INVESTIGAÇÃO NA ÁREA DA
MEDICINA
UBI parceira de
Harvard

Promover a investigação clínica com
impacto sobre a educação da medicina e da prática médica especializada é
um dos principais objectivos do protocolo celebrado entre a Universidade
da Beira Interior (UBI) e a Harvard Medical School, uma das mais
conceituadas universidades do mundo. O acordo foi assinado a 21 de Maio,
no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, tendo estado, em representação
da UBI, o reitor eleito e actual presidente da Faculdade de Medicina,
João Queiroz.
O protocolo visa ainda modernizar e melhorar a qualidade da educação
médica, promovendo a divulgação de conteúdos médicos e a transferência
de conhecimentos de saúde e investigação biomédica para estudantes de
medicina, profissionais de saúde e para a população em geral.
Para além das instituições universitárias, esta parceria contempla
também laboratórios associados com actividades relevantes na área da
investigação biomédica, como é o caso do Centro de Investigação em
Ciências da Saúde, dirigido por João Queiroz.
Esta ligação vai agora permitir à Faculdade de Ciências da Saúde e ao
centro de investigação que lhe está associado, ter acesso a informações
biomédicas e participação directos em investigações desenvolvidas em
Harvard, com reflexo na formação na área da Medicina.
O programa delineado e agora protocolado entre a UBI e a instituição
americana insere-se num conjunto de diligências da Fundação para a
Ciência e Tecnologia (FCT, em colaboração com o Ministério da Saúde. O
objectivo passa por estimular a investigação clínica em Portugal, lançar
e dinamizar pós-graduações em medicina, incluindo bolsas “Júnior” e
“Sénior” de investigação clínica. 
Eduardo Alves
RETÓRICA E MEDIATIZAÇÃO
EM DEBATE
Os meios de persuasão
A persuasão na Imprensa foi o tema
principal das Jornadas Retórica e Mediatização realizadas em Maio na
Universidade da Beira Interior, que contaram com um leque de
prestigiados investigadores e profissionais da área da comunicação, numa
organização do Laboratório de Comunicação e Conteúdos Online (Labcom).
Em debate esteve o papel dos media na formação de uma opinião pública e
descortinar “quais os segredos e os métodos que os agentes sociais
utilizam para passar as suas mensagens”.
Ana Maria Palácios, docente e investigadora da Faculdade de Comunicação,
da Universidade Federal da Bahia, no Brasil, tem analisado “a forma como
é feita a passagem da mensagem, sobretudo de instituições públicas e do
papel social destas”. Um trabalho que pretende, acima de tudo
“diferenciar o que tem sido propaganda ou o que tem sido mensagem
publicitária”.
No entender da docente, cada vez mais existe um conjunto de mecanismos
que permitem aos vários agentes, fazer passar a sua mensagem, da forma
que pretendem. Uma prática que vai “subverter e persuadir, quer o
jornalista, quer o seu público”. Nesse sentido, “torna-se fundamental
conseguir identificar e separar os vários discursos”, tudo para que
“exista uma verdadeira mediação entre as partes e não uma persuasão”.
Já Bernardo Diáz Nosty, da Universidade de Málaga, abordou a forma como
“os meios podem, ou não, influenciar as opiniões”, como acontece, por
exemplo, ao nível do aquecimento global. Segundo refere, existem três
vertentes que interagem neste campo, “nomeadamente as empresas
contaminantes que não têm muito interesse que a sua posição seja
conhecida, os jornalistas e a forma como estes transmitem as informações
e também aos políticos e as estratégias utilizadas por estes para
legitimar a sua posição ideológica”. Daquilo que tem analisado “no
sector climático não são os políticos, os que dizem existir um problema
ecológico e nem são os jornalistas, os que descobrem esse problema”.
Há todo um painel de cientistas de referência, “sobretudo em
organizações como as Nações Unidas que dizem que se está a verificar um
processo de aquecimento global e que é necessário estabelecer medidas
correctivas para evitar desastres naturais”. Mas em todo o caso, “os
políticos têm de tomar medidas para se resolver o problema e os
jornalistas têm de saber transmitir a mensagem dos científicos”. 
Eduardo Alves
VARANDAS DA ZONA
HISTÓRICA DE VILA REAL ESTUDADAS NA UTAD
A matemática dos
artesãos

Na zona história de Vila Real persiste
uma arquitectura tradicional que dá grande visibilidade a um conjunto de
aplicações etnomatemáticas, sobretudo ao nível dos frisos das suas
varandas, mostrando também como o universo artesanal oferece, por vezes,
um leque de valores e saberes que passaram de geração em geração e que
importa ter em conta.
A conclusão é de um estudo sobre as Varandas Antigas de Vila Real,
apresentado na passada semana na Aula Magna da Univesidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, por uma docente de Matemática do
Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião, Gisela Parafita, no
âmbito das suas provas de Mestrado em Matemática, sob a orientação de
Cecília Costa.
Passadas a pente fino e fotografadas inúmeras varandas, do edifício da
Câmara Municipal de Vila Real, do solar da família de Camilo Castelo
Branco, Largo de “O Vilarealense”, Avenida de Carvalho Araújo, Rua Luis
de Camões, Rua da Misericórdia, etc., foram depois analisadas com
detalhe nos seus motivos, repetições e variações, demonstrando-se a
existência de Sete Grupos de frisos como unidade permanente nos modelos
matemáticos aplicados pelos respectivos artesãos”.
De resto, este estudo socorreu-se também dos testemunhos e experiências
de dois serralheiros que resistem na sua actividade em Vila Real.
António Reis, com 57 anos, agarrou a arte de seu pai com 10 anos de
idade e continuou-a até hoje, inovando-a como pôde nos seus engenhos.
Alberto Pinto, aos 78 anos e serralheiro desde os 14, orgulha-se de ter
construído muitas das varandas, grades e portões de Vila Real,
destacando-se o Palácio de Mateus e o Banco de Portugal. 
PATENTE ESTÁ REGISTADA
Prata já não fica
negra

