nem sempre são bem recebidas. Será também
nessas férias que Verónica irá conhecer o seu grande amor.
Casa das Letras. Olive
Kitteridge, de Elizabeth Strout. Numa cidade costeira no Maine, uma
professora reformada lamenta as mudanças que se vão passando naquele
lugar, e no mundo, e nem sempre percebe as mudanças na vida daqueles que
a rodeiam. Enquanto a família e os amigos resolvem melhor, ou pior, os
seus conflitos, Olive empreende uma profunda reflexão sobre si mesma,
que é ao mesmo tempo uma análise da condição humana. Olive Kitteridge
venceu o Premio Pulitzer de Ficção 2009.
Gradiva. Big Bang, de Simon Sigh.
O físico Simon Sigh explica uma das ideias mais revolucionárias da
história da ciência, a teoria do Big Bang. Com uma clareza
extraordinária, o autor dá resposta a questões tão importantes como a
razão de estarem os cosmólogos convencidos de que o Big Bang é uma
descrição exacta da origem do Universo, e o que significa exactamente
esta teoria.
Oficina do livro. Santa Maria do
Circo, de David Toscana. Na ida para uma cidade fantasma um grupo de
artistas de circo, tão decante como a própria cidade, decidem erguer um
novo mundo e viver em busca da salvação. Santa Maria do Circo é uma
alegoria da condição humana escrita no género que ficou conhecido como
“Realismo Mágico”.
Esfera dos Livros. O Seu Tempo
vale Ouro, de Alberto Pena. A obra pretende ensinar a gerir a vida da
melhor maneira, ajudando a organizar o tempo, e a alcançar uma vida mais
produtiva. Por detrás desta transformação está o segredo para mudar a
mentalidade, comportamentos e hábitos e a forma de despertar a motivação
adormecida.
D. Quixote. Filhos e Amantes, de
D.H. Lawrence. Em Notthingham, onde se situam as famosas minas de
carvão, reside uma família em ruptura. Paul Morel vive dividido entre o
ódio que sente pelo pai, um mineiro brutalizado pelo trabalho duro e o
álcool, e o amor incondicional pela mãe. Obra de ficção e retrato
autobiográfico, Filhos e Amantes foi considerada uma das obras-primas da
Literatura do séc. XX.
PELA OBJECTIVA DE J.
VASCO
Faça férias cá dentro!
Em tempos de crise uma boa hipótese é (re)descobrir
Portugal. A capela do Sr. da Pedra, na praia de Miramar em Arcozelo,
concelho de Vila Nova de Gaia, é apenas uma sugestão. É bom sairmos das
auto-estradas e perdermo-nos nas vias camarárias “sem custos” para os
utilizadores. Teremos boas surpresas.
Música
Keane – Night train. A banda de
Tom Chaplin está de regresso aos discos num formato de mini álbum.
A primeira amostra deste trabalho foi o fantástico single “Stop for a
minute” que chegou às rádios várias semanas antes da edição de “Night
Train.
O tema continua a ser um dos sucessos radiofónicos do momento e foi
apresentado em várias versões com a participação do Rapper Somali K´Naan.
Depois de conhecerem o primeiro single do trabalho, os seguidores da
banda ficaram bastante empolgados e criaram grandes expectativas.E o
resultado final foi uma caixinha de surpresas, o colectivo de Tom
Chaplin fez algumas investidas no pop electrónico sem esquecer os
acordes das guitarras que são a essência e a identidade da banda.
Uma das surpresas foi a perfeita harmonia do rap com o som dos Keane, a
participação de K´Naan foi uma excelente aposta.
O ponto fraco é a primeira faixa que devia ter o título de intro,
trata-se de uma pequena introdução que apenas serve para aumentar o
número de faixas.
Em relação aos destaques, em primeiro lugar o single “Stop for a minute”
e depois as faixas “Back in time”,”Clear skies” e “Looking back”.
Apesar de ser um álbum com um pequeno alinhamento, é caso para dizer que
são poucas mas boas… as músicas, claro!
Jack Jonhson – To the sea.
Chegou às lojas o 5º álbum da carreira de Jack Johnson que recebeu o
título de “To the sea”.
O primeiro avanço do novo trabalho “You and you heart” foi dado a
conhecer ainda durante o passado mês de Março.
