UBI
UBI cria doente
virtual
A Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade da Beira Interior (UBI) está a desenvolver um programa
informático que tem como objectivo apoiar a formação médica e de outros
futuros profissionais de saúde. A aplicação é desenvolvida no âmbito de
um projecto financiado pela União Europeia no qual participam 11
parceiros de oito países e no qual a UBI é a única representante
portuguesa.
O projecto europeu consiste na criação de um doente virtual com
capacidades de comunicação e com o qual o profissional de saúde possa
interagir. “O utilizador deste programa vai poder fazer perguntas a este
doente virtual”, explica Isabel Neto, docente da Faculdade de Ciências
da Saúde (FCS), uma das responsáveis pelo programa em Portugal.
O doente virtual “tem características relacionadas com os aspectos
culturais, com a língua do país em questão, neste caso, a portuguesa,
com as nossas características culturais desse local e que reflecte essas
características na sua patologia e na sua interacção com o utilizador”,
acrescenta Isabel Neto.
Questões que vão ter uma resposta adequada à patologia que se esteja a
treinar, “e que o paciente vai também dar, de acordo com o seu
historial, a sua especificidade, existindo assim uma interacção entre o
utilizador e esse doente virtual”. Na interacção com o doente virtual
vai poder simular-se uma entrevista clínica, o que permite ao
entrevistador treinar a sistemática da elaboração de uma história
clínica com vista à proposta de um diagnóstico. Nesta matéria, a
participação da FCS passa então por reunir as informações necessárias
para construir os diferentes perfis dos doentes portugueses, com as suas
marcas culturais, linguísticas, os seus modos de vida.
Segundo Isabel Neto, o novo programa, que deve estar pronto dentro de
dois anos, irá também ser utilizado para “treinar com os alunos as
capacidades de comunicação. Porque, muitas vezes, o aluno tem de saber
adaptar a sua terminologia e linguagem que está a usar em relação ao
doente em causa”. Estar perante um paciente idoso, ou um paciente
adolescente, ou um paciente informado ou que está a falar sobre
determinados assuntos pela primeira vez “são situações distintas que
fazem parte do trabalho do profissional e às quais este se deve
adaptar”.
Para além de Isabel Neto, também participam neste projecto, o médico
Miguel Castelo Branco e o informático Rui Costa.
Eduardo Alves
(urbi@orbi.pt)
ELEIÇÕES NA UBI
Dois candidatos
conhecidos
António Fidalgo e João Queiroz,
professores catedráticos, são os candidatos já conhecidos ao cargo de
reitor da Universidade da Beira Interior. As eleições realizam-se em
Março e vão eleger o novo responsável máximo da instituição durante os
próximos quatro anos.
António Fidalgo, presidente da Faculdade de Artes e Letras, adianta que
este é um tempo em que “um novo ciclo se abre na vida da UBI... pelos
desafios, dificuldades e oportunidades, que os próximos quatro anos
apresentam”. Aponta ainda o facto de “todos estarem conscientes que,
reconhecendo o muito que foi feito nos reitorados de Passos Morgado e de
Santos Silva, se torna imperioso alcançar um novo patamar de qualidade
académica, pedagógica e científica”.
O candidato aborda claramente os problemas e considera que “os desafios
que se colocam à UBI como pequena universidade do Interior de Portugal
exigem tanto uma liderança forte como agregadora de todos os docentes,
alunos e funcionários. Os problemas decorrentes da baixa demografia, da
diminuição de alunos persistirão e até se agravarão; mas as
universidades ganharão novas funções à medida que a sociedade se tornar
mais e mais uma sociedade do conhecimento”.
João Queiroz, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, há muito que
tornara pública a sua disponibilidade para a candidatura ao cargo de
reitor. Depois de liderar a única lista à Assembleia Estatutária e “a
lista mais votada para o Conselho Geral espero agora apresentar o meu
projecto numa candidatura a reitor”, refere. Das suas linhas mestras
salienta a aposta “numa universidade onde se vai dar um relevo especial
à avaliação, à acreditação, à qualidade de todos os actores envolvidos
no processo de ensino e de aprendizagem, mas também à qualidade do
ensino, da investigação e dos serviços”. Queiroz refere ainda que vai
“apostar bastante numa consolidação do Processo de Bolonha”, apontando
como um factor chave a internacionalização de alunos, docentes e
investigadores, mas também “uma estratégia regional na consolidação e no
desenvolvimento da universidade, até porque, nestes últimos anos, na
área da saúde, por exemplo, sempre defendi, através da Faculdade de
Ciências da Saúde e não só, uma integração regional das unidades de
saúde da Beira Interior, em favor da qualidade de prestação de serviços
de saúde e também da interacção entre os hospitais e a faculdade e a UBI”.
