NUNO MANGAS, PRESIDENTE
DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA
Plano Estratégico
avança
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Nuno Mangas, presidente do Instituto
Politécnico de Leiria (IPL), desde o final de Outubro, considera que os
desafios do IPL passam por factores como a internacionalização, a
investigação e a qualidade. Durante um almoço, que decorreu a poucos
quilómetros da cidade Liz, o novo homem forte do Politécnico de Leiria
foi claro quanto ao rumo que o seu instituto deve tomar.
Neste momento, diz Nuno Mangas, “está a ser definido Plano Estratégico
do IPL para os próximos quatro anos - 2010-2014”. O documento
estabelecerá as linhas orientadoras do IPL e é tido como importante
pelos seus responsáveis. “Além disso estamos já a trabalhar no sentido
de definir a melhor organização para a oferta pós graduada do
Instituto”, acrescenta.
Com poucos meses de mandato, Nuno Mangas considera que estes primeiros
momentos serviram para dar atenção a um conjunto de aspectos como os
diferentes estatutos e a própria consolidação de algumas das unidades
que saíram dos novos estatutos do IPL. Os dados estão lançados para dar
continuidade ao nosso projecto”. Para já diz, o presidente o IPL, “é
importante fazer bem os alicerces para que os objectivos sejam
cumpridos”.
E os alicerces passam, no entender de Nuno Mangas, por “uma preocupação
com a qualidade. A entrada em funcionamento da Agência de Acreditação e
Avaliação e o facto de termos a presença da avaliação internacional em
2010, pela EUA, faz-nos investir nessa área, o que de resto já sucedia”.
Nesse sentido, está a ser feito um importante trabalho para a
“acreditação dos cursos que temos em funcionamento - licenciaturas e
mestrados -, e também verificar qual é que foi o nosso percurso desde a
primeira avaliação da EUA”.
A internacionalização é outro aspecto que Nuno Mangas classifica de
importante para o desenvolvimento do IPL. “Temos alguns projectos
interessantes em desenvolvimento, como o curso de tradução de
Português/Chinês e Chinês/Português, estamos a trabalhar em projectos
que visam a realizam de mestrados com instituições estrangeiras. A nossa
ideia é que a internacionalização, ao nível da formação passe, sem
prejuízo de aparecerem outras parcerias semelhantes às do curso de
tradução, pelo segundo ciclo, alargando-o a toda a área da investigação.
É aí que poderão surgir mais oportunidades”, explica.
Ainda ao nível da internacionalização, Nuno Mangas sublinha a vertente
da mobilidade. “Nós temos cerca de duas centenas de estudantes nesses
programas, mas a meta é atingir os quatro a cinco por cento do total dos
nossos alunos em mobilidade todos os anos. Um número que ainda fica
aquém de instituições internacionais, não só na Europa, como Brasil,
Ásia ou Palop’s”. Num outro nível, Nuno Mangas fala em incentivar a
mobilidade dos docentes. “Temos um projecto para fazermos uma Semana da
Mobilidade Internacional, procurando concentrar aqui os professores
estrangeiros que vêm ao nosso instituto. A ideia é que eles, além de
participarem nos tradicionais seminários, possam participar em
actividades culturais. Esta é uma forma de potenciar o conhecimento e de
alavancar projectos de investigação e parcerias”.
QUALIDADE REFORÇADA
A caminho dos
doutoramentos
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Nuno Mangas considera que “no futuro é
possível aos Politécnicos exigirem à tutela a possibilidade de
ministrarem doutoramentos autonomamente”. No entanto, diz o presidente
do IPL, “não podemos é exigir isso, sem estarmos preparados para essa
formação, sobretudo ao nível dos docentes com grau de doutor, e de
unidades de investigação avaliadas e com trabalho relevante. Se tivermos
tudo isso, não vejo qual seja o problema de ministrarmos doutoramentos”.
Aquele responsável dá como exemplo “o Departamento de Engenharia
Mecânica do IPL, a qual tem um número de doutorados assinalável, está
reconhecido internacionalmente como excelente. E agora dizem-nos que não
podemos ministrar doutoramentos só porque não temos a palavra
universidade, mas sim politécnico? Isso é um contra-senso! Não podemos
ser limitados pela Lei, quando temos todas as condições para o fazer!”.
O presidente do IPL dá outro exemplo: “enquanto docentes do Politécnico
estão a ser orientadores de teses de doutoramento em Portugal e no
estrangeiro, mas não o podem fazer dentro da nossa instituição. A
própria evolução do ensino, e quando estes casos deixarem de ser
isolados, mas sim generalizados a todas as instituições politécnicas, é
inevitável que os institutos possam ministrar doutoramentos”.
O presidente do IPL esclarece que “o importante é que às instituições
que reúnam competências em determinadas áreas, deve-lhes ser permitido
fazer determinadas formações, pelo que não devem existir limitações
legais”.
