Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº133    Março 2009

Cultura

GENTE & LIVROS

Rosamunde Pilcher

«Devia medir, aproximadamente, um metro e meio por noventa centímetros, e dominava o aposento. Os Apanhadores de Conchas. Olívia sabia que a mãe nunca se cansaria da tela, apesar de a conhecer quase desde sempre. O seu impacte atingia o observador como uma rajada de vento frio e salgado. O céu repleto de nuvens pesadas, o mar de vagas alterosas, com rebentação violenta na areia, sulcada de pequenas lagoas. E as figuras das três crianças, agrupadas a um lado da imagem - duas raparigas de chapéu de palha e vestidos arregaçados e um rapaz de cabeça descoberta. Todos eles bronzeados e descalços, com a atenção fixa no conteúdo de um pequeno balde escarlate».

In Os Apanhadores de Conchas
 

Rosamunde Pilcher, escritora de nacionalidade inglesa, nasceu na aldeia de Lelant, na Cornualha, a 22 de Setembro de 1924.

Aos 14 anos começa a escrever as primeiras histórias, publicando algumas delas numa revista londrina. Termina os estudos na Miss Kerr Sander`s Secretarial College, alista-se durante a II Guerra Mundial no Serviço Feminino da Armada Real (1943-46), e ingressa depois no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Casa com o oficial escocês Graham Pilcher e aos 22 anos muda-se para Dundee, na Escócia.

Publica Mills and Boon (1949) sob pseudónimo. Os primeiros livros são assinados com o nome de Jane Fraser. A Secret to Tell (1955) é o primeiro dos 23 romances que escreve com o nome de Rosamunde Pilcher.

Com o romance Os Apanhadores de Conchas (1987), consegue uma visibilidade até então desconhecida. O besteseller vende 60 milhões de cópias e atinge o número um dos tops de vendas nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

Escreve, entre outros títulos, Abril (1957); O Tigre Adormecido (1967); O Outro Lado do Amor (1949); O Fim do Verão (1971); A Casa Vazia (1973); O Dia da Tempestade (1973); Solstício de Inverno (2000).

A autora é traduzida em mais de trinta línguas e as suas obras são frequentemente adaptadas à televisão e ao teatro.

Mãe de 4 filhos e avó de 13 netos, Rosamunde Pilcher vive em Dundee na Escócia, longe do ofício da escrita desde o ano 2000.
 

Os Apanhadores de Conchas

Após ter sofrido um enfarte, Penelope sai do hospital com um projecto em mente. Regressar à Cornualha. Foi aí que passou a juventude, viu o pai pintar as suas telas, e conheceu o seu grande amor. Empenhada numa viagem que é um reencontro com o passado, prossegue com os seus planos nem sempre com a concordância dos três filhos. Das grandes decisões de fim de vida faz parte o destino a dar a Os Apanhadores de Conchas, o quadro mais famoso pintado pelo pai, e do qual nunca se conseguiu separar.

Eugénia Sousa

 

 

 

LIVROS

Novidades literárias

Paralelo 40º. Um Monstruoso Regimento de Mulheres, de Laurie R. King. Decorrem os anos 20. Em Londres a jovem detective Mary Russell é pedida em casamento por Sherlock Holmes. Mas os tempos são de emancipação, as mulheres estão na rua a reivindicar direitos e o movimento sufragista é uma realidade. Entre estas mulheres destaca-se uma figura carismática, um misto de pregadora e activista. Só que em redor dela acontecem vários crimes e há cadáveres de mulheres a surgir diariamente. Com ou sem a ajuda de Sherlock Holmes, Mary Russell tem de parar os homicídios.
 

Dom Quixote. Os Ratoneiros - Uma reminiscência, de William Faulkner. O último romance de Faulkner conta a história de três improváveis ladrões de carros. No Mississipi rural do início do século XX, Lucius Priest de 11 anos é persuadido por Boon Hogganbeck, o empregado da casa, a roubar o carro do avô. Na companhia do cocheiro Ned McCaslin partem os três numa atribulada viagem até Memphis e a uma espectacular corrida de cavalos.
 

Piaget. As Tecnologias da Inteligência - o Futuro do Pensamento na Era Informática, de Pierre Lévy. Em que medida a era da informática corresponde a uma mudança de paradigma de pensamento e comunicação? Quais os valores transmitidos pela cultura informatizada? Lévy transmite aos leitores a importância do papel das Tecnologias na nova concepção do conhecimento.
 

Difel. Retrato do Artista Quando Jovem, de James Joyce. Esta é a história do jovem irlandês Stephen Dedalus. A educação profundamente religiosa num colégio de Jesuítas, as primeiras bebedeiras e apostas com os amigos, os namoros universitários. É sobretudo o difícil processo de tomada de consciência de que para poder escrever tem de ser independente de todos os poderes instituídos.
 

