CONSELHO GERAL DA UBI
Salema é o novo
presidente

Carlos Salema, presidente do Instituto de
Telecomunicações, membro da Assembleia Estatutária da Universidade da
Beira Interior, acaba de ser eleito presidente do Conselho Geral daquela
universidade. A eleição decorreu na primeira reunião com os membros
cooptados para o Conselho Geral, o qual serviu também para dar posse às
oito individualidades externas à instituição e debater algumas questões
de funcionamento.
Já como presidente deste organismo, Carlos Salema explicou o papel do
cargo que agora assume. Segundo o engenheiro electrotécnico, “o
presidente do Conselho Geral tem como papel principal, gerir as reuniões
deste órgão. Pela lei, não representa a universidade, nem dentro nem
fora das suas instalações”. Este docente lembra também que “a missão do
conselho geral, numa primeira fase, e na mais importante, tem de eleger
o reitor. Mas tem também como missão, nomear o Provedor do Estudante; e
definir o regulamento da sua actuação”. Os próximos encontros deste
organismo que conta com 15 docentes, cinco alunos, um funcionário e oito
pessoas externas à UBI, devem servir para delinear as formas de actuação
e o calendário de reuniões. No entender de Salema, “todo o processo
eleitoral deve decorrer, provavelmente, até ao mês de Abril”.
Para além destes pontos, o Conselho Geral tem também nas suas funções
“dar pareceres sobre quaisquer assuntos que o reitor lhe submeta, entre
as quais, de forma obrigatória, analisar os planos de acção e as
contas”. Por isso mesmo, o agora eleito presidente olha para este
conselho “como um órgão da universidade onde se devem poder debater
vários problemas que afligem a universidade e que serão trazidos pelos
representantes do docentes, funcionários e alunos da universidade, mas
que tem a participação de pessoas de fora da instituição que podem dar
uma visão exterior para ajudar a resolver os problemas, dar orientações,
sugerir maneiras de resolver esses problemas”. Carlos Salema aponta para
“uma UBI como uma universidade com dificuldades óbvias, que resultam da
sua localização no interior do País, mas, ao mesmo tempo, uma
universidade que tem procurado resolver esses problemas”. Nesse aspecto,
o presidente do Conselho Geral garante que “a UBI tem vindo a saber
evoluir”. Prova disso mesmo são as estruturas “que estão à vista de
todos”. Para dar força a esta ideia, Salema lembra que “se olharmos para
o que era a UBI há dez anos e fizermos a mesma análise agora notamos que
existe uma evolução considerável”. O presidente do Conselho Geral lembra
também que a instituição covilhanense “tem tido uma evolução muito
positiva na qualificação dos seus docentes e também tem vindo a crescer
sempre no número de alunos e em novos cursos”.
Na lista de oito cooptados está também António Simões Lopes, licenciado
em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras
da Universidade Técnica de Lisboa, onde se especializou na área
económica. Foi Bastonário da Ordem dos Economistas durante cinco anos,
entre 1999 e 2004, membro do Conselho Económico e Social, Conselheiro da
Universidade de Évora, reitor da Universidade Técnica de Lisboa entre
1986 e 1999, e presidente do Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas (CRUP).
Outra das personalidades é o empresário têxtil Paulo de Oliveira, um dos
mais importantes nomes do sector têxtil europeu, que dirige a maior
empresa produtora de tecidos de lã da Península Ibérica. Fernando Nobre,
presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) é também um
cooptado. Também neste leque está Joaquim Lima, director geral da
Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), Francisco Maria Sousa Soares,
ex-bastonário da Ordem dos Engenheiros, José Fernandes, director da
Microsoft Portugal, e João Seabra Ferreira Pinto, director da Siemens
Medical Solutions. 
Eduardo Alves
NA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA
Fernandes explica
Kilimanjaro
Rui Fernandes, docente do Departamento de
Informática da UBI, liderou no passado mês de Setembro, uma expedição de
investigadores e técnicos de várias áreas, ao Kilimanjaro. Encontrar a
altura exacta desta formação montanhosa foi o objectivo da iniciativa
que vai agora ser explicada na Sociedade de Geografia de Lisboa.
