GENTE & LIVROS
José Cardoso Pires
"Elias Chefe interroga
Mena: Recapitulando...
O local é uma das choças da judiciária, doze palmos de chão e uma porta
com ralo de vigia. São o quê? Três e meia, um quarto para as onze? Já
chegámos ao abrir dos malmequeres ou ainda estamos em horas de coruja?
Mistério. Só perguntando. Ali, cela privativa dos subterrâneos da
Judite, o tempo desfaz-se lentamente na luzinha-piloto que escorre do
tecto de cimento. Não há horas nem desoras (Mena não tem relógio, faz
parte das anulações policiais tirar as referências ao preso) nem há lua
nem sol; a dormir ou acordada, Elias pode entrar-lhe pela cela dentro e
começar: Recapitulando..."
In Balada da Praia dos Cães
José Cardoso Pires nasceu
na Aldeia do Peso, Vila de Rei, a 2 de Outubro de 1925.
Passou a maior parte da infância e adolescência em Lisboa. Estudou no
Liceu Camões e frequentou a Faculdade de Ciências de Lisboa, ingressando
num curso de Matemáticas Superiores que não chegou a concluir.
Foi por pouco tempo oficial da Marinha Mercante, saindo por “suspeita de
indisciplina”. Trabalhou em várias publicações como jornalista e
redactor de publicidade, até se dedicar por completo à escrita.
Colaborou com a revista Almanaque, - compartilhando a redacção com
Alexandre O`Neill e Augusto Abelaira, - com o Diário de Lisboa; a Gazeta
Musical e de Todas as Artes; e Afinidades.
A oposição ao regime custou-lhe problemas com a censura, e alguns breves
exílios em França, Brasil e Inglaterra. Em Inglaterra foi professor no
King‘s College de Londres e colaborou com a BBC.
A primeira obra publicada tem o título de Os Caminheiros e Outros Contos
(1949), e a ligação literária mais duradoura do escritor será com o
neo-realismo português, não tanto pelos cânones estéticos, mas por ser o
principal movimento literário de oposição ao regime de Salazar.
A partir dos anos 50 não mais pára de publicar. Histórias de Amor
(1952); O Anjo Ancorado (1958); O Render dos Heróis (1960); Jogos de
Azar (1963); O Delfim (1968); Dinaussauro Excelentíssimo (1972). Mas
será com Balada da Praia dos Cães (1982) que consegue maior
visibilidade. O romance seria depois adaptada ao cinema pelo realizador
José Fonseca e Costa.
O escritor sofre um AVC no inicio de 1995, que lhe irá custar um
internamento prolongado em Santa Maria, o coma e a perda de memória. Da
experiência da doença haveria de escrever depois a sua única obra
autobiográfica De Profundis,Valsa Lenta (1997). José Cardoso Pires morre
um ano depois da publicação De Profundis, em Lisboa.
Em 50 anos de vida literária José Cardoso Pires conquistou vários
prémios ao escritor e à obra: Prémio Pessoa 1997; Grande Prémio Vida
Literária da Associação Portuguesa de Escritores - APE - (1998).
O Hóspede de Job (1963), venceu o Prémio Camilo Castelo Branco da
Sociedade Portuguesa de Autores; Balada da Praia dos Cães (1982), o
Grande Prémio do Romance e da Novela da APE; e De Profundis, Valsa
Lenta, o Prémio Dom Dinis da Fundação Casa de Mateus 1997.
Balada da Praia dos Cães. Em Abril de 1936 o cadáver do ex-major do
exército Luís Dantas Castro, invadido do Forte da Graça, onde aguardava
julgamento por participação num golpe militar abortado, é encontrado na
Praia do Mastro.
O chefe de brigada Elias Santana, apelidado pelo superior hierárquico de
«Covas», é destacado para investigar o crime. Mena, a mulher envolvida
sentimentalmente com o Major; o cabo Barroca, guarda de campo; e o
arquitecto Fontenova, são os principais suspeitos do homicídio.
Eugénia Sousa
LIVROS
Novidades literárias
Cavalo de Ferro. O Segredo.
