Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº131    Janeiro 2009

Universidade

CONSELHO GERAL DA UBI

Salema é o novo presidente

Carlos Salema, presidente do Instituto de Telecomunicações, membro da Assembleia Estatutária da Universidade da Beira Interior, acaba de ser eleito presidente do Conselho Geral daquela universidade. A eleição decorreu na primeira reunião com os membros cooptados para o Conselho Geral, o qual serviu também para dar posse às oito individualidades externas à instituição e debater algumas questões de funcionamento.

Já como presidente deste organismo, Carlos Salema explicou o papel do cargo que agora assume. Segundo o engenheiro electrotécnico, “o presidente do Conselho Geral tem como papel principal, gerir as reuniões deste órgão. Pela lei, não representa a universidade, nem dentro nem fora das suas instalações”. Este docente lembra também que “a missão do conselho geral, numa primeira fase, e na mais importante, tem de eleger o reitor. Mas tem também como missão, nomear o Provedor do Estudante; e definir o regulamento da sua actuação”. Os próximos encontros deste organismo que conta com 15 docentes, cinco alunos, um funcionário e oito pessoas externas à UBI, devem servir para delinear as formas de actuação e o calendário de reuniões. No entender de Salema, “todo o processo eleitoral deve decorrer, provavelmente, até ao mês de Abril”.

Para além destes pontos, o Conselho Geral tem também nas suas funções “dar pareceres sobre quaisquer assuntos que o reitor lhe submeta, entre as quais, de forma obrigatória, analisar os planos de acção e as contas”. Por isso mesmo, o agora eleito presidente olha para este conselho “como um órgão da universidade onde se devem poder debater vários problemas que afligem a universidade e que serão trazidos pelos representantes do docentes, funcionários e alunos da universidade, mas que tem a participação de pessoas de fora da instituição que podem dar uma visão exterior para ajudar a resolver os problemas, dar orientações, sugerir maneiras de resolver esses problemas”. Carlos Salema aponta para “uma UBI como uma universidade com dificuldades óbvias, que resultam da sua localização no interior do País, mas, ao mesmo tempo, uma universidade que tem procurado resolver esses problemas”. Nesse aspecto, o presidente do Conselho Geral garante que “a UBI tem vindo a saber evoluir”. Prova disso mesmo são as estruturas “que estão à vista de todos”. Para dar força a esta ideia, Salema lembra que “se olharmos para o que era a UBI há dez anos e fizermos a mesma análise agora notamos que existe uma evolução considerável”. O presidente do Conselho Geral lembra também que a instituição covilhanense “tem tido uma evolução muito positiva na qualificação dos seus docentes e também tem vindo a crescer sempre no número de alunos e em novos cursos”.

Na lista de oito cooptados está também António Simões Lopes, licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa, onde se especializou na área económica. Foi Bastonário da Ordem dos Economistas durante cinco anos, entre 1999 e 2004, membro do Conselho Económico e Social, Conselheiro da Universidade de Évora, reitor da Universidade Técnica de Lisboa entre 1986 e 1999, e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP).

Outra das personalidades é o empresário têxtil Paulo de Oliveira, um dos mais importantes nomes do sector têxtil europeu, que dirige a maior empresa produtora de tecidos de lã da Península Ibérica. Fernando Nobre, presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) é também um cooptado. Também neste leque está Joaquim Lima, director geral da Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), Francisco Maria Sousa Soares, ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros, José Fernandes, director da Microsoft Portugal, e João Seabra Ferreira Pinto, director da Siemens Medical Solutions.

Eduardo Alves

 

 

 

NA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA

Fernandes explica Kilimanjaro

Rui Fernandes, docente do Departamento de Informática da UBI, liderou no passado mês de Setembro, uma expedição de investigadores e técnicos de várias áreas, ao Kilimanjaro. Encontrar a altura exacta desta formação montanhosa foi o objectivo da iniciativa que vai agora ser explicada na Sociedade de Geografia de Lisboa.