A expedição teve como mote a “Expedição Geodésica ao Kilimanjaro: Qual a
Altitude de Maior Elevação de África?”. A altura oficial da maior
formação montanhosa de todo o continente africano foi determinada em
1957 por um grupo de geógrafos e topógrafos ingleses. Nessa época, a
equipa utilizou o método de “transporte de coordenadas”, através do qual
chegou a uma altura de 5895 metros. Contudo, no final do século XX, e já
com recurso a tecnologia electrónica, nomeadamente aparelhos de GPS
(Global Positioning Sistem), uma outra equipa de investigadores volta a
medir a formação montanhosa e chega a resultados diferentes. O objectivo
da expedição realizada em Setembro passou por aplicar os mais recentes
instrumentos de medição por GPS, as mais avançadas técnicas da área e os
conhecimentos de Engenharia Geográfica para encontrar o real valor da
altura do Kilimanjaro.
A conferência do docente da UBI retrata a preparação e execução da
viagem e também o posterior estudo dos dados recolhidos. O docente de
Sistemas de Informação Geográfica da UBI e investigador do Instituto
Geofísico D. Luis liderou um grupo de 14 investigadores de cinco países,
que considerou este projecto “uma extraordinária combinação entre
motivação científica (aplicação de novas técnicas de medição geodésica),
problemas técnicos (dificuldades computacionais a altas altitudes) e
desenvolvimento do conhecimento humano”. Para que os valores da medição
fossem os mais precisos, foram combinados os dados de GPS com dados da
gravidade. Isto porque, “o maior problema do GPS, nestes casos, é o de
atribuir uma altitude que é conseguida na base de uma superfície
matemática perfeita, mas que muitas vezes não é bem real”. Para que o
projecto conseguisse ultrapassar esse obstáculo, alguns dos técnicos
foram percorrendo o sopé do monte para, “através de medidas da gravidade
se conseguir determinar o nível médio das águas do mar”, explica Rui
Fernandes.
Participaram investigadores de institutos de investigação da
Universidade da Beira Interior, Algarve, Coimbra e Porto. O projecto
envolveu ainda entidades da Tanzânia, Quénia, Egipto e Holanda. 
Eduardo Alves
MODA
O admirável mundo
segundo Lipovetsky

“Está na hora de mudar”, de mudar de
estratégias, de mudar de pensamentos, de mudar a forma como se cria e
produz no mundo da moda. Quem o diz é Gilles Lipovetsky, filósofo
francês e professor na Universidade de Grenoble, que esteve na UBI para
falar, entre outras coisas, sobre a “moda hipermoderna”.
Autor de obras como “A Era do Vazio”, “Do Luxo Sagrado ao Luxo
Democrático” e “O Império do Efémero: a Moda e seu destino nas
sociedades modernas”, é considerado uma das mais proeminentes vozes
nesta área. Mas também um dos poucos filósofos a desenvolver trabalhos
de investigação nesta área.
O investigador explicou os mais recentes desenvolvimentos no mundo da
moda, num mundo onde “muitas vezes, não basta apenas criar, mas também
tem de se saber gerir e mudar”. E a principal transformação que
actualmente pode ser apontada nesta área é precisamente “a alteração dos
tradicionais calendários”. Até há meia dúzia de anos “existiam duas
colecções, as marcas apenas se preocupavam em produzir roupa para a
época de Outono/Inverno e Primavera/Verão”. Todo esse universo “está
hoje ultrapassado”, garante o filósofo. Com a chegada ao mercado “de
empresas como a Inditex, com grandes grupos de roupa, toda esta situação
se altera”. Lipovetsky fala assim “na moda hipermoderna”, na moda “que
semana a semana apresenta novidades”.
Mas para além de toda uma transformação de fundo “no que respeita ao
mercado” existem também outras consequências associadas. Para o
professor da Universidade de Grenoble, aquilo que também está a
acontecer nesta área “é a massificação da moda, a abertura das grandes
casas e das colecções de renome a todos”. Variantes que se justificam
“quer pela maior produção das casas que adoptam diferentes posturas,
como a de promoverem marcas de topo e também marcas bastante
acessíveis”; e por outro lado “temos hoje a abertura das marcas
consideradas de elite, a todo o mundo”. Lipovetsky, nesta área, aponta
um exemplo muito concreto, como é o caso da Chanel, cujo responsável “há
bem poucos anos afirmava nunca ser necessário à marca fazer qualquer
tipo de publicidade”. Aquilo que hoje esta e outras entidades da moda
fazem “é promover a sua imagem por todo o mundo, com grande budgets
publicitários”, afirma. Num outro sentido, Lipovetsky falou também da
mulher moderna, num seu terceiro sentido. Hoje o papel feminino
divide-se entre o trabalho, a família e a beleza. Toda esta
transformação social ganha maior relevo com os desafios profissionais e
sociais que hoje se enfrentam. Para o orador, “cada vez mais a mulher
acaba por optar por uma carreira, em detrimento de uma família. 
