Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº136    Junho 2009

Universidade

INVESTIGAÇÃO NA ÁREA DA MEDICINA

UBI parceira de Harvard

Promover a investigação clínica com impacto sobre a educação da medicina e da prática médica especializada é um dos principais objectivos do protocolo celebrado entre a Universidade da Beira Interior (UBI) e a Harvard Medical School, uma das mais conceituadas universidades do mundo. O acordo foi assinado a 21 de Maio, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, tendo estado, em representação da UBI, o reitor eleito e actual presidente da Faculdade de Medicina, João Queiroz.

O protocolo visa ainda modernizar e melhorar a qualidade da educação médica, promovendo a divulgação de conteúdos médicos e a transferência de conhecimentos de saúde e investigação biomédica para estudantes de medicina, profissionais de saúde e para a população em geral.

Para além das instituições universitárias, esta parceria contempla também laboratórios associados com actividades relevantes na área da investigação biomédica, como é o caso do Centro de Investigação em Ciências da Saúde, dirigido por João Queiroz.

Esta ligação vai agora permitir à Faculdade de Ciências da Saúde e ao centro de investigação que lhe está associado, ter acesso a informações biomédicas e participação directos em investigações desenvolvidas em Harvard, com reflexo na formação na área da Medicina.

O programa delineado e agora protocolado entre a UBI e a instituição americana insere-se num conjunto de diligências da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, em colaboração com o Ministério da Saúde. O objectivo passa por estimular a investigação clínica em Portugal, lançar e dinamizar pós-graduações em medicina, incluindo bolsas “Júnior” e “Sénior” de investigação clínica.

Eduardo Alves

 

 

 

RETÓRICA E MEDIATIZAÇÃO EM DEBATE

Os meios de persuasão

A persuasão na Imprensa foi o tema principal das Jornadas Retórica e Mediatização realizadas em Maio na Universidade da Beira Interior, que contaram com um leque de prestigiados investigadores e profissionais da área da comunicação, numa organização do Laboratório de Comunicação e Conteúdos Online (Labcom). Em debate esteve o papel dos media na formação de uma opinião pública e descortinar “quais os segredos e os métodos que os agentes sociais utilizam para passar as suas mensagens”.

Ana Maria Palácios, docente e investigadora da Faculdade de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia, no Brasil, tem analisado “a forma como é feita a passagem da mensagem, sobretudo de instituições públicas e do papel social destas”. Um trabalho que pretende, acima de tudo “diferenciar o que tem sido propaganda ou o que tem sido mensagem publicitária”.

No entender da docente, cada vez mais existe um conjunto de mecanismos que permitem aos vários agentes, fazer passar a sua mensagem, da forma que pretendem. Uma prática que vai “subverter e persuadir, quer o jornalista, quer o seu público”. Nesse sentido, “torna-se fundamental conseguir identificar e separar os vários discursos”, tudo para que “exista uma verdadeira mediação entre as partes e não uma persuasão”.

Já Bernardo Diáz Nosty, da Universidade de Málaga, abordou a forma como “os meios podem, ou não, influenciar as opiniões”, como acontece, por exemplo, ao nível do aquecimento global. Segundo refere, existem três vertentes que interagem neste campo, “nomeadamente as empresas contaminantes que não têm muito interesse que a sua posição seja conhecida, os jornalistas e a forma como estes transmitem as informações e também aos políticos e as estratégias utilizadas por estes para legitimar a sua posição ideológica”. Daquilo que tem analisado “no sector climático não são os políticos, os que dizem existir um problema ecológico e nem são os jornalistas, os que descobrem esse problema”.

Há todo um painel de cientistas de referência, “sobretudo em organizações como as Nações Unidas que dizem que se está a verificar um processo de aquecimento global e que é necessário estabelecer medidas correctivas para evitar desastres naturais”. Mas em todo o caso, “os políticos têm de tomar medidas para se resolver o problema e os jornalistas têm de saber transmitir a mensagem dos científicos”.

Eduardo Alves

 

 

 

VARANDAS DA ZONA HISTÓRICA DE VILA REAL ESTUDADAS NA UTAD

A matemática dos artesãos

Na zona história de Vila Real persiste uma arquitectura tradicional que dá grande visibilidade a um conjunto de aplicações etnomatemáticas, sobretudo ao nível dos frisos das suas varandas, mostrando também como o universo artesanal oferece, por vezes, um leque de valores e saberes que passaram de geração em geração e que importa ter em conta.

A conclusão é de um estudo sobre as Varandas Antigas de Vila Real, apresentado na passada semana na Aula Magna da Univesidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, por uma docente de Matemática do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião, Gisela Parafita, no âmbito das suas provas de Mestrado em Matemática, sob a orientação de Cecília Costa.

