Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº121    Março 2008

Politécnico

CRUP E FUP COM PROGRAMA INTERNACIONAL

Professores ensinam em Timor

Várias universidades e institutos politécnicos portugueses responderam afirmativamente ao desafio lançado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e pela Fundação das Universidades Portuguesas no sentido de disponibilizarem professores seus para ensinar em Timor Leste. O acordo com a Universidade Nacional de Timor Leste tem dado frutos muito positivos desde 2001, altura em que se iniciou a colaboração.

Um dos docentes que tem participado nesta iniciativa é Pedro Sequeira, professor na Escola Superior Agrária de Castelo Branco. “Desde a primeira hora que estive motivado em ir lá leccionar. Ao antigo director da escola, José Carlos Gonçalves, eu dizia que não me importava de ir para lá como voluntário, tirando licença sem vencimento”. Mas a presença da ESA em Timor tem sido assegurada ainda pelos docentes Celestino Almeida, João Pedro Luz, Luís Peças, Luís Pinto de Andrade e João Pedro Várzea. “A partir de 2003 consegui os contactos certos e lancei os desafios aos meus colegas”. Quase de malas feitas para o território que o viu nascer, para mais dois meses de aulas na Universidade de Nacional de Timor Leste, Pedro Sequeira mostra-se motivado. “Na semana da Páscoa parto para lá”, diz enquanto lembra que um outro professor da escola, Manuel Vicente, o acompanhará no próximo bimestre de aulas.
 

Língua. Para Pedro Sequeira a língua não será uma dificuldade nas aulas em Timor. Mas para quem está habituado a ensinar em português, as coisas são um pouco mais difíceis. “Quando lá estou disponibilizo-me a ensinar tétum, -a língua nacional -, aos colegas portugueses, de forma graciosa. Vários deles já aprenderam as coisas básicas”, explica Pedro Sequeira, para quem as aulas são dadas de forma muito semelhante ao que acontece em Castelo Branco.

Celestino Almeida, outro dos docentes que tem ido leccionar à Universidade Nacional de Timor partilha dessa ideia. “O meu objectivo é ensinar-lhes a matéria. O fenómeno da comunicação é espectacular quando se sabe o que se quer transmitir”.

E se da parte de quem ensina a língua pode ser um problema, para os alunos acontece o mesmo. “Muitos dos estudantes que estão na Universidade tiveram uma formação em Indonésio, o que lhe cria dificuldades em perceber o português. Isso notou-se, sobretudo, no início”, adianta. Para ultrapassar essa barreira Pedro Sequeira diz leccionar as suas aulas em tétum e em português. Já os testes “faço-o em escolha múltipla e muitas vezes tenho que lhes traduzir as perguntas. Isto acontece sobretudo no primeiro ano. Nos seguintes os alunos passam por um crivo e já não é necessário”. Para Celestino Almeida “da parte dos alunos há um esforço enorme para aprender português. No primeiro ano do curso é mais complicado, pois nem todos falam a nossa língua. Mas uns ajudam os outros e nos anos seguintes, uma vez que os estudantes têm aulas de português, essa dificuldade é menor. A comunicação não é uma barreira, é apenas um obstáculo”.
 

Exigência. Pedro Sequeira e Celestino Almeida afastam facilitismos no ensino ministrado. “Dos 40 que começam um curso, chegam ao final da licenciatura no seu ano entre 8 a 13 alunos. Há uma grande exigência no modo de dar as aulas e na maneira de avaliar os alunos”, asseguram. “Não temos qualquer problema em trazer para cá alunos formados, por nós, em Timor”. O rigor do curso é revelado nos próprios exames, escritos e orais na licenciatura.

“Os alunos que frequentam o curso têm acesso a determinadas condições que outros estudantes nem sonham. Há o recurso a material informático, a fotocópias, biblioteca, etc. Daí que a sua formação seja diferente e tenha que ser mais exigente”, esclarecem. Celestino Almeida conta mesmo que “os nossos alunos chumbam. Quando nós chegamos lá e damos notas negativas ouvem-se logo vozes a dizer que os professores vão sofrer isso na pele. Mas depressa percebem que o ensino é diferente e que para transitarem de ano têm que saber”.
 

Escola. Depois do apoio que está a ser dado nas licenciaturas em Timor Leste, Moitinho Rodrigues, director da Escola, revela que a ESA estará disponível para receber alunos timorenses para mestrado, já que o plano de estudos da Universidade de Timor está adaptado a Bolonha. “Neste momento temos segundos ciclos a funcionar na escola, e se a área de interesse de Timor for ao encontro dos nossos mestrados, estaremos empenhados em reforçar os laços de cooperação”.

 

 

 

PRIMEIRA PESSOA

Amigo de Ramos Horta

Sendo um país jovem, Timor Leste tem vivido momentos de alguma turbulência que culminaram com os atentados aos presidente da República Ramos Horta e ao Primeiro Ministro, Xanana Gusmão. Amigo pessoal de Ramos Horta, presidente de Timor Leste, que recentemente sofreu um atentado, Pedro Sequeira acredita no futuro do país que o viu nascer. Os atentados contra o presidente e o primeiro ministro surpreenderam-no. “Ele vive perto da casa que tenho lá. É uma pessoa simples e informal, com quem é possível conversar sem qualquer problema. De resto, em Timor as coisas são muito informais e os meus colegas são testemunhas disso”.

