Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº133    Março 2009

Motor

QUATRO RODAS

Gelei, simplesmente gelei

Como é habitual o nosso Director ligou-me a informar qual o dia de fecho do Ensino Magazine para lhe enviar o meu habitual texto. Nesse momento estava no Porto em trabalho, e já tinha um tema pensado para esta edição. No entanto algo de marcante, que ocorreu durante a minha viagem para norte, mudou radicalmente a ideia inicial.

Mas vamos retroceder um dia, para o momento em fazia essa minha viagem de automóvel. Estava um dia cheio de sol, o piso estava seco e havia pouco trânsito. Eram mais ou menos onze da manhã e deslocava-me pela A25 com o limitador de velocidade ligado. Em plena subida numa altura em que temos 3 faixas e sem que nada o fizesse prever, vislumbro alguns vultos no meio da estrada a gesticular. Reduzi a velocidade e comecei a ver alguns agentes da autoridade a forçar a passagem do trânsito pela faixa central. Mais à frente começo a aperceber-me algo de grave se tinha passado muitas ambulâncias, macas pelo chão, e alguns carros bastante mal tratados entre os quais um bem encostado à esquerda. Um bombeiro munido da famosa “tesoura” de desencarceramento, estava a cortar literalmente este veículo, para libertar um dos ocupantes, que já tinha colocado o colar cervical, e estava a receber uma solução intra-venosa. Um cenário arrepiante, que passei rapidamente para não atrapalhar, pois pareceu-me tudo controlado.

No dia seguinte já não pensava muito no que tinha acontecido, até que durante o almoço, um colega mais atento começa a folhear o jornal e me lê a notícia do acidente do dia anterior. Qual não foi o meu choque quando ele me refere que tudo aconteceu porque um dos veículos envolvidos vinha em plena auto-estrada no sentido contrário…GELEI. E se por acaso passo meio hora mais cedo? Em vez de espectador, podia ter sido um dos protagonistas, deste quadro macabro. Por muita experiencia de condução que se tenha, se aparecer um carro em sentido contrário numa via deste tipo, é daquelas coisas que são difíceis de evitar.

Tenho andado com isto na cabeça deste essa altura, e a pensar como se podem evitar situações destas. Em primeiro lugar tenho de dizer que não gostei da forma como o acidente estava sinalizado. Muita gente no local, mas pouca eficiência. Aqui sugiro que as autoridades passem a usar bandeiras amarelas agitadas, para sinalizar o perigo, seguindo o exemplo do que se faz na competição automóvel e mesmo no ciclismo. Está tudo inventado e assim poderemos diminuir os acidentes que ocorram na sequência de outros acidentes.

Para evitar a entrada em contramão, que é mais fácil de ocorrer nas auto-estradas sem portagens, penso que poderemos desenvolver um sistema de controlo semelhante ao usado pelas concessionárias no controlo de tráfego, para detectar os veículos que passem em sentido contrário nos acessos. Ao ser detectada essa situação seria de imediato accionado um semáforo, uma sirene de aviso ao veículo, ou mesmo uma baia para evitar a sua entrada. Se tudo isto se fizer no acesso penso que teríamos resultados positivos.

Não sei se estas ideias chegam ou não a quem de direito, mas depois do que me aconteceu naquele dia, não podia deixar de usar este espaço para contar o que me vai na alma.

Prometo voltar a falar destas coisas. Até lá tenham cuidado na estrada.

Paulo Almeida

 


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