Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº128    Outubro 2008

Politécnico

VITOR TOMÉ, EDITOR DO ENSINO MAGAZINE,
TERMINA DOUTORAMENTO COM NOTA MÁXIMA

Formar para os média é urgente

O jornalista Vitor Tomé, editor do Ensino Magazine, acaba de concluir o seu curso de doutoramento, com a apresentação e defesa da tese “CD-Rom Vamos fazer jornais escolares: um contributo para o desenvolvimento da Educação para os Média em Portugal”. A cerimónia final decorreu na sala de doutoramentos da Reitoria da Universidade de Lisboa, a 7 de Outubro, tendo o candidato sido aprovado com a nota máxima, Aprovado com Distinção e Louvor, por unanimidade dos membros do júri.

A tese apresentada consistiu na concepção, produção e validação de um CD-Rom que tem pró objectivo auxiliar professores e alunos, de 2º e 3º Ciclos a produzirem jornais escolares em suporte papel e on-line. Além de validado com especialistas de várias universidades, das áreas da engenharia informática, educação e jornalismo, o CD foi também validado em duas escolas de Castelo Branco, com quatro professoras e quatro turmas, durante um ano lectivo.

O processo demorou cerca de três anos, entre o início e a defesa da tese, e Vitor Tomé considera que “não será justo considerar que este é a minha tese. Esta é uma tese que fiz com muitas ajudas”, de que destaca as orientadoras, Guilhermina Miranda e Helena Menezes, mas também um conjunto de professores de várias universidades e de vários países. “Esta é a tese que eu escrevi. Mas o que aprendi com muitas pessoas e a ajuda de muitas pessoas é que a tornou possível”, afirma. Outro apoio decisivo foi o da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, “que me concedeu uma bolsa de doutoramento, que permitiu uma dedicação total ao trabalho académico”.

Aos 39 anos, Vitor Tomé, que este semestre está a prestar serviço docente na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, considera que “o doutoramento é apenas um passo, é como que uma carta de condução nos permite conduzir veículos mais evoluídos”. Considera assim que “o importante não é ter o doutoramento, mas sim o que se faz a partir dessa formação, pois de nada adianta obter a carta de piloto de ralis se a ideia é continuar a conduzir o velho automóvel da família”.

Nesse sentido, o novo doutor afirma que “o importante agora é trabalhar o melhor possível no projecto Educação para os Média na Região de Castelo Branco”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo Fundo Social Europeu. O projecto de investigação reúne investigadores de oito universidades, três delas estrangeiras, mas também, e sobretudo, alunos e professores dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas do Distrito de Castelo Branco.

“O CD-Rom foi claramente melhorado em função da validação que fizemos nas escolas. Produzimos também uma plataforma em que cada escola ou agrupamento pode produzir um, ou mais jornais on-line, além de termos criado um manual de apoio que explica como funcionam as aplicações multimédia”, refere aquele membro do Projecto. E reforça: “A ideia é irmos às escolas, apoiarmos os professores e os alunos. Porque é para eles que o Projecto existe. E sem eles, não teria razão de ser. Queremos ajudar na produção do jornal, mas também na impressão dos jornais, que será feita pelo Reconquista, a título gratuito, o que constitui um investimento privado sem precedentes nesta área”.

O jornalista adianta ainda: “Estamos a trabalhar num projecto de cariz pedagógico, muito bem dirigido pela Professora Doutora Helena Menezes, que pretende aumentar o nível de literacia dos média entre os jovens. Vivemos num mundo onde grande parte do conhecimento é mediado pelos média e as pessoas têm de estar preparadas desde cedo para analisarem criticamente as mensagens dos média, ao mesmo tempo que aprendem a produzir mensagens média de forma reflexiva, isto é, não só em termos técnicos, mas também culturais. Ora, esta formação tem de começar na escola, pelo que é urgente formar os professores na área, seja ao nível da formação inicial seja da formação contínua”.

