Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XII    Nº134    Abril 2009

Universidade

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

João Queiroz novo reitor

Internacionalizar a Universidade da Beira Interior (UBI), contribuir para um acordo entre os partidos políticos que repense o financiamento e a sustentabilidade das universidades, além de implementar um serviço de qualidade tranversal a todas as áreas da instituição da Covilhã são os objectivos principais de João Queiroz, o recém-eleito reitor daquela universidade.

Até agora presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, João Queiroz venceu na segunda volta o actual reitor, Manuel Santos Silva, com 16 votos contra 12, na eleição realizada pelo Conselho Geral no passado dia 6 de Abril. E embora ainda não tenha tomado posse, tem claras as linhas de actuação num mandato decisivo para o futuro da UBI.

O até aqui presidente do Conselho Científico da UBI aponta já algumas iniciativas. “A minha primeira prioridade e todo o trabalho da equipa vai para a implementação de uma cultura de qualidade na instituição e para isso é fundamental criar um Gabinete de Qualidade. Mas também é crucial iniciar outros processos, como a escolha de um administrador, a instalação dos novos órgãos nas Faculdades e nos Departamentos, colocar em funcionamento o Instituto Coordenador de Investigação e o Gabinete de Ensino e Educação. São estas as tarefas para os próximos meses”, refere.

A sustentabilidade, refere, é fundamental para que “as universidades portuguesas se possam afirmar pela qualidade no ensino, na investigação, e para haver uma maior internacionalização”. Apesar de falar assim, entende que as universidades também têm um papel importante a desempenhar nessa matéria, pois não pode ser descurada a “diversificação das fontes de financiamento, uma maior abertura da universidade ao exterior e outro nível de relacionamento com empresas, tanto ao nível do ensino, como da investigação”.

Sublinhando a promessa de uma “mudança tranquila”, referida em campanha, destacou acções previstas no âmbito dos métodos de ensino e aprendizagem, investigação e internacionalização. A posse da nova equipa vai decorrer durante o mês de Maio, ficando assim adiadas as cerimónias do Dia da UBI, que se assinala a 30 de Abril, anunciou ainda João Queiroz.
 

PERCURSO DO NOVO REITOR. Nascido na Guarda, onde estudou até ingressar na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Bioquímica, em 1986, João Queiroz está na UBI praticamente desde que a instituição passou a ser Universidade, há 23 anos. Ingressou como assistente estagiário e rapidamente enveredou pela carreira de investigação, além do ensino. Tem hoje várias dezenas de publicações e estudos referenciados na base de dados internacional ISI.

Na UBI começa por leccionar as disciplinas de Química Geral e Química Orgânica. Depois disso concluiu um mestrado na área da Engenharia Química, feito em 1991, no Instituto Superior Técnico. Uma fase, que segundo João Queiroz, marcou significativamente a sua actividade científica e a sua carreira. Semanas depois de ter concluído o mestrado, foi para França onde ficou durante alguns meses, já a desenvolver um novo projecto de investigação que iria estar relacionado com o seu doutoramento, que terminaria na Covilhã, já como professor assistente.

Abraçou a área da purificação de enzimas, campo de investigação que ainda hoje continua a ser a sua área de investigação predilecta. João Queiroz também já foi presidente do Departamento de Química e director do curso de Bioquímica. Em 2002 fica em primeiro lugar num concurso para professor associado e faz a sua agregação, na área da Bioquímica. Já em 2003 passa a professor catedrático. Pelo meio, é também pró-reitor para a área do Sucesso e Promoção do Sucesso Escolar. Depois passa a ser pró-reitor para a Saúde, cargo que o conduz até presidente da Faculdade de Ciências da Saúde.

 

 

 

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Licenciados a caminho

Os primeiros licenciados em Design Industrial e mestres em Design Industrial Tecnológico, pela Universidade da Beira Interior, estarão disponíveis para o ingresso no mercado de trabalho dentro de alguns meses. Os tempos são difíceis, mas alunos e docentes estão confiantes no sucesso futuro, dada a formação em que apostaram.

Denis Coelho, coordenador do mestrado em Design Industrial Tecnológico, mostra-se bastante confiante no futuro profissional deste conjunto de técnicos. Isto porque, “o diplomado em Design Industrial Tecnológico é um profissional preparado para lidar com os desafios de inovação que as empresas enfrentam nos mercados competitivos, pela sua incessante busca criativa, alicerçada em fundamentos tecnológicos sólidos”. O docente da UBI acrescenta também que “as competências tecnológicas destes diplomados abrangem os domínios electromecânicos, de materiais e de resistência de materiais”.

Os diplomados do Mestrado em Design Industrial Tecnológico da UBI “combinam o perfil de Designer Industrial com a capacidade de modelação sólida computacional avançada, incluindo a simulação de esforços físicos em domínio elástico, e utilizando software de CAD e CAE padrão (Dassault Systémes SolidWorks, Autodesk Inventor) e transitando facilmente para outros sistemas”. Estes diplomados têm também experiência na prototipagem rápida, tanto em processos de arranque de material (fresagem, corte por fio quente), bem como em processos de deposição de material (impressão 3D).

