Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XIII    Nº150   Agosto 2010

Politécnico

JOÃO PEDRO DE BARROS É PRESIDENTE DE SOCIEDADE HISTÓRICA

Afonso Henriques é de Viseu?

O ex-presidente do Instituto Politécnico de VIseu, João Pedro Barros, é o presidente da Sociedade Histórica Afonso Henriques, que terá sede em Viseu e delegações em todo o País. O objectivo da Sociedade passa por dar força à tese do historiador Almeida Fernandes de que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, nasceu na cidade.

A tese de que D. Afonso Henriques nasceu em Viseu surgiu, curiosamente, depois de, em 1990, ter sido posta em causa a “tradição” de que Guimarães foi o “berço” do fundador da nacionalidade, com o aparecimento da hipótese de Coimbra.

Júlio Cruz, um dos sócios fundadores da Sociedade Histórica Afonso Henriques, disse aos jornalistas que hoje é raro o historiador que não aceite a tese de Almeida Fernandes e, portanto, Viseu tem de assumir este seu filho dileto”.

“Para isso, foi criada esta associação que é, nem mais nem menos, o motor das actividades que levam a preservar a memória de Afonso Henriques”, justificou.

Avançou que todos os anos haverá em Viseu encontros afonsinos (o primeiro a 20 de novembro), para os quais “vão ser convidados quatro investigadores que tenham feito os últimos trabalhos sobre a vida e obra ou a época do D. Afonso Henriques”.

No dia seguinte, haverá sempre uma visita a uma cidade afonsina (este ano Zamora) e será editada uma revista “que vai reproduzir os encontros e tudo o que houver de novo”.
“Queremos aprofundar a vida e obra de D. Afonso Henriques. Se amanhã aparecer uma tese a dizer que foi noutro sítio tudo bem”, acrescentou.

Júlio Cruz garantiu que o objetivo não é entrar em polémica com Guimarães.

“Não queremos nada dos outros, mas não enjeitamos nada do que é de Viseu”, frisou, afirmando que “Guimarães é o berço da nacionalidade, mas o berço de Afonso Henriques é Viseu”.

A constituição da Sociedade Histórica Afonso Henriques tinha sido um desafio deixado num congresso realizado no ano passado no âmbito das comemorações dos 900 anos do seu nascimento em Viseu.

A polémica tese “Viseu, Agosto de 1109, nasce D. Afonso Henriques”, do medievalista Armando de Almeida Fernandes, foi publicada pela primeira vez na revista Beira Alta, depois em livro pelo Governo Civil de Viseu (1993), tendo este sido reeditado em 2007 pela Fundação Mariana Seixas, da mesma cidade.

Almeida Fernandes explica na sua obra que esta resulta de uma encomenda feita pela Unidade Vimaranense - Associação para o Desenvolvimento de Guimarães e sua Região, que lhe pediu para “averiguar, se possível, onde nasceu D. Afonso Henriques”.

Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

 

 

 

ARTE NA LEIRA

Politécnicos presentes em Caminha

Pintura, Escultura, Cerâmica, Fotografia, Desenho, Design, Ourivesaria e Joalharia, são algumas das áreas que serão exploradas na nova edição - XII - da “Arte na Leira”, que estará patente na Casa do Marco, em Arga de Baixo, concelho de Caminha, até ao dia 15 de Agosto. Uma das grande novidades deste ano, é a associação de todos os Institutos Politécnicos do Norte de Portugal ao evento.

A iniciativa, promovida pela Oficina Cultural do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, pela Arte na Leira – Associação para Promoção da Arte e o artista plástico Mário Rocha, anfitrião do certame, conta com os apoios da Câmara Municipal de Caminha e do Município de Ponte de Lima, sendo que, este ano, e de forma inédita, se associam também os Politécnicos da APNOR – Associação dos Politécnicos do Norte – que incluem os politécnicos de Viana do Castelo, Porto, Cávado e Ave e, ainda, de Bragança.

