GENTE & LIVROS
Rosamunde Pilcher
«Devia medir,
aproximadamente, um metro e meio por noventa centímetros, e dominava o
aposento. Os Apanhadores de Conchas. Olívia sabia que a mãe nunca se
cansaria da tela, apesar de a conhecer quase desde sempre. O seu impacte
atingia o observador como uma rajada de vento frio e salgado. O céu
repleto de nuvens pesadas, o mar de vagas alterosas, com rebentação
violenta na areia, sulcada de pequenas lagoas. E as figuras das três
crianças, agrupadas a um lado da imagem - duas raparigas de chapéu de
palha e vestidos arregaçados e um rapaz de cabeça descoberta. Todos eles
bronzeados e descalços, com a atenção fixa no conteúdo de um pequeno
balde escarlate».
In Os Apanhadores de Conchas
Rosamunde Pilcher,
escritora de nacionalidade inglesa, nasceu na aldeia de Lelant, na
Cornualha, a 22 de Setembro de 1924.
Aos 14 anos começa a escrever as primeiras histórias, publicando algumas
delas numa revista londrina. Termina os estudos na Miss Kerr Sander`s
Secretarial College, alista-se durante a II Guerra Mundial no Serviço
Feminino da Armada Real (1943-46), e ingressa depois no Ministério dos
Negócios Estrangeiros. Casa com o oficial escocês Graham Pilcher e aos
22 anos muda-se para Dundee, na Escócia.
Publica Mills and Boon (1949) sob pseudónimo. Os primeiros livros são
assinados com o nome de Jane Fraser. A Secret to Tell (1955) é o
primeiro dos 23 romances que escreve com o nome de Rosamunde Pilcher.
Com o romance Os Apanhadores de Conchas (1987), consegue uma
visibilidade até então desconhecida. O besteseller vende 60 milhões de
cópias e atinge o número um dos tops de vendas nos Estados Unidos, Reino
Unido e Alemanha.
Escreve, entre outros títulos, Abril (1957); O Tigre Adormecido (1967);
O Outro Lado do Amor (1949); O Fim do Verão (1971); A Casa Vazia (1973);
O Dia da Tempestade (1973); Solstício de Inverno (2000).
A autora é traduzida em mais de trinta línguas e as suas obras são
frequentemente adaptadas à televisão e ao teatro.
Mãe de 4 filhos e avó de 13 netos, Rosamunde Pilcher vive em Dundee na
Escócia, longe do ofício da escrita desde o ano 2000.
Os Apanhadores de
Conchas
Após ter sofrido um enfarte, Penelope sai do hospital com um projecto em
mente. Regressar à Cornualha. Foi aí que passou a juventude, viu o pai
pintar as suas telas, e conheceu o seu grande amor. Empenhada numa
viagem que é um reencontro com o passado, prossegue com os seus planos
nem sempre com a concordância dos três filhos. Das grandes decisões de
fim de vida faz parte o destino a dar a Os Apanhadores de Conchas, o
quadro mais famoso pintado pelo pai, e do qual nunca se conseguiu
separar.
Eugénia Sousa
LIVROS
Novidades literárias
Paralelo 40º. Um Monstruoso
Regimento de Mulheres, de Laurie R. King. Decorrem os anos 20. Em
Londres a jovem detective Mary Russell é pedida em casamento por
Sherlock Holmes. Mas os tempos são de emancipação, as mulheres estão na
rua a reivindicar direitos e o movimento sufragista é uma realidade.
Entre estas mulheres destaca-se uma figura carismática, um misto de
pregadora e activista. Só que em redor dela acontecem vários crimes e há
cadáveres de mulheres a surgir diariamente. Com ou sem a ajuda de
Sherlock Holmes, Mary Russell tem de parar os homicídios.
Dom Quixote. Os Ratoneiros - Uma
reminiscência, de William Faulkner. O último romance de Faulkner conta a
história de três improváveis ladrões de carros. No Mississipi rural do
início do século XX, Lucius Priest de 11 anos é persuadido por Boon
Hogganbeck, o empregado da casa, a roubar o carro do avô. Na companhia
do cocheiro Ned McCaslin partem os três numa atribulada viagem até
Memphis e a uma espectacular corrida de cavalos.
Piaget. As Tecnologias da
Inteligência - o Futuro do Pensamento na Era Informática, de Pierre Lévy.
Em que medida a era da informática corresponde a uma mudança de
paradigma de pensamento e comunicação? Quais os valores transmitidos
pela cultura informatizada? Lévy transmite aos leitores a importância do
papel das Tecnologias na nova concepção do conhecimento.
Difel. Retrato do Artista Quando
Jovem, de James Joyce. Esta é a história do jovem irlandês Stephen
Dedalus. A educação profundamente religiosa num colégio de Jesuítas, as
primeiras bebedeiras e apostas com os amigos, os namoros universitários.
