ENCONTRO EM GUADALAJARA
Estudantes ganham
mobilidade Internacional
O reitor da Universidade do Porto,
Marques dos Santos, estabeleceu como meta, até 2015, que 2,5 por cento
dos universitários e docentes ibero-americanos tenham experiências de
mobilidade internacional dentro desta comunidade de países.
Presidindo a uma mesa de debate sobre mobilidade académica no II
Encontro Internacional de Reitores, que decorre na cidade mexicana de
Guadalajara, Marques dos Santos assumiu que se trata de uma meta
“ambiciosa, mas realista”, que em 2020 deverá mesmo atingir o patamar de
5 por cento dos estudantes.
Comparando com metas estabelecidas entre as universidades europeias, que
acordaram uma percentagem de 20 por cento de alunos com experiência de
mobilidade, Marques dos Santos indicou que dentro da comunidade
ibero-americana não há “um chapéu” organizativo como a União Europeia.
“Temos um conjunto de boas vontades, mas não temos um ‘maestro’ a
orquestrá-las sob um chapéu comum”, afirmou.
Para atingir tal objetivo, defendeu a “crescente participação em redes”
como a Universia, patrocinada e promovida pelo grupo Santander, que
junta 23 países em convénios de colaboração, e a elaboração de “cursos e
graus conjuntos” entre instituições de ensino superior.
Outra necessidade, apontou, é as universidades não colocarem obstáculos
ao reconhecimento de graus obtidos por alunos ou docentes no estrangeiro
e não estarem demasiado ciosas dos seus próprios currículos, além da
adoção universal de cursos organizados por semestres.
Um dos principais obstáculos, a falta de recursos, deve mobilizar as
universidades ibero-americanas a fazerem candidaturas conjuntas a fundos
internacionais de bolsas e patrocínio de projetos de investigação.
Os entraves à mobilidade física dos alunos e docentes – problemas na
concessão de vistos, falta de recursos económicos – podem ser obviados
pela “mobilidade virtual”, possibilitada pela tecnologia de ensino à
distância.
Assim, se um aluno não puder cumprir um semestre inteiro no estrangeiro,
poderá optar por três meses no país de intercâmbio e, no tempo restante,
assistir a aulas por vídeoconferência e realizar exames.
Este texto foi escrito ao abrigo do
novo Acordo Ortográfico
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