A expedição teve como mote a “Expedição Geodésica ao Kilimanjaro: Qual a Altitude de Maior Elevação de África?”. A altura oficial da maior formação montanhosa de todo o continente africano foi determinada em 1957 por um grupo de geógrafos e topógrafos ingleses. Nessa época, a equipa utilizou o método de “transporte de coordenadas”, através do qual chegou a uma altura de 5895 metros. Contudo, no final do século XX, e já com recurso a tecnologia electrónica, nomeadamente aparelhos de GPS (Global Positioning Sistem), uma outra equipa de investigadores volta a medir a formação montanhosa e chega a resultados diferentes. O objectivo da expedição realizada em Setembro passou por aplicar os mais recentes instrumentos de medição por GPS, as mais avançadas técnicas da área e os conhecimentos de Engenharia Geográfica para encontrar o real valor da altura do Kilimanjaro.

A conferência do docente da UBI retrata a preparação e execução da viagem e também o posterior estudo dos dados recolhidos. O docente de Sistemas de Informação Geográfica da UBI e investigador do Instituto Geofísico D. Luis liderou um grupo de 14 investigadores de cinco países, que considerou este projecto “uma extraordinária combinação entre motivação científica (aplicação de novas técnicas de medição geodésica), problemas técnicos (dificuldades computacionais a altas altitudes) e desenvolvimento do conhecimento humano”. Para que os valores da medição fossem os mais precisos, foram combinados os dados de GPS com dados da gravidade. Isto porque, “o maior problema do GPS, nestes casos, é o de atribuir uma altitude que é conseguida na base de uma superfície matemática perfeita, mas que muitas vezes não é bem real”. Para que o projecto conseguisse ultrapassar esse obstáculo, alguns dos técnicos foram percorrendo o sopé do monte para, “através de medidas da gravidade se conseguir determinar o nível médio das águas do mar”, explica Rui Fernandes.

Participaram investigadores de institutos de investigação da Universidade da Beira Interior, Algarve, Coimbra e Porto. O projecto envolveu ainda entidades da Tanzânia, Quénia, Egipto e Holanda.

Eduardo Alves

 

 

 

MODA

O admirável mundo segundo Lipovetsky

“Está na hora de mudar”, de mudar de estratégias, de mudar de pensamentos, de mudar a forma como se cria e produz no mundo da moda. Quem o diz é Gilles Lipovetsky, filósofo francês e professor na Universidade de Grenoble, que esteve na UBI para falar, entre outras coisas, sobre a “moda hipermoderna”.

Autor de obras como “A Era do Vazio”, “Do Luxo Sagrado ao Luxo Democrático” e “O Império do Efémero: a Moda e seu destino nas sociedades modernas”, é considerado uma das mais proeminentes vozes nesta área. Mas também um dos poucos filósofos a desenvolver trabalhos de investigação nesta área.

O investigador explicou os mais recentes desenvolvimentos no mundo da moda, num mundo onde “muitas vezes, não basta apenas criar, mas também tem de se saber gerir e mudar”. E a principal transformação que actualmente pode ser apontada nesta área é precisamente “a alteração dos tradicionais calendários”. Até há meia dúzia de anos “existiam duas colecções, as marcas apenas se preocupavam em produzir roupa para a época de Outono/Inverno e Primavera/Verão”. Todo esse universo “está hoje ultrapassado”, garante o filósofo. Com a chegada ao mercado “de empresas como a Inditex, com grandes grupos de roupa, toda esta situação se altera”. Lipovetsky fala assim “na moda hipermoderna”, na moda “que semana a semana apresenta novidades”.

Mas para além de toda uma transformação de fundo “no que respeita ao mercado” existem também outras consequências associadas. Para o professor da Universidade de Grenoble, aquilo que também está a acontecer nesta área “é a massificação da moda, a abertura das grandes casas e das colecções de renome a todos”. Variantes que se justificam “quer pela maior produção das casas que adoptam diferentes posturas, como a de promoverem marcas de topo e também marcas bastante acessíveis”; e por outro lado “temos hoje a abertura das marcas consideradas de elite, a todo o mundo”. Lipovetsky, nesta área, aponta um exemplo muito concreto, como é o caso da Chanel, cujo responsável “há bem poucos anos afirmava nunca ser necessário à marca fazer qualquer tipo de publicidade”. Aquilo que hoje esta e outras entidades da moda fazem “é promover a sua imagem por todo o mundo, com grande budgets publicitários”, afirma. Num outro sentido, Lipovetsky falou também da mulher moderna, num seu terceiro sentido. Hoje o papel feminino divide-se entre o trabalho, a família e a beleza. Toda esta transformação social ganha maior relevo com os desafios profissionais e sociais que hoje se enfrentam. Para o orador, “cada vez mais a mulher acaba por optar por uma carreira, em detrimento de uma família.