É sobretudo o difícil processo de tomada de consciência de que para
poder escrever tem de ser independente de todos os poderes instituídos.
Campo das Letras. Fulgor e Morte
de Joaquín Murieta,de Pablo Neruda A única peça de teatro escrita por
Neruda narra a história de um bandido lendário. Joaquín Murieta,
emigrante chileno, chega à Califórnia durante a Febre do Ouro. Vem em
busca de fortuna. Contudo, o novo país só lhe dá racismo e ódio, e após
a violação e a morte da mulher, Joaquín encontra a justiça fora da lei.
Estampa. Felicidade - Como Obter
e Manter, de Joan Duncan Oliver. Recentemente um estudo do Inquérito
Social Europeu colocava os portugueses entre os mais tristes e
depressivos da União Europeia. «Ser ou não ser, eis a questão», mas o
melhor é pegar neste manual de auto-ajuda que promete arrasar com as
estatísticas e repor os níveis de confiança no futuro, em si, e nos
outros.
Presença. O Tigre Branco, de
Aravind Adiga. Balram Halwai, um jovem que cresce no interior miserável
da Índia, consegue por um percurso algo ambíguo tornar-se um empresário
de sucesso em Bangalore. Ele é a voz espirituosa e forte por detrás da
sua história e também da história das classes mais pobres de um país
massacrado pelas desigualdades sociais e económicas. O Tigre Branco, é
um excelente romance de estreia, Man Booker Prize em 2008.
Europa-América. A Filha do
Partisan, de Louis de Bernières. Londres, anos 70. Chris conhece Roza
numa paragem de autocarro da forma mais inesperada. Confunde-a com uma
prostituta. Ultrapassado o mal entendido inicial, Roza convida Chris
para um chá e fala-lhe das histórias da sua infância em Belgrado, do pai
partidário de Tito, das viagens pela Europa.
Gatafunho. O Mar, de Luísa Ducla
Soares e ilustrações de Pedro Sousa Pereira. O Mar, livro/ poema para os
mais pequenos, fala da beleza dos oceanos e também de todas as ameaças
que o homem lhes faz.
Texto. Eu Quero saber - As
Artes. O livro apresenta de forma divertida e didáctica às crianças, as
sete artes mais importantes.
DIA MUNDIAL DO TEATRO
Dos bastidores ao
palco
A 27 de Março
assinala-se o Dia Mundial do Teatro.
O Ensino Magazine associa-se ao evento, numa foto-reportagem assinada
por João Vasco.
Siga-nos nesta viagem aos bastidores da peça que há mais tempo está em
cena em Portugal.
No próximo dia 27 de Março celebra-se o
Dia Mundial do Teatro. Arte que se julga ter surgido na Grécia Antiga,
ainda no século IV a.C., em espectáculos de homenagem a Dionísio, Deus
do vinho, através de procissões, cada vez mais encenadas, de
agradecimento pelas boas colheitas.
Em Portugal considera-se Gil Vicente, nascido por volta de 1465, como o
fundador do Teatro Português, que tem como primeira encenação o Auto da
Visitação (1502), escrito e representado para a rainha Dona Maria, para
celebrar o nascimento daquele que viria a ser o rei de Portugal D. João
III, O Piedoso.
Ao longo dos anos, em Portugal, foram muitos os autores que escreveram
para teatro como Almeida Garrett, Júlio Dantas, Almada Negreiros, Raul
Brandão, Bernardo Santareno, Luís Sttau Monteiro ou Jorge Silva Melo,
entre outros, e também actores e actrizes como Amélia Rey Colaço,
Beatriz Costa, Carmen Dolores, Eunice Muñoz, João Villaret, Maria do Céu
Guerra, Paulo Renato, Ruy de Carvalho, Vasco Santana a par de muitos
mais.
Para celebrar este percurso fomos a Lisboa à Companhia Teatral do Chiado
ao Teatro Estúdio Mário Viegas (extraordinário actor nascido em 1948 e
precocemente falecido a 1 de Abril de 1996) ver uma das peças há mais
tempo em cena: “As Vampiras Lésbicas de Sodoma.”
A peça é da autoria do actor e romancista Charles Busch que apresentou
pela primeira vez este trabalho em 1984 em Nova Iorque, ficando na
altura cinco anos seguidos em cena. Por cá, a peça que nos “traz ao
palco um pequeno delírio de teatro popular onde o imaginário das
histórias de terror se mistura com o glamour decadente do mito Hollywood
e o universo exacerbadamente sexual dos shows de travesti” já vai no seu
terceiro ano consecutivo, apresentando-se agora ao público todos os
domingos pelas 22h.