 

 

 

POLITÉCNICO DE VISEU

Novo presidente toma posse

O novo presidente do Politécnico de Viseu, Fernando Sebastião, tomou posse no passado dia 15 de Setembro, e embora tenha preferido falar mais do futuro que do passado, não esqueceu de desejar que esta tenha sido a última vez em que as eleições para a instituição tenham estado rodeadas de polémica, pois, “passados 34 anos desde a instauração em Portugal do regime democrático julgo que é mais que tempo de todos nós interiorizarmos que as eleições, seja a que nível for, devem ser livres, dentro dos prazos e das normas legais aplicáveis”.

Numa sala lotada, o novo presidente apontou depois ao futuro da Instituição reiterando a defesa de um Politécnico “aberto e virado para a comunidade”. Traçou alguns dos objectivos enquanto presidente da instituição como sejam o de consolidar e valorizar as formações actualmente oferecidas, estabelecer um programa de doutoramentos, criar parcerias com outras entidades de ensino superior, sem esquecer a formação ao longo da vida.

Além dos projectos, o novo presidente não esqueceu de referir os problemas, designadamente a “evolução demográfica da sociedade portuguesa e que se tem reflectido na quebra do número de alunos no sistema escolar”. Mas considera que, em lugar de considerar esse problema uma fraqueza, tal permite uma melhoria acelerada da qualificação dos recursos humanos existentes. Não descura por isso a formação e a cooperação, quer em termos nacionais, quer em termos internacionais.

Numa altura em que o corpo docente começa a estar estabilizado e formado ao nível de mestrado e doutoramento, Fernando Sebastião recordou que é preciso desenvolver mais investigação, que não apenas a conducente à obtenção de graus académicos, pois até agora, a que foi feita fora desse âmbito “da iniciativa individual e meritória de alguns docentes e não, propriamente, de uma estratégia global da Instituição”.

Como a investigação implica condições para a realização, refere que é necessário criá-las, ao mesmo tempo que abre a porta para que os docentes possam pertencer a centros de investigação de outras instituições. Ao mesmo tempo, pretende apoiar efectivamente a produção científica e a presença de investigadores em congressos e conferências internacionais, além de aproximar os investigadores e os projectos de investigação da comunidade, designadamente através da Associação para o Desenvolvimento e Investigação de Viseu (ADIV).

A ligação à comunidade passa ainda por incrementar a prestação de serviços em diversos sectores, bem como estabelecer acordos de cooperação com entidades ligadas ao mundo empresarial, educação, saúde e emprego. Fernando Sebastião considerou ainda que “ a primeira razão da existência do Instituto são os alunos, pelo que “tudo faremos para que tenham cada vez melhores condições para a sua formação, para o reconhecimento externo do seu mérito e, em consequência, para tornar o Instituto mais atractivo junto dos novos candidatos ao ensino superior”.

Eleito em Julho deste ano para um mandato de 3 anos, o Presidente do Politécnico de Viseu disponibilizou-se a dirigir a instituição de uma forma mais moderna e dinâmica. O Orfeão e a Tuna do Instituto abrilhantaram a cerimónia que foi presidida pelo chefe de Gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Trigo de Abreu.
 

Vices. A cerimónia da tomada de posse dos vice-presidentes do Instituto Politécnico de Viseu, Maria Paula Carvalho e Pedro Rodrigues, decorreu, na Aula Magna do Politécnico, a 19 de Setembro. Foi presidida pelo Presidente do Politécnico de Viseu, Fernando Sebastião que falou das suas escolhas criteriosas para os cargos. O perfil e a experiência de gestão dos docentes nomeados foram razões objectivas que estiveram na base dessas nomeações.

 

 

 

TECNOLOGIA AVANÇADA

Pós-graduação em Setúbal

A Escola Superior de Tecnologia de Setúbal inicia a 17 Outubro, uma Pós-Graduação em Tecnologia Aeronáutica, que vai decorrer até 4 de Julho de 2009. Dirigido a Licenciados/Bachareis em Engenharia Mecânica e Quadros Médios/Superiores com actividade profissional/conhecimentos na área de Engenharia, a Pós-Graduação em Tecnologia Aeronáutica visa aprofundar conhecimentos sobre Materiais, Processos de Fabrico, Ferramentas CAD/CAE/CAM e métodos de gestão típicos da Industria Aeronáutica, que permitam iniciar, ou melhorar, o desempenho de profissionais de Engenharia nas actividades de fabrico e manutenção de estruturas aeronáuticas.

