Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº138    Agosto 2009

Universidade

CASTELO BRANCO E GUARDA ENVOLVIDOS

UBI cria Parkurbis Medical

A Universidade da Beira Interior quer criar um parque de ciência e tecnologia especificamente dedicado à área da Saúde, o Parkurbis Medical, pelo que acaba de avançar a candidatura Inovida – Inovação & Desenvolvimento ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A proposta, num valor global superior a 10 milhões de euros, envolve os institutos politécnicos de Castelo Branco e Guarda, as câmaras daquelas três cidades e prevê ainda a criação do Parkurbis International Centre, na Covilhã, e o Centro de Empresas Inovadoras na área Agro-Industrial, em Castelo Branco.

A candidatura foi elaborada pelo Gabinete de Apoio a Projectos e Investigação da UBI, coordenado pela vice-reitora Ana Paula Duarte, a qual explica que, na prática, “trata-se de duas candidaturas do QREN, uma dirigida aos parques tecnológicos, tipo Parkurbis, para infra-estruturas e equipamento e outra dedicada apenas a infra-estruturas científicas e tecnológicas”.

Os centros Parkurbis serão construídos pela Câmara da Covilhã e pelo Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã (Parkurbis) em terrenos da Universidade da Beira Interior, junto à Faculdade de Ciências da Saúde. Ali serão desenvolvidos “projectos estruturantes na área da saúde”, garante a vice-reitora.

As áreas já definidas nestes projectos passam “pela qualidade de vida, pela saúde e pela agro-indústria”. Covilhã e Guarda devem apostar “de forma significativa” em projectos para as duas primeiras áreas “que se complementam”, enquanto Castelo Branco “irá desenvolver investigações e actividades mais na área da agro-indústria”.

Um pacote de projectos que surge do entendimento dos vários agentes em causa e através do qual “se espera conseguir um significativo conjunto de projectos estruturantes para a região, não só ao nível de novas infra-estruturas, mas também de investigações”. Na candidatura agora apresentada, Ana Paula Duarte faz questão de destacar também “a presença de empresas”, como a Siemens Medical e a Plux.

Eduardo Alves

 

 

 

PROVAS DE AGREGAÇÃO NA UBI

A língua evolui sempre

“A mudança linguística como problema: Na pista de Eugénio Coseriu” foi o tema das provas de Agregação de Paulo Osório, docente do Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior, que apresentou a lição em Julho, procurando demonstrar a influência de diversos factores na mudança linguística.

Considerando que “a língua é um objecto que muda”, o autor aborda essa evolução ao longo de um período que vai desde a Antiguidade Clássica até, sensivelmente, ao início do século XX. “Na minha fundamentação teórica segui-me por alguns autores que defendem que as línguas mudam, não só pelo efeito de mutação da própria língua, mas também por factores externos à língua, aquilo que chamavam factores sócio-históricos”, refere.

Segundo essas fontes, “a língua enquanto objecto de interacção verbal, enquanto função individual de uma pessoa, tem forças externas ao sistema”. Por isso mesmo, tentou demonstrar “que este tipo de estudo ficou durante muito tempo relegado para um segundo plano por causa da perspectiva saussuriana. Saussure deu muito destaque à sincronia, em detrimento da diacronia”. Paulo Osório garante que “o que interessava, para ele, era o sistema num dado momento, e a evolução das línguas era algo posto de lado”.

Nesse sentido, centrou-se no trabalho do linguista alemão Eugénio Coseriu, cuja obra analisou, inclusive muitos dos textos nunca foram publicados”. “Tive de estudar todos os manuscritos e reconstruir, de certo modo, o pensamento deste investigador”, acrescenta.

O docente da UBI acrescenta ainda que “em linguística o confronto teórico é algo ‘ainda fácil’, porque existem muitas variantes de abordagem a esta área. Veja-se o facto de existir sobretudo três perspectivas em linguística, a saussuriana, a generativa, de Chomsky, e uma outra, que é mais eclética e que vai buscar as abordagens sociais para a língua”.