O aprofundado treino nos métodos de estímulo à criatividade, um processo estruturado de desenvolvimento de produto combinando a abordagem humana e estético-sensorial com a abordagem técnica à concepção de sistemas tecnológicos, significam “um profissional hábil que desempenha um conjunto alargado e integrado de funções no desenvolvimento de produtos de consumo e enquadrados nas tendências do momento e nas perspectivadas para o futuro, atendendo a diferenciações de mercado e de natureza cultural”, garante o docente e responsável por esta formação.

Eduardo Alves

 

 

 

OLIMPÍADAS TRAZEM JOVENS

Química é na UBI

A UBI foi uma das 11 universidades portuguesas que acolheu as provas regionais das Olimpíadas da Química. Cerca de 150 estudantes do 8º e 9º Anos, dos distritos de Guarda, Castelo Branco e Portalegre, estiveram na Covilhã para participarem no evento.

Lurdes Ciríaco, docente do Departamento de Química da UBI e principal responsável por esta actividade, que a Sociedade Portuguesa de Química tutela, a nível regional, adianta que “esta é uma iniciativa muito divertida para os alunos, mas para além disso também se nota que eles chegam aqui e se esforçam mais um pouco para aprender química”.

As Olimpíadas da Química são, por isso mesmo, uma forma de despertar a curiosidade e o interesse dos alunos por esta área. O dia divide-se em duas provas que começam com um concurso de resolução de problemas teóricos onde são apresentadas algumas questões e também as suas respostas, “através de escolha múltipla”, adianta a docente. O segundo concurso “é mais prático” e apresenta problemas, ensaios, montagens e experiências, e os participantes também têm de escolher as soluções correctas para os desafios que lhes são mostrados.

Os seis seleccionados na UBI vão agora representar a região na final nacional que terá lugar no Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no próximo dia 9 de Maio. Dessas provas serão seleccionados alunos que juntamente com alunos seleccionados nas olimpíadas de Física irão defender as cores lusas nas Olimpíadas Europeias da Ciência, que têm lugar no próximo ano.

No caso das provas regionais, os vencedores das olimpíadas do passado sábado foram Carolina Borges da Cunha Santos, Carla Maria Fernandes de Almeida e Camila dos Santos Gonçalves, da Escola Cidade de Castelo Branco (Castelo Branco), que alcançaram o primeiro lugar, (medalha de ouro). Em segundo ficaram Pedro Manuel Barata Fiúza, Ana Jorge Pereira Martins e Catarina Martins da Silva, da Escola Básica Serra da Gardunha, (medalha de prata), estabelecimento onde estudam também Ana Rita Moreira Fradique Valente, Vanessa Sofia Mesquita Santos e Luís Vítor Gonzaga da Silva, que conseguiram o terceiro lugar (medalha de bronze), sendo as duas primeiras equipas apuradas para a final nacional.

Eduardo Alves

 

 

 

REDE PORTUGUESA DE AEROBIOLOGIA

Évora alerta para as alergias

As concentrações de pólenes, com impacto nas alergias respiratórias, têm estado mais elevadas em Portugal este ano, devido às altas temperaturas e ao tipo de ventos registados, revelou o coordenador da Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA).

“Este ano tem sido excepcional porque tivemos concentrações extremamente elevadas de plátanos e a própria época polínica das gramíneas, que costuma iniciar-se em finais de Abril e ter o seu pico no mês de Maio, começou logo em Março”, referiu Rui Brandão, também docente do departamento de Biologia da Universidade de Évora.

O coordenador do grupo de trabalho da RPA, estrutura integrada na Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), justifica esta subida dos níveis polínicos com as condições meteorológicas registadas nos primeiros meses do ano, nomeadamente devido às “elevadas temperaturas” e ao “tipo de ventos”.

“Está a haver uma alteração dos padrões normais que nós estávamos habituados a ver em termos de comportamento das curvas polínicas”, acrescentou o também docente do departamento de Biologia da Universidade de Évora, frisando que o fenómeno deriva das alterações climáticas.

As concentrações de pólenes em suspensão no ar também variam habitualmente consoante as regiões do país, quer em termos de quantidades, quer de tipos polínicos.

“Há claramente diferenças entre as regiões. Por exemplo, no Alentejo as concentrações polínicas são muito elevadas, sobretudo de gramíneas e dos diversos tipos de ‘quercus’ (pólenes de sobreiro e azinheira)”, precisou.

Já em Lisboa, registam-se “elevadas concentrações de erva parietária”, enquanto no Algarve existe muito pólen de oliveira, que é “a segunda principal causa de rino-conjuntivite ao nível da Península Ibérica”, referiu.

A SPAIC estima que cerca de um terço da população portuguesa tenha alergias e que perto de 20 por cento sofra de alergias a pólenes específicos, como dos fenos, gramíneas e várias árvores (oliveiras, plátanos e outras).

A RPA divulga, semanalmente, na Primavera, um Boletim Polínico, para informar a população sobre as concentrações de pólenes, para ajudar no diagnóstico de alergias e permitir aos doentes que possam agir preventivamente.