Com a duração de quatro períodos trimestrais, a Pós-graduação é composta, em termos curriculares, por 10 módulos: Aerodinâmica e Mecânica de Voo; Sistemas do Avião; Estruturas Aeronáuticas; Qualidade Ambiente e Segurança; Materiais e Tecnologias; Engenharia Assistida por Computador; Gestão de Projectos; Gestão de Produção; Gestão da Produção na Manutenção; Gestão de Cadeia Logística; e Projecto Final.

Com excepção do Módulo de Projecto Final, os restantes serão ministrados em sala de aula, sendo de realçar os laboratórios de Mecânica, Simulação de Voo e Tecnologias Mecânicas.

 

 

 

AUTARQUIA E POLITÉCNICO DE SANTARÉM

Faculdade de Gastronomia

A Câmara de Santarém quer criar, em Alfange, uma Faculdade da Gastronomia, na qual pretende envolver não só o Instituto Politécnico de Santarém, mas também outras Universidades, nacionais e estrangeiras, como a de Florença (Itália). O presidente da autarquia, Moita Flores falava aos jornalistas no âmbito do Festival Nacional de Gastronomia, que decorre até ao próximo dia 2 de Novembro.

O presidente da autarquia quer apostar na internacionalização do Festival Nacional de Gastronomia, o qual, no seu entender, deverá passar a ter a presença de países da União Europeia, num “cruzar de culturas”. Francisco Moita Flores, disse à agência Lusa que é sua intenção “ir reconvertendo (o certame) num grande acontecimento cada vez mais internacional, com uma presença da gastronomia do Ribatejo muito forte”, mas envolvendo os países da União Europeia.

“É preciso um cruzar de culturas”, que é “potenciado com a política das regiões que a União Europeia está a desenvolver”, disse. No seu entender, o Festival Nacional de Gastronomia deve continuar a funcionar nas actuais instalações da Casa do Campino, mas com condições que proporcionem o conforto e a qualidade exigidas actualmente a nível nacional e internacional.

Reconhecendo “mérito” a quem, desde a sua criação, esteve à frente do Festival Nacional de Gastronomia, por conseguir “consolidar a popularidade” do certame, Moita Flores defendeu que é preciso dar o passo para a internacionalização, o que implica forçosamente responder às novas exigências de conforto, bem-estar e qualidade do espaço.

“Não queremos retirar nada ao que está, mas aumentar”, disse, garantindo que não é sua intenção retirar o Festival da Casa do Campino, mas antes conseguir apoios para “remodelar todo o espaço das antigas cavalariças”, onde funcionam as tasquinhas.
Paralelamente, o autarca quer criar em Santarém o que, nas suas palavras, equivaleria a “um Jumbo ou um Pão de Açúcar de todos os sabores da gastronomia” de uma região alargada que abarque não só produtos do Ribatejo, como também do Oeste e do Alentejo.

Moita Flores tenciona instalar esse “grande hipermercado dos sabores” no edifício do Instituto da Vinha e do Vinho, que espera vir a receber do Governo, por concessão, no âmbito do Plano de Acção 2008/2017 negociado na sequência da decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa não na Ota mas no Campo de Tiro de Alcochete.

O projecto, a apresentar ao Instituto de Turismo de Portugal, englobará ainda um Centro de Estudos Culinários, a criar em parceria com várias instituições com intervenção na fileira agrícola.

 

 

 

TOMAR

Fotografia em exposição

O Centro de Estudos em Fotografia da Golegã (CEFGA) promove, de 13 a 18 de Outubro, a Semana da Fotografia da Golegã ´08, na Casa - Estúdio Carlos Relvas. Esta Semana da Fotografia é dedicada aos processos fotográficos históricos, considerados hoje, como alternativos relativamente aos materiais sensíveis de fabrico industrial e à fotografia digital. A Semana da Fotografia da Golegã prevê a realização de conferências, de Workshops e de uma exposição fotográfica, bem como, dois workshops específicos destinados ao público infantil. Tomar ensina na Golegã.