As provas deram nota positiva ao docente da UBI, atribuída por um júri constituído por Jorge Manuel Morais Gomes Barbosa, professor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra, Àngel Marcos Dios, professor catedrático da Facultad de Filologia da Universidad de Salamanca, Maria Teresa Rijo Fonseca Lino, professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, José Carlos Gaspar Venâncio, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Carlos da Costa Assunção, professor catedrático da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e António dos Santos Pereira, professor catedrático da Universidade da Beira Interior.
 

 

 

FUTEBOL ROBÓTICO EM AVEIRO

Cambada traz bronze

A equipa de futebol robótico Cambada (Cooperative Autonomous Mobile roBots with Advanced Distributed Architecture),da Universidade de Aveiro, acaba de alcançar o terceiro lugar na liga de futebol robótico dos robôs médios do Campeonato Mundial RoboCup 2009, que se realizou em Graz, Áustria, de 29 de Junho a 5 de Julho. Além disso, classificou-se em 1º lugar no Desafio Técnico Obrigatório que é disputado naquela liga.

O torneio deste ano contou com 14 equipas provenientes de todo o mundo, tendo decorrido com um nível competitivo muito elevado, com um significativo número de equipas a apresentarem-se com novos robôs a que se junta uma manifesta melhoria na qualidade técnica e científica das mesmas.

Com uma evolução significativa ao nível do controlo comportamental do robô, a equipa Cambada foi capaz de superar as várias dificuldades do torneio contra equipas cujos robôs podem atingir velocidades duas vezes superiores aos seus. A equipa venceu 12 dos 14 jogos que disputou, tendo marcado 71 golos e sofrido 13. Entre os jogos ganhos está aquele em que venceu a nova campeã do Mundo, a RFC Stuttgart, da Alemanha, que derrotou, por 5-2, na fase de grupos.

A equipa Cambada é também um projecto de investigação que foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, além de financiamento próprio da Universidade de Aveiro. A próxima edição do RoboCup mundial realizar-se-á em Singapura de 19 a 25 de Junho de 2010.

 

 

 

UTAD CONCLUIU CURSO DE VERÃO

Como trabalhar em redes

O Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), terminou este mês o Curso de Verão sobre “Animação de Redes e Parcerias”. Aberto a técnicos, investigadores, alunos de pós-graduação e profissionais ligados a serviços públicos e organizações da sociedade civil com experiência básica no domínio da animação de redes e parcerias, o curso reuniu participantes de vários pontos do país, que testaram os conhecimentos adquiridos, associando-os à sua experiência em redes nacionais e europeias de combate à pobreza, redes sociais de autarquias, associações de desenvolvimento local, associações de juventude, redes de bombeiros, redes de saúde e de combate à toxicodependência, etc..

Ao longo das actividades desenvolvidas foram partilhadas experiências de trabalho em rede e parceria, além de ter sido feita a análise crítica de casos e sucesso e insucesso e uma reflexão sobre os seus alcances na governação colectiva local, quer ao nível da protecção social integrada, quer ao nível mais alargado do desenvolvimento local e da democracia participativa.
 

 

 

UBI

Medicina investe forte

O Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da Universidade da Beira Interior (UBI) acaba de organizar o seu quarto simpósio anual, o qual teve de ser realizado no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, para que todos os participantes pudessem ter lugar.

Este é apenas “um sinal do dinamismo e o crescimento que o Centro de Investigação e Ciências da Saúde tem tido nos últimos anos”, diz João Queiroz, reitor da UBI e presidente do Centro de Investigação. No evento, que vai na sua quarta edição, são apresentados trabalhos que estão ser desenvolvidos pelos investigadores, bem como trabalhos realizados em parcerias com outras entidades académicas e até empresas. Mas este quarto encontro fica também marcado “pela forte presença de investigadores e académicos jovens”. Sinal que João Queiroz entende como “prova de uma participação cada vez mais assídua dos jovens estudantes de mestrado e doutoramento que se interessam pelos projectos e pela forma como a investigação está a ser pensada e desenvolvida na Faculdade”. Para o reitor da UBI, “o relacionamento com as empresas, os projectos, a integração que os alunos têm tido nos projectos, tem permitido um crescimento sustentado, um maior número de publicações, um maior número de participações em congressos internacionais e também um cada vez maior número de participantes neste simpósio”, conclui.
 


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