Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº142    Dezembro 2009

Politécnico

NUNO MANGAS, PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA

Plano Estratégico avança

Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), desde o final de Outubro, considera que os desafios do IPL passam por factores como a internacionalização, a investigação e a qualidade. Durante um almoço, que decorreu a poucos quilómetros da cidade Liz, o novo homem forte do Politécnico de Leiria foi claro quanto ao rumo que o seu instituto deve tomar.

Neste momento, diz Nuno Mangas, “está a ser definido Plano Estratégico do IPL para os próximos quatro anos - 2010-2014”. O documento estabelecerá as linhas orientadoras do IPL e é tido como importante pelos seus responsáveis. “Além disso estamos já a trabalhar no sentido de definir a melhor organização para a oferta pós graduada do Instituto”, acrescenta.

Com poucos meses de mandato, Nuno Mangas considera que estes primeiros momentos serviram para dar atenção a um conjunto de aspectos como os diferentes estatutos e a própria consolidação de algumas das unidades que saíram dos novos estatutos do IPL. Os dados estão lançados para dar continuidade ao nosso projecto”. Para já diz, o presidente o IPL, “é importante fazer bem os alicerces para que os objectivos sejam cumpridos”.

E os alicerces passam, no entender de Nuno Mangas, por “uma preocupação com a qualidade. A entrada em funcionamento da Agência de Acreditação e Avaliação e o facto de termos a presença da avaliação internacional em 2010, pela EUA, faz-nos investir nessa área, o que de resto já sucedia”. Nesse sentido, está a ser feito um importante trabalho para a “acreditação dos cursos que temos em funcionamento - licenciaturas e mestrados -, e também verificar qual é que foi o nosso percurso desde a primeira avaliação da EUA”.

A internacionalização é outro aspecto que Nuno Mangas classifica de importante para o desenvolvimento do IPL. “Temos alguns projectos interessantes em desenvolvimento, como o curso de tradução de Português/Chinês e Chinês/Português, estamos a trabalhar em projectos que visam a realizam de mestrados com instituições estrangeiras. A nossa ideia é que a internacionalização, ao nível da formação passe, sem prejuízo de aparecerem outras parcerias semelhantes às do curso de tradução, pelo segundo ciclo, alargando-o a toda a área da investigação. É aí que poderão surgir mais oportunidades”, explica.

Ainda ao nível da internacionalização, Nuno Mangas sublinha a vertente da mobilidade. “Nós temos cerca de duas centenas de estudantes nesses programas, mas a meta é atingir os quatro a cinco por cento do total dos nossos alunos em mobilidade todos os anos. Um número que ainda fica aquém de instituições internacionais, não só na Europa, como Brasil, Ásia ou Palop’s”. Num outro nível, Nuno Mangas fala em incentivar a mobilidade dos docentes. “Temos um projecto para fazermos uma Semana da Mobilidade Internacional, procurando concentrar aqui os professores estrangeiros que vêm ao nosso instituto. A ideia é que eles, além de participarem nos tradicionais seminários, possam participar em actividades culturais. Esta é uma forma de potenciar o conhecimento e de alavancar projectos de investigação e parcerias”.

 

 

 

QUALIDADE REFORÇADA

A caminho dos doutoramentos

Nuno Mangas considera que “no futuro é possível aos Politécnicos exigirem à tutela a possibilidade de ministrarem doutoramentos autonomamente”. No entanto, diz o presidente do IPL, “não podemos é exigir isso, sem estarmos preparados para essa formação, sobretudo ao nível dos docentes com grau de doutor, e de unidades de investigação avaliadas e com trabalho relevante. Se tivermos tudo isso, não vejo qual seja o problema de ministrarmos doutoramentos”.

Aquele responsável dá como exemplo “o Departamento de Engenharia Mecânica do IPL, a qual tem um número de doutorados assinalável, está reconhecido internacionalmente como excelente. E agora dizem-nos que não podemos ministrar doutoramentos só porque não temos a palavra universidade, mas sim politécnico? Isso é um contra-senso! Não podemos ser limitados pela Lei, quando temos todas as condições para o fazer!”.

O presidente do IPL dá outro exemplo: “enquanto docentes do Politécnico estão a ser orientadores de teses de doutoramento em Portugal e no estrangeiro, mas não o podem fazer dentro da nossa instituição. A própria evolução do ensino, e quando estes casos deixarem de ser isolados, mas sim generalizados a todas as instituições politécnicas, é inevitável que os institutos possam ministrar doutoramentos”.

