PSICOLOGIA EM DESTAQUE
Alemães distinguem
Coimbra
A Área de Psicologia na Universidade de
Coimbra integra o Grupo de Excelência do CHE-Excellence Ranking 2009,
definido com base em critérios como a investigação e os estudos de
pós-graduação. Este ranking, publicado pelo semanário alemão Die Zeit,
integra pouco mais de 100 instituições de Ensino Superior que oferecem,
na Europa, excelentes perspectivas para estudantes de Mestrado e de
Doutoramento. Este ano apenas uma universidade portuguesa está
representada nesta listagem, a Universidade de Coimbra, em cuja área de
Psicologia são destacados a relevância científica, a orientação
internacional e a mobilidade de docentes e alunos.
Ainda recentemente, o ranking elaborado por outro conceituado jornal, o
britânico The Times, apresentava como único representante do sistema de
Ensino Superior português a Universidade de Coimbra, situando-a entre as
400 melhores universidades mundiais e as 200 melhores europeias.
ISCTE
Luís Reto eleito
reitor
O reforço da internacionalização da
instituição e a concessão de mais apoios aos estudantes são dois dos
principais objectivos do novo reitor do ISCTE-IUL, Luís Reto, o primeiro
a ser eleito na história do Instituto Universitário de Lisboa.
Luís Reto, cuja eleição terá agora de ser homologada pelo Conselho de
Curadores, defendeu um plano de acção assente em seis grandes áreas:
reorganizar a instituição em função da nova realidade legal e
estatutária, modernizar os processos de gestão, promover a excelência em
todas as áreas de intervenção, reforçar a internacionalização da
instituição, reforçar os apoios aos estudantes e desenvolver novas áreas
de intervenção, quer no ensino, quer na investigação e prestação de
serviços.
Na área da internacionalização, defende que “o desenvolvimento do
ISCTE-IUL como research university requer um posicionamento mais
competitivo à escala global”, sendo que esse posicionamento “só será
realidade quando for possível disputar, pelo menos à escala europeia e
nas áreas-chave do Instituto, o recrutamento de estudantes de segundo e
terceiro ciclos”.
O reforço dos apoios aos estudantes deverá, segundo o plano de acção de
Luís Reto, centrar-se em dois domínios principais, designadamente a
melhoria do sistema próprio de bolsas e o investimento na ampliação e
criação de infra-estruturas de suporte. Para o reitor do ISCTE-IUL, “o
desenvolvimento de um sistema próprio de bolsas é crucial, dados os
custos de frequência do ensino superior em Portugal suportados pelas
famílias, os quais constituem um sério obstáculo à expansão das
instituições universitárias, particularmente no segundo e terceiro
ciclos. Constituem, também, uma barreira adicional à desejada
internacionalização, uma vez que não são cobradas propinas em boa parte
dos países da União Europeia.”
Luís Antero Reto, 57 anos, doutorado em Psicologia Social e das
Organizações pela Universidade Católica de Lovaina e professor
catedrático no ISCTE-IUL, era o presidente da instituição desde
Fevereiro de 2005, tendo liderado o processo de transformação do
ISCTE-IUL em Fundação.
UBI
Recepção ao caloiro
correu bem
Pedro Venâncio, presidente da Associação
Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) fez um balanço
positivo da Recepção ao Caloiro, que teve início no dia 25 de Outubro e
terminou a 31 de Outubro, sendo que o último dia, o mais aguardado da
semana, com Táxi, Makongo e Supafly, superou as expectativas. O pavilhão
da ANIL encheu e as bandas não desiludiram o público que tinha grandes
expectativas para esse dia.
João Grande, vocalista dos Táxi, revela que gostaria de voltar à Covilhã
para mais concertos. Os Makongo, que actuaram pela segunda vez na
Covilhã, garantem que foi um dos melhores concertos que já tiveram.
Supafly foi outra grande novidade. O Dj e cantor ingleses, que estiveram
pela primeira vez em Portugal, animaram o recinto da ANIL e encerraram a
última noite da recepção.
Na hora de fazer um balanço da semana, Pedro Venâncio, presidente da
AAUBI, estava visivelmente satisfeito: “Recepção ao Caloiro 09 foi uma
aposta ganha. equipa da Associação académica é uma equipa muito boa,
constituída por pessoas muito trabalhadoras e isso foi o aspecto mais
importante para que tudo corresse bem”.
