VITOR TOMÉ, EDITOR DO
ENSINO MAGAZINE,
TERMINA DOUTORAMENTO COM NOTA MÁXIMA
Formar para os média é
urgente
O jornalista Vitor Tomé, editor do Ensino
Magazine, acaba de concluir o seu curso de doutoramento, com a
apresentação e defesa da tese “CD-Rom Vamos fazer jornais escolares: um
contributo para o desenvolvimento da Educação para os Média em
Portugal”. A cerimónia final decorreu na sala de doutoramentos da
Reitoria da Universidade de Lisboa, a 7 de Outubro, tendo o candidato
sido aprovado com a nota máxima, Aprovado com Distinção e Louvor, por
unanimidade dos membros do júri.
A tese apresentada consistiu na concepção, produção e validação de um
CD-Rom que tem pró objectivo auxiliar professores e alunos, de 2º e 3º
Ciclos a produzirem jornais escolares em suporte papel e on-line. Além
de validado com especialistas de várias universidades, das áreas da
engenharia informática, educação e jornalismo, o CD foi também validado
em duas escolas de Castelo Branco, com quatro professoras e quatro
turmas, durante um ano lectivo.
O processo demorou cerca de três anos, entre o início e a defesa da
tese, e Vitor Tomé considera que “não será justo considerar que este é a
minha tese. Esta é uma tese que fiz com muitas ajudas”, de que destaca
as orientadoras, Guilhermina Miranda e Helena Menezes, mas também um
conjunto de professores de várias universidades e de vários países.
“Esta é a tese que eu escrevi. Mas o que aprendi com muitas pessoas e a
ajuda de muitas pessoas é que a tornou possível”, afirma. Outro apoio
decisivo foi o da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, “que me
concedeu uma bolsa de doutoramento, que permitiu uma dedicação total ao
trabalho académico”.
Aos 39 anos, Vitor Tomé, que este semestre está a prestar serviço
docente na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, considera que
“o doutoramento é apenas um passo, é como que uma carta de condução nos
permite conduzir veículos mais evoluídos”. Considera assim que “o
importante não é ter o doutoramento, mas sim o que se faz a partir dessa
formação, pois de nada adianta obter a carta de piloto de ralis se a
ideia é continuar a conduzir o velho automóvel da família”.
Nesse sentido, o novo doutor afirma que “o importante agora é trabalhar
o melhor possível no projecto Educação para os Média na Região de
Castelo Branco”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia
e pelo Fundo Social Europeu. O projecto de investigação reúne
investigadores de oito universidades, três delas estrangeiras, mas
também, e sobretudo, alunos e professores dos agrupamentos de escolas e
das escolas não agrupadas do Distrito de Castelo Branco.
“O CD-Rom foi claramente melhorado em função da validação que fizemos
nas escolas. Produzimos também uma plataforma em que cada escola ou
agrupamento pode produzir um, ou mais jornais on-line, além de termos
criado um manual de apoio que explica como funcionam as aplicações
multimédia”, refere aquele membro do Projecto. E reforça: “A ideia é
irmos às escolas, apoiarmos os professores e os alunos. Porque é para
eles que o Projecto existe. E sem eles, não teria razão de ser. Queremos
ajudar na produção do jornal, mas também na impressão dos jornais, que
será feita pelo Reconquista, a título gratuito, o que constitui um
investimento privado sem precedentes nesta área”.
O jornalista adianta ainda: “Estamos a trabalhar num projecto de cariz
pedagógico, muito bem dirigido pela Professora Doutora Helena Menezes,
que pretende aumentar o nível de literacia dos média entre os jovens.
Vivemos num mundo onde grande parte do conhecimento é mediado pelos
média e as pessoas têm de estar preparadas desde cedo para analisarem
criticamente as mensagens dos média, ao mesmo tempo que aprendem a
produzir mensagens média de forma reflexiva, isto é, não só em termos
técnicos, mas também culturais. Ora, esta formação tem de começar na
escola, pelo que é urgente formar os professores na área, seja ao nível
da formação inicial seja da formação contínua”.