Clara Pinto Correia, José Riço Direitinho, Ana Nobre de Gusmão, David
Machado, Filipa Melo, José Luís Peixoto, Romana Petri, Gonçalo M.
Tavares e Richard Zimler partilham o Segredo. Sob o tema do mistério e
do secreto, cada um dos escritores participa neste livro com um conto
fantástico.
Dom Quixote. Nostromo - Uma
História da beira-mar, de Joseph Conrad. Algures na costa ocidental da
América Latina, um grupo de homens move-se em torno da prata da mina de
São Tomé. Homens gananciosos mas também homens de princípios são
atraídos e corrompidos pela prata.A perfeição da narrativa, a recriação
impressionante da paisagem, a força e a beleza da história, fazem de
Nostromo um romance a todos os níveis admirável.
Europa-América. O Dragão e o
Elefante - China, Índia e a Nova Ordem Mundial, de David Smith.
O poder geopolítico global está a mudar de mãos e em meados deste século
os países mais poderosos serão a China, a Índia e os Estados Unidos.
Sobre a nova ordem mundial o autor vem responder a importantes questões
que se impõem.
Piaget. A Grande Narrativa do
Humanismo - A História da Humanidade: um conto iniciático de Michel
Serres. O autor conta-nos uma das mais extraordinárias narrativas do
mundo: a longa jornada do homem desde o seu berço em África, até dezenas
de milhares de anos após a sua separação. No percurso humano estão as
razões pelas quais não faz sentido acreditar na história de pátria e
nações.
Gradiva. O Eco Silencioso, de
João Lobo Antunes. Os textos foram escritos na sua maioria, nos últimos
três anos, mas segundo o autor, nem todos se aproximam do modelo de
ensaio seguido nos livros anteriores:«A razão por que os reuni aqui é
fácil de explicar: escrevi-os porque tive gosto em fazê-lo; publico-os
porque tenho vontade de os partilhar».
Campo das Letras. Canções de
Amor em Lolita‘s Club, de Juan Marsé. No bar de alterne Lolita‘s Club,
Nancy, Bárbara e Milena vendem afecto aos clientes habituais. Dos homens
que frequentam o bar há dois nomes a reter: Valentín, alma simples e
bondosa, apaixonado por Milena; e Raúl, o irmão gémeo de Valentín,
policia reformado por má conduta, um carácter indecifrável. E as
mulheres daquele lugar sabem «um homem que perdeu tudo menos a vida é um
mistério».
Guerra&Paz. Agente Zigzag, de
Ben Macintyre. Na noite de 1 de Dezembro de 1942 um pára- quedista nazi
aterra num campo do condado de Cambridge. O seu nome é Eddie Chapman, a
missão, sabotar o esforço de guerra britânico. Como é que este espião se
converte em Agente Zigzag do serviço de segurança britânico M15? Para o
grande mestre da espionagem John Le Carré, Agente Zigzag é “soberbo”.
Presença. O Estranho Caso de
Benjamin Button, de F. Scott Fitgerald. Fitgerald inspirou-se numa
observação de Mark Taiwn, em que o escritor lamentava que a melhor parte
da vida esteja no início e a pior no fim, para escrever este conto.
Benjamin Button vem ao mundo com 70 anos e a partir daqui começa uma
existência, ora trágica, ora irónica, em sentido contrário ao do resto
da humanidade.
Texto. Henriqueta a Tartaruga de
Darwin, de José Jorge Letria e ilustrações de Afonso Cruz. Pela voz de
Henriqueta, a tartaruga centenária das ilhas Galápagos, conhecemos a
história do famoso naturalista inglês, Charles Darwin. José Jorge Letria
oferece-nos um conto belíssimo e confirma uma vez mais o seu
extraordinário talento como escritor para a infância.
ASA. Quem Quer Ser Bilionário?
de Vikas Swarp. Ram respondeu correctamente às 12 perguntas do concurso
Quem Quer Ser Bilionário? e num golpe de azar foi preso numa cadeia da
Índia. A pergunta que se impõe é? Um pobre empregado órfão, que nunca
foi à escola, ou leu qualquer jornal poderá saber as respostas de um
concurso televisivo? Para o juiz houve batota. Mas Ram, um sobrevivente
nato, sabe que é a vida a dar as respostas fundamentais.