POLITÉCNICO DE LEIRIA
Cet's e novos públicos
![](Nuno-Mangas.jpg)
A aposta do Instituto Politécnico de
Leiria em Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) tem-se revelado
muito positiva. Nuno Mangas diz que o IPL “tem o mérito de, apesar de
ter feito uma forte aposta na investigação e nos mestrados, não deixou
de investir nos Cet’s”. No último ano lectivo, o IPL “era a instituição
com mais cursos dessa área em Portugal”.
O balanço é positivo, no entender de Nuno Mangas e os resultados também.
“Está a ser uma experiência interessante, embora esta seja uma área
nova, em que as regras de financiamento não estão totalmente definidas,
obriga-nos a ter capacidade financeira para andar à frente”. De qualquer
modo, assegura o presidente do IPL, “temos contribuído para que esta
região tenha uma população mais qualificada. Nos últimos anos, mais de
90 por cento dos alunos que frequentavam os Cet’s fizeram em horário
pós-laboral. Ou seja, eram pessoas que já trabalhavam e que vieram, de
forma voluntária, melhorar as suas competências”.
Nuno Mangas revela que “muitos dos alunos que frequentam os Cet’s
entusiasmam-se e “depois prosseguem estudos para as licenciaturas. Mas
só o facto deles terem regressado aos bancos da escola, por vezes 20 e
30 anos depois de terem saído, é excelente e vai dar a esta região uma
vantagem competitiva”. Por outro lado, diz, “os Cet’s são uma
alternativa ao programa >23 para ingresso no ensino superior, o qual tem
a vantagem de lhes servir como almofada ao primeiro embate para as
licenciaturas”.
Mas a aposta em novos públicos, obriga a que as instituições estejam
preparadas para acolher alunos de diferentes faixas etárias. “Na
abertura oficial do ano lectivo dei como exemplo o facto do nosso aluno
mais novo ter 17 anos e o mais velho 72. Isto faz com que as
instituições, e neste caso em particular, o IPL seja capaz de dar
resposta a todos. Nós, professores, temos hábitos para dar resposta a
alunos de 17 ou 18 anos. E nós temos que ser capazes de liderar com
turmas heterogéneas. Temos que ser capazes de lidar com alunos que
dominam as novas tecnologias e com outros que, com 40 ou 50 anos, não as
dominam tão bem. E nesta matéria, Portugal ainda precisa de procurar, um
equilíbrio correcto”. ![](quad_preto.gif)
PORTALEGRE, BEJA,
SANTARÉM E ÉVORA
Juntos por uma rede de
tecnologia
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Quatro estabelecimentos de ensino
superior alentejanos, entre eles o Politécnico de Portalegre,
apresentaram, através da Agência de Desenvolvimento Regional do
Alentejo, uma candidatura para a criação do Parque de Ciência e
Tecnologia do Alentejo (PTC) que deverá estar construído até 2012 e
custará 50 milhões de euros.
A candidatura foi entregue em Setembro ao Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN) e receberá uma resposta até ao final deste
ano. Caso a candidatura seja aprovada, segue-se uma outra fase que
implicará candidaturas dos projectos dos pólos que integrarão o parque
tecnológico.
“O projecto nasceu por iniciativa da Universidade de Évora com a
intenção de construir uma Rede de Ciência e Tecnologia no Alentejo”,
explica Joaquim Mourato, presidente do Instituto Politécnico de
Portalegre que acrescenta: “a Universidade de Évora e os Institutos
Politécnicos Portalegre, Beja, e Santarém uniram-se para concretizar
este projecto”.
Cada uma das instituições procurou definir um modelo e “decidiu-se que a
sede do parque será em Évora devido à sua centralidade e
desenvolvimento”. Contudo, existirão pólos nas outras cidades uma vez
que “era importante que o parque tivesse uma cobertura territorial.
Conseguiu-se juntar interesses do norte Alentejo, do baixo Alentejo, do
Alentejo central e da lezíria do Tejo”, continua Joaquim Mourato.
Pólo em Portalegre. A rondar os
6,4 milhões de euros está o orçamento do pólo de Portalegre, que se
centra nas Energias Renováveis e no Ambiente. O IPP definiu que “devia
apostar nas energias uma vez que além de ter alguns recursos é uma área
com futuro”, conta Joaquim Mourato.
O pólo de Portalegre vai estar instalado junto à Escola Superior de
Tecnologia e Gestão, pois além da escola estar vocacionada para a área,
a Câmara Municipal de Portalegre cedeu dois lotes para instalar uma
incubadora tecnológica na zona industrial.
