UNIVERSIDADE DA BEIRA
INTERIOR
João Queiroz novo
reitor

Internacionalizar a Universidade da Beira
Interior (UBI), contribuir para um acordo entre os partidos políticos
que repense o financiamento e a sustentabilidade das universidades, além
de implementar um serviço de qualidade tranversal a todas as áreas da
instituição da Covilhã são os objectivos principais de João Queiroz, o
recém-eleito reitor daquela universidade.
Até agora presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade
da Beira Interior, João Queiroz venceu na segunda volta o actual reitor,
Manuel Santos Silva, com 16 votos contra 12, na eleição realizada pelo
Conselho Geral no passado dia 6 de Abril. E embora ainda não tenha
tomado posse, tem claras as linhas de actuação num mandato decisivo para
o futuro da UBI.
O até aqui presidente do Conselho Científico da UBI aponta já algumas
iniciativas. “A minha primeira prioridade e todo o trabalho da equipa
vai para a implementação de uma cultura de qualidade na instituição e
para isso é fundamental criar um Gabinete de Qualidade. Mas também é
crucial iniciar outros processos, como a escolha de um administrador, a
instalação dos novos órgãos nas Faculdades e nos Departamentos, colocar
em funcionamento o Instituto Coordenador de Investigação e o Gabinete de
Ensino e Educação. São estas as tarefas para os próximos meses”, refere.
A sustentabilidade, refere, é fundamental para que “as universidades
portuguesas se possam afirmar pela qualidade no ensino, na investigação,
e para haver uma maior internacionalização”. Apesar de falar assim,
entende que as universidades também têm um papel importante a
desempenhar nessa matéria, pois não pode ser descurada a “diversificação
das fontes de financiamento, uma maior abertura da universidade ao
exterior e outro nível de relacionamento com empresas, tanto ao nível do
ensino, como da investigação”.
Sublinhando a promessa de uma “mudança tranquila”, referida em campanha,
destacou acções previstas no âmbito dos métodos de ensino e
aprendizagem, investigação e internacionalização. A posse da nova equipa
vai decorrer durante o mês de Maio, ficando assim adiadas as cerimónias
do Dia da UBI, que se assinala a 30 de Abril, anunciou ainda João
Queiroz.
PERCURSO DO
NOVO REITOR. Nascido na Guarda, onde estudou até ingressar na
Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Bioquímica, em 1986, João
Queiroz está na UBI praticamente desde que a instituição passou a ser
Universidade, há 23 anos. Ingressou como assistente estagiário e
rapidamente enveredou pela carreira de investigação, além do ensino. Tem
hoje várias dezenas de publicações e estudos referenciados na base de
dados internacional ISI.
Na UBI começa por leccionar as disciplinas de Química Geral e Química
Orgânica. Depois disso concluiu um mestrado na área da Engenharia
Química, feito em 1991, no Instituto Superior Técnico. Uma fase, que
segundo João Queiroz, marcou significativamente a sua actividade
científica e a sua carreira. Semanas depois de ter concluído o mestrado,
foi para França onde ficou durante alguns meses, já a desenvolver um
novo projecto de investigação que iria estar relacionado com o seu
doutoramento, que terminaria na Covilhã, já como professor assistente.
Abraçou a área da purificação de enzimas, campo de investigação que
ainda hoje continua a ser a sua área de investigação predilecta. João
Queiroz também já foi presidente do Departamento de Química e director
do curso de Bioquímica. Em 2002 fica em primeiro lugar num concurso para
professor associado e faz a sua agregação, na área da Bioquímica. Já em
2003 passa a professor catedrático. Pelo meio, é também pró-reitor para
a área do Sucesso e Promoção do Sucesso Escolar. Depois passa a ser
pró-reitor para a Saúde, cargo que o conduz até presidente da Faculdade
de Ciências da Saúde. 