João Queiroz lembra também que “este novo desafio passa por dar extrema
importância à implementação dos órgãos, à sua gestão e a um novo
relacionamento com os órgãos da universidade, desde o Conselho Geral até
aos órgãos das faculdades.
Manuel José dos Santos Silva, actual reitor da UBI, que pode participar
nas reuniões do Conselho Geral, dirigiu-se aos membros no último
encontro e adiantou que não estaria presente nas reuniões de trabalho
“por questões éticas”. Isto porque o actual reitor da UBI reúne todas as
condições apresentadas no edital da candidatura, podendo também vir a
ser candidato. Desta maneira, nos encontros preparatórios de toda a
eleição, Santos Silva achou por bem não estar presente. Os membros do
Conselho Geral são independentes e podem optar por qualquer candidato.
Está assim aberta a possibilidade de se candidatar.
O Urbi, jornal da Universidade da Beira Interior, contactou ainda Jorge
Barata, professor catedrático do Departamento de Ciências Aeroespaciais
que tem sido também apontado por algumas fontes como possível candidato.
Em resposta enviada por e-mail, Jorge Barata refere que neste momento
está “preocupado com as candidaturas dos projectos à Fundação para a
Ciência e Tecnologia”, e também com a elaboração de diversos trabalhos
científicos. Jorge Barata sublinhou ainda que espera “que até ao final
do prazo apareça pelo menos mais um candidato e que este, tenha mais
anos de experiência como docente de uma universidade do que os actuais
candidatos”. O prazo para apresentação de candidaturas começou no
passado dia 31 de Janeiro e termina a 3 de Março. O Conselho Geral reúne
quatro dias depois.
Eduardo Alves
PRIMEIRO DOUTORAMENTO EM
ENFERMAGEM EM PORTUGAL
Enfermagem com humor
“Resposta humana ao humor: Quando o humor
integra o agir profissional dos enfermeiros” é o tema da primeira tese
de doutoramento em Enfermagem defendida em Portugal. A defesa teve lugar
na Universidade de Lisboa, a 30 de Janeiro, e esteve a cargo de Helena
José, docente do Departamento de Enfermagem da Escola Superior de Saúde
de Faro da Universidade do Algarve.
Aprovada com louvor e distinção, Helena José tornou-se assim a primeira
doutorada em Enfermagem da Universidade de Lisboa e demonstrou que o
humor é uma estratégia essencial no dia-a-dia do cuidado de enfermagem.
“O humor é algo muito importante na vida das pessoas e por isso os
enfermeiros não podem deixar de o integrar na sua esfera de
competências: têm a obrigação de o fazer”, sublinha.
Com a ajuda voluntária de 19 enfermeiros do serviço de Cirurgia do
Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), que entre Setembro de
2005 e Março de 2007 colaboraram com Helena José introduzindo o humor na
sua prática profissional, conseguiu obter uma resposta: “Sim, é possível
integrar o humor na prática da enfermagem. Verificámos que o humor
minimiza a ansiedade e a angústia induzidas pelo internamento ao doente,
mas que também atenua o stress vivenciado diariamente pelo próprio
enfermeiro, permanentemente em contacto com situações de sofrimento”,
refere a investigadora.
Para fazer a recolha dos dados foram analisados documentos escritos,
aplicada a Escala Multidimensional do Sentido de Humor aos 77 doentes e
19 enfermeiros participantes no estudo, tendo ainda havido lugar a
períodos de observação e entrevista. Os dados recolhidos foram então
submetidos a análise estatística, de conteúdo e de discurso. Assim,
durante este ano e meio (e parece continuar ainda) o humor foi integrado
no agir profissional dos enfermeiros do serviço de Cirurgia do CHBA, ou
seja, em todas as dimensões da prestação de cuidados.
“A integração do humor no agir profissional dos enfermeiros é um avanço
no estabelecimento da interacção enfermeiro-doente, ao promover o
declínio de uma imagem séria, rígida e formal”, reforça Helena José na
conclusão da sua tese de doutoramento, lançando um repto: “Impõe-se
levar ainda mais além o aprofundamento desta temática e desafiam-se
gestores e administradores de hospitais e centros de saúde, reitores,
presidentes de conselhos directivos, docentes, enfermeiros e ordens
profissionais a reconhecerem que o humor tem poder emancipador e
transformador, que tem imensas virtudes, seja qual for a situação de
vida da pessoas e que, por isso, devem valorizá-lo e promover a sua
integração no desempenho e na formação, contribuindo assim para pessoas
e organizações mais saudáveis”.