Campo das Letras. Fulgor e Morte de Joaquín Murieta,de Pablo Neruda A única peça de teatro escrita por Neruda narra a história de um bandido lendário. Joaquín Murieta, emigrante chileno, chega à Califórnia durante a Febre do Ouro. Vem em busca de fortuna. Contudo, o novo país só lhe dá racismo e ódio, e após a violação e a morte da mulher, Joaquín encontra a justiça fora da lei.
 

Estampa. Felicidade - Como Obter e Manter, de Joan Duncan Oliver. Recentemente um estudo do Inquérito Social Europeu colocava os portugueses entre os mais tristes e depressivos da União Europeia. «Ser ou não ser, eis a questão», mas o melhor é pegar neste manual de auto-ajuda que promete arrasar com as estatísticas e repor os níveis de confiança no futuro, em si, e nos outros.
 

Presença. O Tigre Branco, de Aravind Adiga. Balram Halwai, um jovem que cresce no interior miserável da Índia, consegue por um percurso algo ambíguo tornar-se um empresário de sucesso em Bangalore. Ele é a voz espirituosa e forte por detrás da sua história e também da história das classes mais pobres de um país massacrado pelas desigualdades sociais e económicas. O Tigre Branco, é um excelente romance de estreia, Man Booker Prize em 2008.
 

Europa-América. A Filha do Partisan, de Louis de Bernières. Londres, anos 70. Chris conhece Roza numa paragem de autocarro da forma mais inesperada. Confunde-a com uma prostituta. Ultrapassado o mal entendido inicial, Roza convida Chris para um chá e fala-lhe das histórias da sua infância em Belgrado, do pai partidário de Tito, das viagens pela Europa.
 

Gatafunho. O Mar, de Luísa Ducla Soares e ilustrações de Pedro Sousa Pereira. O Mar, livro/ poema para os mais pequenos, fala da beleza dos oceanos e também de todas as ameaças que o homem lhes faz.
 

Texto. Eu Quero saber - As Artes. O livro apresenta de forma divertida e didáctica às crianças, as sete artes mais importantes.
 

 

DIA MUNDIAL DO TEATRO

Dos bastidores ao palco

A 27 de Março assinala-se o Dia Mundial do Teatro.
O Ensino Magazine associa-se ao evento, numa foto-reportagem assinada por João Vasco.
Siga-nos nesta viagem aos bastidores da peça que há mais tempo está em cena em Portugal.

No próximo dia 27 de Março celebra-se o Dia Mundial do Teatro. Arte que se julga ter surgido na Grécia Antiga, ainda no século IV a.C., em espectáculos de homenagem a Dionísio, Deus do vinho, através de procissões, cada vez mais encenadas, de agradecimento pelas boas colheitas.

Em Portugal considera-se Gil Vicente, nascido por volta de 1465, como o fundador do Teatro Português, que tem como primeira encenação o Auto da Visitação (1502), escrito e representado para a rainha Dona Maria, para celebrar o nascimento daquele que viria a ser o rei de Portugal D. João III, O Piedoso.

Ao longo dos anos, em Portugal, foram muitos os autores que escreveram para teatro como Almeida Garrett, Júlio Dantas, Almada Negreiros, Raul Brandão, Bernardo Santareno, Luís Sttau Monteiro ou Jorge Silva Melo, entre outros, e também actores e actrizes como Amélia Rey Colaço, Beatriz Costa, Carmen Dolores, Eunice Muñoz, João Villaret, Maria do Céu Guerra, Paulo Renato, Ruy de Carvalho, Vasco Santana a par de muitos mais.

Para celebrar este percurso fomos a Lisboa à Companhia Teatral do Chiado ao Teatro Estúdio Mário Viegas (extraordinário actor nascido em 1948 e precocemente falecido a 1 de Abril de 1996) ver uma das peças há mais tempo em cena: “As Vampiras Lésbicas de Sodoma.”

A peça é da autoria do actor e romancista Charles Busch que apresentou pela primeira vez este trabalho em 1984 em Nova Iorque, ficando na altura cinco anos seguidos em cena. Por cá, a peça que nos “traz ao palco um pequeno delírio de teatro popular onde o imaginário das histórias de terror se mistura com o glamour decadente do mito Hollywood e o universo exacerbadamente sexual dos shows de travesti” já vai no seu terceiro ano consecutivo, apresentando-se agora ao público todos os domingos pelas 22h.

