QUATRO RODAS
Teorias de Lorca
Hoje vou abordar um tema que me ocorreu
recentemente, quando regressava de Espanha e parei para abastecer de
combustível em Moraleja, última localidade do país vizinho, antes de
entrar em Portugal.
O responsável pelo posto de combustível, um senhor já entrado nos 50,
mas com um ar algo retro de rabinho de cavalo, afável e de bom trato
fazia lembrar um artista de rua do século passado. Chamemos, Pepe Lorca
(nome fictício), a este nosso interlocutor.
Face às obras que vinha observando desde Placencia, abordei Pepe no
sentido de saber que pensava do decorrer das obras da Autovía Autonómica
EX A1.
Pepe: - Mire usted, ¿de dónde ha venido? ¿de Madrid?
Eu: - Não venho de Hervás, a norte de Placencia.”
Pepe: -Se ha venido por ahí seguro que ha visto que lo tenemos todo
rasgado desde Placencia. Dentro de un año la autovía llegará a Coria y
unos meses después la tendremos en Moraleja.
Eu: - Então vão ficar bem mais perto da vossa capital?
Pepe: “-Sí, pero lo que nos gustaba era que los portugueses hiciesen su
parte, la autovía no sirve de mucho si termina en Moraleja, nosotros
queríamos estar a medio camino entre Madrid y Lisboa.”
Eu: -Pepe, mas do nosso lado nem uma marcação se vê. Fala-se disso nas
campanhas eleitorais, mas depois todos se calam.
Pepe: -Se dice por aquí que en Portugal no hay dinero para hacer el
enlace entre la EX A1 y la A23 portuguesa, por Monfortinho. Mire, sería
el enlace más corto entre Lisboa y Madrid, sin duda. Lo que ahorraríais
con el recorte del itinerario os serviría para pagar las cuestas de
este.
Eu: - Pois tem razão, acho que lisboetas e madrilenos ganhariam se
vissem encurtada em 100 quilómetros cada viagem de ida e volta.
Pepe: -¿Seguro que no hay dinero en Portugal para el enlace entre
Monfortinho y la A23? ¡Es que son solo 50 quilómetros!
Eu: - Pepe, não consigo responder a essa pergunta, mas como por vezes
escrevo umas coisas num jornal local e se o director o permitir, vou
abordar o assunto. Talvez desperte atenções, uma vez que o nosso
Primeiro Ministro até é desta zona.
Com esta promessa lá paguei o combustível a bom preço, e arranquei
direcção a Portugal, não sem antes tirar uma foto ao Km 105 da EX 117,
local onde acabam as obras da auto estrada espanhola , que vai ficar à
espera da futura ligação à nossa A 23. Ali estão os cartazes e ao fundo
as terras remexidas.
Vim para casa, e certifiquei-me de que realmente desde o ponto onde os
espanhóis vão parar as obras até Portugal são bem menos de 20
quilómetros, e do lado português são 50 quilómetros de Monfortinho à
A23.
Vou ficar atento às “ nossas obras”, na esperança de um dia voltar a
Moraleja e poder dar ao Pepe a boa notícia que do nosso lado sempre vai
haver uma ligação.
Paulo Almeida
COM O APOIO DO ENSINO
MAGAZINE
24 horas de rali
A prova de regularidade histórica 24
Horas de Portugal, organizada pelo Classic Clube de Portugal,
ultrapassou as previsões mais optimistas e assumiu-se como um dos
principais ralis da especialidade do nosso país e também de Espanha.
Paulo Almeida, responsável pela organização do evento, sublinha o facto
de “se ter batido o recorde de participações, com 75 equipas inscritas,
de vários pontos de Portugal, incluindo a Ilha dos Açores, e de Espanha
(País Basco, Astúrias, Galiza e Madrid)”.
A dupla João Mexia e Nuno Machado, ao volante de um Porsche 911 coupé,
foi a grande vencedora da prova. Os restantes lugares do pódio foram
conquistados por José Grosso/João Sismeiro, em Alfa Romeo 2000 GTV, e
por Carlos Kremers/Marcos Kremers, em Porsche 914/6. Esta última equipa
pertence ao Castelo Branco Classic Team, o qual colocou mais duas duplas
nos lugares seguintes da tabela, a saber: Pepe de la Parte/Lourdes de
Juan (BMW 2002 turbo) e António Ramos/João Paulo Martinho (VW Golf GTI).
|