QUATRO RODAS
Hoje é sexta-feira 13

Hoje é sexta-feira 13 e como sempre
espreita a superstição. Apesar de não ser grande ideia "brincar" com
estas coisas da sorte e do azar, vou mesmo arriscar e aproveitar este
mote para falar do número 13 no desporto automóvel.
Trata-se de uma tema um pouco marginal onde não é fácil conseguir
informações precisas. No entanto com os meios que hoje estão à nossa
disposição, consegui descobrir algumas histórias interessantes.
Todos sabemos que o 13 é conhecido como sendo o número do azar. É bem
conhecida a "sorte" da missão espacial Apolo 13, e para e evitar essa
"sorte" parece que não há edifícios com 13 andares, e mesmos os hotéis
evitam ter quartos com esses números. Histórias com estas repetem-se sem
fim, mas parece que a origem desta superstição está relacionada com o
fim dos Templários, que se terá iniciado na fatídica noite de
Sexta-feira 13 de Outubro de 1307. Assim a partir deste dia todas a as
Sextas-feiras, 13 passaram a ser considerados dias de azar.
Mas então onde entra o 13 na nossa história de hoje? Pois bem, vamos
falar do número 13, no mundo da fórmula 1, que ao que parece, teve seu
primeiro Grande Prémio num dia 13.
Mas os azares, ligados ao 13 começaram bem cedo. Foi no Grande Prémio de
San Sabastian de 1925, numa corrida com 13 carros, que apareceu a
primeira vítima, Paul Torchy com um Delage nº 13 que teve um acidente
mortal.
Um ano depois foi o Conde Giulio Masetti, também num Grand Delage com o
número 13, que encontrou a morte no Targa Florio, depois de ter
capotado.
Depois de tantos azares, nesse mesmo ano, o Automóvel Clube de França
decide retirar das grelhas de partida o número 13, e curiosamente também
o número 17 que não era do agrado dos pilotos italianos.
Desde então o número 13 fez apenas duas aparições no mundial de Formula
1. Em 1963 no grande prémio do México, Moises Solana conseguiu
qualificar-se com o seu BRM, mas apenas efectuou 57 voltas, desistindo
com falha de motor…má sorte.
E, reparem bem, 13 anos depois aparece de novo o número 13, nos laterais
de um Fórmula 1, desta vez no grande prémio de Inglaterra. Tratava-se de
um Surtees conduzido por Divina Gálica, uma das poucas mulheres que
militaram na Formula 1. Para não fugir à regra a sorte também não
acompanhou a empenhada piloto, pois nem conseguiu ficar qualificada para
a grelha de partida, com uma classificação nos treinos fora 26 eleitos.
E foi assim que em 1976 o número 13 desapareceu de vez dos circuitos da
especialidade maior do desporto automóvel.
Nem sei bem se esta não atribuição do 13 é uma regra, ou um "gentlemen
agreement", que faz com que nenhum piloto seja obrigado a carregar este
número.
Será que no futuro, haverá algum intrépido que queira voltar a desafiar
a superstição? Cá estaremos para ver. Até lá aqui fica o registo
fotográfico do último, o melhor da última piloto nº 13 da história da
fórmula 1.

Paulo Almeida
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