Bizâncio. Baby Blues - No
Principio Eram os Verbos, de Rick Kirman & Jerry Scott. Eis que chegamos
ao volume nº 24 da saga da família Macpherson. Eles são Wanda, Darryl e
os filhos Zoe, Hammie e Wren e a aventura continua em tiras
seleccionadas do regresso às aulas.
PAULO GONZO EM ENTREVISTA
Música com muito
"perfil"
Paulo Gonzo é um dos músicos
portugueses que mais vezes surpreende os seus fãs. Em 2008 abriu o
festival Rock in Rio Lisboa, fez o genérico do filme Call Girl e uma
tournée nacional. Perfil é o último disco de originais, mas em
entrevista ao Ensino Magazine o cantor diz estar a preparar mais um
trabalho o qual será lançado em finais deste ano. Segundo o músico, o
novo trabalho será genial!
Teve o privilégio de abrir o Rock in
Rio Lisboa 2008. Como é que foi essa experiência de cantar para milhares
e milhares de pessoas?
Não é a minha primeira experiência de cantar para um público tão vasto.
Creio que no Rock in Rio estavam 110 mil pessoas, mas no grande Sport
Lisboa e Benfica cheguei a cantar para mais de 150 mil. De qualquer modo
foi um espectáculo especial, com muita responsabilidade, já que era eu
que iria abrir o festival. Por outro lado, foi um concerto que começou à
tarde. Mas correu muito bem, foi excelente, foi algo de fantástico.
Nessa edição do Rock in Rio a música
nacional esteve bem representada, ou haveria mais bandas que poderiam
ter por lá passado?
Eu já tinha sido convidado há dois anos, mas tinha uma tournée e não
pude actuar. Mas respondendo à sua pergunta, cabe à organização, que
está atenta ao panorama musical português, escolher os grupos que lá vão
actuar.
Perfil é o seu último registo.
Começando pela versão do tema Leve Beijo Triste em que canta com a Lúcia
Moniz. Porquê a inclusão desse tema, e porquê a Lúcia?
Foi um tema gravado em 1992. Curiosamente a Lúcia Moniz nessa altura
ainda não era actriz e fazia coros para várias bandas. Foi nessa época e
nessas funções que participou primeiro Lev List desse tema. Entretanto
ela entrou numa novela da SIC, como actriz, e achámos interessante ela
fazer uma participação nesta música, já que tinha colaborado
anteriormente. O resultado foi excelente, até porque ela é uma pessoa
muito abrangente, de muito bom gosto, de quem as pessoas gostam. Além
disso já participou noutros discos meus.
O vídeo desse tema começa com um vinil a tocar. O que nos leva para uma
ideia clássica do vídeoclip...
Isso é uma questão de conceito e de muito bom gosto. Foi rodado na casa
de um amigo que está ligado à arte. Aquele vídeo tem vários momentos,
onde se tenta contrariar as histórias óbvias e o romantismo idiota e
lamechas. Este vídeo fez-se num dia e foi fantástico.
Por falar em arte, o Paulo Gonzo fez
também o genérico de Call Girl, um dos filmes portugueses com mais
sucesso em Portugal. Como é que foi essa experiência?
Foi óptima, embora a elaboração desse genérico coincidisse com uma
altura em que eu estava no meio de uma tournée, pelo que não tinha muito
tempo disponível. Uma coisa são os trabalhos de fundo (os nossos
discos), outra são as chamadas encomendas, o fazer música para filmes e
teatro. E dá-me imenso prazer fazer isso. Sou amigo do António Pedro
Vasconcelos e do Tino Navarro. Eles mostraram-me o guião, vi o filme, e
verifiquei que tinha muita acção, sexo e humor, e num dia fiz esse
genérico.
Voltando aos discos, desde 1992 já
vendeu mais de 400 mil unidades, como é que é possível num país como
Portugal atingir esses números?
