Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº132    Fevereiro 2009

Politécnico

ESA DESENVOLVE ESTUDO INOVADOR

Têxteis ajudam a terra

A Escola Superior Agrária de Castelo Branco acaba de apresentar um estudo científico onde comprova que os resíduos têxteis podem ser aproveitados na agricultura. O estudo entregue à Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, SA, sediada na Guarda, analisou a valorização dos resíduos sólidos produzidos pela empresa. Os resultados apurados referem que "as lamas produzidas pela empresa têxtil têm utilização agrícola e podem tornar-se um resíduo orgânico com potencial económico".

No entender da equipa de investigadores da ESA, coordenada por João Paulo Carneiro, "as lamas produzidas no lavadouro industrial de lãs daquela empresa, pelas características que apresentam, podem constituir-se como um resíduo orgânico passível de ajudar a colmatar algumas das carências manifestadas pelos solos da região onde se localiza".

O estudo revelou ainda que não foram observadas "limitações à sua aplicação ao solo e que as lamas têm na sua composição quantidades significativas de azoto, potássio e cálcio, nutrientes importantes na nutrição vegetal". Ainda assim, a equipa de investigadores constituída por João Paulo Carneiro, Maria da Conceição Mesquita, Filipe Carreiro, Maria do Rosário Oliveira, Armando Mateus Ferreira, Maria do Carmo Horta, com a colaboração de António Faria, Aurora Poças, Carlos Grácio, Otília Baptista, e Marta Solipa, adianta que "em termos agrícolas não será recomendável uma incorporação de lamas superior a 10 toneladas/hectare".

No entender daqueles responsáveis, "essa aplicação deve ser acompanhada da utilização de adubos minerais azotados. A utilização agrícola das lamas nas quantidades recomendadas, não evitará uma normal fertilização orgânica e/ou fosfatada em condicionalismos que a (s) exijam. No entanto, pode propiciar uma redução no consumo de fertilizantes potássicos bem como de correctivos da acidez do solo".

O estudo da ESA conclui ainda que "o tratamento das lamas por Co-compostagem com materiais que permitam corrigir a razão C/N da lama é viável". Para que o tratamento se desenvolva de forma eficiente, os investigadores chegaram à conclusão de que "é absolutamente necessário adicionar um agente estruturante que promova um adequado arejamento da mistura e, também, um agente condicionante para corrigir a razão C/N.

 

 

 

DOCENTE DA ESECB LANÇA

Novo livro sobre o Padre Américo

Ernesto Candeias, docente da Escola Superior de Educação de Castelo Branco, tem pronto um novo livro sobre o Padre Américo. Com o título “Amor, Meditação e Acção - A Pedagogia Social do Padre Américo Monteiro de Aguiar”, o livro vai ser apresentado na Galeria Almedina, em Coimbra, no dia 7 de Março (17 Horas). Esta é a terceira obra científica que o autor, especialista em Ciências da Educação, dedica ao Padre Américo e à Obra da Rua. O Prefácio é da responsabilidade de D. José Alves, Arcebispo de Évora, que destaca o mérito deste estudo global e sistemático, de carácter científico-pedagógico: “Trata-se de um trabalho de análise e de sistematização que exigiu persistência, conhecimentos especializados, amor à causa da educação em Portugal e um certo encantamento pelo excepcional pedagogo que foi o Padre Américo (...)”.

 

 

 

CASTELO BRANCO

Redes solidárias para falar

O docente da Escola Superior de Tecnologia, Paulo Marques, está a desenvolver uma investigação sobre o futuro das redes móveis, as quais passam por sistemas solidários. De acordo com o investigador, “o objectivo daquele grupo é desenvolver normas técnicas que ao serem implementadas pelos fabricantes dão resposta aos desafios actuais das redes de telemóveis. É que devido ao aumento do número de utilizadores, as redes de telemóveis 3G em breve não conseguirão suportar todo tráfego internet gerado por utilizadores cada vez mais exigentes e garantir simultaneamente uma cobertura global. Para ajudar a resolver este problema, a visão para o futuro das redes móveis, partilhada por este comité de especialistas, passa por implementar mecanismos de cooperação entre os telemóveis, mesmo de redes e utilizadores diferentes”.

