JOÃO PEDRO DE BARROS É
PRESIDENTE DE SOCIEDADE HISTÓRICA
Afonso Henriques é
de Viseu?

O ex-presidente do Instituto Politécnico
de VIseu, João Pedro Barros, é o presidente da Sociedade Histórica
Afonso Henriques, que terá sede em Viseu e delegações em todo o País. O
objectivo da Sociedade passa por dar força à tese do historiador Almeida
Fernandes de que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, nasceu
na cidade.
A tese de que D. Afonso Henriques nasceu em Viseu surgiu, curiosamente,
depois de, em 1990, ter sido posta em causa a “tradição” de que
Guimarães foi o “berço” do fundador da nacionalidade, com o aparecimento
da hipótese de Coimbra.
Júlio Cruz, um dos sócios fundadores da Sociedade Histórica Afonso
Henriques, disse aos jornalistas que hoje é raro o historiador que não
aceite a tese de Almeida Fernandes e, portanto, Viseu tem de assumir
este seu filho dileto”.
“Para isso, foi criada esta associação que é, nem mais nem menos, o
motor das actividades que levam a preservar a memória de Afonso
Henriques”, justificou.
Avançou que todos os anos haverá em Viseu encontros afonsinos (o
primeiro a 20 de novembro), para os quais “vão ser convidados quatro
investigadores que tenham feito os últimos trabalhos sobre a vida e obra
ou a época do D. Afonso Henriques”.
No dia seguinte, haverá sempre uma visita a uma cidade afonsina (este
ano Zamora) e será editada uma revista “que vai reproduzir os encontros
e tudo o que houver de novo”.
“Queremos aprofundar a vida e obra de D. Afonso Henriques. Se amanhã
aparecer uma tese a dizer que foi noutro sítio tudo bem”, acrescentou.
Júlio Cruz garantiu que o objetivo não é entrar em polémica com
Guimarães.
“Não queremos nada dos outros, mas não enjeitamos nada do que é de
Viseu”, frisou, afirmando que “Guimarães é o berço da nacionalidade, mas
o berço de Afonso Henriques é Viseu”.
A constituição da Sociedade Histórica Afonso Henriques tinha sido um
desafio deixado num congresso realizado no ano passado no âmbito das
comemorações dos 900 anos do seu nascimento em Viseu.
A polémica tese “Viseu, Agosto de 1109, nasce D. Afonso Henriques”, do
medievalista Armando de Almeida Fernandes, foi publicada pela primeira
vez na revista Beira Alta, depois em livro pelo Governo Civil de Viseu
(1993), tendo este sido reeditado em 2007 pela Fundação Mariana Seixas,
da mesma cidade.
Almeida Fernandes explica na sua obra que esta resulta de uma encomenda
feita pela Unidade Vimaranense - Associação para o Desenvolvimento de
Guimarães e sua Região, que lhe pediu para “averiguar, se possível, onde
nasceu D. Afonso Henriques”.

Texto escrito ao abrigo do novo
acordo ortográfico
ARTE NA LEIRA
Politécnicos presentes
em Caminha

Pintura, Escultura, Cerâmica, Fotografia,
Desenho, Design, Ourivesaria e Joalharia, são algumas das áreas que
serão exploradas na nova edição - XII - da “Arte na Leira”, que estará
patente na Casa do Marco, em Arga de Baixo, concelho de Caminha, até ao
dia 15 de Agosto. Uma das grande novidades deste ano, é a associação de
todos os Institutos Politécnicos do Norte de Portugal ao evento.
A iniciativa, promovida pela Oficina Cultural do Instituto Politécnico
de Viana do Castelo, pela Arte na Leira – Associação para Promoção da
Arte e o artista plástico Mário Rocha, anfitrião do certame, conta com
os apoios da Câmara Municipal de Caminha e do Município de Ponte de
Lima, sendo que, este ano, e de forma inédita, se associam também os
Politécnicos da APNOR – Associação dos Politécnicos do Norte – que
incluem os politécnicos de Viana do Castelo, Porto, Cávado e Ave e,
ainda, de Bragança.
O Politécnico de Viana do Castelo volta, assim, a marcar presença com
trabalhos de docentes e alunos da Academia. Depois de, há três anos, ter
sido convidado a participar pela primeira vez, esta edição trouxe a
novidade de ter passado a ser, também, organizador, através da sua
Oficina Cultural.
POLITÉCNICO
Coimbra na final do
Poliempreende