Isso são os resultados do trabalho efectuado, mas eu não faço os discos
a pensar naquilo que vou vender. Já faço discos há 30 anos, tenho 29
gravados e faço-os porque gosto. Eu não sou um músico que se possa
classificar como politicamente correcto. Quando comecei a gravar blues
ainda ninguém sabia o que era isso. Sou um imprevisível e é disso que as
pessoas gostam. Nós vivemos das pessoas e devemos dar-lhes coisas novas.
Eu hei-de fazer sempre aquilo que me apetece e gosto...
E quanto a um novo disco de
originais, já há projectos?
Há... mas não posso dizer. Será fantástico... em finais de 2009 as
pessoas vão perceber isso mesmo. Vai ser genial!!!
Com uma carreira consolidada, como é
que é a relação com os fãs?
Excelente! Estou mais tempo a dar autógrafos após os concertos do que
muitas vezes o tempo que dura o espectáculo. Isso é gostar, admirar e
respeitar os fãs.
Hugo Rafael
OUTREM LANÇA LIVRO
Superstições
Histórias e Superstições da Beira
Baixa» é o nome do livro de José Carlos Moura apresentado, no passado
dia 12 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco. Da
responsabilidade da Outrem - Associação de Defesa do Ambiente e
Património e com a chancela da RVJ – Editores, a obra é o resultado de
um estudo onde o autor recolheu, entre 1987 e 2008 histórias, relatos e
rituais que durante anos fizeram parte da cultura das terras da Beira
Baixa.
No entender do autor do livro, “as terras da beira encerram no seu saber
popular relatos da magia e superstição ancestrais. As bruxas, os
benzelhos, os lobisomens ou as moiras encantadas, bem como a prática de
bruxarias nas encruzilhadas dos caminhos fazem parte dos relatos que
chegaram aos nossos dias”.
O livro pode ser adquirido na Outrem e na RVJ - Editores.
BOCAS DO GALINHEIRO
F. Scott Fitzgerald no
cinema
A 11 de Novembro de 1918 terminava um
dos mais sangrentos conflitos bélicos da história da humanidade, a I
Guerra Mundial. Nesse mesmo dia, em Nova Orleães, nascia Benjamin Button.
A mãe morre no parto e o pai, um rico empresário, confrontado com o
peculiar estado do recém- nascido, abandona-o à porta de um asilo. É que
Benjamin, como ele próprio afirma " nasci sob circunstâncias pouco
usuais", veio ao mundo velho, com oitenta anos, e a sua sina será
"crescer" ao contrário, ou seja, enquanto ele rejuvenesce, todos à sua
volta envelhecem. No asilo, enquanto jovem idoso, conhece a neta de uma
utente, por quem se apaixona. É esta a fábula de "O Estranho Caso de
Benjamim Button", um filme que se inspira num conto de F. Scott
Fitzgerald, publicado pela primeira vez em 1922, em cuja génese está,
segundo F. Scott Fitzgerald, uma observação de Mark Twain em que o
escritor lamentava que a melhor parte da vida fosse ao início e a pior
no fim. Esta história de amor realizada por um mais que improvável David
Fincher (nada na anterior filmografia do realizador de, entre outros "Seven
- 7 Pecados Mortais"(1995) e "Clube de Combate" (1999), dois filmes no
mínimo inquietantes e que fizeram de Fincher um enfant terrible de
Hollywood, nos levaria a pensar que o homem que deu nas vistas com "Alien
3" (1992)nos brindaria agora com um filme romântico ao bom velho estilo
de Hollywood) atravessa quase todo o século passado pelo testemunho
deste velho que caminha para a juventude, uma interpretação magnífica de
Brad Pitt, que lhe valeu a nomeação para o Oscar de melhor actor, na
busca incessante do amor da sua vida, Daisy, uma desinibida bailarina
interpretada por Cate Blanchet, amor esse que chega nos breves anos em
que as suas idades coincidem. O problema é que Benjamin continuava a
rejuvenescer. Apesar de ser a grande derrotada dos Globos de Ouro, com
13 nomeações para os Oscar, tudo pode acontecer, apesar da fortíssima
concorrência de "Quem Quer Ser Bilionário", de Danny Boyle.
