Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº138    Agosto 2009

Politécnico

PLANO NACIONAL DO ENSINO DO PORTUGUÊS

Melhorar o desempenho

O conhecimento da língua mãe “pode ser sempre melhorado e tudo o que se fizer nas escolas no sentido de melhorar o desempenho das crianças, é estar a desenvolver cidadãos mais capazes”. A opinião é de Inês Sim-Sim, coordenadora nacional do Plano Nacional do Ensino do Português que participou no plenário organizado pelo Núcleo Regional de Castelo Branco do PNEP, no auditório da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Esta responsável lembra que, relativamente às formas de ensinar, se sabe hoje “mais do que há 10 ou 20 anos, pelo que tem de se continuar a investir no desenvolvimento profissional dos professores”. Este é, refira-se, um plano de formação do Ensino do Português para os professores do 1º Ciclo.

Às crianças, que hoje usam muito, entre si, códigos e abreviaturas, “temos de lhe ensinar que podem usar esses mesmos códigos, mas apenas para comunicar entre pares, porque, à parte disso, não podem perder o domínio, nem descurar a importância do português padrão”.

Quanto ao PNEP “é bem recebido nas escolas, até porque uma das suas características é que esta formação seja mesmo dada nas escolas, dentro do contexto profissional, porque o melhoramento das práticas de ensino também deve ser feito em contexto escolar”.

Algumas escolas dispõem já de formador residente, se bem que “no próximo ano lectivo, apenas 50 por cento dos agrupamentos têm certa a continuidade do PNEP, pois só depois do concurso dos professores se saberá como vai ser nos restantes, porque alguns formadores podem mudar de agrupamento”. O ideal, segundo Inês Sim-Sim é que “todos os agrupamentos dispusessem de um formador residente”.

Maria de Lurdes Barata, a coordenadora do Núcleo Regional do PNEP, evocou Torga, para sublinhar que “a vida dos professores é uma constante procura”, adiantando que nesta sessão “houve partilha, porque há cumplicidade”, apesar de “por estarmos no final do ano os professores estarem ‘esfalfados’, mas disponíveis para trabalhar no próximo”.

Contudo, o próximo ano arrancará sem Maria de Lurdes Barata, a professora “Milola”, como é conhecida por todos porque, como revelou aos colegas nesta sessão “meteu os papéis”, algo que apanhou a todos de surpresa.

Inês Sim-Sim agradeceu todo o empenho, deste a primeira hora do PNEP, reconhecendo que “ela foi a alma do projecto em Castelo Branco, lutando contra ventos e marés”.

Para o próximo ano, a responsável nacional prometeu ver o que se podia fazer em relação ao alegado peso excessivo da carga horária da formação, revelando ainda que vão ser disponibilizadas brochuras em papel, outra das reivindicações dos formandos. Deixou ainda “um miminho”, ao anunciar que a biblioteca on-line também vai ser reforçada com pequenas histórias para que as crianças possam acompanhar melhor.

Nesta sessão esteve ainda presente Maria da Luz Pignatelli, da Direcção Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, que também exaltou a competência da professora Milola, realçando ainda que “este Plano permite estabelecer redes científicas, redes pedagógicas, redes didácticas, mas também redes de afectos, porque sem amor as coisas não funcionam”.

Recorde-se que o PNEP, destinado à formação contínua dos professores do 1º Ciclo, começou em 2006, visando “mudar processos de aprendizagem”, com o objectivo de “melhorar os níveis de compreensão da leitura e de expressão oral e escrita em todas as escolas do 1º Ciclo, num período entre quatro a oito anos, através da modificação das práticas docentes do ensino da língua”.

 

 

 

CASTELO BRANCO

Reduzir a factura da electricidade

O Instituto Politécnico de Castelo Branco vai fazer uma auditoria aos gastos de energia da Câmara Municipal de Castelo Branco, com vista a uma redução da factura de electricidade da autarquia. O protocolo que o permite foi assinado na passada semana pelos presidentes das duas instituições e vai pôr em campo uma equipa da Escola Superior Agrária, liderada por José Nunes.

O docente da escola albicastrense, que está a fazer um doutoramento na área, explica que o objectivo do acordo “é fazer uma avaliação do consumo dos diferentes equipamentos da autarquia”, de modo a detectar onde é possível reduzir custos. Mas numa primeira fase o trabalho incide no diagnóstico.

Embora ainda não se saiba onde está a fonte do problema “há muitas medidas que passam não só pela substituição de equipamentos mas também pela forma como se utiliza a energia”, diz José Nunes. Mais do que substituir máquinas ou lâmpadas o projecto vai também abordar a vertente da sensibilização, que o docente considera “fundamental”.

A auditoria não se resume ao edifício dos Paços do Concelho e vai passar por outros equipamentos camarários, como os pavilhões desportivos ou as piscinas. Os gastos com a iluminação pública também serão analisados.

Joaquim Morão diz que o acordo entre a autarquia e a escola é mais uma passo para o futuro, na sequência de outros projectos como a substituição de lâmpadas ou a introdução dos carros eléctricos, em que Castelo Branco também se vai ver envolvido. Para o presidente da câmara municipal “a nossa preocupação fundamental é gastarmos menos energia”.

