PLANO NACIONAL DO ENSINO
DO PORTUGUÊS
Melhorar o desempenho

O conhecimento da língua mãe “pode ser
sempre melhorado e tudo o que se fizer nas escolas no sentido de
melhorar o desempenho das crianças, é estar a desenvolver cidadãos mais
capazes”. A opinião é de Inês Sim-Sim, coordenadora nacional do Plano
Nacional do Ensino do Português que participou no plenário organizado
pelo Núcleo Regional de Castelo Branco do PNEP, no auditório da Escola
Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Esta responsável lembra que, relativamente às formas de ensinar, se sabe
hoje “mais do que há 10 ou 20 anos, pelo que tem de se continuar a
investir no desenvolvimento profissional dos professores”. Este é,
refira-se, um plano de formação do Ensino do Português para os
professores do 1º Ciclo.
Às crianças, que hoje usam muito, entre si, códigos e abreviaturas,
“temos de lhe ensinar que podem usar esses mesmos códigos, mas apenas
para comunicar entre pares, porque, à parte disso, não podem perder o
domínio, nem descurar a importância do português padrão”.
Quanto ao PNEP “é bem recebido nas escolas, até porque uma das suas
características é que esta formação seja mesmo dada nas escolas, dentro
do contexto profissional, porque o melhoramento das práticas de ensino
também deve ser feito em contexto escolar”.
Algumas escolas dispõem já de formador residente, se bem que “no próximo
ano lectivo, apenas 50 por cento dos agrupamentos têm certa a
continuidade do PNEP, pois só depois do concurso dos professores se
saberá como vai ser nos restantes, porque alguns formadores podem mudar
de agrupamento”. O ideal, segundo Inês Sim-Sim é que “todos os
agrupamentos dispusessem de um formador residente”.
Maria de Lurdes Barata, a coordenadora do Núcleo Regional do PNEP,
evocou Torga, para sublinhar que “a vida dos professores é uma constante
procura”, adiantando que nesta sessão “houve partilha, porque há
cumplicidade”, apesar de “por estarmos no final do ano os professores
estarem ‘esfalfados’, mas disponíveis para trabalhar no próximo”.
Contudo, o próximo ano arrancará sem Maria de Lurdes Barata, a
professora “Milola”, como é conhecida por todos porque, como revelou aos
colegas nesta sessão “meteu os papéis”, algo que apanhou a todos de
surpresa.
Inês Sim-Sim agradeceu todo o empenho, deste a primeira hora do PNEP,
reconhecendo que “ela foi a alma do projecto em Castelo Branco, lutando
contra ventos e marés”.
Para o próximo ano, a responsável nacional prometeu ver o que se podia
fazer em relação ao alegado peso excessivo da carga horária da formação,
revelando ainda que vão ser disponibilizadas brochuras em papel, outra
das reivindicações dos formandos. Deixou ainda “um miminho”, ao anunciar
que a biblioteca on-line também vai ser reforçada com pequenas histórias
para que as crianças possam acompanhar melhor.
Nesta sessão esteve ainda presente Maria da Luz Pignatelli, da Direcção
Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, que também exaltou a
competência da professora Milola, realçando ainda que “este Plano
permite estabelecer redes científicas, redes pedagógicas, redes
didácticas, mas também redes de afectos, porque sem amor as coisas não
funcionam”.
Recorde-se que o PNEP, destinado à formação contínua dos professores do
1º Ciclo, começou em 2006, visando “mudar processos de aprendizagem”,
com o objectivo de “melhorar os níveis de compreensão da leitura e de
expressão oral e escrita em todas as escolas do 1º Ciclo, num período
entre quatro a oito anos, através da modificação das práticas docentes
do ensino da língua”.
CASTELO BRANCO
Reduzir a factura da
electricidade
O Instituto Politécnico de Castelo
Branco vai fazer uma auditoria aos gastos de energia da Câmara Municipal
de Castelo Branco, com vista a uma redução da factura de electricidade
da autarquia. O protocolo que o permite foi assinado na passada semana
pelos presidentes das duas instituições e vai pôr em campo uma equipa da
Escola Superior Agrária, liderada por José Nunes.
O docente da escola albicastrense, que está a fazer um doutoramento na
área, explica que o objectivo do acordo “é fazer uma avaliação do
consumo dos diferentes equipamentos da autarquia”, de modo a detectar
onde é possível reduzir custos. Mas numa primeira fase o trabalho incide
no diagnóstico.
Embora ainda não se saiba onde está a fonte do problema “há muitas
medidas que passam não só pela substituição de equipamentos mas também
pela forma como se utiliza a energia”, diz José Nunes. Mais do que
substituir máquinas ou lâmpadas o projecto vai também abordar a vertente
da sensibilização, que o docente considera “fundamental”.
A auditoria não se resume ao edifício dos Paços do Concelho e vai passar
por outros equipamentos camarários, como os pavilhões desportivos ou as
piscinas. Os gastos com a iluminação pública também serão analisados.
Joaquim Morão diz que o acordo entre a autarquia e a escola é mais uma
passo para o futuro, na sequência de outros projectos como a
substituição de lâmpadas ou a introdução dos carros eléctricos, em que
Castelo Branco também se vai ver envolvido. Para o presidente da câmara
municipal “a nossa preocupação fundamental é gastarmos menos energia”.
A autarquia albicastrense não é a única instituição com a qual o
politécnico colabora neste sentido. “Dentro em breve iremos assinar um
protocolo com o Ministério das Finanças no âmbito da eficiência
energética”, referiu Ana Maria Vaz, a presidente do Instituto
Politécnico de Castelo Branco.
MESTRADO EUROPEU EM
ARQUEOLOGIA PRÉ-HISTÓRICA ATÉ 2013
Tomar e Utad com luz
verde da União Europeia