A informação dos níveis polínicos no país, a partir de amostras recolhidas nas várias regiões, também é disponibilizada, ao longo do ano, de forma contínua, nos portais da SPAIC e da RPA (www.spaic.pt e www.rpaerobiologia.com).

 

 

 

CONSELHO GERAL

Notáveis na UTAD

Seis personalidades notáveis da vida empresarial, política e académica do País (António Amorim, Carlos Lage, Emídio Gomes, Francisco Seixas da Costa, Jorge Dias e Júlio Pedrosa) tomaram posse como membros cooptados do Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o principal órgão de governo da Instituição.

A cerimónia pública de posse decorreu este mês na sala de exposições da Biblioteca Central da Universidade, presidida pelo reitor, Armando Mascarenhas Ferreira, que reconheceu aos membros cooptados um papel essencial na mudança profunda que o modelo de governação da Universidade está a viver. E fê-lo na expectativa de que ajudarão a perseguir a missão complexa e diversificada da UTAD, “colaborando na definição de objectivos, na criação de renovada capacidade estratégica, na melhoria da eficiência dos processos, na garantia da qualidade, na transparência e na prestação de contas”.

 

 

 

AVEIRO CONSEGUE PROEZA ÚNICA

Reitora na EUA

A Reitora da Universidade de Aveiro, Maria Helena Nazaré, foi eleita membro da Direcção da European University Association (EUA) passando também, por inerência, a integrar outro órgão de governo daquela Associação. A eleição decorreu em Praga, na República Checa, em Março, onde cerca de 500 líderes de instituições de ensino superior de toda a Europa participam na 5th EUA Convention.

Entre as 12 candidaturas ao Board, a de Maria Helena Nazaré, apresentada pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), recebeu 89,5% dos votos expressos. A Reitora da UA é, assim, o primeiro candidato português a ascender à direcção da EUA.

A direcção da EUA, presidida pelo Prof. Jean-Marc Rapp, da Universidade de Lausanne e composta pelos oito membros agora eleitos para um mandato de quatro anos, tem a seu cargo a preparação e implementação das políticas e o planeamento das actividades da EUA.

A European University Association é uma associação europeia de peritos em Ensino Superior e investigação, cuja missão passa por prestar apoio às universidades europeias para que estas garantam o seu contributo ao constante desenvolvimento do conhecimento nas sociedades europeias.

 

 

 

PRÉMIO DA FUNDAÇÃO MARIE CURIE

Investigadora da UTAD ganha bolsa

Ariana Ferreira Loff, investigadora e reeducadora da Unidade de Dislexia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), acaba de vencer o concurso internacional “Marie Curie Early Stage Researcher”, entre centenas de concorrentes de toda a União Europeia.

Atribuído pela Fundação Marie Curie, em Clermond-Ferrand, França, este prémio traduz-se na atribuição de uma bolsa para o seu doutoramento, ao longo de três anos, num posto de investigação da Universidade de York, sob a direcção da Professora Margaret Snowling, uma figura prestigiadíssima internacionalmente na investigação da dislexia. O centro de investigação daquela Universidade inglesa é considerado um dos melhores centros de excelência do mundo no estudo dos processos cognitivo-linguísticos envolvidos na dislexia.

A jovem investigadora, que é também ex-aluna UTAD, apresentou ao concurso um projecto de investigação integrado numa rede de estudo científico sobre desenvolvimento da literacia (“ELDEL – enhancing literacy development in european languages”).

 

 

 

COIMBRA

O exercício faz bem a quê?

Para encontrar respostas para estas e outras questões sobre os benefícios/malefícios do exercício físico em determinadas patologias e efeitos secundários de vários fármacos, uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), através do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, através do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) e da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, estão a desenvolver um estudo conjunto sobre o efeito do exercício na produção de energia pelas células do músculo-esquelético e do coração.

“Queremos perceber se o exercício pode ser benéfico em determinadas patologias e, em caso afirmativo, determinar qual o melhor tipo de exercício. Por outro lado, queremos perceber se a prática de exercício reduz ou agrava as alterações provocadas pelos fármacos utilizados para o tratamento dessas mesmas patologias. Os resultados desta investigação serão úteis para a prescrição do exercício adequado a cada patologia ou para precaver casos clínicos de toxicidade de certos medicamentos”, explica Paulo Oliveira, Investigador do CNC no Departamento de Zoologia da FCTUC.

O estudo, numa área onde existe pouca literatura científica, foi iniciado em 2005 e é bipartido: os investigadores do Porto submetem um conjunto de animais de laboratório a controlo, tratados com fármacos ou albergando diferentes patologias a um treino continuado com vários tipos de exercício voluntário (roda) ou forçado (corrida em tapete rolante, natação, etc.) e dividido em dois tipos (exercício agudo ou treino de “endurance”). A equipa de Coimbra avalia e analisa, por abordagem molecular e bioquímica, as alterações provocadas pelas várias condições, incluindo exercício, nos mecanismos de geração de energia pelas células de músculo-esquelético e de coração, nomeadamente ao nível da mitocôndria, que é a entidade subcelular responsável pela produção de energia nas células.


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