Eduardo Alves

 

 

 

PONTES DE ESPARGUETE

UBI bate recorde

O VIII Concurso de Pontes de Esparguete da Universidade da Beira Interior ficou marcado pela obtenção de um novo recorde de resistência, após uma ponte ter sustentado um peso de 73,4 quilos. O recorde foi atingido por Marco Canário, aluno de Engenharia Electromecânica.

Em segundo lugar, tendo a sua ponte, aguentado 67,2 quilos, ficou Filipe Casimiro, do mesmo curso, e em terceiro lugar ficou Sara Zorro cuja ponte aguentou 33,6 quilos. No que diz respeito ao campo de Estética, o vencedor foi Filipe Casimiro, 2º classificado na categoria de Resistência. Apesar dos cálculos que teve que efectuar, o seu principal truque é a “intuição” e confessa que ficou desiludido com a sua classificação na prova de resistência.

Estiveram a concurso um total de 23 pontes de alunos de Engenharia Civil, Electromecânica, Mecânica e Aeronáutica. Os pesos suportados variaram entre os 2,1 quilos e os 73,4 quilos. Para fazer parte do concurso, todos os participantes tiveram que seguir o regulamento onde uma das regras fundamentais é que a ponte não pode ter mais de 350 gramas. Basta o mínimo defeito para que a ponte quebre e basta também um detalhe para que a ponte suporte cargas como os 73,4 quilos deste ano, ultrapassando largamente o recorde anterior.

Para além dos troféus, os alunos da disciplina de Mecânica Aplicada melhor classificados obtêm dois valores na classificação final da disciplina. O concurso já é uma tradição ubiana e na sua oitava edição encheu o anfiteatro 8.1. Umas das presenças mais notadas foram as da esposa e dos dois filhos mais velhos do falecido Humberto Santos, docente da UBI no Departamento de Engenharia Electromecânica e grande impulsionador do concurso. Em sua memória, a partir deste ano o concurso passará a ter o seu nome.

Sara Susano

 

 

 

COM ESPANHA

Cespu quer medicina

A cooperativa detentora do Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte, que aguarda autorização governamental para leccionar Medicina, anunciou um acordo de cooperação com a Universidade de Santiago de Compostela para intercâmbio de docentes na área da Saúde.

Em comunicado, a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), localizada em Gandra, Paredes, refere que o protocolo firmado com a universidade galega prevê “o intercâmbio de docentes para conhecer novas tecnologias, sob o regime de reciprocidade”.

O acordo reporta-se às áreas da Medicina, Medicina Dentária, Ciências Farmacêuticas, Psicologia, Enfermagem e Podologia.

Os programas de colaboração irão envolver os três ciclos do Ensino Superior e também pós-graduações. A CESPU sublinha ainda que as duas instituições já desenvolvem parcerias em várias áreas da investigação biomédica.
 

CESPU. O III Simpósio de Saúde Mental e Psiquiatria, subordinado ao tema Reflexos da Arte na Saúde Mental realiza-se, no próximo dia 9 de Fevereiro, na Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa, em Gandra - Paredes. Várias temáticas serão abordadas por profissionais de renome conhecido nas áreas em estudo (Cinema, Teatro (Psicodrama), Pintura e Música).

 

 

 

UTAD

Investigador em Londres

O antropólogo Cebaldo de León, investigador do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) proferiu, no passado dia 14 de Janeiro, uma palestra sobre “Los Impactos del Turismo en Kuna Yala: Turismo y Cultura entre los Kuna de Panama” no Instituto para o Estudo das Américas, na Universidade de Londres.