INVESTIGADORA DA CESPU
DISTINGUIDA
Estudo sobre cancro dá
prémio
A investigadora portuguesa Áurea Lima foi
distinguida pela Comissão Científica do Congresso Internacional de
Tratamento Anti-Cancro por um estudo sobre a forma como as diferenças
genéticas condicionam a resposta dos doentes a determinados
medicamentos.
Áurea Lima, 29 anos, docente na Cooperativa de Ensino Superior
Politécnico e Universitário (CESPU), é a primeira portuguesa a ser
premiada por aquela instituição, tendo sido distinguida pelo trabalho
desenvolvido no Laboratório de Oncologia Molecular do IPO/Porto.
“A base deste estudo era perceber de que forma as diferenças nos genes
das pessoas condicionavam a resposta a um determinado medicamento”,
salientou a investigadora, em declarações à Lusa.
O estudo realizado por Áurea Lima envolveu 148 doentes com cancro do
pulmão de não pequenas células, que representa 75 a 85 por cento do
total de casos de cancro do pulmão.
“Concluímos que os doentes com uma determinada variante do gene TYMS têm
um tempo de sobrevivência superior ao de doentes com outra variação
genética”, revelou.
Segundo a investigadora, este gene é especialmente importante porque a
sua enzima é responsável pelo crescimento das células, mas também pela
reparação de erros nas células.
Na sequência desta investigação, Áurea Lima pretende agora “estender o
estudo a mais doentes para obter uma melhor avaliação dos dados”.
“O nosso objectivo é perceber porque é que os doentes não respondem
todos da mesma maneira, apesar de terem a mesma doença e o mesmo
tratamento”, salientou.
As conclusões podem vir a traduzir-se, em termos clínicos, num melhor
estudo genético dos doentes antes de os submeter a um tratamento
farmacológico.
Isto porque o sucesso das abordagens terapêuticas está condicionado pelo
perfil genético do doente, além das características específicas da
doença.
O estudo realizado pela investigadora portuguesa demonstra que, além de
variáveis como a idade, o sexo, a alimentação, também as variações
genéticas podem influenciar a resposta dos doentes aos tratamentos.
AVALIAÇÃO PELOS ALUNOS
UBI passa com
distinção
O Centro de Investigação de Políticas do
Ensino Superior divulgou os resultados de um inquérito independente
feito aos alunos da UBI em relação às condições disponibilizadas pela
instituição, a qualidade de ensino, entre outros, sendo o resultado
final muito favorável à instituição da Covilhã.
O painel de membros que compõem a equipa de investigação, onde se
incluem académicos estrangeiros, avaliou aspectos como as razões da
escolha de curso, da escolha da universidade, até ao grau de satisfação
com os serviços, a metodologia de ensino, as saídas profissionais ou a
imagem institucional.
Um dos pontos que mais ganha destaque nos vários itens abordados é
precisamente o da escolha da instituição. De entre os inquiridos, 52,8
por cento dos alunos da UBI ingressou na instituição covilhanense como
primeira escolha e no curso que também tinha seleccionado em primeiro
lugar.
Os alunos que participaram neste inquérito classificaram a
empregabilidade dos seus cursos, realizados na UBI, acima dos 64 por
cento. Destacaram ainda a importância dos aspectos académicos que no
caso da instituição covilhanense merece nota elevada no que respeita à
qualidade do ensino, dos conteúdos das disciplinas e do conhecimento
obtido nestas. Um dos pontos que também merece grande distinção é o do
apoio académico, com mais de 80 por cento dos alunos a apontarem os
recursos bibliotecários e informáticos, como exemplares.
Questionados sobre a possibilidade de se voltassem atrás, voltariam a
candidatar-se à instituição, 77,5 por cento dos estudantes responderam
afirmativamente.
Eduardo Alves
HOMENAGEM
Coimbra dá Honoris
Causa
O advogado e diplomata chileno Juan
Somavia acaba de receber o grau de Doutor Honoris Causa pela
Universidade de Coimbra. A cerimónia decorreu a 8 de Fevereiro, na Sala
dos Capelos.
Ao atribuir a Juan Somavia o título de Doutor Honoris Causa, a
Universidade de Coimbra prestou tributo ao seu empenho na defesa de um
trabalho digno para mulheres e homens em todo o mundo, bem como à sua
vasta experiência em diversos domínios da vida pública, enquanto
diplomata e académico, e ao seu envolvimento em organizações de
desenvolvimento social, empresarial e da sociedade civil.