As gravações foram feitas no Havai, na Terra Natal do cantor, e em Los
Angeles, no Solar Powered Plastic Plant, um estúdio ecológico que é
abastecido apenas por energia solar.
A produção foi dividida entre Robert Carranza e o próprio Jack Jonhson.
O trabalho contou com a participação dos restantes membros da banda,
Adam Topol, Zach Gil e Merlo Podlewski.
Jack Jonhson é um ecologista por natureza. O álbum foi embalado seguindo
as normas ecológicas, as capas foram feitas utilizando apenas papel
reciclado.
O músico é membro da 1% For The Planet, um movimento à escala gobal que
doa 1% das suas vendas a uma rede que inclui mais de 1500 organizações
ambientais.
A sonoridade dos novos temas não apresenta novidades, mantém a
identidade que consagrou Jack Jonhson e permitiu vender mais de 18
milhões de álbuns.
Destaque para o primeiro single:“You and you heart” e os temas “No good
with faces”, “At or with me pictures” e “People taking pictures”.
Temos um artista virado para a ecologia, é um exemplo que deve ser
seguido.
Cheryl Cole - 3 Words. Depois do
sucesso alcançado nas Girls Aloud, em 2009 Cheryl Cole decidiu apostar
numa carreira a solo.
A Britânica tem também no seu currículo vários prémios recebidos em
concursos de modelos realizados nas Terras de Sua Majestade.
Apesar do lançamento do álbum de estreia ter coincidido com a polémica
levantada com o divórcio da cantora, no plano profissional as coisas não
correram mal!
O single de estreia “Fight for this love” foi muito bem recebido e
conquistou o primeiro lugar do top de singles na sua Terra Natal.
Progressivamente o sucesso estendeu-se por toda a Europa.
Cheryl Cole contou com um convidado de peso, Will.i.am, um dos membros
dos Black Eyed Peas colaborou em quatro temas do trabalho.
Chegou a ser anunciada a vinda de Cheryl Cole a Portugal, no final do
passado mês de Maio, para participar no concerto de apoio à nossa
Selecção, antes da partida para África do Sul, mas a presença foi
cancelada.
Em Portugal apenas foram editados dois singles deste “3 Words” , o tema
“Fight for this love” e a canção que dá nome ao registo.
No Reino Unido o tema “Parachute” já foi editado também como single, e
provavelmente será a próxima aposta no nosso mercado.
Destaque para os singles: “Fight for this love”,”3 Words”, “Parachute” e
o tema ”Boy like you”.
É uma boa proposta para refrescar neste Verão. Em relação aos vídeos,
vale a pena ver até sem som!
Hugo Rafael
BOCAS DO GALINHEIRO
Robin Hood: O
nascimento da lenda
E no fim faz-se luz. A versão agora
estreada da lenda de Robin Hood, com realização de Ridley Scott e
protagonizada por Russell Crowe, termina onde começaram as fitas
anteriores sobre esta lenda de Robin dos Bosques, o nobre que roubava
aos ricos para dar aos pobres. Nesta versão temos um cheirinho desta
faceta deste herói intemporal, algures no reinado de Ricardo Coração de
Leão, quando efectivamente quem reinava era o seu irmão João Sem Terra,
uma vez que Ricardo passou a maior parte da sua vida nas Cruzadas,
acabando por morrer no regresso a Inglaterra. E, é aqui que o filme de
Scott começa a desviar-se das anteriores versões. Robin Longstride
(Russell Crowe) integra o exército do rei Ricardo Coração de Leão (Danny
Huston). Após a morte deste, e tendo em conta que na noite anterior
tinha sido preso e agrilhoado juntamente com João Pequeno (Kevin Durand),
aproveitando a confusão gerada pela morte do soberano, consegue escapar
juntamente com alguns companheiros de armas. Na fuga encontram Sir
Robert Loxley (Douglas Hodge), um nobre que tinha por missão levar a
coroa do rei a Londres e que fora atacado por Sir Godfrey (Mark Strong),
um inglês, amigo do Principe João e um dos seus braços armados na
colecta de impostos, mas que serve secretamente aos interesses do rei
Filipe, de França. À beira da morte, Loxley pede a Robin que entregue ao
pai uma espada tradicional da família. Ele aceita a missão e, fazendo-se
passar por Loxleyl, parte para Londres. Após entregar a coroa ao
Príncipe João (Oscar Isaac), que é nomeado rei pela mãe, Leonor de
Aquitania, viúva de Henrique II, Robin parte para Nottingham. Lá
encontra Sir Walter Loxley (Max von Sydow) o patriarca do clã Loxley e
Marion Loxley (Cate Blanchett) a sempre presente Lady Marian, mulher,
agora viúva, de Robert Loxley, e futura companheira do nosso herói.