Eduardo Alves
PONTES DE ESPARGUETE
UBI bate recorde

O VIII Concurso de Pontes de Esparguete
da Universidade da Beira Interior ficou marcado pela obtenção de um novo
recorde de resistência, após uma ponte ter sustentado um peso de 73,4
quilos. O recorde foi atingido por Marco Canário, aluno de Engenharia
Electromecânica.
Em segundo lugar, tendo a sua ponte, aguentado 67,2 quilos, ficou Filipe
Casimiro, do mesmo curso, e em terceiro lugar ficou Sara Zorro cuja
ponte aguentou 33,6 quilos. No que diz respeito ao campo de Estética, o
vencedor foi Filipe Casimiro, 2º classificado na categoria de
Resistência. Apesar dos cálculos que teve que efectuar, o seu principal
truque é a “intuição” e confessa que ficou desiludido com a sua
classificação na prova de resistência.
Estiveram a concurso um total de 23 pontes de alunos de Engenharia
Civil, Electromecânica, Mecânica e Aeronáutica. Os pesos suportados
variaram entre os 2,1 quilos e os 73,4 quilos. Para fazer parte do
concurso, todos os participantes tiveram que seguir o regulamento onde
uma das regras fundamentais é que a ponte não pode ter mais de 350
gramas. Basta o mínimo defeito para que a ponte quebre e basta também um
detalhe para que a ponte suporte cargas como os 73,4 quilos deste ano,
ultrapassando largamente o recorde anterior.
Para além dos troféus, os alunos da disciplina de Mecânica Aplicada
melhor classificados obtêm dois valores na classificação final da
disciplina. O concurso já é uma tradição ubiana e na sua oitava edição
encheu o anfiteatro 8.1. Umas das presenças mais notadas foram as da
esposa e dos dois filhos mais velhos do falecido Humberto Santos,
docente da UBI no Departamento de Engenharia Electromecânica e grande
impulsionador do concurso. Em sua memória, a partir deste ano o concurso
passará a ter o seu nome. 
Sara Susano
COM ESPANHA
Cespu quer medicina

A cooperativa detentora do Instituto
Superior de Ciências da Saúde do Norte, que aguarda autorização
governamental para leccionar Medicina, anunciou um acordo de cooperação
com a Universidade de Santiago de Compostela para intercâmbio de
docentes na área da Saúde.
Em comunicado, a Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e
Universitário (CESPU), localizada em Gandra, Paredes, refere que o
protocolo firmado com a universidade galega prevê “o intercâmbio de
docentes para conhecer novas tecnologias, sob o regime de
reciprocidade”.
O acordo reporta-se às áreas da Medicina, Medicina Dentária, Ciências
Farmacêuticas, Psicologia, Enfermagem e Podologia.
Os programas de colaboração irão envolver os três ciclos do Ensino
Superior e também pós-graduações. A CESPU sublinha ainda que as duas
instituições já desenvolvem parcerias em várias áreas da investigação
biomédica.
CESPU. O III Simpósio de Saúde
Mental e Psiquiatria, subordinado ao tema Reflexos da Arte na Saúde
Mental realiza-se, no próximo dia 9 de Fevereiro, na Escola Superior de
Saúde do Vale do Sousa, em Gandra - Paredes. Várias temáticas serão
abordadas por profissionais de renome conhecido nas áreas em estudo
(Cinema, Teatro (Psicodrama), Pintura e Música). 
UTAD
Investigador em
Londres

O antropólogo Cebaldo de León,
investigador do Centro de Estudos Transdisciplinares para o
Desenvolvimento (CETRAD) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
(UTAD) proferiu, no passado dia 14 de Janeiro, uma palestra sobre “Los
Impactos del Turismo en Kuna Yala: Turismo y Cultura entre los Kuna de
Panama” no Instituto para o Estudo das Américas, na Universidade de
Londres.