O Politécnico de Viana do Castelo volta, assim, a marcar presença com trabalhos de docentes e alunos da Academia. Depois de, há três anos, ter sido convidado a participar pela primeira vez, esta edição trouxe a novidade de ter passado a ser, também, organizador, através da sua Oficina Cultural.

 

 

 

POLITÉCNICO

Coimbra na final do Poliempreende

Três recém-licenciadas pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra venceram a etapa regional da 7ª edição do concurso PoliEmpreende com um projecto de negócio que visa facilitar a administração de medicamentos junto da população idosa.

O projecto, intitulado “Medicação sempre à mão”, vai concorrer com os principais projectos de vocação empresarial de cada um dos Institutos Politécnicos do País, que se vão defrontar na final do PoliEmpreende (etapa nacional), nos dias 16 e 17 de Setembro, em Viana do Castelo.

O projecto de Ana Carvalho, Andreia Nascimento e Rosário Morais (na foto) pretende minorar os erros de medicação que, de acordo com alguns estudos, ocorrem em mais de 50 por cento dos idosos. O objectivo final passa pela melhoria da qualidade de vida desta população, ao diminuir as falhas no regime terapêutico.

 

 

 

CONCURSO REGISTOU A MAIS ELEVADA PARTICIPAÇÃO

Guarda tem robô bombeiro

A oitava edição do Concurso Nacional de Robótica – Robô Bombeiro, promovido pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico, decorreu na Guarda. Na prova participaram 33 equipas oriundas da Guarda, Covilhã, Coimbra, Leiria e Porto, entre outras cidades, tendo a edição deste ano sido das mais concorridas de sempre.

Na classe “Standard” classificou-se em primeiro lugar a equipa da Escola Secundária da Sé (Guarda), seguindo-se as equipas da Associação Desenvolver o Talento (ADOT) e da Escola Secundária de Domingos Sequeira (Leiria).

A New Tech Informática alcançou o primeiro lugar na classe sénior, seguida da equipa “Search & Project” do Politécnico da Guarda.

A categoria de “Robôs com pernas” foi vencida pela equipa “Robotazos 2”, do Clube de Robótica do Departamento de Física da Universidade de Aveiro.

“O nível de dificuldade das provas deste ano aumentou com a inclusão no cenário das provas de novos elementos, tais como alcatifas e espelhos. Isto levou a que a taxa de sucesso das provas das equipas tenha sido mais baixa do que em edições anteriores”, disse Carlos Carreto, da organização deste concurso nacional.

Aquele docente da ESTG/IPG acrescentou ao nosso jornal que se continua a notar “uma evolução ao nível dos robôs que usam sensores cada vez mais sofisticados, nomeadamente para detectarem o fogo simulado pela chama de uma vela”.

De referir que a edição deste ano contou com dois novos prémios; um deles, “Espírito de Inventor” pretendeu distinguir o robô que mostrou a maior criatividade e engenho, tendo sido atribuído à equipa “Search&Protect” do Instituto Politécnico da Guarda.

Esta equipa apresentou um robô com “duas frentes” e dois sistemas de extinção, “o que permitiu ao robô ganhar tempo nas manobras enquanto navegava à procura do fogo, assim como nas tentativas de extinção do mesmo”, elucidou Carlos Carreto.

O outro prémio, “Robô Mais Rendível” teve em vista evidenciar o robô com melhor desempenho, construído com o menor custo em peças, tendo sido atribuído às equipas “ESDS” e “Tech Candle Stalkers” da Escola Secundária de Domingos Sequeira (Leiria) que “apresentaram robôs muito minimalistas, mas capazes de cumprir a missão de robôs bombeiro”.

Recorde-se que o objectivo deste Concurso Nacional de Robótica – Robô Bombeiro, iniciado em 2003, é promover a Ciência e a Tecnologia junto dos jovens dos ensinos básico, secundário e superior, e público em geral, através de competições de robôs móveis e autónomos, capazes de detectar e extinguir um fogo (simulado por uma pequena vela), dentro de uma casa constituída por corredores e várias divisões.