Este investigador apresentou o seu já muito reconhecido projecto de investigação sobre o etnoturismo em Kuna Yala, realizado em conjunto com o docente e investigador da UTAD Xerardo Pereiro, e com o qual ambos receberam em Madrid o Prémio FITUR-2007 entregue à melhor investigação em turismo em toda a Iberoamérica.

Refira-se que este trabalho, que concebe um modelo de desenvolvimento do turismo de uma tribo no Panamá, os Kuna Yala, havia sido, premiado, em Março do ano findo, pela “National Geographic Society”, revista editada em cerca de 20 línguas.

 

 

 

EM E-LEARNING

UTL e Aberta juntas

A formação de professores em pedagogia do “e-learning” está na origem de um programa de colaboração entre a Universidade Aberta e a Universidade Técnica de Lisboa que terá início no próximo ano lectivo. “No âmbito do acordo, a Universidade Aberta contribui com os seus conhecimentos em pedagogia do ‘e-learning’ para a formação de 30 docentes da Universidade Técnica de Lisboa, cabendo a esta entidade a cedência de tecnologia e de infra-estruturas”, revelou o pró-reitor para a Inovação em Ensino a Distância da Universidade Aberta à agência Lusa.

De acordo com António Teixeira, a formação do conjunto de professores das várias faculdades e institutos da Universidade Técnica de Lisboa (UTL) “vai decorrer ao longo de três períodos, em regime intensivo”.

“Os três blocos, de quatro semanas cada, serão leccionados entre Setembro/Outubro deste ano e Fevereiro/Março de 2009”, informou o responsável, adiantando que a Universidade Aberta “acompanhará ainda a Universidade Técnica de Lisboa na definição do seu modelo de ensino à distância e no lançamento experimental das primeiras disciplinas”.

O primeiro passo para esta parceria foi dado, há cerca de três meses, pela Universidade Técnica de Lisboa e o futuro do protocolo passa por desenvolver, em conjunto, “estratégias para a inovação do ‘e-learning’, programas de investigação e uma oferta pedagógica”, afirmou o pró-reitor.

António Teixeira adiantou ainda à Lusa que a Universidade Aberta está disponível para estabelecer este tipo de parcerias “com outras universidades portuguesas ou estrangeiras”.

O programa de colaboração será apresentado quinta-feira, pelas 11:30, na Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa, com a presença do reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, do reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Fernando Ramôa Ribeiro, e de elementos de ambas as equipas reitorais.

 

 

 

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Santos Silva no Conselho

Artur Santos Silva acaba de ser eleito presidente do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, na primeira reunião deste órgão em que tomaram parte os elementos externos que o integram. «É uma honra e uma responsabilidade. Tenho a certeza de que a Universidade de Coimbra, que já tem um papel fundamental, vai reforçar a sua contribuição para a vida do País, afirmando-se como uma universidade marcante na Europa», afirmou Santos Silva, pouco após a eleição.

O Conselho Geral é um dos três órgãos de governo da Universidade de Coimbra, a par com o Reitor e o Conselho de Gestão, um modelo que resulta da aplicação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. Sobre as alterações ao modelo de funcionamento deste sistema de ensino, Santos Silva disse esperar que «estas mudanças contribuam para transformar em ainda mais valor económico toda a grande capacidade de produção de conhecimento que existe nas universidades».

Fundador do Grupo BPI, Artur Santos Silva liderou, em termos executivos, este projecto entre 1981 e 2004, sendo actualmente presidente do Conselho de Administração do referido grupo bancário. Foi docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, primeiro como professor assistente das cadeiras de Finanças Públicas e Economia Política, entre 1963 e 1967, e mais tarde como regente da disciplina de Economia Financeira, de 1980 a 1982. Integrou a Alta Direcção do Banco Português do Atlântico, de 1968 a 1975, tendo depois desempenhado as funções de Secretário de Estado do Tesouro (1975/76) e Vice-Governador do Banco de Portugal (1977/78). Integrou, no ano passado, a Assembleia Estatutária que elaborou os actuais Estatutos da Universidade de Coimbra. É presidente da Direcção da COTEC Portugal e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.


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