F. Scott Fitzgerald nasceu a 24 de Setembro de 1896 em St. Paul, no
Minnesota, no seio duma família da classe média e desde muito cedo que
se virou para escrita. Frequentou a Universidade de Princeton, onde
conheceu Zelda Sayre, que viria a tornar-se sua mulher em 1920. Um modo
de vida extravagante, muito ao estilo da Jazz Age de que Fitzgerald
seria o "inventor", levou-os a cometer muitos excessos. Dividiam o tempo
entre os Estados Unidos e estâncias de férias luxuosas na Europa. Eram
tão famosos pelo seu estilo de vida como pelos romances do escritor. Por
um lado, Zelda desde cedo começou a revelar sinais da esquizofrenia que
a levaria ao hospício, pelo outro a atracção do autor pelo álcool
haveria de ser a sua perdição e a causa primeira da sua morte prematura.
A primeira publicação de um escrito de F. Scott Fitzgerald aconteceu no
jornal Now and Then, de St. Paul. Tinha ele 13 anos. Outra das suas
paixões era o teatro. Como actor e como escritor. Porém as suas peças de
teatro não alcançaram grande êxito, ao contrário dos seus romances,
alguns consideradas hoje obras-primas da literatura, a começar logo pelo
seu primeiro romance "This Side of Paradise", que fez dele o escritor
mais bem pago da América, para não falar de "The Great Gatsby" (O Grande
Gatsby), escrito aquando da sua estada em Paris nos anos 20 do século
passado. Se a este juntarmos "Tender is The Night" (Terna é a Noite), de
1934, em que retrata a história de Dick Daves e de sua mulher, Nicole,
esquizofrénica, por detrás o fantasma da doença de Zelda, e o romance
inacabado, "The Last Tycoon" (O Último Magnate), uma incursão pela sua
experiência em Hollywood, onde não foi muito bem sucedido como
argumentista, teremos o núcleo duro das obras de Fitzgerald a que se
podem e devem juntar "As Crónicas de Hollywood" e toda uma série de
ensaios que viriam também a ser publicados postumamente.
Não admira pois que Hollywood olhasse para os romances do escritor como
potencias obras a adaptar ao cinema e foi isso que veio a acontecer,
logo em 1949 com uma adaptação de "The Great Gatsby" com realização de
Elliot Nugent. Protagonizada por Allan Lad, o milionário que vê a sua
fortuna perder-se, e por Betty Field, obra esta que se situa na tal Jazz
Age da sociedade de Long Island, e que em 1974 seria de novo adaptada ao
grande écran por Jack Clayton, com argumento de Francis Ford Coppola,
tendo nos principais papéis Robert Redford e Mia Farrow. Porém aquela
que é uma unanimemente considerada como uma das melhores adaptações de
uma obra do escritor à tela foi em 1976, pela mão de Elia Kazan com "The
Last Tycoon" com argumento do dramaturgo Harold Pinter, um prémio Nobel
recentemente falecido, foi protagonizado por Robert De Niro à frente de
uma verdadeira chuva de estrelas, no papel de um produtor
cinematográfico nos anos de 1930, figura inspirada no grande Irving
Talberg. Em 1962 já fora adaptado "Tender is The Night", com realização
de Henry King, com Jennifer Jones no papel de Nicole e Jason Robards
como psiquiatra, e ainda com Joan Fontaine, a irmã chic de Nicole, tal
como outra short story deu origem em 1954 a "The Last Time I Saw Paris",
com realização de Richard Brooks dirigindo Elizabeth Taylor e Van
Jonhson neste drama sobre gente desiludida e casamentos arruinados, mais
uma vez o tal toque autobiográfico dos ensaios do escritor.
Como já se disse, F. Scott Fitzgeral morreu novo. Em 1940, de ataque
cardíaco, mazelas da sua vida degradada pelo consumo de álcool, em
Hollywood, onde viveria os seus últimos anos, em casa da escritora
Sheila Graham, a sua última paixão. A glória viria tarde de mais. A
sublinhar uma das suas afirmações mais categóricas: "there are no second
acts in American lives".
Até à próxima e bons filmes!
Luís Dinis da Rosa
PELA OBJECTIVA DE J.
