Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº132    Fevereiro 2009

Destaque

ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES

Ruivo debate educação em Braga

João Ruivo, ex-vice presidente do Politécnico de Castelo Branco, investigador e doutor em Teoria e História da Educação, foi um dos principais prelectores do Encontro Nacional de Professores. A iniciativa que se realizou em Braga, pela mão da Associação Nacional de Professores, teve como tema "Ser Professor - Novos Sentidos e Novos Desafios da Profissão".

Na sua intervenção, João Ruivo considerou que os professores portugueses estavam a atravessar a pior crise de auto-estima e de profissionalidade de que há conhecimento nos últimos trinta anos do Portugal democrático.

O investigador sublinhou que "essa crise se radica num injustificado ataque aos professores, em todas as frentes, em que não se sabe muito bem o que a tutela conseguiu ganhar, mas que não foi de certeza a melhoria do ambiente e da cultura da escola e o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes".

João Ruivo apelou para o regresso a um clima de confiança que reconduzam a escola e a actividade docente a padrões e níveis que os professores portugueses sabem como alcançar e de que o país necessita com urgência para olhar com confiança o futuro.

João Ruivo referiu, finalmente, que a escola é um instrumento indispensável à construção do futuro e que os professores continuam a ser insubstituíveis na formação do saber e do carácter das futuras gerações. Revelou, ainda, algumas reservas ao actual modelo de formação de professores que a tutela implementou nos últimos três anos e de cujo resultado teme que não contribua para uma melhoria da qualificação inicial dos docentes.

 

 

 

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Medicina com pré-candidaturas

A Universidade do Algarve acaba de abrir o período para aceitação de pré-candidaturas ao curso de Medicina, que se prolonga até ao final de Março de 2009.

No momento em que são conhecidos os critérios gerais para a admissão do primeiro grupo de estudantes do curso de Medicina, o coordenador científico/pedagógico do curso, José Ponte, chama a atenção para o facto de que "o curso de Medicina da Universidade do Algarve exige inteira disponibilidade da parte dos formandos, não sendo compatível com qualquer actividade profissional desenvolvida em paralelo".

Aquele responsável aconselha todos os interessados a formalizarem a sua pré-candidatura, reconhecendo, contudo, que se trata apenas de uma manifestação de interesse que poderá ser formalizada mais tarde, no âmbito do período oficial de candidaturas. Prevê-se que este período decorra até ao final de Março de 2009.

Pode concorrer os candidatos possuidores de, pelo menos, um diploma de licenciatura ou equivalente legal. Dada a natureza do curso, aceitam-se licenciaturas nas áreas das ciências da natureza (Biologia, Geologia, Química, etc.), ciências da saúde e afins (Medicina Dentária, Medicina Veterinária, Enfermagem, Farmácia, Ciências Biomédicas, etc.) ou ciências exactas (como Matemática, Física e Engenharias).

A classificação mínima da licenciatura tem de ser 14 valores e os candidatos têm de demonstrar ter completado o 12.º ano de Química ou equivalente. Em alternativa, se o programa curricular da licenciatura em questão possuir disciplinas de Química o candidato não necessita de ter completado Química do 12º.

O curso de medicina da Universidade do Algarve tem a duração de 4 anos e é orientado para estudantes graduados. O seu programa é integralmente baseado em Problem Based Learning (PBL) e comporta o ensino clínico desde o 1.º ano. Embora a maior parte destas características não seja inovadora por si só em Portugal, dado que outras escolas médicas as aplicam de uma ou outra forma, a integração de todas elas no mesmo curso de medicina torna o curso único em Portugal.

 

 

 

GULBENKIAN

Gulbenkian leva ambiente às escolas

Alunos de várias escolas da cidade de Castelo Branco encheram o ginásio da Escola Secundária Nuno Álvares para uma conferência em que o ambiente foi o tema principal. A iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian confrontou alunos e professores com uma pergunta: porque está doente a nossa atmosfera?

Esta foi a primeira conferência que a Gulbenkian promoveu na área do ambiente, no âmbito da colaboração com as escolas secundárias. Eduardo Marçal Grilo, administrador da fundação e antigo aluno da Nuno Álvares, garante que o projecto é para continuar. “Estamos a levar a várias zonas do país uma série de conferencistas que vão tratar os temas fundamentais que estão na agenda das questões do ambiente”, refere o antigo ministro da Educação. Portalegre, Bragança, Guarda ou Beja são algumas das localidades que a Gulbenkian pretende visitar nos próximos tempos.