Passadas a pente fino e fotografadas inúmeras varandas, do edifício da Câmara Municipal de Vila Real, do solar da família de Camilo Castelo Branco, Largo de “O Vilarealense”, Avenida de Carvalho Araújo, Rua Luis de Camões, Rua da Misericórdia, etc., foram depois analisadas com detalhe nos seus motivos, repetições e variações, demonstrando-se a existência de Sete Grupos de frisos como unidade permanente nos modelos matemáticos aplicados pelos respectivos artesãos”.

De resto, este estudo socorreu-se também dos testemunhos e experiências de dois serralheiros que resistem na sua actividade em Vila Real. António Reis, com 57 anos, agarrou a arte de seu pai com 10 anos de idade e continuou-a até hoje, inovando-a como pôde nos seus engenhos. Alberto Pinto, aos 78 anos e serralheiro desde os 14, orgulha-se de ter construído muitas das varandas, grades e portões de Vila Real, destacando-se o Palácio de Mateus e o Banco de Portugal.

 

 

 

PATENTE ESTÁ REGISTADA

Prata já não fica negra

Um grupo de investigadores do Centro de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, acaba de criar “um revestimento fino que protege a prata e as suas ligas do fenómeno de enegrecimento mas que permite que as peças mantenham todas as suas características, incluindo o brilho e a cor da prata, o que não acontece com as soluções já existentes no mercado”.

A descoberta é muito importante em termos de mercado, ao ponto de já ter sido registada a patente, uma operação financiada pela Agência de Inovação (ADI). O processo já foi optimizado e a tecnologia está prestes a ser implementada pela indústria. É que as quedas drásticas nas exportações de peças de prata e de joalharia, nomeadamente no Japão onde atingiu os 70 por cento, ficaram a dever-se ao enegrecimento da sua superfície.

O desafio feito pela Associação dos Industriais de Ourivesaria e Relojoaria do Norte foi aceite pela equipa em 2004 e, posteriormente, após várias reformulações, o projecto prosseguiu com a Empresa Ferreira Marques e Irmãos, S.A., a maior empresa nacional do ramo, detentora da marca Topázio.

O revestimento é eficaz não só na prata, mas também nas ligas de prata e nas casquinhas de prata”, afirma a Investigadora Responsável pelo projecto, Ana Paula Piedade, do CEMUC. O Centro de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra (CEMUC), que integrou este projecto de investigação, é o maior e mais antigo Centro de Investigação do País em Engenharia Mecânica com a classificação de “Excelente”, atribuída pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 

 

 

PROJECTO "FIM DE STOCK"

Preservar o peixe é preciso

«Fim de Stock» é um projecto de responsabilidade social, desenvolvido pelos alunos do 2º ano da Licenciatura em Design da Universidade de Aveiro, que visa alertar para as espécies aquáticas em vias de extinção. Relacionando as áreas científicas da Biologia, da Conservação natural e do Design, os alunos desenvolveram um argumento e criaram meia centena de artefactos representativos de cada uma das espécies ameaçadas.

O projecto está em exposição no Mercado da Praça do Peixe, até 13 de Junho e pretende apelar para os graves problemas de conservação de espécies aquáticas que, devido a factores como a poluição, a alteração dos habitats, o consumo excessivo e a captura dos seus prematuros, estão em perigo de extinção. Para isso os alunos do 2º ano de Design da UA criaram artefactos baseados em técnicas de conformação tradicionais, que relatam a história e situação de cada uma das espécies representadas.

 

 

 

UFP CORPORATE EDUCATION

Universidade nas empresas

Após três anos de investigação para identificar as necessidades de formação e definir os públicos alvo, a Universidade Fernando Pessoa (UFP) apresentou, a 26 de Maio, a UFP Corporate Education. Este conceito de universidade corporativa pretende criar universidades no interior das empresas, ajustadas às necessidades de cada uma delas. Isto tornou-se possível através de parcerias entre as empresas e a Universidade de forma a promover programas de formação adaptados à realidade de cada empresa.

Até ao momento, a universidade conta com a colaboração de empresas como a GALILEU, empresa especialista em Tecnologias da Informação, a SGS, a maior organização mundial no domínio da inspecção, verificação, análise e certificação, o Instituto Electrotécnico Português, o CEVAL, Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho, a Cooprofar, Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, a DoctorGimo, empresa fornecedora de equipamentos na área de saúde animal, a Clarke & Modet, empresa multinacional especialista em Propriedade Intelectual e a Cisco, líder mundial em redes para a internet (através da Cisco Academy Network.

Para a Universidade Fernando Pessoa este projecto é uma forma de conquistar novos públicos, numa altura em que a procura da formação tradicional dá sinais de recuo. A UFP acredita que a vantagem da educação corporativa em relação ao modelo tradicional reside no contributo que a Universidade Fernando Pessoa pode dar às empresas, já que tem a experiência do ensino e da investigação aplicada.

Os cursos arrancam em Outubro e já se encontram abertas as inscrições. As aulas vão decorrer nas empresas e na Universidade Fernando Pessoa, tendo uma vasta oferta em várias áreas de formação, desde a inteligência competitiva, as tecnologias de informação e comunicação, a segurança infantil e, a gestão empresarial.


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