Três recém-licenciadas pela Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra venceram a etapa regional da 7ª edição
do concurso PoliEmpreende com um projecto de negócio que visa facilitar
a administração de medicamentos junto da população idosa.
O projecto, intitulado “Medicação sempre à mão”, vai concorrer com os
principais projectos de vocação empresarial de cada um dos Institutos
Politécnicos do País, que se vão defrontar na final do PoliEmpreende
(etapa nacional), nos dias 16 e 17 de Setembro, em Viana do Castelo.
O projecto de Ana Carvalho, Andreia Nascimento e Rosário Morais (na
foto) pretende minorar os erros de medicação que, de acordo com alguns
estudos, ocorrem em mais de 50 por cento dos idosos. O objectivo final
passa pela melhoria da qualidade de vida desta população, ao diminuir as
falhas no regime terapêutico.

CONCURSO REGISTOU A
MAIS ELEVADA PARTICIPAÇÃO
Guarda tem robô
bombeiro

A oitava edição do Concurso Nacional de
Robótica – Robô Bombeiro, promovido pela Escola Superior de Tecnologia e
Gestão do Instituto Politécnico, decorreu na Guarda. Na prova
participaram 33 equipas oriundas da Guarda, Covilhã, Coimbra, Leiria e
Porto, entre outras cidades, tendo a edição deste ano sido das mais
concorridas de sempre.
Na classe “Standard” classificou-se em primeiro lugar a equipa da Escola
Secundária da Sé (Guarda), seguindo-se as equipas da Associação
Desenvolver o Talento (ADOT) e da Escola Secundária de Domingos Sequeira
(Leiria).
A New Tech Informática alcançou o primeiro lugar na classe sénior,
seguida da equipa “Search & Project” do Politécnico da Guarda.
A categoria de “Robôs com pernas” foi vencida pela equipa “Robotazos 2”,
do Clube de Robótica do Departamento de Física da Universidade de
Aveiro.
“O nível de dificuldade das provas deste ano aumentou com a inclusão no
cenário das provas de novos elementos, tais como alcatifas e espelhos.
Isto levou a que a taxa de sucesso das provas das equipas tenha sido
mais baixa do que em edições anteriores”, disse Carlos Carreto, da
organização deste concurso nacional.
Aquele docente da ESTG/IPG acrescentou ao nosso jornal que se continua a
notar “uma evolução ao nível dos robôs que usam sensores cada vez mais
sofisticados, nomeadamente para detectarem o fogo simulado pela chama de
uma vela”.
De referir que a edição deste ano contou com dois novos prémios; um
deles, “Espírito de Inventor” pretendeu distinguir o robô que mostrou a
maior criatividade e engenho, tendo sido atribuído à equipa “Search&Protect”
do Instituto Politécnico da Guarda.
Esta equipa apresentou um robô com “duas frentes” e dois sistemas de
extinção, “o que permitiu ao robô ganhar tempo nas manobras enquanto
navegava à procura do fogo, assim como nas tentativas de extinção do
mesmo”, elucidou Carlos Carreto.
O outro prémio, “Robô Mais Rendível” teve em vista evidenciar o robô com
melhor desempenho, construído com o menor custo em peças, tendo sido
atribuído às equipas “ESDS” e “Tech Candle Stalkers” da Escola
Secundária de Domingos Sequeira (Leiria) que “apresentaram robôs muito
minimalistas, mas capazes de cumprir a missão de robôs bombeiro”.
Recorde-se que o objectivo deste Concurso Nacional de Robótica – Robô
Bombeiro, iniciado em 2003, é promover a Ciência e a Tecnologia junto
dos jovens dos ensinos básico, secundário e superior, e público em
geral, através de competições de robôs móveis e autónomos, capazes de
detectar e extinguir um fogo (simulado por uma pequena vela), dentro de
uma casa constituída por corredores e várias divisões.
II SIMPÓSIO DE FARMÁCIA
Alunos promovem
evento