Francisco Ferreira, investigador, professor e uma das caras mais mediáticas da associação ambientalista Quercus, foi a Castelo Branco dar algumas pistas para a reposta e chamar a atenção dos jovens para as consequências do aquecimento global. Os exemplos estão à vista. Basta ligar a televisão e ver o que se passa na Austrália, onde a meio da semana os incêndios já tinham morto cerca de 200 pessoas e consumido 365 mil hectares de área. Vale a pena lembrar que cada hectare equivale a um campo de futebol.

 

 

 

FORMAÇÃO DOS PAIS É PRECISA

Quando o perigo está na Net

Os pais portugueses são os que mais se preocupam com os riscos associados à Internet, temendo sobretudo que os seus filhos possam vir a ser vítimas de tentativas ou mesmo de abuso sexual. Os dados são do Eurobarómetro 2008, o estudo europeu sobre a relação dos adultos europeus com a Internet, e mostram ainda que os pais portugueses, caso detectem conteúdos digitais ilegais, apresentam queixa na Polícia (80 por cento) ou através de sítios Internet criados para o efeito (48 por cento), como acontece, por exemplo, com a linha alerta (http://linhaalerta. internet-segura.pt), da responsabilidade da Agência para a Sociedade do Conhecimento.

Uma das possibilidades adiantadas pelos pais para que os seus filhos não sejam expostos é a proibição do acesso. Porém, a Internet é uma ferramenta de conhecimento fundamental, que não pode ser vedada pelo facto de ter riscos associados. O caminho pode passar pela formação dos pais, que podem assim ajudar a formar os filhos para a utilização da Internet. A tarefa não é fácil, pois os pais portugueses são os que têm menos anos de escolaridade de toda a União Europeia e são também dos que menos utilizam a Internet.

Por outro lado, importa que os pais comecem a apoiar os filhos na iniciação ao mundo on-line quando estes são ainda muito novos, com três ou quatro anos. Caso não o façam, será difícil que o venham a fazer quando os filhos tiverem 14 ou 15 anos, quando estiverem a viver a fase complicada da adolescência e quando já tiverem uma competência tecnológica superior à dos pais. Mas este é outro problema pois, nas entrevistas feitas em Janeiro, muitos pais referiam que ainda era cedo para se sentarem ao computador com os filhos.

A este respeito, de acordo com os dados do Eurobarómetro, os pais portugueses são aqueles que mais se sentam ao computador com os filhos (35 por cento contra 13 por cento da média da UE), ou então vão ver depois o que os filhos fizeram (35 por cento das respostas). Porém, nas 70 entrevistas feitas em Janeiro pela Plataforma Internet Segura, só alguns pais referem que são capazes de ver o histórico do computador, sendo que muitos dizem não ter tempo para estar com os filhos ao computador, sendo que outros não sabem e até referem que são os filhos que os ensinam a eles.

É por isso que importa formar os jovens em relação ao mundo on-line, além de valorizar o seu papel enquanto introdutores da tecnologia no lar. E importa sensibilizar os jovens para denunciarem conteúdos digitais ilegais. É que ter uma população formada, com sentido crítico e literacia tecnológica, pode ser o caminho para que a Internet seja progressivamente mais segura, com utilizadores mais autónomos, como acontece, por exemplo, no norte da Europa.

A verdade, porém, é que os pais portugueses que responderam ao Eurobarómetro, terão referido mais o que desejam que aconteça do que aquilo que acontece na realidade. A conclusão é da Plataforma Internet Segura, que realizou 70 entrevistas face a face, no passado mês de Janeiro, usando o mesmo questionário do Eurobarómetro. As entrevistas decorreram em Lisboa, Porto, Santarém, Portalegre e Vila Real. O estudo está a ser coordenado por Cristina Ponte, da Universidade Nova de Lisboa, e é da responsabilidade da Plataforma Internet Segura, uma estrutura que reúne 14 entidades dos meios académico, político, tecnológico, de apoio social e até a Polícia Judiciária. Os resultados foram apresentados na terça-feira, num hotel de Lisboa, onde Reconquista esteve presente.

 

 

 

ESALD

Análises clínicas
com congresso em Março

A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (Esald), do Politécnico de Castelo Branco, promove entre 6 e 8 de Março a primeira edição do Congresso de Análises Clínicas e Saúde Pública. O primeiro dia de trabalhos é dedicado aos cursos teóricos-práticos nos laboratórios da Esald, com o segundo dia dedicado a palestras sobre saúde pública e microbiologia. No terceiro e último dia as palestras abordam o tema da genética. Fernando George, o director geral de saúde, é um dos nomes previstos para esta iniciativa.

 


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