Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº142    Dezembro 2009

Universidade

DOCENTE DE AVEIRO JÁ GANHOU MAIS DE 20 PRÉMIOS

João Oliveira distingue-se

O compositor e docente da Universidade de Aveiro, João Pedro Oliveira, acaba de ser agraciado com mais uma distinção internacional, a Civitella Ranieri Fellowship, um prémio instituído pela Fundação Civitella Ranieri (EUA/Itália) que premeia artistas plásticos, escritores e músicos de todo o mundo com um talento excepcional nas suas áreas.

Os potenciais candidatos ao prémio são nomeados, após uma selecção rigorosa, por um painel de peritos. Depois de apresentar o seu trabalho, os artistas pré-seleccionados são avaliados por um júri internacional. O prémio inclui uma residência num castelo medieval em Umbria (Itália), permitindo aos artistas trabalhar nos seus projectos ininterruptamente durante um extenso período de tempo. Entre os compositores a quem já foi atribuída esta distinção podemos encontrar os prestigiados artistas Jonathan Harvey, Kaija Saariaho, Claude Ledoux e Elliot Sharp.

João Pedro Oliveira estudou composição, orgão e arquitectura em Lisboa. De 1985 a 1990 esteve nos Estados Unidos com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Comissão Cultural Luso-Americana, onde concluiu dois Mestrados e um Doutoramento em Música. A sua carreira como compositor conta com mais de 20 prémios nacionais e internacionais, 15 dos quais primeiros prémios nos mais prestigiados concursos de composição internacionais.

A maior parte das suas obras foi encomendada por instituições tais como a Orquestra da Juventude da Comunidade Europeia (UK), a Orquestra Arturo Toscaninni (Itália), a Fundação Gulbenkian, Ministério da Cultura de França, Museu Watari (Tokyo), Instituto de Musica Electroacústica de Bourges (França), etc..
 

 

 

TECNOLOGIA PREVÊ ATAQUES CARDÍACOS

Coimbra ganha Prémio BES

O protótipo de um sistema inovador, a nível internacional, de monitorização dos Cuidados Intensivos dos Hospitais, é o grande vencedor da Quinta Edição do Prémio BES Inovação, no valor de 85 mil euros. Desenvolvida pelos investigadores Pedro Bizarro e Diogo Guerra, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a tecnologia não só venceu na categoria de Tecnologias de Informação e Serviços, como também arrebatou o Grande Prémio Nacional.

Prever, com 24 horas de antecedência, a ocorrência de um ataque cardíaco indicando, em simultâneo, os factores que mais estão a contribuir para que tal aconteça (níveis potássio ou magnésio, plaquetas, etc.) e sugerindo medidas preventivas, é uma das grandes inovações da tecnologia SICU, desenvolvida no âmbito do projecto europeu BICEP: Benchmarking Complex Event Processing Systems, em parceria com investigadores da Oracle Corporation, University of Utah Medical Center, e Whitehead Institute/MIT Center for Genome.

O sistema fornece ainda alertas clínicos personalizados por doença, por idade e por paciente, entre outras variáveis, e está dotado de sistemas inteligentes que reduzem a geração de falsos alarmes, o que não acontece com o equipamento disponível no mercado. Outro grande avanço obtido com o SICU é a sua flexibilidade. Foi concebido para ser facilmente manuseado e re-configurado pelos médicos e enfermeiros. Ao ter acesso a toda informação do paciente, em tempo real (ritmo cardíaco, pressão arterial, temperatura e mesmo informação sobre testes laboratoriais), os profissionais de saúde podem criar alertas personalizados.

Testado e validado cientificamente o SICU, foi já criada uma Spin-Off da FCTUC, a FeedZai Lda., para avançar para prototipagem industrial e comercialização.

 

 

 

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Rádio assinala sete anos

6 A Rádio Universitária do Algarve (RUA FM) acaba de comemorar sete anos de existência. E para fazer mais e melhor, a experiência é alargada a todos os que querem colaborar e contribuir com o projecto. Com uma história para contar e planos futuros a desenvolver, a RUA dá a conhecer a evolução de um projecto experimental e criativo.

O director, Pedro Duarte, realça a importância deste encontro. “Porque há tantos colaboradores, os programas são emitidos uma vez por semana. Há colaboradores que nem sequer se conhecem. A formação é feita nesta altura para coincidir com esta reunião da família da Rua e para se conhecerem. Não só porque automaticamente quem entra conhece a Rua nesta altura de aniversário experiencia verdadeiramente o que a RUA é”, refere.