POLITÉCNICO DE VISEU
Novo presidente toma
posse
O novo presidente do Politécnico de
Viseu, Fernando Sebastião, tomou posse no passado dia 15 de Setembro, e
embora tenha preferido falar mais do futuro que do passado, não esqueceu
de desejar que esta tenha sido a última vez em que as eleições para a
instituição tenham estado rodeadas de polémica, pois, “passados 34 anos
desde a instauração em Portugal do regime democrático julgo que é mais
que tempo de todos nós interiorizarmos que as eleições, seja a que nível
for, devem ser livres, dentro dos prazos e das normas legais
aplicáveis”.
Numa sala lotada, o novo presidente apontou depois ao futuro da
Instituição reiterando a defesa de um Politécnico “aberto e virado para
a comunidade”. Traçou alguns dos objectivos enquanto presidente da
instituição como sejam o de consolidar e valorizar as formações
actualmente oferecidas, estabelecer um programa de doutoramentos, criar
parcerias com outras entidades de ensino superior, sem esquecer a
formação ao longo da vida.
Além dos projectos, o novo presidente não esqueceu de referir os
problemas, designadamente a “evolução demográfica da sociedade
portuguesa e que se tem reflectido na quebra do número de alunos no
sistema escolar”. Mas considera que, em lugar de considerar esse
problema uma fraqueza, tal permite uma melhoria acelerada da
qualificação dos recursos humanos existentes. Não descura por isso a
formação e a cooperação, quer em termos nacionais, quer em termos
internacionais.
Numa altura em que o corpo docente começa a estar estabilizado e formado
ao nível de mestrado e doutoramento, Fernando Sebastião recordou que é
preciso desenvolver mais investigação, que não apenas a conducente à
obtenção de graus académicos, pois até agora, a que foi feita fora desse
âmbito “da iniciativa individual e meritória de alguns docentes e não,
propriamente, de uma estratégia global da Instituição”.
Como a investigação implica condições para a realização, refere que é
necessário criá-las, ao mesmo tempo que abre a porta para que os
docentes possam pertencer a centros de investigação de outras
instituições. Ao mesmo tempo, pretende apoiar efectivamente a produção
científica e a presença de investigadores em congressos e conferências
internacionais, além de aproximar os investigadores e os projectos de
investigação da comunidade, designadamente através da Associação para o
Desenvolvimento e Investigação de Viseu (ADIV).
A ligação à comunidade passa ainda por incrementar a prestação de
serviços em diversos sectores, bem como estabelecer acordos de
cooperação com entidades ligadas ao mundo empresarial, educação, saúde e
emprego. Fernando Sebastião considerou ainda que “ a primeira razão da
existência do Instituto são os alunos, pelo que “tudo faremos para que
tenham cada vez melhores condições para a sua formação, para o
reconhecimento externo do seu mérito e, em consequência, para tornar o
Instituto mais atractivo junto dos novos candidatos ao ensino superior”.
Eleito em Julho deste ano para um mandato de 3 anos, o Presidente do
Politécnico de Viseu disponibilizou-se a dirigir a instituição de uma
forma mais moderna e dinâmica. O Orfeão e a Tuna do Instituto
abrilhantaram a cerimónia que foi presidida pelo chefe de Gabinete do
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Trigo de Abreu.
Vices. A cerimónia da tomada de
posse dos vice-presidentes do Instituto Politécnico de Viseu, Maria
Paula Carvalho e Pedro Rodrigues, decorreu, na Aula Magna do
Politécnico, a 19 de Setembro. Foi presidida pelo Presidente do
Politécnico de Viseu, Fernando Sebastião que falou das suas escolhas
criteriosas para os cargos. O perfil e a experiência de gestão dos
docentes nomeados foram razões objectivas que estiveram na base dessas
nomeações.
TECNOLOGIA AVANÇADA
Pós-graduação em
Setúbal
A Escola Superior de Tecnologia de
Setúbal inicia a 17 Outubro, uma Pós-Graduação em Tecnologia
Aeronáutica, que vai decorrer até 4 de Julho de 2009. Dirigido a
Licenciados/Bachareis em Engenharia Mecânica e Quadros Médios/Superiores
com actividade profissional/conhecimentos na área de Engenharia, a
Pós-Graduação em Tecnologia Aeronáutica visa aprofundar conhecimentos
sobre Materiais, Processos de Fabrico, Ferramentas CAD/CAE/CAM e métodos
de gestão típicos da Industria Aeronáutica, que permitam iniciar, ou
melhorar, o desempenho de profissionais de Engenharia nas actividades de
fabrico e manutenção de estruturas aeronáuticas.