O presidente do IPL esclarece que “o importante é que às instituições que reúnam competências em determinadas áreas, deve-lhes ser permitido fazer determinadas formações, pelo que não devem existir limitações legais”.

 

 

 

POLITÉCNICO DE LEIRIA

Cet's e novos públicos

A aposta do Instituto Politécnico de Leiria em Cursos de Especialização Tecnológica (CET’s) tem-se revelado muito positiva. Nuno Mangas diz que o IPL “tem o mérito de, apesar de ter feito uma forte aposta na investigação e nos mestrados, não deixou de investir nos Cet’s”. No último ano lectivo, o IPL “era a instituição com mais cursos dessa área em Portugal”.

O balanço é positivo, no entender de Nuno Mangas e os resultados também. “Está a ser uma experiência interessante, embora esta seja uma área nova, em que as regras de financiamento não estão totalmente definidas, obriga-nos a ter capacidade financeira para andar à frente”. De qualquer modo, assegura o presidente do IPL, “temos contribuído para que esta região tenha uma população mais qualificada. Nos últimos anos, mais de 90 por cento dos alunos que frequentavam os Cet’s fizeram em horário pós-laboral. Ou seja, eram pessoas que já trabalhavam e que vieram, de forma voluntária, melhorar as suas competências”.

Nuno Mangas revela que “muitos dos alunos que frequentam os Cet’s entusiasmam-se e “depois prosseguem estudos para as licenciaturas. Mas só o facto deles terem regressado aos bancos da escola, por vezes 20 e 30 anos depois de terem saído, é excelente e vai dar a esta região uma vantagem competitiva”. Por outro lado, diz, “os Cet’s são uma alternativa ao programa >23 para ingresso no ensino superior, o qual tem a vantagem de lhes servir como almofada ao primeiro embate para as licenciaturas”.

Mas a aposta em novos públicos, obriga a que as instituições estejam preparadas para acolher alunos de diferentes faixas etárias. “Na abertura oficial do ano lectivo dei como exemplo o facto do nosso aluno mais novo ter 17 anos e o mais velho 72. Isto faz com que as instituições, e neste caso em particular, o IPL seja capaz de dar resposta a todos. Nós, professores, temos hábitos para dar resposta a alunos de 17 ou 18 anos. E nós temos que ser capazes de liderar com turmas heterogéneas. Temos que ser capazes de lidar com alunos que dominam as novas tecnologias e com outros que, com 40 ou 50 anos, não as dominam tão bem. E nesta matéria, Portugal ainda precisa de procurar, um equilíbrio correcto”.

 

 

 

PORTALEGRE, BEJA, SANTARÉM E ÉVORA

Juntos por uma rede de tecnologia

Quatro estabelecimentos de ensino superior alentejanos, entre eles o Politécnico de Portalegre, apresentaram, através da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, uma candidatura para a criação do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PTC) que deverá estar construído até 2012 e custará 50 milhões de euros.

A candidatura foi entregue em Setembro ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e receberá uma resposta até ao final deste ano. Caso a candidatura seja aprovada, segue-se uma outra fase que implicará candidaturas dos projectos dos pólos que integrarão o parque tecnológico.

“O projecto nasceu por iniciativa da Universidade de Évora com a intenção de construir uma Rede de Ciência e Tecnologia no Alentejo”, explica Joaquim Mourato, presidente do Instituto Politécnico de Portalegre que acrescenta: “a Universidade de Évora e os Institutos Politécnicos Portalegre, Beja, e Santarém uniram-se para concretizar este projecto”.

Cada uma das instituições procurou definir um modelo e “decidiu-se que a sede do parque será em Évora devido à sua centralidade e desenvolvimento”. Contudo, existirão pólos nas outras cidades uma vez que “era importante que o parque tivesse uma cobertura territorial. Conseguiu-se juntar interesses do norte Alentejo, do baixo Alentejo, do Alentejo central e da lezíria do Tejo”, continua Joaquim Mourato.
 

Pólo em Portalegre. A rondar os 6,4 milhões de euros está o orçamento do pólo de Portalegre, que se centra nas Energias Renováveis e no Ambiente. O IPP definiu que “devia apostar nas energias uma vez que além de ter alguns recursos é uma área com futuro”, conta Joaquim Mourato.

O pólo de Portalegre vai estar instalado junto à Escola Superior de Tecnologia e Gestão, pois além da escola estar vocacionada para a área, a Câmara Municipal de Portalegre cedeu dois lotes para instalar uma incubadora tecnológica na zona industrial.