Este investigador apresentou o seu já muito reconhecido projecto de
investigação sobre o etnoturismo em Kuna Yala, realizado em conjunto com
o docente e investigador da UTAD Xerardo Pereiro, e com o qual ambos
receberam em Madrid o Prémio FITUR-2007 entregue à melhor investigação
em turismo em toda a Iberoamérica.
Refira-se que este trabalho, que concebe um modelo de desenvolvimento do
turismo de uma tribo no Panamá, os Kuna Yala, havia sido, premiado, em
Março do ano findo, pela “National Geographic Society”, revista editada
em cerca de 20 línguas. 
EM E-LEARNING
UTL e Aberta juntas
A formação de professores em pedagogia do
“e-learning” está na origem de um programa de colaboração entre a
Universidade Aberta e a Universidade Técnica de Lisboa que terá início
no próximo ano lectivo. “No âmbito do acordo, a Universidade Aberta
contribui com os seus conhecimentos em pedagogia do ‘e-learning’ para a
formação de 30 docentes da Universidade Técnica de Lisboa, cabendo a
esta entidade a cedência de tecnologia e de infra-estruturas”, revelou o
pró-reitor para a Inovação em Ensino a Distância da Universidade Aberta
à agência Lusa.
De acordo com António Teixeira, a formação do conjunto de professores
das várias faculdades e institutos da Universidade Técnica de Lisboa (UTL)
“vai decorrer ao longo de três períodos, em regime intensivo”.
“Os três blocos, de quatro semanas cada, serão leccionados entre
Setembro/Outubro deste ano e Fevereiro/Março de 2009”, informou o
responsável, adiantando que a Universidade Aberta “acompanhará ainda a
Universidade Técnica de Lisboa na definição do seu modelo de ensino à
distância e no lançamento experimental das primeiras disciplinas”.
O primeiro passo para esta parceria foi dado, há cerca de três meses,
pela Universidade Técnica de Lisboa e o futuro do protocolo passa por
desenvolver, em conjunto, “estratégias para a inovação do ‘e-learning’,
programas de investigação e uma oferta pedagógica”, afirmou o
pró-reitor.
António Teixeira adiantou ainda à Lusa que a Universidade Aberta está
disponível para estabelecer este tipo de parcerias “com outras
universidades portuguesas ou estrangeiras”.
O programa de colaboração será apresentado quinta-feira, pelas 11:30, na
Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa, com a presença do reitor da
Universidade Aberta, Carlos Reis, do reitor da Universidade Técnica de
Lisboa, Fernando Ramôa Ribeiro, e de elementos de ambas as equipas
reitorais. 
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Santos Silva no
Conselho
Artur Santos Silva acaba de ser eleito
presidente do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, na primeira
reunião deste órgão em que tomaram parte os elementos externos que o
integram. «É uma honra e uma responsabilidade. Tenho a certeza de que a
Universidade de Coimbra, que já tem um papel fundamental, vai reforçar a
sua contribuição para a vida do País, afirmando-se como uma universidade
marcante na Europa», afirmou Santos Silva, pouco após a eleição.
O Conselho Geral é um dos três órgãos de governo da Universidade de
Coimbra, a par com o Reitor e o Conselho de Gestão, um modelo que
resulta da aplicação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino
Superior. Sobre as alterações ao modelo de funcionamento deste sistema
de ensino, Santos Silva disse esperar que «estas mudanças contribuam
para transformar em ainda mais valor económico toda a grande capacidade
de produção de conhecimento que existe nas universidades».
Fundador do Grupo BPI, Artur Santos Silva liderou, em termos executivos,
este projecto entre 1981 e 2004, sendo actualmente presidente do
Conselho de Administração do referido grupo bancário. Foi docente da
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, primeiro como professor
assistente das cadeiras de Finanças Públicas e Economia Política, entre
1963 e 1967, e mais tarde como regente da disciplina de Economia
Financeira, de 1980 a 1982. Integrou a Alta Direcção do Banco Português
do Atlântico, de 1968 a 1975, tendo depois desempenhado as funções de
Secretário de Estado do Tesouro (1975/76) e Vice-Governador do Banco de
Portugal (1977/78). Integrou, no ano passado, a Assembleia Estatutária
que elaborou os actuais Estatutos da Universidade de Coimbra. É
presidente da Direcção da COTEC Portugal e da Comissão Nacional para as
Comemorações do Centenário da República. 
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