O II Simpósio de Farmácia, subordinado ao
tema “Novos Rumos da Farmácia” realizou-se no passado dia 14 de Julho,
na Guarda. Esta iniciativa foi dirigida a profissionais e estudantes das
ciências da saúde e comunidade em geral, e decorreu no auditório dos
Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda.
Tendo como principais objectivos a promoção da formação contínua na área
da Farmácia, e o aprofundamento de conhecimentos e desenvolvimento de
competências em áreas inovadoras, desde a Farmácia Comunitária à
Farmácia Hospitalar, este evento, pretendeu constituir um espaço de
partilha de experiências e conhecimentos no âmbito dos novos contextos
de aprendizagem e desafios técnico-científicos.
O Simpósio foi organizado pelos estudantes do 4º ano do Curso de
Farmácia (1º ciclo), em colaboração com a Direcção de Curso e a Unidade
Técnico Científica de Tecnologias da Saúde da ESS do Instituto
Politécnico da Guarda. 
MULTIMÉDIA 2010
Leiria vence prémio
Os professores da Escola Superior de
Artes e Design, do Instituto Politécnico de Leiria (ESAD.CR/IPL),
Fernando Galrito e Stephan Jürgens, em conjunto com Fernando Nabais,
antigo docente daquela Escola, acabam de ser distinguidos com a obra “.txt”,
na 5.ª Edição do Prémio Nacional Multimédia 2010, promovido pela
Associação para a Promoção do Multimédia e da Sociedade Digital (APMP),
na categoria, Arte e Cultura.
O “.txt” é uma obra performativa interactiva, mediada por várias
tecnologias sensoriais que explora formas de linguagens artísticas
transversais contemporâneas. O resultado é um vocabulário singular que
se articula fisicamente, por intermédio de paisagens sonoras
cinteractivas, composições visuais e coreografia em tempo real, as quais
representam um manancial de expressões artísticas que sustentam a
intenção dramatúrgica.
O conceito original é da responsabilidade de Fernando Nabais que, em
colaboração com Stephan Jürgens e Fernando Galrito, assumem a direcção
artística do projecto, desenvolvido com a tecnologia da YDreams,
parceira do projecto.
Desde 2007 em processo criativo, o “.txt” estreou em 2009 no Museu do
Oriente, em Lisboa. Neste período de criação, contou com residências
criativas, no Teatro Aveirense, na “Restart” e no Lugar Comum. Foi
apresentado em formato de work in progress nomeadamente, em 2007 na
abertura do “Festival Monstra” no Teatro Maria Matos, na “Conferência
Internacional TeDance”, na Culturgest e, em 2008 no “Festival Interpala
- Art & Vision”, de Madrid. 
DOCENTE DO ISLA
Nomeada para prémio

