ENCONTRO NACIONAL DE
PROFESSORES
Ruivo debate educação
em Braga
João Ruivo, ex-vice presidente do
Politécnico de Castelo Branco, investigador e doutor em Teoria e
História da Educação, foi um dos principais prelectores do Encontro
Nacional de Professores. A iniciativa que se realizou em Braga, pela mão
da Associação Nacional de Professores, teve como tema "Ser Professor -
Novos Sentidos e Novos Desafios da Profissão".
Na sua intervenção, João Ruivo considerou que os professores portugueses
estavam a atravessar a pior crise de auto-estima e de profissionalidade
de que há conhecimento nos últimos trinta anos do Portugal democrático.
O investigador sublinhou que "essa crise se radica num injustificado
ataque aos professores, em todas as frentes, em que não se sabe muito
bem o que a tutela conseguiu ganhar, mas que não foi de certeza a
melhoria do ambiente e da cultura da escola e o desenvolvimento pessoal
e profissional dos docentes".
João Ruivo apelou para o regresso a um clima de confiança que reconduzam
a escola e a actividade docente a padrões e níveis que os professores
portugueses sabem como alcançar e de que o país necessita com urgência
para olhar com confiança o futuro.
João Ruivo referiu, finalmente, que a escola é um instrumento
indispensável à construção do futuro e que os professores continuam a
ser insubstituíveis na formação do saber e do carácter das futuras
gerações. Revelou, ainda, algumas reservas ao actual modelo de formação
de professores que a tutela implementou nos últimos três anos e de cujo
resultado teme que não contribua para uma melhoria da qualificação
inicial dos docentes.
UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Medicina com
pré-candidaturas
A Universidade do Algarve acaba de abrir
o período para aceitação de pré-candidaturas ao curso de Medicina, que
se prolonga até ao final de Março de 2009.
No momento em que são conhecidos os critérios gerais para a admissão do
primeiro grupo de estudantes do curso de Medicina, o coordenador
científico/pedagógico do curso, José Ponte, chama a atenção para o facto
de que "o curso de Medicina da Universidade do Algarve exige inteira
disponibilidade da parte dos formandos, não sendo compatível com
qualquer actividade profissional desenvolvida em paralelo".
Aquele responsável aconselha todos os interessados a formalizarem a sua
pré-candidatura, reconhecendo, contudo, que se trata apenas de uma
manifestação de interesse que poderá ser formalizada mais tarde, no
âmbito do período oficial de candidaturas. Prevê-se que este período
decorra até ao final de Março de 2009.
Pode concorrer os candidatos possuidores de, pelo menos, um diploma de
licenciatura ou equivalente legal. Dada a natureza do curso, aceitam-se
licenciaturas nas áreas das ciências da natureza (Biologia, Geologia,
Química, etc.), ciências da saúde e afins (Medicina Dentária, Medicina
Veterinária, Enfermagem, Farmácia, Ciências Biomédicas, etc.) ou
ciências exactas (como Matemática, Física e Engenharias).
A classificação mínima da licenciatura tem de ser 14 valores e os
candidatos têm de demonstrar ter completado o 12.º ano de Química ou
equivalente. Em alternativa, se o programa curricular da licenciatura em
questão possuir disciplinas de Química o candidato não necessita de ter
completado Química do 12º.
O curso de medicina da Universidade do Algarve tem a duração de 4 anos e
é orientado para estudantes graduados. O seu programa é integralmente
baseado em Problem Based Learning (PBL) e comporta o ensino clínico
desde o 1.º ano. Embora a maior parte destas características não seja
inovadora por si só em Portugal, dado que outras escolas médicas as
aplicam de uma ou outra forma, a integração de todas elas no mesmo curso
de medicina torna o curso único em Portugal.
GULBENKIAN
Gulbenkian leva
ambiente às escolas
Alunos de várias escolas da cidade de
Castelo Branco encheram o ginásio da Escola Secundária Nuno Álvares para
uma conferência em que o ambiente foi o tema principal. A iniciativa da
Fundação Calouste Gulbenkian confrontou alunos e professores com uma
pergunta: porque está doente a nossa atmosfera?
Esta foi a primeira conferência que a Gulbenkian promoveu na área do
ambiente, no âmbito da colaboração com as escolas secundárias. Eduardo
Marçal Grilo, administrador da fundação e antigo aluno da Nuno Álvares,
garante que o projecto é para continuar. “Estamos a levar a várias zonas
do país uma série de conferencistas que vão tratar os temas fundamentais
que estão na agenda das questões do ambiente”, refere o antigo ministro
da Educação. Portalegre, Bragança, Guarda ou Beja são algumas das
localidades que a Gulbenkian pretende visitar nos próximos tempos.