 

 

 

VOLUNTARIADO E INSERÇÃO PROFISSIONAL

Tomar ensino na Golegã

O Centro de Estudos Politécnicos da Golegã está a dinamizar um Projecto de Voluntariado e Inserção Profissional na área de Estudos e Divulgação de Património e Projectos de Natureza Turístico-Cultural, com inscrições abertas durante o mês de Outubro.

Destinado a alunos do Ensino Profissional e Ensino Superior; recém-licenciados e licenciados; bem como a outras pessoas interessadas pelas temáticas, este Projecto visa a aquisição de competências e experiências em contexto de ligação ao mercado, através de projectos e trabalho em equipa.

Os interessados deverão candidatar-se aos Projectos Etnofoto (investigação sobre etnografia com base em testemunhos fotográficos que visa a criação de museografias adaptadas às diversas necessidades de investigação e divulgação) Patrimonarte (conteúdos no domínio da animação turística e cultural, da organização e gestão de eventos e a sua difusão em plataformas Web) e Atendtur (implica a organização do atendimento em termos de actividades de turismo e de cultura).

Existe ainda a possibilidade de serem apresentados trabalhos no âmbito da Interpretação Patrimonial, que visa a criação de bibliografia e meios de animação cultural adequados a melhorar a prestação local no âmbito da prestação de serviços de interpretação patrimonial, bem como na área dos Passeios e Circuitos do Património, que incide na calendarização e realização, ao longo do ano, de passeios temáticos com vista a dinamizar a região e o seu património humano, natural e cultural.

 

 

 

PARA DEBATER O FUTURO ENERGÉTICO

Setúbal recebe Sócrates

José Sócrates esteve na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal (ESTSetúbal/IPS) durante o dia 4 de Outubro 2008, para falar sobre o Futuro Energético em Portugal, no âmbito da Sessão “O Futuro Energético em Portugal: Que Opções?”, organizada pela iniciativa “Geração de Ideias”.

A intervenção do Primeiro-Ministro, aqui presente na qualidade de Secretário-geral do PS, incidiu na importância das Energias Renováveis enquanto aposta estratégica para o País. José Sócrates relembrou a decisão do actual Executivo, em 2005, pela eficiência energética e pelas energias renováveis e enalteceu o facto de, actualmente, termos a 5ª mais ambiciosa meta da Europa e do Mundo, no que respeita à contribuição das Energias Renováveis no Sistema Energético Nacional.

Quanto ao futuro, o Primeiro-Ministro não escondeu a satisfação de se perspectivar, para 2020, que 60% da produção de energia eléctrica seja de origem renovável, correspondendo a 1/3 do consumo de energia de Portugal. De igual modo, a evidência de, dentro em breve, Portugal passar a ser um País exportador de Aerogeradores (importante sinal de progresso) e o facto de ser, actualmente, o País com a maior central fotovoltaica do Mundo.

Passando pelo tema da Energia Nuclear, José Sócrates chamou a atenção para o grande problema desta Energia, a “Localização”, tendo em conta que “ninguém a quer no seu quintal”. No entanto, reforçou o facto das instalações de produção de energia eléctrica existentes a partir de energias renováveis (eólica e fotovoltaica) correspon-derem já à capacidade de duas centrais nucleares.

Sócrates salientou que a “estratégia”, aliada à “decisão”, são o melhor caminho para enfrentar as adversidades, recordando, num apontamento de humor, que teve o privilégio de ser o único Primeiro-Ministro a enfrentar um choque petrolífero com 23 subidas de combustível em apenas 15 dias.

A Sessão “O Futuro Energético em Portugal: Que Opções?” foi organizada pela iniciativa “Geração de Ideias”, que reúne uma geração com o propósito de gerar ideias capazes de sustentar o processo modernizador do país. Contou com a participação dos Oradores António Sá da Costa (Presidente da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis), Carlos Varandas (Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico) e de Tiago Farias (Professor do Instituto Superior Técnico).


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