Pedro Sequeira considera que a democracia não está posta em causa em Timor Leste. “Aquilo que aconteceu foram ajustes de contas nas forças de defesa. É uma situação que vai demorar mais alguns anos a ser resolvida. Costumo dizer que não se faz de um guerrilheiro um militar com certas e determinadas regras”. Além disso, diz, “não existem símbolos de união entre os timorenses. A própria bandeira nacional é muito criticada, pois é muito parecida à de um partido político”. No desenvolvimento de Timor Leste, Pedro Sequeira elogia o papel da comunidade internacional, para que o país se “afirme como um estado”.

Pedro Sequeira recorda outros episódios que impediram alguns docentes de embarcarem para Timor. “Há dois anos atrás surgiu uma situação de «guerra» entre a polícia e as forças de defesa do território, e dois colegas de Castelo Branco, já com o bilhete no bolso, acabaram por não entrar no avião. Na altura eu estava em Timor, onde permaneci no bairro da cooperação dos portugueses, bem protegido pelo que não houve problemas de maior”.

Aquele timorense diz mesmo que “em termos de segurança, se as indicações da embaixada e do adido de segurança forem cumpridas não há problema nenhum em estar em Timor”. De caminho, afasta a ideia de insegurança, mas conta que “antes dos meus colegas partirem para o território faço uma espécie de brieffing com eles, onde lhe apresento um cenário mais negro do que é a realidade. Quando lá chegam verificam que as coisas não são assim tão más, mas ficam alertados para eventuais problemas que possam existir e já vão com um espírito de missão”.

 

 

 

INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS FORENSES

Curso em Aveiro

A Universidade de Aveiro acaba de criar o 1º Curso livre sobre diversos tópicos de ciências forenses. A formação reúne um conjunto de oradores envolvidos na investigação de casos de grande impacto mediático e decorre em nove sessões, entre 5 de Abril e 30 de Maio. As inscrições estão abertas até 20 de Março.

O Curso Livre de Introdução às Ciências Forenses é multidisciplinar e abrange vários tópicos, desde a Genética Forense e Toxicologia Forense, à Metodologia da Investigação do Crime e ao Exame das Vítimas.

Aberto a todos os interessados, os participantes seleccionados podem frequentar o curso em regime livre, sem avaliação (com direito apenas a certificado de presença) ou sujeitar-se a um exame final, obtendo neste caso o certificado respectivo com categoria de workshop de formação avançada.

 

 

 

CIÊNCIA

Exposição no Algarve

Promover a cultura científica na região algarvia, bem como fomentar o conhecimento público do potencial científico da Universidade do Algarve é o objectivo da exposição Encontros Imediatos com a Ciência, que inclui projectos de investigação em curso e decorre de 31 de Março a 4 de Abril.

Estarão representados nesta exposição vários centros de investigação da Universidade do Algarve, como o Centro de Ciências do Mar (CCMAR), o Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), o Centro de Desenvolvimento de Ciências e Técnicas de Produção Vegetal (CDCTPV), o Centro de Investigação em Ambientes Costeiros e Marinhos (CIACOMAR), o Centro de Geo-Sistemas – Centro de Valorização de Recursos Minerais (CVRM) e o Laboratório de Enologia.

Quem visitar o Centro Ciência Viva de Tavira nestes dias terá a oportunidade de experimentar, envolvendo-se nas actividades apresentadas, e de falar com os próprios cientistas, que poderão esclarecer e motivar os participantes para uma maior envolvência com a ciência. Ao percorrer esta exposição será possível aprender mais, por exemplo, sobre o sistema lagunar da Ria Formosa, como funcionam os sistemas de águas subterrâneas ou como se gera um tsunami.

Será igualmente possibilitado aos visitantes perceber em que moldes se está a fazer a replantação dos fundos marinhos junto à Serra da Arrábida ou que riscos ameaçam a linha costeira da região Algarvia. Outro tema em foco será a reutilização da fruta não comercializável na produção de biocombustíveis e das aparas de campos de golfe para produzir fertilizantes naturais.

 

 

 

FÓRUM ESART

O melhor prémio era a escola nova

Em noite de festa na Escola de Artes a necessidade de ser construída de raiz a prometida escola no Campus da Taleigueira voltou a preocupar os responsáveis pela instituição. O director da Escola Superior de Artes Aplicadas reconhece que “quando a escola tiver as suas instalações novas a instituição irá melhorar”. Fernando Raposo falava no final do jantar que encerrou o Fórum Esart 2008, mostrando-se “convencido de que esta questão será ultrapassada dentro em breve”.

Ainda assim, o mesmo responsável teceu algumas críticas aos diferentes governos que nos últimos anos têm lidado com a questão, sobretudo ao actual, na medida em que esta é uma situação que se arrasta e que “faz com que nos sintamos um pouco tristes, porque as promessas não têm sido cumpridas”.