Já a Serenata da Recepção, que juntou centenas de estudantes no
Calvário, na noite de dia 25 de Outubro, contou com a presença do Grupo
de Fados e Guitarradas “A Velha Cabra”, de Coimbra, e terminou com o
habitual grito académico proferido pelo Imperatorum, responsável máximo
pela praxe na UBI.
Joana Oliveira e Diogo Jesus
EFICÁCIA CONTRA O CANCRO
Coimbra investiga
Reduzir a elevada toxicidade da
Adriamicina, um fármaco em uso clínico, bastante eficaz no combate a
diversos tipos de cancro, mas com utilização cuidada devido aos danos
causados em diversos órgãos, nomeadamente no coração, é o objectivo de
uma investigação em curso, conduzida por uma equipa de cinco cientistas
da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC),
através do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), em parceria
com a Universidade do Minnesota (EUA), com a Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto, através do Centro de Investigação em Actividade
Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) e com a Universidade Fernando Pessoa, no
Porto.
Financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), a
investigação começou em 2002 e centra-se em estudar e perceber os
mecanismos pelos quais a adriamicina interfere com a mitocôndria
cardíaca, o organelo responsável pela geração de energia nas células.
Esta investigação tem também levado ao estudo de moléculas que ajudem a
prevenir e/ou bloquear os danos causados pelo medicamento no coração.
Das baterias de testes realizados in vitro (linhas celulares cardíacas)
e in vivo (modelos animais) ao longo da pesquisa, da qual já resultaram
12 artigos científicos publicados nas revistas de referência, foi
possível verificar, pela primeira vez, que para além do coração, outros
órgãos são também afectados pela toxicidade do fármaco, embora seja de
facto a mitocôndria cardíaca a mais sensível à toxicidade da adriamicina.
BLENDED-LEARNING
Aveiro forma em Cabo
Verde
A Universidade de Cabo Verde foi o
palco escolhido para a realização da cerimónia de encerramento do
Projecto de Formação Avançada, nas áreas de Ensino a Distância e
Didáctica de Línguas, que a Universidade de Aveiro executou entre 2006 e
2008 e que teve o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Este projecto de formação pós-graduada nas áreas da aplicação das TIC em
educação e da didáctica do Português como língua segunda teve por
destinatários docentes e quadros superiores do Instituto Superior de
Educação (ISE), do Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar (ISECMar),
do Instituto Pedagógico (IP), da Rádio Educativa e da Direcção-Geral da
Educação e Alfabetização de Adultos.
Foram leccionados durante dois anos o Mestrado em Multimédia em Educação
e o Mestrado em Didáctica da Língua (especialidade Português, como
língua segunda). O primeiro Mestrado foi frequentado por 18 formandos, o
segundo por 10 e em ambos foi utilizada a modalidade de formação
blended-learning. Esta modalidade baseia-se numa estratégia de formação
mista, com actividades presenciais e não presenciais. As actividades não
presenciais foram realizadas através da interacção a distância dos
formandos e tutores através da Internet.
Na cerimónia de encerramento foram entregues 12 diplomas referentes ao
Mestrado em Multimédia em Educação e oito ao Mestrado em Didáctica de
Línguas, o que corresponde a uma taxa de aprovação de, respectivamente,
67% e 80 % dos alunos que frequentaram a 1ª edição do curso.
EDUCAÇÃO PARA OS MEDIA
Investigadores do
Minho ganham
Três investigadores do Centro de
Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, Sara
Pereira, coordenadora, Luís Pereira e Manuel Pinto, receberam o Evens
Prize for Intercultural Education 2009 - Media Education, em Itália,
numa cerimónia que teve lugar durante o 2º Congresso Europeu de Educação
para os Media.
A candidatura apresentada pelo CECS traduziu-se num projecto intitulado
Media Education in Booklets: Learning, Knowing and Acting. O prémio é
atribuído pela Evens Foundation, da Bélgica, e tem o alto patrocínio da
Comissária Europeia para a Informação, a Sociedade e os Media, Viviane
Reding. Visa “realçar a importância da Educação para os Media e promover
o desenvolvimento de propostas sustentáveis neste âmbito, dirigidas a
crianças na Europa”.