Um grupo de investigadores do Centro de
Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, acaba de criar “um
revestimento fino que protege a prata e as suas ligas do fenómeno de
enegrecimento mas que permite que as peças mantenham todas as suas
características, incluindo o brilho e a cor da prata, o que não acontece
com as soluções já existentes no mercado”.
A descoberta é muito importante em termos de mercado, ao ponto de já ter
sido registada a patente, uma operação financiada pela Agência de
Inovação (ADI). O processo já foi optimizado e a tecnologia está prestes
a ser implementada pela indústria. É que as quedas drásticas nas
exportações de peças de prata e de joalharia, nomeadamente no Japão onde
atingiu os 70 por cento, ficaram a dever-se ao enegrecimento da sua
superfície.
O desafio feito pela Associação dos Industriais de Ourivesaria e
Relojoaria do Norte foi aceite pela equipa em 2004 e, posteriormente,
após várias reformulações, o projecto prosseguiu com a Empresa Ferreira
Marques e Irmãos, S.A., a maior empresa nacional do ramo, detentora da
marca Topázio.
O revestimento é eficaz não só na prata, mas também nas ligas de prata e
nas casquinhas de prata”, afirma a Investigadora Responsável pelo
projecto, Ana Paula Piedade, do CEMUC. O Centro de Engenharia Mecânica
da Universidade de Coimbra (CEMUC), que integrou este projecto de
investigação, é o maior e mais antigo Centro de Investigação do País em
Engenharia Mecânica com a classificação de “Excelente”, atribuída pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia.

PROJECTO "FIM DE STOCK"
Preservar o peixe é
preciso

«Fim de Stock» é um projecto de
responsabilidade social, desenvolvido pelos alunos do 2º ano da
Licenciatura em Design da Universidade de Aveiro, que visa alertar para
as espécies aquáticas em vias de extinção. Relacionando as áreas
científicas da Biologia, da Conservação natural e do Design, os alunos
desenvolveram um argumento e criaram meia centena de artefactos
representativos de cada uma das espécies ameaçadas.
O projecto está em exposição no Mercado da Praça do Peixe, até 13 de
Junho e pretende apelar para os graves problemas de conservação de
espécies aquáticas que, devido a factores como a poluição, a alteração
dos habitats, o consumo excessivo e a captura dos seus prematuros, estão
em perigo de extinção. Para isso os alunos do 2º ano de Design da UA
criaram artefactos baseados em técnicas de conformação tradicionais, que
relatam a história e situação de cada uma das espécies representadas. 
UFP CORPORATE EDUCATION
Universidade nas
empresas
Após três anos de investigação para
identificar as necessidades de formação e definir os públicos alvo, a
Universidade Fernando Pessoa (UFP) apresentou, a 26 de Maio, a UFP
Corporate Education. Este conceito de universidade corporativa pretende
criar universidades no interior das empresas, ajustadas às necessidades
de cada uma delas. Isto tornou-se possível através de parcerias entre as
empresas e a Universidade de forma a promover programas de formação
adaptados à realidade de cada empresa.
Até ao momento, a universidade conta com a colaboração de empresas como
a GALILEU, empresa especialista em Tecnologias da Informação, a SGS, a
maior organização mundial no domínio da inspecção, verificação, análise
e certificação, o Instituto Electrotécnico Português, o CEVAL, Conselho
Empresarial dos Vales do Lima e Minho, a Cooprofar, Cooperativa dos
Proprietários de Farmácia, a DoctorGimo, empresa fornecedora de
equipamentos na área de saúde animal, a Clarke & Modet, empresa
multinacional especialista em Propriedade Intelectual e a Cisco, líder
mundial em redes para a internet (através da Cisco Academy Network.
Para a Universidade Fernando Pessoa este projecto é uma forma de
conquistar novos públicos, numa altura em que a procura da formação
tradicional dá sinais de recuo. A UFP acredita que a vantagem da
educação corporativa em relação ao modelo tradicional reside no
contributo que a Universidade Fernando Pessoa pode dar às empresas, já
que tem a experiência do ensino e da investigação aplicada.
Os cursos arrancam em Outubro e já se encontram abertas as inscrições.
As aulas vão decorrer nas empresas e na Universidade Fernando Pessoa,
tendo uma vasta oferta em várias áreas de formação, desde a inteligência
competitiva, as tecnologias de informação e comunicação, a segurança
infantil e, a gestão empresarial. 
|