UNIVERSIDADE DA BEIRA
INTERIOR
Licenciados a caminho

Os primeiros licenciados em Design
Industrial e mestres em Design Industrial Tecnológico, pela Universidade
da Beira Interior, estarão disponíveis para o ingresso no mercado de
trabalho dentro de alguns meses. Os tempos são difíceis, mas alunos e
docentes estão confiantes no sucesso futuro, dada a formação em que
apostaram.
Denis Coelho, coordenador do mestrado em Design Industrial Tecnológico,
mostra-se bastante confiante no futuro profissional deste conjunto de
técnicos. Isto porque, “o diplomado em Design Industrial Tecnológico é
um profissional preparado para lidar com os desafios de inovação que as
empresas enfrentam nos mercados competitivos, pela sua incessante busca
criativa, alicerçada em fundamentos tecnológicos sólidos”. O docente da
UBI acrescenta também que “as competências tecnológicas destes
diplomados abrangem os domínios electromecânicos, de materiais e de
resistência de materiais”.
Os diplomados do Mestrado em Design Industrial Tecnológico da UBI
“combinam o perfil de Designer Industrial com a capacidade de modelação
sólida computacional avançada, incluindo a simulação de esforços físicos
em domínio elástico, e utilizando software de CAD e CAE padrão (Dassault
Systémes SolidWorks, Autodesk Inventor) e transitando facilmente para
outros sistemas”. Estes diplomados têm também experiência na
prototipagem rápida, tanto em processos de arranque de material
(fresagem, corte por fio quente), bem como em processos de deposição de
material (impressão 3D).
O aprofundado treino nos métodos de estímulo à criatividade, um processo
estruturado de desenvolvimento de produto combinando a abordagem humana
e estético-sensorial com a abordagem técnica à concepção de sistemas
tecnológicos, significam “um profissional hábil que desempenha um
conjunto alargado e integrado de funções no desenvolvimento de produtos
de consumo e enquadrados nas tendências do momento e nas perspectivadas
para o futuro, atendendo a diferenciações de mercado e de natureza
cultural”, garante o docente e responsável por esta formação. 
Eduardo Alves
OLIMPÍADAS TRAZEM JOVENS
Química é na UBI

A UBI foi uma das 11 universidades
portuguesas que acolheu as provas regionais das Olimpíadas da Química.
Cerca de 150 estudantes do 8º e 9º Anos, dos distritos de Guarda,
Castelo Branco e Portalegre, estiveram na Covilhã para participarem no
evento.
Lurdes Ciríaco, docente do Departamento de Química da UBI e principal
responsável por esta actividade, que a Sociedade Portuguesa de Química
tutela, a nível regional, adianta que “esta é uma iniciativa muito
divertida para os alunos, mas para além disso também se nota que eles
chegam aqui e se esforçam mais um pouco para aprender química”.
As Olimpíadas da Química são, por isso mesmo, uma forma de despertar a
curiosidade e o interesse dos alunos por esta área. O dia divide-se em
duas provas que começam com um concurso de resolução de problemas
teóricos onde são apresentadas algumas questões e também as suas
respostas, “através de escolha múltipla”, adianta a docente. O segundo
concurso “é mais prático” e apresenta problemas, ensaios, montagens e
experiências, e os participantes também têm de escolher as soluções
correctas para os desafios que lhes são mostrados.
Os seis seleccionados na UBI vão agora representar a região na final
nacional que terá lugar no Departamento de Química e Bioquímica da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no próximo dia 9 de
Maio. Dessas provas serão seleccionados alunos que juntamente com alunos
seleccionados nas olimpíadas de Física irão defender as cores lusas nas
Olimpíadas Europeias da Ciência, que têm lugar no próximo ano.
No caso das provas regionais, os vencedores das olimpíadas do passado
sábado foram Carolina Borges da Cunha Santos, Carla Maria Fernandes de
Almeida e Camila dos Santos Gonçalves, da Escola Cidade de Castelo
Branco (Castelo Branco), que alcançaram o primeiro lugar, (medalha de
ouro). Em segundo ficaram Pedro Manuel Barata Fiúza, Ana Jorge Pereira
Martins e Catarina Martins da Silva, da Escola Básica Serra da Gardunha,
(medalha de prata), estabelecimento onde estudam também Ana Rita Moreira
Fradique Valente, Vanessa Sofia Mesquita Santos e Luís Vítor Gonzaga da
Silva, que conseguiram o terceiro lugar (medalha de bronze), sendo as
duas primeiras equipas apuradas para a final nacional. 