O professor da EST dá mesmo um exemplo de “um cenário simples de cooperação, o qual poderá passar por um telemóvel quase sem bateria, ligar-se a um telemóvel vizinho através duma ligação sem fios BluetoothTM, gastando para isso pouca bateria porque a distância entre eles é pequena”. Paulo marques prossegue: “por sua vez, o telemóvel vizinho retransmite a chamada para a antena do operador do primeiro telemóvel que poderá estar a alguns quilómetros de distância. Note-se que os dois telemóveis pertencem a utilizadores que podem nem sequer conhecer-se, no entanto, o segundo telemóvel gastou da sua própria bateria para permitir que o vizinho faça a chamada. A isto designa-se um mecanismo de cooperação entre máquinas”. Em todo este processo surge a questão dos custos. “Obviamente que o utilizador do segundo telemóvel terá que ter um incentivo financeiro para ajudar o primeiro. O modelo de negócio a implementar ainda está longe de ser definido. Estas soluções são exemplos de sistemas rádio cognitivos, capazes de reagirem em função do ambiente onde estão envolvidos, usando para isso mecanismos de percepção e inteligência artificial”, explica.

 

 

 

ENSINO MAGAZINE E ANP PROMOVEM

Debate de aprendizagem

A Associação Nacional de Professores e o Ensino Magazine lançaram o desafio a dois investigadores nacionais para debaterem o tema Neuropsicologia e Aprendizagem. João Pires e João Ruivo responderam afirmativamente ao desafio e, em mais uma sessão do Ciclo de Colóquios do Pensar, realizada no bar Património, falaram de um tema que ao longo das últimas décadas tem tido várias interpretações.

No entender de João Pires “a neuropsicologia e a aprendizagem estão interligados. Nas últimas décadas tem havido uma evolução desta componente cognitiva da psicologia”. As primeiras palavras daquele investigador trouxeram a debate uma série de questões discutidas e analisadas pelos presentes na iniciativa. “A memória e a aprendizagem são processos complementares. Na década de 70 eu já tinha alertado para a função fundamental da memória, a qual nos permite reter e evocar aquilo que se lê, por exemplo”.

João Pires lembra que “nessa altura desvalorizou-se a memória, por uma questão de moda. Acontece que as modas são castradoras e hoje chega-se à conclusão que a memória é fundamental para a aprendizagem”. O professor doutor abordou ainda a questão da inteligência, segundo o qual “é a capacidade de adaptação que é fundamental para desenvolver o chamado cérebro cognitivo da criança, o que pode ser feito através da leitura, esforço e educação para os media. É mais importante a leitura do que ver televisão”.

A questão da hiperactividade nas crianças também foi discutida. João Pires assume-se como um opositor ao tratamento fármaco das crianças hiperactivas. “Existem riscos de medicação nas crianças hiperactivas, pois os medicamentos podem levar a que essas crianças fiquem dependentes, já que criam vício”, justificou, para depois indicar o caminho: “o ideal será o recurso a exercício físico, ministrado por técnicos especializados”.
 

Modelos. João Ruivo comentou os aspectos mais relevantes da comunicação de João Pires centrando a sua intervenção na análise de modelos de actuação do professor na sala de aula que podem influenciar o modo como os alunos aprendem, ou seja o nível e o sucesso da sua aprendizagem formal.

Referiu que a escola portuguesa atravessa um período de grande desmotivação, que se transmite aos alunos e que coloca em perigo o seu sucesso escolar. Designadamente, salientou a necessidade de os professores voltarem a centrar-se na discussão das suas competências na sala de aula (o que fazem e como o fazem), na busca dos melhores meios para ensinarem os seus alunos, já que a conjuntura criada pela tutela tem sido mais propícia à discussão de assuntos burocráticos da carreira e da administração escolar.