Foi apresentante o ex-Presidente da República Jorge Sampaio, cabendo a
António Casimiro Ferreira, docente da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra, fazer o elogio do candidato e a Pedro Hespanha,
docente da mesma faculdade, o elogio do apresentante.
Juan Somavia é director-geral da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) desde Março de 1999, tendo sido o primeiro representante do
hemisfério sul a liderar aquela organização.
Medicina Legal. A Universidade
de Coimbra vai atribuir a 31 de Maio o título de doutor “Honoris Causa”
a quatro especialistas mundiais na área da medicina legal, evocando
assim os 110 anos da criação dos serviços médico-legais em Portugal. Os
homenageados, todos eles propostos pela Faculdade de Medicina, são
Bernard Knight (Universidade de Wales), Bernd Brinkmann (Universidade de
Munster), Henrique Villanueva Cañadas (Universidade de Granada) e Ângelo
Fiori (Universidade Católica de Roma).
Os subscritores da proposta, apresentada ao Conselho Científico da
Faculdade, e posteriormente ratificado pelo órgão directivo e pelo
Senado da Universidade, foram os docentes daquela escola Fernando
Oliveira e Sá, antigo director do Instituto de Medicina Legal de
Coimbra, Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de
Medicina Legal e Francisco Côrte-Real, director da Delegação Centro do
mesmo organismo.
Para os proponentes, trata-se de quatro das mais relevantes
personalidades do meio académico médico-legal, que tiveram papel
importante na evolução da Medicina Legal portuguesa. A homenagem é
também uma forma de associar a Universidade de Coimbra às comemorações
dos 110 anos da Medicina Legal em Portugal.
A SEGURANÇA DOS PEÕES NAS
CIDADES
Alunos do IST vencem
concurso
Pedro Miguel Fonseca (Seia), Daniel Dias
Maia (Odivelas) e João Nuno Ribeiro (Gouveia), alunos de mestrado
integrado em Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico de Lisboa,
orientados por João Gomes Morgado do IST, ganharam o Primeiro Prémio (no
valor de 2500 Euros) do Concurso Nacional de Educação, Segurança e
Prevenção Rodoviárias.
Subordinado ao tema “Mais vale perder um minuto na vida do que a vida
num minuto! Um desafio de todos para uma melhor prática rodoviária” , o
concurso levou os alunos a desenvolverem e apresentarem o projecto “A
Segurança dos Peões nas Cidades”, demonstrando o poder sugestivo dos
efeitos visuais sobre a atenção e comportamento dos condutores e peões.
A cerimónia de entrega dos prémios, promovida pela Fundação da Juventude
e realizada pela Governadora Civil de Faro decorreu no dia 22 de
Janeiro, na Universidade do Algarve.
Neste concurso foi igualmente premiado Jorge Miguel Rosado Soares com o
“prémio inovação” com o projecto “GPS Limited”, entre outros. Esta 5ª
edição contou com 46 trabalhos e 75 participantes de todo o território
nacional numa acção inserida nos objectivos da Carta Europeia da
Segurança Rodoviária, e que a Fundação da Juventude subscreveu em Abril
de 2007, contou com os patrocínios da Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária, Instituto de Seguros de Portugal, Fidelidade Mundial, Brisa
e Renault, e com os apoios da ANECRA e Zona – S.
UNIVERSIDADE DO MINHO
Computação gráfica tem
novo centro
No âmbito da a inauguração do
Edifício-sede do Centro de Computação Gráfica (CCG, a 31 de Janeiro, no
Campus de Azurém, em Guimarães, a Universidade do Minho lançou
oficialmente, a nível mundial e via Web, um serviço completamente
inovador, designado de Concave Hull.
O Concave Hull consiste numa tecnologia transversal a várias aplicações
que permite o planeamento de rotas para robôs de busca e salvamento, ou
a análise geográfica da proximidade de alunos a escolas; entre outras
inúmeras aplicações. Quando integrada em sistemas de informação
geográfica, a tecnologia permite ainda determinar o contorno de quintas
agrícolas e de rios, ou, se integrada em sistemas de análise de imagem,
detectar a delimitação da área ocupada por espécies protegidas (plantas)
ou até mesmo a superfície exterior de ossos.
O processo de registo de patente internacional desta tecnologia está já
em curso, tendo a mesma despertado o interesse de entidades tais como a
NASA Johnson Space Center, USA; a University of Sydney, Australia; a
Rand McNally, USA (maps); a Alcatel-Lucent, France; entre muitas outras.
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