A pedido de Sir Walter Loxley, Robin assume o papel de filho deste nobre
saxão que enfrenta os normandos e que revela a Robin as suas origens ao
mesmo tempo que o incita a liderar a revolta contra o agora Rei João,
mas que acaba na defesa de Inglaterra contra mais uma invasão francesa.
No fim é proscrito pelo Rei que o declara inimigo público nº1,
refugiando-se na floresta de Sherwood, perto de Nottingham, afinal o
local que todos conhecíamos dos filmes anteriores. Até à possível
sequela, Ridley Scott brinda-nos com um filme pleno de acção, com
batalhas empolgantes de que a última, uma espécie de “Dia D” ao
contrário, o desembarque dos franceses na costa inglesa e a resposta dos
defensores com uma chuva de flechas lançadas pelos arqueiros comandados
por Robin e companhia, filmado ao estilo, acho mesmo que uma clara
citação de “Saving Private Ryan”, de Steven Spielberg, mais do que de “O
Dia Mais Longo”. Uma mostra de que Scott é um dos grandes mestres da
acção, como já havia provado no Oscarizado “Gladiador”, um dos vários
filmes em que dirigiu Russell Crowe. Apesar de por mim preferir, a
léguas, “Alien, o Oitavo Passageiro” ou o incontornável “Blade Runner”,
uma adaptação irreprensível de Philip K. Dick.
Robin Hood já foi transposto para o cinema uma infinidade de vezes.
Actores como Errol Flynn e Douglas Fairbanks já encarnaram este peculiar
herói no grande écran, nos anos 20 e 30 do século XX. Um personagem que
não se sabe se real se pura ficção, mas que preencheu o imaginário de
gerações e gerações no cinema e na televisão. A primeira aparição de
Robin Hood no cinema data de 1908 numa curta metragem de Percy Stow com
o título “Robin Hood and his Marry Man”. Porém a primeira grande
produção da saga do popular herói é a protagonizada por Douglas
Fairbanks, ele próprio uma lenda viva em Hollywood dos filmes de acção,
dirigida por Allan Dwan em 1922. Apesar do êxito e da presença de
Fairbanks, o actor que vem à cabeça de quase toda a gente quando o tema
é Robin dos Bosques é sem dúvida Errol Flynn, inqualificável nos seus
collants, mas popularíssimo, ao lado duma irreprensível Olivia de
Havilland como Lady Marian no clássico de Michael Curtiz e William
Keighley, de 1938. Lá estão também Claude Rains, como Principe João,
Basil Rathbone, no papel de Sir Guy de Gisbourne, o vilão. E não há
volta a dar!
Em 1976 Richard Lester, realiza “Robin and Marian”, uma visão do herói
numa idade que apela à reforma e não à aventura, com Sean Connery e
Audrey Hepburn nos principais papéis, com as participações de Ian Holm
como João e Robert Shaw como xerife e ainda Richar Harris numa pequena
participação como Ricardo Coração de Leão. Aliás será neste papel que
Sean Connery se volta a cruzar com o nosso herói em “Robin Hood,
Princípe dos Ladrões”, 1991, de Kevin Reynolds, com Kevin Coster e Mary
E. Mastrantonio, respectivamente como Robin e Marian, filme talvez mais
recordado pela banda sonora de Brian Adams. Para além destes podiamos
lembrar a versão de animação da Disney de 1973, com realização de
Wolfgang Reitherman, a mesma Disney que pela mão de Ken Annakin produz
“Story of Robin Hood”, 1952, com Richard Todd e Joan Rice, e muitos
outros de Terence Fisher, para a Hammer, Gordon Douglas ou mesmo versões
italianas, quais arqueiros spaghetti, de George Ferroni ou Umberto Lenzi,
ou um hilariante, mas não muito, se comparado com outras das suas
paródias, “Robin Hood – Heróis em Collants”, 1993, do irreverente Mel
Brooks.
Até à próxima e bons filmes!
Luís Dinis da Rosa
Educação às tiras
Cartoon: Bruno Janeca
Argumento: Dinis Gardete
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