A autarquia albicastrense não é a única instituição com a qual o politécnico colabora neste sentido. “Dentro em breve iremos assinar um protocolo com o Ministério das Finanças no âmbito da eficiência energética”, referiu Ana Maria Vaz, a presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

 

 

 

MESTRADO EUROPEU EM ARQUEOLOGIA PRÉ-HISTÓRICA ATÉ 2013

Tomar e Utad com luz verde da União Europeia

A Comissão Europeia aprovou a renovação do Mestrado Europeu Erasmus Mundus em Quaternário e Pré-História, que integra o Mestrado em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre, ministrado pelo Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e pela Universidade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD).

Num total de 50 Mestrados Europeus, este foi o único Mestrado aprovado na área de Arqueologia, com um consórcio que integra, para além do IPT e da UTAD (Universidade de Trás os Montes e Alto Douro), o Museu Nacional de História Natural de Paris e as Universidades de Ferrara, Tarragona e Diliman (das Filipinas), além de outras parceiras (entre as quais a Universidade de S. Paulo, no Brasil).

Na sua avaliação, os examinadores do projecto consideraram que o consórcio é constituído por seis instituições de ensino superior com experiência de ensino e investigação bem documentada no domínio da Pré-História e Quaternário.

A mobilidade faz parte integrante do projecto e pode proporcionar conhecimentos adicionais significativos muito difíceis de obter em estudos ministrados num único local. Na verdade, este Mestrado Erasmus Mundus é um programa de investigação interdisciplinar que abrange áreas como a geologia, a pré-história e as ciências da terra. Mais especificamente o curso está orientado para uma abordagem inter e multidisciplinar em que a biodiversidade e a ecologia assumem um papel cada vez mais importante na relação entre o homem e a natureza. É também objectivo deste Mestrado proporcionar uma sólida formação académica em paralelo com práticas de campo numa das muitas instituições associadas. A qualidade académica do pessoal participante oferece bastante credibilidade, documentada pelas publicações científicas produzidas pelos membros do consórcio.

Os objectivos de aprendizagem estão descritos de forma estruturada com clara referência ao conteúdo, conhecimentos, aptidões, metodologias de investigação, competências, instrumentos e aplicações profissionais. As novas competências a adquirir através deste programa poderão ter um impacto positivo nas perspectivas académicas/profissionais dos alunos, tal como indicam os dados estatísticos da edição anterior do curso. Outro aspecto positivo diz respeito à experiência profissional, que é considerada parte essencial do plano de estudos e se encontra bem documentada pela listagem de estágios profissionais já implementados, estágios estes que poderão resultar na colocação dos alunos.

A estrutura do Mestrado, baseada em estudos já acreditados, apresenta um currículo integrado, desenhado em conjunto e amplamente reconhecido por todas as instituições do consórcio. Todas as instituições parceiras adoptaram a mesma estrutura: tem como base cinco currículos em que algumas disciplinas diferem consoante a respectiva área de especialização.

As medidas implementadas a nível interno e externo para garantir a qualidade são detalhadas e adequadas: uma forte interacção entre alunos e docentes e entre docentes e responsáveis do curso garante a qualidade interna. Os critérios adoptados são descritos, como se pode ver, no exemplar do questionário incluído nos anexos. Os resultados dos questionários internos constituem a base da avaliação externa, da competência de uma Comissão de avaliação externa constituída por três peritos externos. Mais uma vez, os critérios da avaliação externa são apresentados de forma clara. Para além disso, para garantir um padrão de avaliação comum a todo o consórcio, está previsto um sistema de controlo específico para os países terceiros.
 

 

 

HEMPPA 1-VUOTTA

Exposição em Tomar

A Galeria do Centro de Arte e Imagem do Instituto Politécnico de Tomar, no edifício da Avenida Cândido Madureira, tem patente ao público a exposição Hemppa 1-Vuotta, que foi inaugurada a 8 de Julho.

Esta é a segunda exposição do ciclo de projectos e exposições colectivas aberto aos alunos das fases finais dos cursos de Licenciatura em Artes-Plásticas, Pintura e Intermédia e Licenciatura em Fotografia. Consiste num projecto colaborativo de Tiago Cacheiro e da finlandesa Anni Katajamaki, que indicia a possibilidade da colaboração transdisciplinar no contexto dos cursos.

O presente projecto, Hemppa 1-Vuotta, traduzindo para português, Hemppa, 1 ano, tem como base de trabalho, um filme em formato Super 8. O filme representa momentos de infância de um dos autores, Anni Katajamaki, do seu irmão Hemppa e de uma amiga. Este registo foi filmado em Jalasjarvi, na Finlândia, em 1981 por um amigo dos seus pais. Ao saberem da existência deste documento os artistas pediram aos pais de Anni que o enviassem pelo próprio Hemppa, que veio a Portugal de férias.

O visionamento do filme motivou a continuação do trabalho sobre questões de identidade e memória que ambos os artistas têm manifestado ao longo do seu percurso criativo escolar. Assim, temas como identidade, memória, espaço-tempo, arquivo pessoal/público, são assuntos que, para além do interesse genérico que assumem dentro dos contextos da cultura visual contemporânea, e tendo sido abordados e aprofundados nos respectivos percursos académicos tanto em Fotografia como em Artes – Plásticas; revelam-se aqui uma parte integrante de uma metodologia criativa de colaboração, partilha e possibilidade teórica.

 

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