Sandra Soares, natural de Leiria, acaba
de ser nomeada pelo Instituto Karolinska, Secção de Psicologia,
Departamento de Neurociência Clínica (Estocolmo, Suécia) para o prémio
de Jovem Investigadora em Psicologia do ano de 2010. A psicóloga é a
única portuguesa e uma das quatro nomeadas para o prémio que é
anualmente atribuído pelo Swedish National Committee for Psychological
Sciences, uma das comissões integradas na Royal Swedish Academy of
Science, instituição que confere a atribuição dos prémios Nobel.
A nomeação decorre do trabalho de doutoramento realizado no Instituto
Karolinska, concluído em Abril do presente ano, que pretendeu investigar
de que modo o medo dirige a atenção para estímulos ameaçadores no
ambiente. Os principais resultados sugerem que os predadores com uma
importância evolutiva saliente, em particular as cobras, parecem ter um
acesso previligiado aos sistemas neurofisiológicos associados ao medo.
Assim, estímulos com relevância evolutiva poderão representar uma
ferramenta de excelência para estudos posteriores com o intuito de
melhor compreender os sistemas e as desordens que envolvem o medo, como
são exemplo as fobias e, consequentemente, contribuir para o
aperfeiçoamento das intervenções psicológicas.
Esta nomeação representa para Sandra Soares o reconhecimento e mérito
pelo seu empenho neste percurso, sempre pautado pelo rigor conceptual e
metodológico. A psicóloga destaca ainda a excelência da orientação dos
Professores Arne Öhman (Instituto Karolinska) e Francisco Esteves (CIS-IUL).
Sandra Cristina de Oliveira Soares tem 34 anos e é doutorada pelo
Instituto Karolinska, tendo como formação base a Psicologia Clínica e um
mestrado em Terapias Comportamentais e Cognitivas. Desde o ano de 2003
que exerce funções docentes no curso de Psicologia do ISLA de Leiria,
leccionando diversas unidades curriculares (ex, Psicofisiologia, Métodos
de Investigação em Ciências Sociais, Consulta Psicológica) e, mais
recentemente (desde o ano lectivo 2008/2009), em regime de tempo
parcial, exerce o mesmo tipo de funções na Universidade de Aveiro.
Paralelamente exerce clínica privada no Polidiagnóstico, em Leiria. Mais
recentemente, integrou o grupo de investigação do Instituto Biomédico de
Investigação da Luz e da Imagem (IBILI), da Faculdade de Medicina de
Coimbra.
COMPREENDER A MENOPAUSA
COM UM TERMÓMETRO
UBI desenvolve
investigação


Um grupo de investigadores da
Universidade da Beira Interior acaba de criar um termómetro para medição
contínua da temperatura vaginal que representa um importante contributo
para avaliação de terapêuticas de compensação hormonal nas mulheres,
nomeadamente na menopausa, medicina de reprodução e, até, para
compreensão do orgasmo.
O UbiThermoRing é um dispositindo, semelhante aos populares aneis
vaginais de contracepção. “É fléxivel, cómodo, seguro, de fácil uso e
não inteferindo com a actividade diária nem com a vida sexual da
mulher”, garente Tânia Évora, jovem investigadora que integra a equipa
multidisciplinar que desenvolveu o projecto.
Segundo os investigadores, “as técnicas existentes revelam dificuldades
de aplicação pela necessidade de colocação de dispositivos dentro do
organismo humano ligados por fios ao exterior”, acrescentou Tânia Évora.
Financiado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia, o UbiThermoRing é
um projecto liderado por José Martinez de Oliveira, médico do
Departamento de Saúde da Mulher e da Criança do Hospital Pêro da
Covilhã, docente da Faculdade de Ciências da Saúde, e Pedro Araújo,
professor do Departamento de Informática da Universidade da Beira
Interior.
“O termómetro intra-vaginal pode ser útil para analisar correlações
entre a subida da temperatura, alterações vasomotoras e os níveis das
hormonas femininas contribuindo para o conhecimento da génese dos
afrontamentos cuja origem ainda é desconhecida”, refere Tânia Évora na
tese de mestrado defendida no final de Junho, intitulada “Avaliação do
Perfil Térmico Vaginal na Mulher Climatérica”.
A menopausa é um fenómeno fisiológico variável que ocorre, em média, aos
50 anos de idade porque os ovários deixam de libertar óvulos mensalmente
ocorrendo,simultaneamente, uma redução acentuada de estrógénio e
progesterona, as hormonas femininas. A entrada na menopausa expõe a
mulher ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, ósseas e
psiquícas.
Segundo Tãnia Évora, a medição contínua da temperatur a intra vaginal
através do UbiThermoRing permite avanços no estudo da fertilidade,
promoção da gravidez, particularmente em ciclos menstruais irregulares e
na prevenção das dores que assolam as mulheres naquele período.
A dimensão diminuta do UbiThermoRing – 54 mm de circunferência e 4 mm no
aro onde estão os componentes – “torna-o um complemento útil no estudo
do orgasmo uma vez que há uma diminuição da temperatura vaginal durante
qualquer estímulo sexual”, concluiu Tânia Évora.
A equipa de investigadores registou uma pré-patente do protótpio e
aguarda que, até ao final do ano, seja possível fazer o registo
definitivo.

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