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       QUATRO RODAS 
		LRV um clássico de 
		alta tecnologia 
		  
      Por definição da FIVA-Fédération 
		Internationale des Véhicules Anciens (que é quem tutela estes assuntos) 
		um veículo clássico é um veículo que tenha sido construído há mais de 30 
		anos. Os veículos estão depois divididos em categorias de acordo com o 
		ano de construção. Hoje trago para este fórum a história de um veículo 
		muito singular, construído há 40 anos, ou seja da categoria F. 
		 
		A singularidade deste veículo automóvel, da “marca” LRV, prende-se com o 
		facto de ter sido o único construído no nosso planeta e a circular fora 
		dele, guiado pelo seu condutor devidamente alojado no seu interior. 
		 
		Comecemos pela definição de LRV, que significa Lunar Roving Vehicle ou 
		em português veículo explorador da Lua. 
		 
		Este veículo foi concebido, para a NASA, pelo polaco Mieczyslaw G. 
		Bekker e desenhado pelo húngaro Ferenc Pavlics, de modo a caber no 
		módulo lunar, onde o espaço não abundava. De forma a optimizar o seu 
		acondicionamento, foi transportado desmontado e depois com alguma 
		imaginação, foi desenhado um processo que permitia aos astronautas 
		montar, já na Lua, o veículo em 20 minutos. 
		Com um motor eléctrico para cada roda, media 3,1 metros de comprimento, 
		2,3 metros de largura e pesava 36 Kg …na Lua, porque cá por baixo, a 
		nossa gravidade fazia com que pesasse uns bons 210 kg.  
		 
		Estava equipado com pneus de uma liga de titânio e vinha cheio de 
		extras, como câmaras de filmar e sistemas de comunicações entre outras. 
		 
		O LRV foi utilizado em 3 missões Apollo (15,16 e 17) e permitiu efectuar 
		viagens de exploração até 7 Kms do módulo lunar, percorrendo nas 3 
		missões um total de 90,5 Kms com uma velocidade máxima de 13Kms/h. Os 3 
		veículos que “passearam” na Lua não voltaram à Terra, tendo mesmo sido 
		utilizados para filmar a partida do módulo lunar de regresso à Terra. 
		 
		Trata-se pois de um autêntico automóvel clássico de luxo que, como 
		compreendem, não poderemos contemplar num qualquer museu, no entanto, se 
		fizerem muita questão disso, podem visitar o LRV, no planeta mais 
		próximo.
        
		Paulo Almeida 
		Direitos reservados 
		  
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