Francisco Ferreira, investigador, professor e uma das caras mais
mediáticas da associação ambientalista Quercus, foi a Castelo Branco dar
algumas pistas para a reposta e chamar a atenção dos jovens para as
consequências do aquecimento global. Os exemplos estão à vista. Basta
ligar a televisão e ver o que se passa na Austrália, onde a meio da
semana os incêndios já tinham morto cerca de 200 pessoas e consumido 365
mil hectares de área. Vale a pena lembrar que cada hectare equivale a um
campo de futebol.
FORMAÇÃO DOS PAIS É
PRECISA
Quando o perigo está
na Net
Os pais portugueses são os que mais se
preocupam com os riscos associados à Internet, temendo sobretudo que os
seus filhos possam vir a ser vítimas de tentativas ou mesmo de abuso
sexual. Os dados são do Eurobarómetro 2008, o estudo europeu sobre a
relação dos adultos europeus com a Internet, e mostram ainda que os pais
portugueses, caso detectem conteúdos digitais ilegais, apresentam queixa
na Polícia (80 por cento) ou através de sítios Internet criados para o
efeito (48 por cento), como acontece, por exemplo, com a linha alerta
(http://linhaalerta. internet-segura.pt), da responsabilidade da Agência
para a Sociedade do Conhecimento.
Uma das possibilidades adiantadas pelos pais para que os seus filhos não
sejam expostos é a proibição do acesso. Porém, a Internet é uma
ferramenta de conhecimento fundamental, que não pode ser vedada pelo
facto de ter riscos associados. O caminho pode passar pela formação dos
pais, que podem assim ajudar a formar os filhos para a utilização da
Internet. A tarefa não é fácil, pois os pais portugueses são os que têm
menos anos de escolaridade de toda a União Europeia e são também dos que
menos utilizam a Internet.
Por outro lado, importa que os pais comecem a apoiar os filhos na
iniciação ao mundo on-line quando estes são ainda muito novos, com três
ou quatro anos. Caso não o façam, será difícil que o venham a fazer
quando os filhos tiverem 14 ou 15 anos, quando estiverem a viver a fase
complicada da adolescência e quando já tiverem uma competência
tecnológica superior à dos pais. Mas este é outro problema pois, nas
entrevistas feitas em Janeiro, muitos pais referiam que ainda era cedo
para se sentarem ao computador com os filhos.
A este respeito, de acordo com os dados do Eurobarómetro, os pais
portugueses são aqueles que mais se sentam ao computador com os filhos
(35 por cento contra 13 por cento da média da UE), ou então vão ver
depois o que os filhos fizeram (35 por cento das respostas). Porém, nas
70 entrevistas feitas em Janeiro pela Plataforma Internet Segura, só
alguns pais referem que são capazes de ver o histórico do computador,
sendo que muitos dizem não ter tempo para estar com os filhos ao
computador, sendo que outros não sabem e até referem que são os filhos
que os ensinam a eles.
É por isso que importa formar os jovens em relação ao mundo on-line,
além de valorizar o seu papel enquanto introdutores da tecnologia no
lar. E importa sensibilizar os jovens para denunciarem conteúdos
digitais ilegais. É que ter uma população formada, com sentido crítico e
literacia tecnológica, pode ser o caminho para que a Internet seja
progressivamente mais segura, com utilizadores mais autónomos, como
acontece, por exemplo, no norte da Europa.
A verdade, porém, é que os pais portugueses que responderam ao
Eurobarómetro, terão referido mais o que desejam que aconteça do que
aquilo que acontece na realidade. A conclusão é da Plataforma Internet
Segura, que realizou 70 entrevistas face a face, no passado mês de
Janeiro, usando o mesmo questionário do Eurobarómetro. As entrevistas
decorreram em Lisboa, Porto, Santarém, Portalegre e Vila Real. O estudo
está a ser coordenado por Cristina Ponte, da Universidade Nova de
Lisboa, e é da responsabilidade da Plataforma Internet Segura, uma
estrutura que reúne 14 entidades dos meios académico, político,
tecnológico, de apoio social e até a Polícia Judiciária. Os resultados
foram apresentados na terça-feira, num hotel de Lisboa, onde Reconquista
esteve presente.
ESALD
Análises clínicas
com congresso em Março
A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias
(Esald), do Politécnico de Castelo Branco, promove entre 6 e 8 de Março
a primeira edição do Congresso de Análises Clínicas e Saúde Pública. O
primeiro dia de trabalhos é dedicado aos cursos teóricos-práticos nos
laboratórios da Esald, com o segundo dia dedicado a palestras sobre
saúde pública e microbiologia. No terceiro e último dia as palestras
abordam o tema da genética. Fernando George, o director geral de saúde,
é um dos nomes previstos para esta iniciativa.
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