O pólo de Portalegre vai ter dois subpólos, em Nisa e Elvas. “O pólo de
Nisa visa o estudo do termalismo e o de Elvas está ligado à produção de
energias com biocombustíveis”, explica Paulo Brito, Vice-presidente da
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre e coordenador da
área de engenharia. “Este parque desenvolve por um lado a instalação de
empresas existentes, e por outro lado a criação de empresas que surjam
de trabalhos de investigação”, prossegue aquele responsável.
Paulo Brito explica que este parque “tem três componentes principais:
uma parte laboratorial, naves pilotos, pequenas unidades que permitem
criar técnicas a nível industrial, e uma incubadora de empresas para
desenvolver trabalhos científicos na perspectiva de os aplicar”. Paulo
Brito referiu ainda que está prevista também a criação de uma central de
biomassa com 100 mega watts.
“Acho que podemos ser uma marca, não só regional mas também nacional”,
refere Joaquim Mourato. Explicando que este projecto “pode ser uma
alavanca para o desenvolvimento regional, pois esta área é sem dúvida
pertinente e de interesse mundial”.
Com este projecto “pretende-se criar infra-estruturas e instalar
competências para potenciais alunos. Quem quiser saber mais e
desenvolver estudos sobre energia e ambiente vai encontrar aqui um local
favorável”, finaliza o dirigente do IPP.
Mata Cáceres, Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, refere que
“quando estamos a falar de qualquer coisa que envolva desenvolvimento e
criatividade é sempre importante”. Esclarecendo que “quando se trata de
projectos no Instituto Politécnico o interesse é maior. Estamos a tentar
fazer com que a nossa produção energética através de energias
alternativas seja auto-suficiente”.
Alguns dos parceiros desta iniciativa são a câmaras Municipais de
Portalegre, Elvas e Nisa, o Instituto Internacional de Realidade
Virtual, a VALNOR e as empresas Selenis e Delta. ![](quad_preto.gif)
Ana Beatriz Cruz
(Esep jornal digital)
POLITÉCNICO DA GUARDA
Novos cursos e novos
desafios
![](Guarda-01.jpg)
![](Guarda-02.jpg)
O presidente do Instituto Politécnico da
Guarda, Jorge Mendes, anunciou a abertura de três novas licenciaturas em
Gerontologia Social, Terapia Ocupacional e Tecnologias das Artes e
Espectáculos. A divulgação destes cursos, já aprovados em Conselho geral
e apresentados ao Ministério, foi feita durante a cerimónia de abertura
do ano lectivo, onde também foram distinguidos os melhores alunos do IPG,
um dos quais pelo Ensino Magazine, com uma bolsa de mérito.
Jorge Mendes referiu, que na área dos mestrados, é intenção do IPG
avançar com os cursos de Construções Civis, Marketing e Comunicação,
Professor Bibliotecário e Ciências do Desporto. O discurso do presidente
do Politécnico da Guarda foi claro quanto aos novos desafios que a
instituição deve seguir, os quais passam, sobretudo, pela qualidade,
formação, aumento dos docentes doutorados e ainda pela
internacionalização e mobilidade.
De resto, na própria cerimónia foi assinado um acordo de cooperação com
o município de São Salvador do Mundo (Cabo Verde), com vista ao
intercâmbio de estudantes e docentes, bem como à implementação de cursos
de especialização de níveis III e IV por parte do Politécnico. Cursos
que deverão entrar em funcionamento através da nova Unidade de Ensino a
Distância do IPG, a qual estará em funcionamento no início de 2010.
Outro objectivo do Instituto Politécnico da Guarda passa por ver
assinados 12 contratos-programa com o Governo, aguardando a inclusão de
12 projectos no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento
da Administração Central (PIDDAC) para 2010. Projectos que incluem a
construção da nova Escola Superior de Saúde (ESS) no campus do IPG, a
reconstrução do actual pavilhão desportivo da Escola Superior de
Educação, Comunicação e Desporto, a construção de uma residência de
estudantes em Seia, a recuperação de alguns edifícios, a reorganização
do estacionamento e a implementação de um projecto de segurança.
Numa outra perspectiva, o presidente do IPG lembrou o momento difícil
por que passam as instituições de ensino, em matéria de financiamento.
No entender daquele responsável, o próximo ano será muito difícil. O IPG
receberá por parte do Estado o mesmo dinheiro que recebeu em 2009 (12
milhões de euros), já que a instituição está no lote dos sete
politécnicos que não terão qualquer reforço financeiro em 2010.
«Pertencemos ao G7, ao [grupo] dos “ricos”», ironizou Jorge Mendes, para
depois acrescentar: “fomos premiados pela negativa por termos tido um
desempenho financeiro magnífico”.
Jorge Mendes foi duro nas críticas à tutela, lembrando que “quem abriu
concursos e disse que alguém pagará a factura teve direito a suplemento,
ou seja, «o crime» compensa”. Por isso, disse, será necessário recorrer
a receitas próprias para garantir o funcionamento do IPG. ![](quad_preto.gif)
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