Com a duração de quatro períodos trimestrais, a Pós-graduação é
composta, em termos curriculares, por 10 módulos: Aerodinâmica e
Mecânica de Voo; Sistemas do Avião; Estruturas Aeronáuticas; Qualidade
Ambiente e Segurança; Materiais e Tecnologias; Engenharia Assistida por
Computador; Gestão de Projectos; Gestão de Produção; Gestão da Produção
na Manutenção; Gestão de Cadeia Logística; e Projecto Final.
Com excepção do Módulo de Projecto Final, os restantes serão ministrados
em sala de aula, sendo de realçar os laboratórios de Mecânica, Simulação
de Voo e Tecnologias Mecânicas.
AUTARQUIA E POLITÉCNICO
DE SANTARÉM
Faculdade de
Gastronomia
A Câmara de Santarém quer criar, em
Alfange, uma Faculdade da Gastronomia, na qual pretende envolver não só
o Instituto Politécnico de Santarém, mas também outras Universidades,
nacionais e estrangeiras, como a de Florença (Itália). O presidente da
autarquia, Moita Flores falava aos jornalistas no âmbito do Festival
Nacional de Gastronomia, que decorre até ao próximo dia 2 de Novembro.
O presidente da autarquia quer apostar na internacionalização do
Festival Nacional de Gastronomia, o qual, no seu entender, deverá passar
a ter a presença de países da União Europeia, num “cruzar de culturas”.
Francisco Moita Flores, disse à agência Lusa que é sua intenção “ir
reconvertendo (o certame) num grande acontecimento cada vez mais
internacional, com uma presença da gastronomia do Ribatejo muito forte”,
mas envolvendo os países da União Europeia.
“É preciso um cruzar de culturas”, que é “potenciado com a política das
regiões que a União Europeia está a desenvolver”, disse. No seu
entender, o Festival Nacional de Gastronomia deve continuar a funcionar
nas actuais instalações da Casa do Campino, mas com condições que
proporcionem o conforto e a qualidade exigidas actualmente a nível
nacional e internacional.
Reconhecendo “mérito” a quem, desde a sua criação, esteve à frente do
Festival Nacional de Gastronomia, por conseguir “consolidar a
popularidade” do certame, Moita Flores defendeu que é preciso dar o
passo para a internacionalização, o que implica forçosamente responder
às novas exigências de conforto, bem-estar e qualidade do espaço.
“Não queremos retirar nada ao que está, mas aumentar”, disse, garantindo
que não é sua intenção retirar o Festival da Casa do Campino, mas antes
conseguir apoios para “remodelar todo o espaço das antigas cavalariças”,
onde funcionam as tasquinhas.
Paralelamente, o autarca quer criar em Santarém o que, nas suas
palavras, equivaleria a “um Jumbo ou um Pão de Açúcar de todos os
sabores da gastronomia” de uma região alargada que abarque não só
produtos do Ribatejo, como também do Oeste e do Alentejo.
Moita Flores tenciona instalar esse “grande hipermercado dos sabores” no
edifício do Instituto da Vinha e do Vinho, que espera vir a receber do
Governo, por concessão, no âmbito do Plano de Acção 2008/2017 negociado
na sequência da decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa não na
Ota mas no Campo de Tiro de Alcochete.
O projecto, a apresentar ao Instituto de Turismo de Portugal, englobará
ainda um Centro de Estudos Culinários, a criar em parceria com várias
instituições com intervenção na fileira agrícola.
TOMAR
Fotografia em
exposição
O Centro de Estudos em Fotografia da
Golegã (CEFGA) promove, de 13 a 18 de Outubro, a Semana da Fotografia da
Golegã ´08, na Casa - Estúdio Carlos Relvas. Esta Semana da Fotografia é
dedicada aos processos fotográficos históricos, considerados hoje, como
alternativos relativamente aos materiais sensíveis de fabrico industrial
e à fotografia digital. A Semana da Fotografia da Golegã prevê a
realização de conferências, de Workshops e de uma exposição fotográfica,
bem como, dois workshops específicos destinados ao público infantil.