O projecto do CECS foi submetido a 15 de Janeiro deste ano, tendo
passado pelo ‘crivo’ de várias selecções intermédias e a visita à
Universidade do Minho de um elemento do júri e coordenador de projecto
da Evans Foundation. Consiste na produção de três livrinhos que incluem
trabalho de criação gráfica de personagens e que visam sugerir a pais e
educadores indicações úteis sobre como lidar com os media, no dia-a-dia,
tendo por base investigações feitas no âmbito do CECS. O primeiro
booklet, pronto para difusão, incide sobre a TV, seguindo-se outros dois
sobre outros media.
UBI
Dança e fitness na
Universidade
Os Serviços Sociais da Universidade da
Beira Interior já iniciaram as actividades de lazer dirigidas pelo
sector de Cultura e Desporto. O programa conta com várias modalidades,
como o Step, Pilates, Workout, Ritmos Latinos, GAP, Aerocombat, UBI Mix
e Dance Fusion. O UBI Mix é um “pacote” de várias actividades que se
realiza três vezes por semana na hora de almoço. A grande novidade é o
Dance Fusion, modalidade que junta de uma forma divertida o Fitness com
a Dança, proporcionando aulas de maior intensidade e energia de
movimentos. Com o objectivo de recreação e lazer na área da saúde, e
deixando de lado a competição, as actividades procuram principalmente a
adesão da comunidade Ubiana, alunos, docentes e funcionários. As aulas
são efectuadas na sala panorâmica junto à cantina de Santo António.
UBI
UBI investiga na
Guarda
Uma tese de doutoramento, na área da
Física, desenvolvida na Universidade da Beira Interior, pretende
elaborar um mapa de risco no que respeita à presença de radão na cidade
da Guarda. Um estudo que irá apontar algumas formas de prevenção e
respostas para casos actuais.
Segundo alguns estudos científicos, a cidade da Guarda e a região
envolvente apresentam locais de grande concentração deste gás. Isto
porque, o urânio está bem presente em certas rochas graníticas e a
região da Guarda contava também com algumas explorações mineiras deste
material. Todos estes estudos científicos não apresentam, todavia, um
mapa de localização das zonas mais problemáticas, nem algumas indicações
para minimizar o problema.
O estudo científico está a ser desenvolvido por uma professora de uma
escola secundária da Guarda, e está a ser orientado por Sandra Soares,
docente do Departamento de Física da UBI. O trabalho vai envolver também
os alunos da escola onde a autora do trabalho científico é docente. Os
estudantes vão ficar associados ao trabalho através da disciplina de
Área de Projecto, no 12º ano de escolaridade, “para corroborar esta
vertente pedagógica”, explica a orientadora da tese.
Esses grupos da área pedagógica podem depois escolher as diferentes
vertentes em que querem trabalhar, “se na área social, se na área
económica, ou outras”. Na vertente pedagógica, onde o trabalho dos
alunos vai estar em grande relevância, “está programada a realização de
um ciclo de palestras cuja temática central é o radão. Estamos a apontar
para Maio do próximo ano, como data provável da realização destes
encontros onde está também agendada uma visita de estudo às minas
daquela região”, adianta Sandra Soares.
Eduardo Alves
NA UBI
Boa latada saiu tarde
A Latada na Universidade da Beira
Interior desfilou este ano quase às escuras devido a alguns obstáculos
inesperados. O Curso de Medicina, que deveria encabeçar o cortejo, não
compareceu no ponto de partida do desfile, situação que se repetiu com
mais 16 cursos. Apenas Ciências do Desporto, Ciências Biomédicas,
Optometria e Filosofia, chegaram um pouco antes da hora prevista para o
início do cortejo.
Com apenas metade dos cursos no lugar habitual, Catarina Paixão e Ana
Patrícia Tenreiro, ambas finalistas do Curso de Ciências Biomédicas,
estavam eufóricas por ser o seu último ano. A redução do número de vagas
no curso e o aumento do valor das propinas, foram o tema do curso, que
ficou entre os dez primeiros lugares.
Vanessa Martins, natural de Tortosendo e aluna de Filosofia, destacou
que neste dia se “um ambiente de festa e apesar do número reduzido de
caloiros que o curso tem, isto acaba por ser uma festa global, pois
envolve todos os cursos, havendo uma enorme interacção”. Acrescentou
ainda que “a relação entre os superiores e ao caloiros” começa agora a
ganhar “contornos mais profundos”, sendo isto quase como que uma
compensação por cinco semanas de praxe.