Sentimos o ambiente proposto por Charles Busch e aqui ficam as imagens
que não dispensam, naturalmente, a presença dos leitores no próprio
espectáculo, onde Rita Lello e Simão Rubim se apresentam à frente dos
“muy talentosos” João Carracedo, João Marta, Manuel Mendes e Pedro
Luzindro. Primeiro o testemunho de todo o trabalho dos camarins com
destaque para a maquilhagem muito específica para este género. Depois as
fotos da própria peça, assistida, na altura, por uma sala completamente
esgotada e em delírio.
Com encenação de Juvenal Garcês, não percam, se possível.
Texto e Fotos: João Vasco
PELA OBJECTIVA DE J.
VASCO
O Entrudo em Lazarim
Fomos ao norte do país ver o Entrudo
tradicional do nosso país onde os Caretos com as suas máscaras e trajes
próprios embeleza com cor e alegria toda a região, atraindo assim cada
vez mais visitantes. Estivemos em Podence e Vila Boa de Ousilhão.
Música
Secondhand Serenade - A twist in my
story. Finalmente foi editado em Portugal “A twist in my story”de John
Vesely, agora conhecido mundialmente como Secondhand Serenade. Foi a
partir de Setembro de 2008 que as rádios Portuguesas começaram a rodar o
primeiro single “Fall for you”.
Nas terras do Tio Sam ,Secondhand Serenade foi uma das boas revelações
do soft rock no ano passado,tendo conseguido conquistar o top da MTV
Americana, o oitavo lugar no top da Bilboard, e vender mais 550.000
unidades deste trabalho.
A “A twist in my story”produzido por Butch Walker é um registo cheio de
boas canções e prova que o rock está vivo e de óptima saúde. O músico
utiliza neste segundo disco uma abordagem mais pessoal e introspectiva
sem fugir da estrutura rítmica que devem ter as boas canções rock.
No final de Fevereiro chegou ao nosso mercado numa versão deluxe que
contém vários temas acústicos, e uma versão do tema “Fix you” dos
Britânicos Coldpaly, está ainda incluído um dvd com os vídeos dos dois
singles e alguns extras.
Apesar de ser um óptimo álbum rock, destaque para os singles: “Fall for
you”,”Your call” e para as faixas “Like a knife”e “Maybe”. Acreditem que
estamos perante uma estrela em ascensão, Secondhand Serenade promete!
U2 - No line on the horizon.
Chegou às lojas no início deste mês de Março, mas duas semanas antes já
era possível fazer o download ilegal, devido a um erro da filial da
editora Universal na Austrália.
Esta banda Irlandesa é uma das mais credenciadas da história da música,
e dispensa grandes apresentações.
O single “Get on your boots” foi a primeira amostra do 12º álbum de
estúdio dos U2 que foi gravado em Marrocos,Dublin e Londres. Colaboraram
neste disco velhos cúmplices da banda, Danny Lanois e Brian Eno.
Com mais de vinte cinco anos de carreira, a banda de Bono criou muitas
expectativas aos fãs para este novo registo, depois de cinco anos sem
editar nenhum álbum.
Nesta nova paisagem sonora o quarteto de Dublin reinventa a sonoridade
característica da banda, inspirado em alguns dos seus temas da década de
oitenta, nomeadamente no álbum “Unforgettable fire”. Os fãs da banda
podem escolher uma das várias edições deste novo disco, destaque para o
primeiro single “Get on your boots” e para os temas “No line on the
horizon”, “Magnificent”e “Moment of surrender.
Agora ficamos a aguardar pela visita dos U2! Talvez no próximo ano...
The Killers - Day & age. É o
regresso dos The Killers aos discos, a banda de Brandon Flowers. “Day &
age” é o terceiro álbum desta banda que irá actuar em Portugal no dia 18
de Julho no estádio do Restelo. O quarteto de Las Vegas convidou Stuart
Price para a produção do disco, uma aposta num nome bem conhecido da
música electrónica.
O primeiro single a ser retirado deste cd foi “Human”, um tema com uma
melodia contagiante entre o pop e a música de dança, que teve direito a
várias remisturas, destacando-se a de Armin Van Buuren e Ferry Corten.
Não é difícil perceber onde a banda se inspirou para estes novos temas,
utlizando uma atmosfera sonora onde se cruzam sons de alguns nomes bem
conhecidos da década de oitenta numa pop dançante, exuberante e com
muito glamour á mistura, cada faixa deste álbum é uma agradável
surpresa.
A banda está a ganhar mais visibilidade com este registo permitindo-lhe
subir para outro patamar!
Das onze faixas deste “Day and age” destaque para o cartão de vista, o
fantástico “Human” e o temas “Spaceman” , “A dustland farytale”e “The
world we live”.
Esta banda vai continuar a surpreender!
Hugo Rafael
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