O pólo de Portalegre vai ter dois subpólos, em Nisa e Elvas. “O pólo de Nisa visa o estudo do termalismo e o de Elvas está ligado à produção de energias com biocombustíveis”, explica Paulo Brito, Vice-presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre e coordenador da área de engenharia. “Este parque desenvolve por um lado a instalação de empresas existentes, e por outro lado a criação de empresas que surjam de trabalhos de investigação”, prossegue aquele responsável.

Paulo Brito explica que este parque “tem três componentes principais: uma parte laboratorial, naves pilotos, pequenas unidades que permitem criar técnicas a nível industrial, e uma incubadora de empresas para desenvolver trabalhos científicos na perspectiva de os aplicar”. Paulo Brito referiu ainda que está prevista também a criação de uma central de biomassa com 100 mega watts.

“Acho que podemos ser uma marca, não só regional mas também nacional”, refere Joaquim Mourato. Explicando que este projecto “pode ser uma alavanca para o desenvolvimento regional, pois esta área é sem dúvida pertinente e de interesse mundial”.

Com este projecto “pretende-se criar infra-estruturas e instalar competências para potenciais alunos. Quem quiser saber mais e desenvolver estudos sobre energia e ambiente vai encontrar aqui um local favorável”, finaliza o dirigente do IPP.

Mata Cáceres, Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, refere que “quando estamos a falar de qualquer coisa que envolva desenvolvimento e criatividade é sempre importante”. Esclarecendo que “quando se trata de projectos no Instituto Politécnico o interesse é maior. Estamos a tentar fazer com que a nossa produção energética através de energias alternativas seja auto-suficiente”.

Alguns dos parceiros desta iniciativa são a câmaras Municipais de Portalegre, Elvas e Nisa, o Instituto Internacional de Realidade Virtual, a VALNOR e as empresas Selenis e Delta.

Ana Beatriz Cruz
(Esep jornal digital)

 

 

 

POLITÉCNICO DA GUARDA

Novos cursos e novos desafios

O presidente do Instituto Politécnico da Guarda, Jorge Mendes, anunciou a abertura de três novas licenciaturas em Gerontologia Social, Terapia Ocupacional e Tecnologias das Artes e Espectáculos. A divulgação destes cursos, já aprovados em Conselho geral e apresentados ao Ministério, foi feita durante a cerimónia de abertura do ano lectivo, onde também foram distinguidos os melhores alunos do IPG, um dos quais pelo Ensino Magazine, com uma bolsa de mérito.

Jorge Mendes referiu, que na área dos mestrados, é intenção do IPG avançar com os cursos de Construções Civis, Marketing e Comunicação, Professor Bibliotecário e Ciências do Desporto. O discurso do presidente do Politécnico da Guarda foi claro quanto aos novos desafios que a instituição deve seguir, os quais passam, sobretudo, pela qualidade, formação, aumento dos docentes doutorados e ainda pela internacionalização e mobilidade.

De resto, na própria cerimónia foi assinado um acordo de cooperação com o município de São Salvador do Mundo (Cabo Verde), com vista ao intercâmbio de estudantes e docentes, bem como à implementação de cursos de especialização de níveis III e IV por parte do Politécnico. Cursos que deverão entrar em funcionamento através da nova Unidade de Ensino a Distância do IPG, a qual estará em funcionamento no início de 2010.
Outro objectivo do Instituto Politécnico da Guarda passa por ver assinados 12 contratos-programa com o Governo, aguardando a inclusão de 12 projectos no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2010. Projectos que incluem a construção da nova Escola Superior de Saúde (ESS) no campus do IPG, a reconstrução do actual pavilhão desportivo da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, a construção de uma residência de estudantes em Seia, a recuperação de alguns edifícios, a reorganização do estacionamento e a implementação de um projecto de segurança.

Numa outra perspectiva, o presidente do IPG lembrou o momento difícil por que passam as instituições de ensino, em matéria de financiamento. No entender daquele responsável, o próximo ano será muito difícil. O IPG receberá por parte do Estado o mesmo dinheiro que recebeu em 2009 (12 milhões de euros), já que a instituição está no lote dos sete politécnicos que não terão qualquer reforço financeiro em 2010. «Pertencemos ao G7, ao [grupo] dos “ricos”», ironizou Jorge Mendes, para depois acrescentar: “fomos premiados pela negativa por termos tido um desempenho financeiro magnífico”.

Jorge Mendes foi duro nas críticas à tutela, lembrando que “quem abriu concursos e disse que alguém pagará a factura teve direito a suplemento, ou seja, «o crime» compensa”. Por isso, disse, será necessário recorrer a receitas próprias para garantir o funcionamento do IPG.
 

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