Sentimos o ambiente proposto por Charles Busch e aqui ficam as imagens que não dispensam, naturalmente, a presença dos leitores no próprio espectáculo, onde Rita Lello e Simão Rubim se apresentam à frente dos “muy talentosos” João Carracedo, João Marta, Manuel Mendes e Pedro Luzindro. Primeiro o testemunho de todo o trabalho dos camarins com destaque para a maquilhagem muito específica para este género. Depois as fotos da própria peça, assistida, na altura, por uma sala completamente esgotada e em delírio.

Com encenação de Juvenal Garcês, não percam, se possível.

Texto e Fotos: João Vasco

 

 

 

PELA OBJECTIVA DE J. VASCO

O Entrudo em Lazarim

Fomos ao norte do país ver o Entrudo tradicional do nosso país onde os Caretos com as suas máscaras e trajes próprios embeleza com cor e alegria toda a região, atraindo assim cada vez mais visitantes. Estivemos em Podence e Vila Boa de Ousilhão.

 

 

 

Música

Secondhand Serenade - A twist in my story. Finalmente foi editado em Portugal “A twist in my story”de John Vesely, agora conhecido mundialmente como Secondhand Serenade. Foi a partir de Setembro de 2008 que as rádios Portuguesas começaram a rodar o primeiro single “Fall for you”.

Nas terras do Tio Sam ,Secondhand Serenade foi uma das boas revelações do soft rock no ano passado,tendo conseguido conquistar o top da MTV Americana, o oitavo lugar no top da Bilboard, e vender mais 550.000 unidades deste trabalho.

A “A twist in my story”produzido por Butch Walker é um registo cheio de boas canções e prova que o rock está vivo e de óptima saúde. O músico utiliza neste segundo disco uma abordagem mais pessoal e introspectiva sem fugir da estrutura rítmica que devem ter as boas canções rock.

No final de Fevereiro chegou ao nosso mercado numa versão deluxe que contém vários temas acústicos, e uma versão do tema “Fix you” dos Britânicos Coldpaly, está ainda incluído um dvd com os vídeos dos dois singles e alguns extras.

Apesar de ser um óptimo álbum rock, destaque para os singles: “Fall for you”,”Your call” e para as faixas “Like a knife”e “Maybe”. Acreditem que estamos perante uma estrela em ascensão, Secondhand Serenade promete!

 

U2 - No line on the horizon. Chegou às lojas no início deste mês de Março, mas duas semanas antes já era possível fazer o download ilegal, devido a um erro da filial da editora Universal na Austrália.

Esta banda Irlandesa é uma das mais credenciadas da história da música, e dispensa grandes apresentações.

O single “Get on your boots” foi a primeira amostra do 12º álbum de estúdio dos U2 que foi gravado em Marrocos,Dublin e Londres. Colaboraram neste disco velhos cúmplices da banda, Danny Lanois e Brian Eno.

Com mais de vinte cinco anos de carreira, a banda de Bono criou muitas expectativas aos fãs para este novo registo, depois de cinco anos sem editar nenhum álbum.

Nesta nova paisagem sonora o quarteto de Dublin reinventa a sonoridade característica da banda, inspirado em alguns dos seus temas da década de oitenta, nomeadamente no álbum “Unforgettable fire”. Os fãs da banda podem escolher uma das várias edições deste novo disco, destaque para o primeiro single “Get on your boots” e para os temas “No line on the horizon”, “Magnificent”e “Moment of surrender.

Agora ficamos a aguardar pela visita dos U2! Talvez no próximo ano...

 

The Killers - Day & age. É o regresso dos The Killers aos discos, a banda de Brandon Flowers. “Day & age” é o terceiro álbum desta banda que irá actuar em Portugal no dia 18 de Julho no estádio do Restelo. O quarteto de Las Vegas convidou Stuart Price para a produção do disco, uma aposta num nome bem conhecido da música electrónica.

O primeiro single a ser retirado deste cd foi “Human”, um tema com uma melodia contagiante entre o pop e a música de dança, que teve direito a várias remisturas, destacando-se a de Armin Van Buuren e Ferry Corten.

Não é difícil perceber onde a banda se inspirou para estes novos temas, utlizando uma atmosfera sonora onde se cruzam sons de alguns nomes bem conhecidos da década de oitenta numa pop dançante, exuberante e com muito glamour á mistura, cada faixa deste álbum é uma agradável surpresa.

A banda está a ganhar mais visibilidade com este registo permitindo-lhe subir para outro patamar!

Das onze faixas deste “Day and age” destaque para o cartão de vista, o fantástico “Human” e o temas “Spaceman” , “A dustland farytale”e “The world we live”.

Esta banda vai continuar a surpreender!

Hugo Rafael

 


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