O projecto da RUA foi organizado em 2001 pelo presidente da Associação Académica de então, Carlos Santos. Um ano mais tarde era atribuído o alvará de emissão. As emissões tiveram início em Julho de 2003, tendo o arranque contado, «a nível de montagem», com «uma grande ajuda» da Rádio Clube Português.

A principal filosofia da RUA – nome escolhido por «ser fácil de decorar» e ter boa sonoridade - assenta na divulgação de eventos culturais, e de bandas e artistas pouco conhecidos do público em geral, mostrando ainda o papel da Universidade do Algarve na região. Para o director de antena, «faz parte da rádio ser experimental e passar coisas novas». Sendo esta a «imagem de marca da RUA», a rádio acaba por ser considerada alternativa.

Procurando não ter como único alvo o público universitário e evitando tornar a RUA numa «rádio de jukebox», Pedro Duarte avança uma média de idade dos ouvintes: «entre os 17 e 35 anos». No entanto, admite que a rádio tem ouvintes de faixas etárias mais avançadas, «há muita gente com sede de coisas diferentes, há procura de coisas novas».

A grelha de programação é ocupada por rubricas noticiosas, culturais e musicais dos mais variados estilos mas principalmente por programas de autor. «Temos cerca de 20 programas de autor» refere Pedro Duarte.

Grethel Ceballos, Sofia Trindade
e Vanessa Costa

 

 

 

ESTÁGIOS INOV JOVEM

550 jovens estudam no ISCTE

O programa INOV Contacto “é muito importante para o fomento das exportações e para o incremento da internacionalização da economia portuguesa”, considerou o ministro da Economia. Vieira da Silva falava na sessão de abertura do programa de preparação para o estágio internacional de 550 jovens estagiários do programa INOV Contacto realizado no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Considerou que “a globalização é marcada pela multipolaridade e é aí que temos de jogar o nosso futuro”, reputando a “ambição” demonstrada pelos 550 jovens como “essencial para transformar constrangimentos em oportunidades”.

Basílio Horta, presidente da AICEP, que tutela o programa, dirigindo-se aos 550 jovens, disse que “vocês são a prova de que o País está a mudar”, apelando a que “se detectarem, nas empresas e nos países onde vão ser colocados, oportunidades de negócio, alertem a Agência, pois o vosso papel, como elementos de uma rede de contactos internacionais, é muito útil à economia portuguesa”.

O presidente da AICEP enfatizou ainda a evolução do INOV Contacto, que “começou com 50 jovens e já está em 550, o que é um sinal de que a economia portuguesa está a mudar, fruto também do empenhamento do Governo”. Com a duração de seis meses, o programa oferece estágios em empresas e organizações multinacionais que actuam em mercados de interesse estratégico para Portugal.

Dércio Telo/ISCTE

 

 

 

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Prémio UBI-Santander entregue

Paulo Almeida, docente no Departamento de Química e vice-reitor para o Ensino e Internacionalização da Universidade da Beira Interior, acaba de ser galardoado com o Prémio de Mérito Científico UBI/Santander. O investigador foi distinguido por 18 anos de trabalho na sua área base, a Química e considerou que, este tipo de distinções, “para além de premiarem o mérito científico e o trabalho de quase uma vida, servem como reconhecimento pelos pares e pela comunidade de todo um esforço que muitas vezes é silencioso e a maior parte das pessoas não se apercebe, mas que é o somatório de muito trabalho individual e colectivo”.

Esta distinção, atribuída por unanimidade por cinco catedráticos de universidades portuguesas “foca o trabalho desenvolvido nos últimos três anos, mas, no fundo, também o trabalho de uma vida de investigação”. Por isso mesmo, o vice-reitor sublinha que “este é também um sinal para aqueles que estão agora a começar, de que é possível fazer tudo com muita vontade e trabalho”. Até ao momento, Paulo Almeida participou em 11 projectos financiados por entidades científicas, sendo o responsável principal em dois deles.

João Queiroz, reitor da Universidade da Beira Interior, reiterou a importância deste tipo de iniciativas. Felicitou o esforço e trabalho de Paulo Almeida e também a forma como uma entidade externa apoiou uma iniciativa da academia. Queiroz sublinha que “existe um conjunto de iniciativas e actividades que, com o actual modelo de financiamento das universidades, não pode ser suportado por inteiro. Daí que este tipo de prémios e de apoio às academias por parte de entidades exteriores seja um caminho a seguir”.