 

 

 

II SIMPÓSIO DE FARMÁCIA

Alunos promovem evento

O II Simpósio de Farmácia, subordinado ao tema “Novos Rumos da Farmácia” realizou-se no passado dia 14 de Julho, na Guarda. Esta iniciativa foi dirigida a profissionais e estudantes das ciências da saúde e comunidade em geral, e decorreu no auditório dos Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda.

Tendo como principais objectivos a promoção da formação contínua na área da Farmácia, e o aprofundamento de conhecimentos e desenvolvimento de competências em áreas inovadoras, desde a Farmácia Comunitária à Farmácia Hospitalar, este evento, pretendeu constituir um espaço de partilha de experiências e conhecimentos no âmbito dos novos contextos de aprendizagem e desafios técnico-científicos.

O Simpósio foi organizado pelos estudantes do 4º ano do Curso de Farmácia (1º ciclo), em colaboração com a Direcção de Curso e a Unidade Técnico Científica de Tecnologias da Saúde da ESS do Instituto Politécnico da Guarda.

 

 

 

MULTIMÉDIA 2010

Leiria vence prémio

Os professores da Escola Superior de Artes e Design, do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR/IPL), Fernando Galrito e Stephan Jürgens, em conjunto com Fernando Nabais, antigo docente daquela Escola, acabam de ser distinguidos com a obra “.txt”, na 5.ª Edição do Prémio Nacional Multimédia 2010, promovido pela Associação para a Promoção do Multimédia e da Sociedade Digital (APMP), na categoria, Arte e Cultura.

O “.txt” é uma obra performativa interactiva, mediada por várias tecnologias sensoriais que explora formas de linguagens artísticas transversais contemporâneas. O resultado é um vocabulário singular que se articula fisicamente, por intermédio de paisagens sonoras cinteractivas, composições visuais e coreografia em tempo real, as quais representam um manancial de expressões artísticas que sustentam a intenção dramatúrgica.

O conceito original é da responsabilidade de Fernando Nabais que, em colaboração com Stephan Jürgens e Fernando Galrito, assumem a direcção artística do projecto, desenvolvido com a tecnologia da YDreams, parceira do projecto.

Desde 2007 em processo criativo, o “.txt” estreou em 2009 no Museu do Oriente, em Lisboa. Neste período de criação, contou com residências criativas, no Teatro Aveirense, na “Restart” e no Lugar Comum. Foi apresentado em formato de work in progress nomeadamente, em 2007 na abertura do “Festival Monstra” no Teatro Maria Matos, na “Conferência Internacional TeDance”, na Culturgest e, em 2008 no “Festival Interpala - Art & Vision”, de Madrid.

 

 

 

DOCENTE DO ISLA

Nomeada para prémio

Sandra Soares, natural de Leiria, acaba de ser nomeada pelo Instituto Karolinska, Secção de Psicologia, Departamento de Neurociência Clínica (Estocolmo, Suécia) para o prémio de Jovem Investigadora em Psicologia do ano de 2010. A psicóloga é a única portuguesa e uma das quatro nomeadas para o prémio que é anualmente atribuído pelo Swedish National Committee for Psychological Sciences, uma das comissões integradas na Royal Swedish Academy of Science, instituição que confere a atribuição dos prémios Nobel.

A nomeação decorre do trabalho de doutoramento realizado no Instituto Karolinska, concluído em Abril do presente ano, que pretendeu investigar de que modo o medo dirige a atenção para estímulos ameaçadores no ambiente. Os principais resultados sugerem que os predadores com uma importância evolutiva saliente, em particular as cobras, parecem ter um acesso previligiado aos sistemas neurofisiológicos associados ao medo. Assim, estímulos com relevância evolutiva poderão representar uma ferramenta de excelência para estudos posteriores com o intuito de melhor compreender os sistemas e as desordens que envolvem o medo, como são exemplo as fobias e, consequentemente, contribuir para o aperfeiçoamento das intervenções psicológicas.