O curso de Engenharia Electromecânica, que deveria ter saído no 23º
lugar, tinha como tema de Latada a comparação entre três gerações,
caracterizadas por três carros: o do futuro, o clássico e, por último, o
carro da idade da pedra. Mauro Pereira e Tobias Abrantes, caloiros de
electromecânica, consideram que este dia era um dia diferente de todos
os outros pois é o dia em que mostram “o trabalho de cinco semanas de
praxe aos outros cursos”.
O curso de Optometria, que partiu na quinta posição, tinha como tema de
Latada o Packman. Marisa Mendes, finalista de 22 anos, disse estar a
passar um dia inesquecível: “quem passa por isto é que sabe”. Revelou
ainda que sente muita tristeza em estar na recta final da sua vida
académica e que a partir de agora acabou-se a festa, e é “estudar até
mais não”.
Cátia Barbosa
AO ALMOÇO COM... JOÃO
QUEIROZ, REITOR DA UBI
Viragem na
investigação
A Universidade da Beira Interior poderá
vir a criar infra-estruturas que permitam alojar jovens estudantes de
doutoramento e pós-doutoramento, criando assim condições para aumentar o
número de estudantes a este nível e, em consequência, dar um novo
impulso à investigação realizada, quer em termos nacionais quer no
âmbito de parcerias internacionais.
Este é, pelo menos, um dos desejos do novo reitor da instituição, João
Queiroz, que foi o primeiro convidado da nova secção do Ensino Magazine,
denominada “Ao almoço com…”. Numa conversa franca, à mesa do Restaurante
Piornos, na Covilhã, o ex-responsável pela Faculdade de Ciências da
Saúde explicou o seu plano para a UBI, bem como as estruturas que
permitirão conseguir atingir os objectivos.
O reitor defende uma internacionalização com efeitos práticos na
estratégia global para a UBI, que vá claramente além da troca de alunos
através do programa Erasmus ou intercâmbio de alguns docentes. Essa
internacionalização deve permitir incrementar a qualidade da formação e
dos serviços, a melhoria da investigação realizada e a consequente
afirmação da UBI.
O estabelecimento de parcerias a nível nacional e internacional,
sobretudo em termos de mestrados e doutoramentos, são áreas caras à nova
equipa reitoral. João Queiroz lembra que é dos doutoramentos que muitas
vezes surgem contactos entre investigadores de diferentes instituições,
que depois estão na base de parcerias em projectos de investigação.
“O caminho tem de ser por aí, pela participação em projectos europeus,
pelo desenvolvimento de 3º Ciclos comuns com universidades europeias”,
afirma. Por isso estão a ser acompanhados de perto casos de parcerias ao
nível de alunos de doutoramento, como acontece em termos de Informática,
com Espanha, da Medicina, com França, na Bioquímica, com a Suécia.
“Estes são bons alicerces para o desenvolvimento de protocolos bastante
mais latos com essas universidades, que são de referência na Europa”.
Reconhecimento. João Queiroz enquadra o seu plano na Estratégia de
Lisboa, que defende um Ensino Superior mais forte e cooperante, pois
considera que a melhoria da UBI a todos os níveis permitirá obter
reconhecimento por parte de outras instituições europeias, o que será
fundamental para manter o processo de fortalecimento da universidade.
É por isso que aposta claramente no 2º e 3º Ciclos, já que ao nível do
1º Ciclo de estudos, a UBI está bem e recomenda-se, não sendo previsível
o aumento do número de alunos a curto prazo, tendo em conta as
limitações impostas pelo Ministério. “Temos uma oferta de 1170 vagas, as
quais temos preenchido. Só este ano, com transferências e reingressos,
já temos mais de 1400 primeiras matrículas. Estamos satisfeitos. A
aposta da minha equipa é aumentar o número de alunos no 2º e 3º Ciclos,
sendo que este ano tivemos mais de 1500 candidaturas ao 2º Ciclo e
também crescemos no 3º Ciclo (no qual vai propor uma revisão da parte
curricular)”.
A lógica será a de potenciar os recursos humanos existentes, pois a UBI
tem um corpo docente preparado para orientar novas teses, além de
infra-estruturas adaptadas ao desenvolvimento da investigação, como é o
caso dos laboratórios. Tal permitirá aumentar a produção científica e a
visibilidade da universidade.