VASCO
Dia Internacional da
Língua Materna
Desde Novembro de 2009 que a UNESCO
proclamou 21 de Fevereiro como o Dia Internacional da Língua Materna. A
sugestão é, no dia, o leitor ler um livro, por exemplo de Mário de
Sá-Carneiro (na foto). Se morar perto de Lisboa visite também o bonito
Parque dos Poetas no concelho de Oeiras e leia; leia junto aos poetas.
Música
Lady Gaga - The fame. Lady Gaga
foi uma das revelações na música no ano de 2008, Joanne Stefani
Germanotta, adoptou o nome de “Gaga” para homenagear os Queen, e
utilizou o nome de um dos temas mais conhecidos da banda.
Depois de escrever músicas para Britney Spears e para as Pussycat Dolls,
Lady Gaga apostou na sua própria carreira e editou um Ep, que depois deu
origem ao álbum “The fame” que teve edição a nivel mundial em Outubro de
2008. Este trabalho traz novas incursões no mundo pop electrónico, com
novas abordagens, utilizando um novo estilo.
O primeiro single “Just dance” foi apresentado ao vivo na edição 2008 do
concurso Miss Universo, o que deu uma grande visibilidade á escala
mundial. O ponto fraco deste cd, são as faixas “Beautiful dirty rich”e “Summerboy”,
que servem apenas para fazer número!
Mas mesmo assim “The fame” ainda tem mais 12 óptimas canções, o primeiro
single “Just dance” que tem a participação de Colby O´Donis, o single
corrente “Poker face”, e faixas como “Paparazzi” e “Money honey”.
Mais uma voz que nos chega da terra do Tio Sam, que apostou forte também
na sua imagem, com um look irreverente, e promete dar cartas nos
próximos tempos na música!
Madcon - So dark the con of man.
Esta dupla é sem dúvida um dos projectos mais interessantes do momento,
os Madcon são Yosef Wolde-Mariam (Critical),e Tshawe Baqwa (Kapricon).
Este grupo mostra que o bom hip hop, não é so aquele que é produzido nos
Estados Unidos, o importante é mesmo o talento!
Os Madcon chegam-nos da Noruega, e conseguiram o seu lugar ao sol com
uma fantástica versão de “Begin”, um tema original de Frank Valli e The
Four Seasons de 1967. Este “So dark the con of man” é o segundo trabalho
desta banda que explora muito bem vários ritmos entre o hip hop, o rock,
r&b e uma fusão de ritmos latinos.
A banda vai visitar o nosso país para mostrar ao vivo os temas do novo
cd, e tem agendados dois concertos, no dia 31 de Março no Coliseu do
Porto, e no dia 1 de Abril será no Coliseu de Lisboa.Este registo é
composto por 14 faixas, destaque para o single “Begin” que continua a
rodar nas rádios, e para os temas “Back on the road”, “Dandelion” e
“Hard to read”. Este álbum foi editado em Portugal no passado mês de
Janeiro, 2009 começa com bons discos!
New Max – Phalasolo. Tiago Novo
é mais conhecido por New Max, ele é um dos elementos da dupla Expensive
Soul. Neste disco de estreia a solo de New Max tem um naipe privilegiado
de convidados, Marta Ren, Sam The Kid, Pacman e Virgul dos da Weasel e
Regula , as músicas foram produzidas, gravadas e misturadas pelo próprio
New Max no seu New Max Studio.
“Phalasolo” é uma palavra de origem Hindu que significa “fruto de muito
trabalho”. A grande novidade é o formato deste disco, para fugir á
tradição “Phalasolo” está disponível para donwload gratuito e legal em
www.phalasolo.com
, numa ação inédita. Depois da grande promoção feita pela imprensa e as
rádios, em apenas três semanas, New Max conta já com mais de 55 mil
downloads do seu álbum. O traballho está recheado de grove, soul,jazz e
hip hop em português, que confirmou o talento deste artista de Leça da
Palmeira.
O primeiro single foi “América electrica” que conquistou as rádios,
destaque ainda para os temas “Quero mais”, “Vai Joe” e “Pagas um mundo”.
Com o actual preço dos cds, vale a pena fazer o dowload dos temas, é
nacional, e é gratis...
Hugo Rafael
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