Mas há também aspectos que as universidades não podem descurar, referiu Queiroz, como a promoção da cooperação e da qualidade de ensino. Para o reitor, a diversificação de fontes de investimento é importante “para criar prémios de mérito para quem já publicou e fez muito, prémios de incentivo para quem ainda tem muito para fazer e potencialidades para isso, e esta é a melhor maneira de fazermos isso”.

No que respeita à investigação feita na Covilhã, o reitor é peremptório em afirmar que, “na UBI existem algumas áreas e alguns nichos de qualidade na investigação que se comparam a nível nacional e internacional com as congéneres. É assim que a investigação tem de ser feita, a olhar para os indicadores das melhores”, acrescenta. 

Eduardo Alves

 

 

 

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

O futuro papel dos têxteis

Traçar o futuro do papel e dos têxteis foi o principal objectivo do simpósio realizado este mês pela Unidade de Investigação de Materiais Têxteis e Papeleiros da Universidade da Beira Interior. Durante dois dias, o anfiteatro 8.1 do Edifício das Engenharia, acolheu diversos investigadores que apresentaram resultados sobre o estado do ensino na área dos têxteis e também do papel. Para o presidente da Unidade de Investigação de Materiais Têxteis e Papeleiros, Santos Silva, este é, aliás, um assunto actual, pois, além da UBI, “muitas outras instituições estão agora a tentar procurar outras áreas de investigação”. Pese embora o facto de este ser um sector com “empregabilidade elevada, os alunos acabam por escolher outras áreas”.

Numas jornadas onde o tema central foi o de “Indústria Têxtil e Papeleira: Ensino e Investigação, que futuro?”, um dos pontos mais abordados foi precisamente o da ligação entre as universidades e a indústria. Para Santos Silva, “existe uma evolução notória no que diz respeito às soluções encontradas para debelar alguns dos problemas da indústria, mas a ligação entre a universidade e o mercado continua muito fraca”. O antigo reitor da UBI lembra o esforço que a UBI tem feito nesta área, mas ainda assim, a nível geral, “muitos dos interessados não têm dado as respostas necessárias”.

Quanto ao futuro da investigação, o encontro serviu para verificar, “uma vez mais, as necessidades de resposta que a indústria tem, mas também o vasto campo que ainda existe por explorar, no que respeita à investigação”. Dois campos que têm de ser preenchidos “com todos os envolvidos a trabalhar no mesmo sentido”. Já os vários membros ligados ao mercado de trabalho lembraram que “as universidades hoje também não se podem ficar por dizer que investigação um determinado assunto, têm de apresentar as melhores soluções para o mesmo”. Carlos Brás, director de produção da Portucel lembra que Portugal e a UBI, neste domínio, têm bons conhecimentos para singrar. Como tal apresenta o exemplo do papel “Navigator” “que tanto se vende Portugal, como na China, ou nos Estados Unidos da América”. Um aspecto reforçado pelo membro desta indústria foi precisamente o da ligação entre a academia e as empresas. “Nós, em Portugal, somos capazes de fazer grandes coisas, mas tem de ser com muito esforço, porque somos excessivamente desorganizados”, reiterou.

Para resolver todas estas questões, Ana Paula Duarte, vice-reitora da UBI e presidente do Instituto Coordenador da Investigação (ICI), deixou a garantia de um trabalho árduo e bastante estreito com as empresas. Nesse sentido, “dentro em breve vamos avançar com as mostras de ciências aqui na UBI”. Dar visibilidade às capacidades da academia e às potencialidades da sua investigação são pontos que vão nortear estas mostras que estão já a começar a ser calendarizadas.

Eduardo Alves

 

 

 

SIMULAÇÃO MÉDICA E EDUCAÇÃO

Doente virtual na UBI

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS) acaba de apresentar o “doente simulado virtual” aos profissionais de saúde. A numa sessão contou com a presença do conceituado cirurgião de Singapura, Peter Mack e decorreu a 2 de Dezembro, no auditório daquela Faculdade. A sessão integrou-se no programa Leonardo da Vinci, financiado pela União Europeia, que conta com onze parceiros de oito países, sendo a FCS a única instituição portuguesa representada.

O principal objectivo deste projecto é a criação de um doente simulado virtual que possa interagir com os profissionais de saúde (actuais ou futuros). O modelo reflecte as especificidades linguísticas e culturais de cada país, o que faz com que o “doente” tenha características únicas, possibilitando o treino dos profissionais de saúde. A sessão teve como finalidade a partilha da experiência da Universidade de Singapura e como podem os outros países evoluir na área da simulação médica. O orador convidado, Peter Mack, apresentou diversos casos clínicos baseados em simulação de prováveis acidentes e nas respectivas formas de resolução.


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