A UBI terá por isso, em breve, um sistema de incentivos à produção
científica. “A UBI já tem o Instituto Coordenador da Investigação, como
unidade orgânica. Estamos neste momento numa fase de produção de
regulamentos e este mês foram eleitos os directores dos centros de
investigação, os quais integram o Conselho Científico do Instituto.
Agora, estamos a estabelecer parcerias com instituições financeiras para
a criação de dois prémios, um de mérito científico em cada faculdade,
que financia projectos a quem já provou a sua capacidade. O segundo
prémio será de convergência científica, para investigadores mais novos,
com muito valor, mas que estão no início da carreira. A ideia é
financiar uma parte inicial dos seus projectos”.
O objectivo é que os mais jovens possam depois ganhar experiência e
conseguirem financiamento externo para projectos futuros. Mas o apoio
pretende ir mais longe, pois também os bolseiros de investigação poderão
receber uma bolsa da universidade. “Através do Instituto Coordenador da
Investigação vamos procurar identificar quem é merecedor dessa bolsa e
quem a vai ter durante um ou dois anos”, garante.
O processo deverá estar em curso a partir de Janeiro e João Queiroz
considera que marca “uma viragem”, pois “os pressupostos de quem hoje
faz investigação em Portugal são diferentes de há 10 anos. A qualidade
da investigação é muito importante, pelo que temos de nos reger por
critérios bem definidos”.
CASTELO BRANCO E GUARDA
"Vamos sentar-nos à
mesa para conversar"
A colaboração com os institutos
politécnicos de Castelo Branco e Guarda é um dos objectivos do novo
reitor. “Temos de encarar a questão de uma forma global e tentar
cooperar a vários níveis, para nos tornarmos todos mais fortes. A
Universidade da Beira Interior está disponível para se sentar à mesa e
discutir a cooperação, quer ao nível de formação de pessoal docente e
não docente, quer a nível do 1º e 2º Ciclos, entre outros”, refere.
João Queiroz defende que a UBI deve ter um papel estratégico no
desenvolvimento regional, em conjunto com outros parceiros, razão pela
qual defende uma posição “mais pró-activa”. Para isso, além da
cooperação com os politécnicos, defende uma estratégia mais alargada,
que envolva o poder local e o mundo empresarial, de forma a conseguir
fixar na região os recursos humanos aqui formados. A lógica será a de
aumentar a massa crítica, ao mesmo tempo que se combate o despovoamento.
NECESSIDADE DE EMPRESAS
Estamos a forma à
medida?
Uma das preocupações de João Queiroz é
a relação entre as competências que os alunos desenvolveram até ao
momento em que terminam a formação na universidade e as competências que
as empresas exigem aos seus novos quadros. “Gostaria muito de ver bem
definidos e caracterizados os objectivos e as competências que os alunos
desenvolveram à saída de cada ciclo de formação. Já o fizemos quando
adaptámos a Bolonha, mas não estão suficientemente bem discutidas, a não
ser em algumas áreas profissionais, como por exemplo a Medicina”.
Além de fazer esta discussão e definição, o reitor da UBI considera que
é preciso aproveitar a maior abertura das instituições ao mundo
empresarial e desenvolver projectos comuns, de forma a irem ajustando as
competências aos objectivos das empresas. “Tal demora algum tempo e
implica que os profissionais que já estão no sector participem na
discussão, de modo a que a adaptação seja feita, aos poucos”.
NOVO PLANO
Avaliar é preciso
Depois de três meses “extremamente
duros”, em que teve de estudar todos os dossiês, organizar a equipa,
acompanhar a eleição dos novos órgãos nas faculdades, o reitor da UBI
teve ainda de acumular o lugar de administrador, que entretanto estava
vago. Mas agora, embora o trabalho não diminua, a pressão é menor e a
gestão está a entrar em velocidade cruzeiro.
Uma das áreas que está a tingir essa velocidade é a implementação do
Gabinete de Qualidade, que é muito caro ao reitor. “Se a UBI não tivesse
pensado este Gabinete, estávamos completamente ultrapassados, pois a
Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior exige
actualizações e validações. Sem este Gabinete não conseguíamos
responder”.