Esta nomeação representa para Sandra Soares o reconhecimento e mérito pelo seu empenho neste percurso, sempre pautado pelo rigor conceptual e metodológico. A psicóloga destaca ainda a excelência da orientação dos Professores Arne Öhman (Instituto Karolinska) e Francisco Esteves (CIS-IUL).

Sandra Cristina de Oliveira Soares tem 34 anos e é doutorada pelo Instituto Karolinska, tendo como formação base a Psicologia Clínica e um mestrado em Terapias Comportamentais e Cognitivas. Desde o ano de 2003 que exerce funções docentes no curso de Psicologia do ISLA de Leiria, leccionando diversas unidades curriculares (ex, Psicofisiologia, Métodos de Investigação em Ciências Sociais, Consulta Psicológica) e, mais recentemente (desde o ano lectivo 2008/2009), em regime de tempo parcial, exerce o mesmo tipo de funções na Universidade de Aveiro. Paralelamente exerce clínica privada no Polidiagnóstico, em Leiria. Mais recentemente, integrou o grupo de investigação do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e da Imagem (IBILI), da Faculdade de Medicina de Coimbra.

 

 

 

COMPREENDER A MENOPAUSA COM UM TERMÓMETRO

UBI desenvolve investigação

Um grupo de investigadores da Universidade da Beira Interior acaba de criar um termómetro para medição contínua da temperatura vaginal que representa um importante contributo para avaliação de terapêuticas de compensação hormonal nas mulheres, nomeadamente na menopausa, medicina de reprodução e, até, para compreensão do orgasmo.

O UbiThermoRing é um dispositindo, semelhante aos populares aneis vaginais de contracepção. “É fléxivel, cómodo, seguro, de fácil uso e não inteferindo com a actividade diária nem com a vida sexual da mulher”, garente Tânia Évora, jovem investigadora que integra a equipa multidisciplinar que desenvolveu o projecto.

Segundo os investigadores, “as técnicas existentes revelam dificuldades de aplicação pela necessidade de colocação de dispositivos dentro do organismo humano ligados por fios ao exterior”, acrescentou Tânia Évora.

Financiado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia, o UbiThermoRing é um projecto liderado por José Martinez de Oliveira, médico do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança do Hospital Pêro da Covilhã, docente da Faculdade de Ciências da Saúde, e Pedro Araújo, professor do Departamento de Informática da Universidade da Beira Interior.

“O termómetro intra-vaginal pode ser útil para analisar correlações entre a subida da temperatura, alterações vasomotoras e os níveis das hormonas femininas contribuindo para o conhecimento da génese dos afrontamentos cuja origem ainda é desconhecida”, refere Tânia Évora na tese de mestrado defendida no final de Junho, intitulada “Avaliação do Perfil Térmico Vaginal na Mulher Climatérica”.

A menopausa é um fenómeno fisiológico variável que ocorre, em média, aos 50 anos de idade porque os ovários deixam de libertar óvulos mensalmente ocorrendo,simultaneamente, uma redução acentuada de estrógénio e progesterona, as hormonas femininas. A entrada na menopausa expõe a mulher ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, ósseas e psiquícas.

Segundo Tãnia Évora, a medição contínua da temperatur a intra vaginal através do UbiThermoRing permite avanços no estudo da fertilidade, promoção da gravidez, particularmente em ciclos menstruais irregulares e na prevenção das dores que assolam as mulheres naquele período.

A dimensão diminuta do UbiThermoRing – 54 mm de circunferência e 4 mm no aro onde estão os componentes – “torna-o um complemento útil no estudo do orgasmo uma vez que há uma diminuição da temperatura vaginal durante qualquer estímulo sexual”, concluiu Tânia Évora.

A equipa de investigadores registou uma pré-patente do protótpio e aguarda que, até ao final do ano, seja possível fazer o registo definitivo.

 


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