A Comissão Europeia aprovou a renovação
do Mestrado Europeu Erasmus Mundus em Quaternário e Pré-História, que
integra o Mestrado em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre,
ministrado pelo Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e pela Universidade
de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD).
Num total de 50 Mestrados Europeus, este foi o único Mestrado aprovado
na área de Arqueologia, com um consórcio que integra, para além do IPT e
da UTAD (Universidade de Trás os Montes e Alto Douro), o Museu Nacional
de História Natural de Paris e as Universidades de Ferrara, Tarragona e
Diliman (das Filipinas), além de outras parceiras (entre as quais a
Universidade de S. Paulo, no Brasil).
Na sua avaliação, os examinadores do projecto consideraram que o
consórcio é constituído por seis instituições de ensino superior com
experiência de ensino e investigação bem documentada no domínio da
Pré-História e Quaternário.
A mobilidade faz parte integrante do projecto e pode proporcionar
conhecimentos adicionais significativos muito difíceis de obter em
estudos ministrados num único local. Na verdade, este Mestrado Erasmus
Mundus é um programa de investigação interdisciplinar que abrange áreas
como a geologia, a pré-história e as ciências da terra. Mais
especificamente o curso está orientado para uma abordagem inter e
multidisciplinar em que a biodiversidade e a ecologia assumem um papel
cada vez mais importante na relação entre o homem e a natureza. É também
objectivo deste Mestrado proporcionar uma sólida formação académica em
paralelo com práticas de campo numa das muitas instituições associadas.
A qualidade académica do pessoal participante oferece bastante
credibilidade, documentada pelas publicações científicas produzidas
pelos membros do consórcio.
Os objectivos de aprendizagem estão descritos de forma estruturada com
clara referência ao conteúdo, conhecimentos, aptidões, metodologias de
investigação, competências, instrumentos e aplicações profissionais. As
novas competências a adquirir através deste programa poderão ter um
impacto positivo nas perspectivas académicas/profissionais dos alunos,
tal como indicam os dados estatísticos da edição anterior do curso.
Outro aspecto positivo diz respeito à experiência profissional, que é
considerada parte essencial do plano de estudos e se encontra bem
documentada pela listagem de estágios profissionais já implementados,
estágios estes que poderão resultar na colocação dos alunos.
A estrutura do Mestrado, baseada em estudos já acreditados, apresenta um
currículo integrado, desenhado em conjunto e amplamente reconhecido por
todas as instituições do consórcio. Todas as instituições parceiras
adoptaram a mesma estrutura: tem como base cinco currículos em que
algumas disciplinas diferem consoante a respectiva área de
especialização.
As medidas implementadas a nível interno e externo para garantir a
qualidade são detalhadas e adequadas: uma forte interacção entre alunos
e docentes e entre docentes e responsáveis do curso garante a qualidade
interna. Os critérios adoptados são descritos, como se pode ver, no
exemplar do questionário incluído nos anexos. Os resultados dos
questionários internos constituem a base da avaliação externa, da
competência de uma Comissão de avaliação externa constituída por três
peritos externos. Mais uma vez, os critérios da avaliação externa são
apresentados de forma clara. Para além disso, para garantir um padrão de
avaliação comum a todo o consórcio, está previsto um sistema de controlo
específico para os países terceiros. 
HEMPPA 1-VUOTTA
Exposição em Tomar

A Galeria do Centro de Arte e Imagem do
Instituto Politécnico de Tomar, no edifício da Avenida Cândido
Madureira, tem patente ao público a exposição Hemppa 1-Vuotta, que foi
inaugurada a 8 de Julho.
Esta é a segunda exposição do ciclo de projectos e exposições colectivas
aberto aos alunos das fases finais dos cursos de Licenciatura em
Artes-Plásticas, Pintura e Intermédia e Licenciatura em Fotografia.
Consiste num projecto colaborativo de Tiago Cacheiro e da finlandesa
Anni Katajamaki, que indicia a possibilidade da colaboração
transdisciplinar no contexto dos cursos.
O presente projecto, Hemppa 1-Vuotta, traduzindo para português, Hemppa,
1 ano, tem como base de trabalho, um filme em formato Super 8. O filme
representa momentos de infância de um dos autores, Anni Katajamaki, do
seu irmão Hemppa e de uma amiga. Este registo foi filmado em Jalasjarvi,
na Finlândia, em 1981 por um amigo dos seus pais. Ao saberem da
existência deste documento os artistas pediram aos pais de Anni que o
enviassem pelo próprio Hemppa, que veio a Portugal de férias.
O visionamento do filme motivou a continuação do trabalho sobre questões
de identidade e memória que ambos os artistas têm manifestado ao longo
do seu percurso criativo escolar. Assim, temas como identidade, memória,
espaço-tempo, arquivo pessoal/público, são assuntos que, para além do
interesse genérico que assumem dentro dos contextos da cultura visual
contemporânea, e tendo sido abordados e aprofundados nos respectivos
percursos académicos tanto em Fotografia como em Artes – Plásticas;
revelam-se aqui uma parte integrante de uma metodologia criativa de
colaboração, partilha e possibilidade teórica.
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