Eduardo Alves
REDE PORTUGUESA DE
AEROBIOLOGIA
Évora alerta para as
alergias
As concentrações de pólenes, com impacto
nas alergias respiratórias, têm estado mais elevadas em Portugal este
ano, devido às altas temperaturas e ao tipo de ventos registados,
revelou o coordenador da Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA).
“Este ano tem sido excepcional porque tivemos concentrações extremamente
elevadas de plátanos e a própria época polínica das gramíneas, que
costuma iniciar-se em finais de Abril e ter o seu pico no mês de Maio,
começou logo em Março”, referiu Rui Brandão, também docente do
departamento de Biologia da Universidade de Évora.
O coordenador do grupo de trabalho da RPA, estrutura integrada na
Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC),
justifica esta subida dos níveis polínicos com as condições
meteorológicas registadas nos primeiros meses do ano, nomeadamente
devido às “elevadas temperaturas” e ao “tipo de ventos”.
“Está a haver uma alteração dos padrões normais que nós estávamos
habituados a ver em termos de comportamento das curvas polínicas”,
acrescentou o também docente do departamento de Biologia da Universidade
de Évora, frisando que o fenómeno deriva das alterações climáticas.
As concentrações de pólenes em suspensão no ar também variam
habitualmente consoante as regiões do país, quer em termos de
quantidades, quer de tipos polínicos.
“Há claramente diferenças entre as regiões. Por exemplo, no Alentejo as
concentrações polínicas são muito elevadas, sobretudo de gramíneas e dos
diversos tipos de ‘quercus’ (pólenes de sobreiro e azinheira)”,
precisou.
Já em Lisboa, registam-se “elevadas concentrações de erva parietária”,
enquanto no Algarve existe muito pólen de oliveira, que é “a segunda
principal causa de rino-conjuntivite ao nível da Península Ibérica”,
referiu.
A SPAIC estima que cerca de um terço da população portuguesa tenha
alergias e que perto de 20 por cento sofra de alergias a pólenes
específicos, como dos fenos, gramíneas e várias árvores (oliveiras,
plátanos e outras).
A RPA divulga, semanalmente, na Primavera, um Boletim Polínico, para
informar a população sobre as concentrações de pólenes, para ajudar no
diagnóstico de alergias e permitir aos doentes que possam agir
preventivamente.
A informação dos níveis polínicos no país, a partir de amostras
recolhidas nas várias regiões, também é disponibilizada, ao longo do
ano, de forma contínua, nos portais da SPAIC e da RPA (www.spaic.pt e
www.rpaerobiologia.com). 
CONSELHO GERAL
Notáveis na UTAD

Seis personalidades notáveis da vida
empresarial, política e académica do País (António Amorim, Carlos Lage,
Emídio Gomes, Francisco Seixas da Costa, Jorge Dias e Júlio Pedrosa)
tomaram posse como membros cooptados do Conselho Geral da Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o principal órgão de governo da
Instituição.
A cerimónia pública de posse decorreu este mês na sala de exposições da
Biblioteca Central da Universidade, presidida pelo reitor, Armando
Mascarenhas Ferreira, que reconheceu aos membros cooptados um papel
essencial na mudança profunda que o modelo de governação da Universidade
está a viver. E fê-lo na expectativa de que ajudarão a perseguir a
missão complexa e diversificada da UTAD, “colaborando na definição de
objectivos, na criação de renovada capacidade estratégica, na melhoria
da eficiência dos processos, na garantia da qualidade, na transparência
e na prestação de contas”. 
