Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº121    Março 2008

Propostas

GEO-RÚBRICA

De barco em Ródão

Depois da “Rota dos Fósseis, em busca dos vestígios das Trilobites” e do “Monte-Ilha Granítico de Monsanto”, saídas de campo interdisciplinares apresentadas nas edições anteriores deste Jornal, a empresa de turismo Naturtejo propõe aos alunos passear e aprender à volta do geomonumento Portas do Ródão.

Esta saída de campo interdisciplinar intitulada “O Monumento Natural das Portas do Ródão e Vale do Tejo” insere-se nos Programas Educativos que a Naturtejo promove durante este ano lectivo, para escolas inseridas no seu território, constituído pelos municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, bem como para escolas nacionais e internacionais.

Os programas educativos que podem ser realizados no Geopark Naturtejo, o primeiro geoparque incluído nas Redes Europeia e Global da UNESCO, são dirigidos a alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico, mas podem ser adaptados aos diferentes níveis de escolaridade, como o 2º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário.

Navegando pelas águas tranquilas do Rio Tejo, durante um passeio de barco que pode apenas atravessar as Portas do Ródão ou ir até às gravuras do Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo, os monitores do Geopark vão abordando conteúdos pedagógicos da disciplina Ciências Naturais. As temáticas passíveis de abordar no âmbito da disciplina de História surgem como complemento acessório às abordagens efectuadas na disciplina anteriormente referida. Assim, o Professor de História da Escola que acompanha a visita poderá analisar mais aprofundadamente os conteúdos pedagógicos sugeridos.

Esta saída de campo interdisciplinar, que inclui também uma visita ao espaço museológico sobre a Arqueologia do Ródão, pode ser complementada com actividades de desporto na natureza, como escalada, slide e circuito de pontes.

Manuela Catana, responsável pelos programas educativos no Geopark Naturtejo, descreve esta saída de campo interdisciplinar da seguinte forma: “Alunos e Profs. vestem os seus coletes salva-vidas e entram entusiasmados nos dois barcos. Para os que escolheram a opção de dar uma espreitadela ao núcleo de gravuras rupestres de S. Simão, dirigem-se para o lado oposto às Portas do Ródão e sobem Tejo acima. Durante o trajecto podem ter a sorte de ser brindados por selvagens personagens: cágados, garças, patos, lontras e javalis. Para os da outra opção, os barcos zarpam do porto do Tejo de Vila Velha de Ródão como que atraídos por um íman, rumo às Portas do Ródão, aquelas duas imponentes muralhas quartzíticas pacientemente escancaradas, à espera de nova visita, atravessadas pelo rio criador e habitadas por numerosas famílias de Grifos! Pelo caminho os viajantes ouvem falar da presença humana nestas margens, desde há mais de 150000 anos, atestada pelos inúmeros achados arqueológicos, lêem as rochas e escutam a explicação da evolução da paisagem da área, condicionada nos últimos 3 Milhões de anos (Ma), pela existência deste geomonumento. Mas, de repente, um ocupante do barco, grita de excitação: - Olhem, estão aqui trilobites! E afirma que viu através do sonar sombras desses seres, a revolver lamas, argilas e areias do fundo do rio. Bem, talvez as tivesse confundido com lagostins! Tratou-se de pura ilusão óptica, pois as trilobites eram seres marinhos, extinguiram-se há 250 Ma e viveram por aqui quando esta área estava coberta por mar, há cerca de 500 Ma. Finalmente, atravessam aquela porta natural colossal e a seguir, na margem esquerda do rio, vislumbram o Conhal do Arneiro, uma exploração mineira de ouro, provavelmente, do tempo dos Romanos, da qual são testemunhos os inúmeros amontoados de blocos quartzíticos arredondados. É hora de regressar ao ponto de partida, deixar o barco, seguir para a vila e iniciar lides desportivas no “Campo Aventura” ou visitar o espaço museológico dedicado à Arqueologia do Ródão. Agora, a argumentista passa a bola e o final do dia fica ao critério das personagens!”.


Cristina Preguiça


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