Tomar ensina na Golegã.
VOLUNTARIADO E INSERÇÃO
PROFISSIONAL
Tomar ensino na Golegã
O Centro de Estudos Politécnicos da
Golegã está a dinamizar um Projecto de Voluntariado e Inserção
Profissional na área de Estudos e Divulgação de Património e Projectos
de Natureza Turístico-Cultural, com inscrições abertas durante o mês de
Outubro.
Destinado a alunos do Ensino Profissional e Ensino Superior;
recém-licenciados e licenciados; bem como a outras pessoas interessadas
pelas temáticas, este Projecto visa a aquisição de competências e
experiências em contexto de ligação ao mercado, através de projectos e
trabalho em equipa.
Os interessados deverão candidatar-se aos Projectos Etnofoto
(investigação sobre etnografia com base em testemunhos fotográficos que
visa a criação de museografias adaptadas às diversas necessidades de
investigação e divulgação) Patrimonarte (conteúdos no domínio da
animação turística e cultural, da organização e gestão de eventos e a
sua difusão em plataformas Web) e Atendtur (implica a organização do
atendimento em termos de actividades de turismo e de cultura).
Existe ainda a possibilidade de serem apresentados trabalhos no âmbito
da Interpretação Patrimonial, que visa a criação de bibliografia e meios
de animação cultural adequados a melhorar a prestação local no âmbito da
prestação de serviços de interpretação patrimonial, bem como na área dos
Passeios e Circuitos do Património, que incide na calendarização e
realização, ao longo do ano, de passeios temáticos com vista a dinamizar
a região e o seu património humano, natural e cultural.
PARA DEBATER O FUTURO
ENERGÉTICO
Setúbal recebe
Sócrates
José Sócrates esteve na Escola Superior
de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal (ESTSetúbal/IPS)
durante o dia 4 de Outubro 2008, para falar sobre o Futuro Energético em
Portugal, no âmbito da Sessão “O Futuro Energético em Portugal: Que
Opções?”, organizada pela iniciativa “Geração de Ideias”.
A intervenção do Primeiro-Ministro, aqui presente na qualidade de
Secretário-geral do PS, incidiu na importância das Energias Renováveis
enquanto aposta estratégica para o País. José Sócrates relembrou a
decisão do actual Executivo, em 2005, pela eficiência energética e pelas
energias renováveis e enalteceu o facto de, actualmente, termos a 5ª
mais ambiciosa meta da Europa e do Mundo, no que respeita à contribuição
das Energias Renováveis no Sistema Energético Nacional.
Quanto ao futuro, o Primeiro-Ministro não escondeu a satisfação de se
perspectivar, para 2020, que 60% da produção de energia eléctrica seja
de origem renovável, correspondendo a 1/3 do consumo de energia de
Portugal. De igual modo, a evidência de, dentro em breve, Portugal
passar a ser um País exportador de Aerogeradores (importante sinal de
progresso) e o facto de ser, actualmente, o País com a maior central
fotovoltaica do Mundo.
Passando pelo tema da Energia Nuclear, José Sócrates chamou a atenção
para o grande problema desta Energia, a “Localização”, tendo em conta
que “ninguém a quer no seu quintal”. No entanto, reforçou o facto das
instalações de produção de energia eléctrica existentes a partir de
energias renováveis (eólica e fotovoltaica) correspon-derem já à
capacidade de duas centrais nucleares.
Sócrates salientou que a “estratégia”, aliada à “decisão”, são o melhor
caminho para enfrentar as adversidades, recordando, num apontamento de
humor, que teve o privilégio de ser o único Primeiro-Ministro a
enfrentar um choque petrolífero com 23 subidas de combustível em apenas
15 dias.
A Sessão “O Futuro Energético em Portugal: Que Opções?” foi organizada
pela iniciativa “Geração de Ideias”, que reúne uma geração com o
propósito de gerar ideias capazes de sustentar o processo modernizador
do país. Contou com a participação dos Oradores António Sá da Costa
(Presidente da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis),
Carlos Varandas (Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico) e
de Tiago Farias (Professor do Instituto Superior Técnico).
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