AVEIRO CONSEGUE PROEZA
ÚNICA
Reitora na EUA
A Reitora da Universidade de Aveiro,
Maria Helena Nazaré, foi eleita membro da Direcção da European
University Association (EUA) passando também, por inerência, a integrar
outro órgão de governo daquela Associação. A eleição decorreu em Praga,
na República Checa, em Março, onde cerca de 500 líderes de instituições
de ensino superior de toda a Europa participam na 5th EUA Convention.
Entre as 12 candidaturas ao Board, a de Maria Helena Nazaré, apresentada
pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), recebeu
89,5% dos votos expressos. A Reitora da UA é, assim, o primeiro
candidato português a ascender à direcção da EUA.
A direcção da EUA, presidida pelo Prof. Jean-Marc Rapp, da Universidade
de Lausanne e composta pelos oito membros agora eleitos para um mandato
de quatro anos, tem a seu cargo a preparação e implementação das
políticas e o planeamento das actividades da EUA.
A European University Association é uma associação europeia de peritos
em Ensino Superior e investigação, cuja missão passa por prestar apoio
às universidades europeias para que estas garantam o seu contributo ao
constante desenvolvimento do conhecimento nas sociedades europeias. 
PRÉMIO DA FUNDAÇÃO MARIE
CURIE
Investigadora da UTAD
ganha bolsa
Ariana Ferreira Loff, investigadora e
reeducadora da Unidade de Dislexia da Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), acaba de vencer o concurso internacional “Marie Curie
Early Stage Researcher”, entre centenas de concorrentes de toda a União
Europeia.
Atribuído pela Fundação Marie Curie, em Clermond-Ferrand, França, este
prémio traduz-se na atribuição de uma bolsa para o seu doutoramento, ao
longo de três anos, num posto de investigação da Universidade de York,
sob a direcção da Professora Margaret Snowling, uma figura
prestigiadíssima internacionalmente na investigação da dislexia. O
centro de investigação daquela Universidade inglesa é considerado um dos
melhores centros de excelência do mundo no estudo dos processos
cognitivo-linguísticos envolvidos na dislexia.
A jovem investigadora, que é também ex-aluna UTAD, apresentou ao
concurso um projecto de investigação integrado numa rede de estudo
científico sobre desenvolvimento da literacia (“ELDEL – enhancing
literacy development in european languages”). 
COIMBRA
O exercício faz bem a
quê?

Para encontrar respostas para estas e
outras questões sobre os benefícios/malefícios do exercício físico em
determinadas patologias e efeitos secundários de vários fármacos, uma
equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC), através do Centro de Neurociências e
Biologia Celular (CNC), da Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto, através do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e
Lazer (CIAFEL) e da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, estão a
desenvolver um estudo conjunto sobre o efeito do exercício na produção
de energia pelas células do músculo-esquelético e do coração.
“Queremos perceber se o exercício pode ser benéfico em determinadas
patologias e, em caso afirmativo, determinar qual o melhor tipo de
exercício. Por outro lado, queremos perceber se a prática de exercício
reduz ou agrava as alterações provocadas pelos fármacos utilizados para
o tratamento dessas mesmas patologias. Os resultados desta investigação
serão úteis para a prescrição do exercício adequado a cada patologia ou
para precaver casos clínicos de toxicidade de certos medicamentos”,
explica Paulo Oliveira, Investigador do CNC no Departamento de Zoologia
da FCTUC.
O estudo, numa área onde existe pouca literatura científica, foi
iniciado em 2005 e é bipartido: os investigadores do Porto submetem um
conjunto de animais de laboratório a controlo, tratados com fármacos ou
albergando diferentes patologias a um treino continuado com vários tipos
de exercício voluntário (roda) ou forçado (corrida em tapete rolante,
natação, etc.) e dividido em dois tipos (exercício agudo ou treino de “endurance”).
A equipa de Coimbra avalia e analisa, por abordagem molecular e
bioquímica, as alterações provocadas pelas várias condições, incluindo
exercício, nos mecanismos de geração de energia pelas células de
músculo-esquelético e de coração, nomeadamente ao nível da mitocôndria,
que é a entidade subcelular responsável pela produção de energia nas
células. 
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