Nesta primeira fase, o Gabinete está também centrado em avaliar a
qualidade do ensino, bem como a qualidade dos cursos, das unidades
curriculares, das taxas de sucesso e de insucesso, entre outras. A
qualidade do serviço é avaliada por um outro sector, a cargo do
administrador. A qualidade da investigação vai ser uma tarefa do
Instituto Coordenador da Investigação.
Além de avaliar, a preocupação do reitor está agora em estabelecer um
plano estratégico de desenvolvimento da UBI, a médio e longo prazo, ou
seja, de cinco a 10 anos. A discussão já começou e a estratégia passará
por discutir na equipa reitoral, alargar a discussão depois aos
presidentes das faculdades. Depois serão os presidentes das faculdades a
debaterem com os presidentes dos departamentos. E só depois do feed-back
avançará a elaboração de um documento que João Queiroz quer apresentar
ao Conselho Geral em meados de 2010.
BOLONHA É BOA, MAS FALTAM
VERBAS
Ensino em mudança na
UBI
A lógica de aprendizagem defendida na
Declaração de Bolonha encaixa claramente na organização do curso de
Medicina da UBI, que atribui grande relevância ao papel activo do aluno,
à auto-aprendizagem e trabalho em pequeno grupo, orientado pelo
professor, em lugar das tradicionais aulas magistrais. A organização
está a resultar e o reitor defende que deverá ser alargada a toda a
universidade.
“Esse é o objectivo. O conceito que foi aplicado no curso vai ser
aplicado a toda a universidade”, garante. Mas ainda em relação a
Bolonha, que defende claramente, o reitor faz alguns reparos à sua
aplicação em Portugal. “Se os prazos impostos não fossem apertados, hoje
ainda não teríamos nada de acordo com Bolonha, como acontece com outros
países. Os prazos foram um mal menor. Agora temos de dizer que não foi
tudo bem feito, que há muito por fazer. Penso que, daqui por 10 anos,
voltaremos a fazer uma reflexão sobre Bolonha e, até lá, temos de
implementar Bolonha como deve ser”.
No caso concreto da UBI, foi criado o Gabinete de Desenvolvimento e
Apoio Educativo, que coordena a formação dos professores a vários
níveis, caso da forma como deve encarar a relação com os alunos, como
deve definir objectivos ou fazer a avaliação, que instrumentos deve
utilizar. A formação está já em curso e”dentro em breve deverá dar
frutos”, sendo que a aplicação da organização do Curso de Medicina
deverá ser aplicada aos outros cursos a partir de experiências piloto
desenvolvidas em cada faculdade.
Apesar do seu apoio a Bolonha, João Queiroz considera que se devia ter
apostado em “não estrangular as universidades do ponto de vista
financeiro. As universidades têm de se adaptar e isso implica ter outras
condições, em termos físicos e humanos. Porque Bolonha é muito exigente.
Mas não houve esse acompanhamento e todos temos de trabalhar no sentido
de alertar os organismos responsáveis e o ministro para esse facto”.
RELAÇÃO COM O PARKURBIS
O potencial da Saúde
Enquanto presidente da Faculdade de
Ciências da Saúde, o actual reitor defendeu sempre que o Parkurbis –
Parque Tecnológico da Covilhã é fundamental na passagem do conhecimento
da universidade para as empresas, mas também para a fixação dos
graduados aqui formados. A ideia mantém-se e é alargada a toda a
universidade.
“Nós temos de responder às solicitações do mercado e das empresas. Noto
que a Faculdade de Ciências da Saúde e o Curso de Medicina, em
particular, potenciou uma área de investigação muito específica, a da
Saúde e Qualidade de Vida. Temos uma grande procura no interface entre
tecnologia, medicina, hospitais e investigação base, de laboratório”.
Este sucesso deve-se à afirmação do centro de investigação na área da
saúde, em termos nacionais e internacionais, bem como a diversidade de
formações na área da Saúde, desde as ciências farmacêuticas, biomédicas,
medicina e bioengenharia. A ligação das engenharias com a área da Saúde
potencia a relação com as empresas, para o que contribui também a
relação da UBI com o Parkurbis e as instituições de saúde da região.
João Queiroz confia que esta área tem um grande futuro, atrairá
empresas, e acredita no sucesso da candidatura que prevê a criação do
Parkurbis Medical, um espaço de incubadora de empresas que poderia ser
criado até 2011, nas instalações da universidade.
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