No entender daquele professor doutor, “desviando a atenção do que é essencial, a tutela arrisca-se a criar um quadro de profunda desilusão e desânimo profissional, difícil de ultrapassar. A motivação do aluno está correlacionada com a motivação do professor, e entre os vários factores que influenciam a aprendizagem, este é um dos que deveria merecer especial atenção e cuidado”. Segundo João Ruivo teremos melhor escola e melhores resultados quando as políticas estiverem ao serviço da promoção dos docentes e não contra a sua dignificação profissional.

 

 

 

ALUNOS ERASMUS

ESE ensina português aos de fora

O Centro de Línguas e Culturas (CL&C) da Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESECB) está a desenvolver o ensino da língua portuguesa a 85 alunos estrangeiros. Depois de no primeiro semestre terem participado 50 alunos no curso Erasmus Intensive Language (EILC), de nível I e nível II, é agora a vez de outros 35 iniciarem essa formação que lhes permitirá frequentar os cursos de licenciatura do IPCB e de outras instituições de Ensino Superior nacionais.

A primeira edição deste ano lectivo decorreu em Setembro de 2008, abrangendo 50 alunos. A segunda edição, a decorrer de 2 a 20 de Fevereiro, abrange 35 alunos oriundos dos mais diversos países europeus (Lituânia, Estónia, Eslovénia, Itália, República Checa, Eslováquia, Espanha, Roménia, Alemanha, Hungria, Bulgária).

O curso EILC tem uma duração de 120 horas, sendo estas distribuídas por 60 horas em sala de aula, 30 horas em prática de conversação / laboratório de línguas. As restantes 30 horas estão divididas em 8 horas de visualização de filmes portugueses, 6 horas de Cultura e Literatura Portuguesa, 6 horas de actividades tutoriais e 10 horas de estudo tutorial.

Os alunos estrangeiros têm, também, à sua disponibilidade a biblioteca da ESE, aberta de segunda a sexta-feira, bem como o laboratório de línguas do CL&C, disponível das 9 às 19 horas. Para além das aulas de aprendizagem da Língua Portuguesa, os alunos Eras-mus terão acesso a um vasto programa cultural que lhes facultará um bom panorama do património cultural e histórico da região.

 

 

 

NOVA UNIDADE ORGÂNICA DE INVESTIGAÇÃO

Paulo Bártolo nomeado director

O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRsp), Unidade de Investigação do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), foi recentemente reconhecido pelo Instituto, como Unidade Orgânica de Investigação. A distinção teve como base o resultado de Excelente obtido por aquela Unidade, no âmbito da Avaliação de Unidades de Investigação de 2007, promovida pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Como Unidade Orgânica de Investigação, o CDRsp gozará de autonomia administrativa e académica, tendo sido nomeado seu director o Paulo Jorge da Silva Bártolo (que já era responsável pelo CDRsp enquanto Unidade de Investigação).

Paulo Jorge da Silva Bártolo é docente e coordenador do departamento de Engenharia Mecânica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do IPL. Além de desenvolver actividades com investigador no Instituto de Polímeros e Compósitos, na Universidade do Minho, conselheiro da Agência de Inovação (Adi) e chefe de redacção da revista “Virtual Physical Prototyping, é ainda Presidente da Associação Portuguesa de Prototipagem Rápida.

O CDRsp tem desenvolvido actividade na área da Engenharia Mecânica aplicada ao desenvolvimento de projectos tecnológicos de investigação com vista a um desenvolvimento sustentável e eficiente de produtos, materiais e processos. Foi, recentemente, seleccionada por nove empresas para a prestação de serviços no âmbito do Programa Vales I&DT e Inovação.
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