Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº135    Maio 2009

Universidade

NO COLÉGIO ESPÍRITO SANTO

Évora debate arquitectura

Tempo na Arquitectura foi o tema de um seminário internacional que decorreu nos passados dias 21 e 22 de Maio, no Colégio do Espírito Santo, Évora, em que participaram os arquitectos João Carrilho da Graça, Paulo Mendes da Rocha e Emílio Tuñon, entre outros.

Moderado por docentes da Universidade de Évora, o encontro subordinou-se a quatro temas - Matéria e Processo, Percurso e Território, Templos do Tempo e Lugares de Sincronia -, e propôs-se abordar as relações que se podem fixar entre tempo e construção, percepção, concepção e usos na arquitectura através de uma análise interdisciplinar.

Além do arquitecto português João Carrilho da Graça, do espanhol Emílio Tuñon e do brasileiro Paulo Mendes da Rocha, o seminário contou ainda com a participação da arquitecta paisagista chilena Teresa Moller, do historiador de arte suíço Jacques Gubler e do historiador italiano Giovanni Leoncini.

Os arquitectos espanhóis Mário Correa e António Arnesto, os arquitectos paisagistas portugueses João Nunes e Aurora Carapinha, o arqueólogo Cláudio Torres e o geógrafo Álvaro Domingues participaram também no encontro.

Organizado por João Soares e Marta Sequeira, do Departamento de Arquitectura da Universidade de Évora, no âmbito do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), o seminário foi apoiado pela Ordem dos Arquitectos, conta com a colaboração do Departamento de Artes Visuais e com o patrocínio da autarquia local, Fundação para a Ciência e Tecnologia e Fundação Eugénio de Almeida.
 

 

 

RECUPERAÇÃO DA VIA LATINA

União Europeia reconhecida

O projecto de conservação da Via Latina acaba de ser premiado pela União Europeia e pela Europa Nostra no âmbito dos “European Union Prize for Cultural Heritage/Europa Nostra Awards 2009”, integrando assim, um conjunto de projectos de elite, seleccionados pelo reconhecimento do esforço exemplar na conservação e protecção da herança cultural europeia, para as actuais e futuras gerações.

Entre um total de 138 candidaturas, provenientes de 24 países, e após uma rigorosa avaliação no local, por um painel de peritos independentes, a distinção do projecto de recuperação e requalificação da Via Latina, sublinha o rigor e qualidade do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, fundamental para a valorização do Pátio das Escolas, e com responsabilidade acrescida enquanto área integrada na candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da Unesco.

A atribuição deste galardão vem pois reforçar o reconhecimento internacional de um dos mais emblemáticos monumentos de Portugal e servirá de mote a um espectáculo de celebração deste espaço, que contará com a presença de um membro da organização da Europa Nostra. O evento está agendado para o próximo dia 4 de Julho, Feriado Municipal, e terá organização conjunta da Universidade e da Câmara Municipal de Coimbra, através da Empresa Municipal de Turismo de Coimbra.
 

 

 

MAIORES TRILOBITES DO MUNDO NO GEOPARQUE AROUCA

UTAD descobre fósseis

Uma equipa luso-espanhola de paleontólogos co-dirigida por Artur Sá (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e por Juan Carlos Gutiérrez-Marco (Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha), acaba de puiblicar um estudo, na revista americana Geology, sobre as maiores trilobites do mundo, encontradas na Pedreira do Valério em Canelas (Geoparque Arouca), em ardósias do Ordovícico com 465 milhões de anos.

A monitorização científica da exploração de ardósias efectuada nos últimos dez anos permitiu recuperar milhares de restos bem conservados de trilobites, uns artrópodes marinhos característicos da Era Paleozóica, cujos fósseis normalmente não superam os 10 centímetros de comprimento. A novidade reside no facto de, na Pedreira de Canelas, abundarem formas gigantes de diversas espécies, que excedem normalmente os 30 centímetros e chegam a alcançar os 90 centímetros de comprimento, o que estabelece um novo recorde mundial de tamanho para este grupo fóssil.

Gutiérrez-Marco explica que “na pedreira encontram-se fósseis de espécies conhecidas e amplamente distribuídas, mas o que é verdadeiramente excepcional é que os adultos se conservam completos e articulados, ao contrário daquilo que acontece noutros locais de Portugal e de Espanha, onde em rochas com idades comparáveis apenas dispomos de fragmentos e restos de mudas das carapaças dos indivíduos de maior tamanho”.

Segundo Artur Sá, paleontólogo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, “a possibilidade de estudar numa pedreira a mesma superfície de rocha, numa extensão de várias centenas de metros quadrados, permite ver que as trilobites se distribuíam aleatoriamente sobre o fundo do mar, sendo que muitas vezes morreram quando se encontravam em grupos, de algumas dezenas até milhares de indivíduos, rodeados por amplas extensões sem quaisquer fósseis”.

Nesta jazida fossilífera foi encontrado um grupo de pequenas trilobites de uma mesma espécie que se escondia sob a carapaça vazia de uma trilobite gigante, bem como alinhamentos de trilobites que procuravam protecção nas galerias escavadas e abandonadas por outros seres marinhos, tendo morrido asfixiadas no seu interior.

Tanto a Pedreira como os impressionantes fósseis do Ordovícico podem ser visitados no Centro de Interpretação Geológica de Canelas, que constitui um dos principais atractivos do Geoparque Arouca, recentemente integrado nas Redes Europeia e Global de Geoparques.


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