“Em termos da competitividade que nestas coisas sabemos que existe, se não tivermos as melhores condições para trabalhar, pode dizer-se que a escola sai prejudicada”, refere, acrescentando contudo que “o dinheiro que temos sabido gerir do orçamento da escola tem-nos permitido enfrentar a falta de um investimento próprio para equipamento e neste capítulo já investimos nos últimos anos qualquer coisa como 2 milhões de euros”.
Fernando Raposo prestou estas declarações à comunicação social numa altura em que a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco acabava de premiar os melhores alunos de 2006/2007 com a atribuição de troféus de excelência. A cerimónia decorreu na noite do passado dia 28 de Fevereiro no restaurante Repvblica e coincidiu com o jantar de encerramento do Fórum que aquele estabelecimento realizou nas últimas semanas e que movimentou não apenas a instituição como a cidade albicastrense com uma série de workshops e palestras que preencheram aquele evento.

Foi a quarta realização do género realizada por esta escola superior, a terceira onde os troféus desenhados pelo escultor José Simão, também docente na Esart, foram entregues aos melhores de cada área ali ministrada. Na ocasião, a presidente do Instituto Politécnico salientou “a importância que esta actividade tem na motivação dos alunos, uma vez que é o culminar de um ano de trabalho”. Ana Maria Vaz lembra que “ao Fórum Esart vieram alguns profissionais de renome internacional, autênticas referências em diversas áreas” e que isso contribuiu também para dignificar uma realização que hoje em dia já é um cartaz não só da escola como do Politécnico.

 

 

 

EDUCAÇÃO PARA OS MÉDIA NA REGIÃO DE CASTELO BRANCO

Novo site e presença nos EUA

O Projecto Educação para os Média na Região de Castelo Branco, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo jornal Reconquista, já tem um sítio Internet oficial. Criado pela empresa Netsigma, está disponível no endereço www.literaciamedia.com e inclui, para já, todos os dados acerca do Projecto, desde as actividades desenvolvidas e a desenvolver até à equipa que o integra, incluindo os colaboradores. Através do sítio é ainda possível subscrever a newsletter do Projecto, enviar sugestões à equipa de investigação e conhecer a lista de escolas aderentes.

Até ao momento, das 29 escolas e agrupamentos da área educativa de Castelo com 2º e ou 3º Ciclos, 26 já manifestaram a sua disponibilidade para integrar o Projecto, pelo que foram atingidas as expectativas da equipa de investigação. Os professores envolvidos na produção do jornal escolar em cada uma das escolas ou agrupamentos terão em breve acesso a uma área reservada do sítio Internet, onde serão disponibilizados os artigos científicos produzidos no âmbito do Projecto, além de poderem participar num fórum que terá como tema a produção de jornais escolares, fórum este que será moderado pelo jornalista Vitor Tomé.

Em termos futuros, o sítio Internet verá os seus conteúdos consideravelmente aumentados, já que os conteúdos do DVD-Rom do Projecto serão ali disponibilizados. Esses conteúdos destinam-se a apoiar professores e alunos do Ensino Básico na tarefa de produzirem jornais escolares em formato papel e on-line. A versão inicial dos conteúdos foi disponibilizada através do CD-Rom “Vamos fazer jornais escolares”, uma aplicação multimédia testada ao longo de um ano lectivo, em duas escolas de Castelo Branco e no âmbito de uma tese de doutoramento. Neste momento, estão a ser alterados tendo em conta os resultados da tese, além de estarem a sofrer um processo de actualização.

O processo de produção, validação e testagem do CD-Rom “Vamos fazer jornais escolares”, bem como os resultados constituíram um dos dois temas centrais de uma comunicação apresentada na 19ª Conferência Society for Information Technology and Teacher Education, que decorreu de 3 a 8 de Março, em Las Vegas, nos Estados Unidos da América. A comunicação, que teve como autores Helena Menezes, Vitor Tomé e Guilhermina Miranda, foi apresentada pelo jornalista Vitor Tomé que esteve acompanhado pelo pelo sub-director do jornal semanário Reconquista, José Júlio Cruz.

 

 

 

ESGIN AVANÇA COM NOVOS CURSOS

Marketing a caminho

A Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova (ESGIN) deverá avançar em Setembro com uma pós-graduação em Solicitadoria de Execução e outra em Marketing Farmacêutico.

António Pinto, o director desta escola do Politécnico de Castelo Branco (IPCB), confirmou isso mesmo ao Ensino Magazine, na abertura dos Cursos de Especialização em Fiscalidade e Contabilidade e em Marketing Turístico.

Estes novos cursos, promovidos em parceria com o Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do IPCB, pretendem reforçar a ligação da escola ao mundo empresarial e com isso ao mercado de emprego.

“São áreas onde a escola tem formação inicial e no fundo o que queremos é dar um salto qualitativo com formação especializada direccionada para um mercado muito específico”, explica o director da ESGIN. No caso do turismo, a Naturtejo foi não só a parceira como também a impulsionadora desta especialização. Armindo Jacinto, o presidente da associação que promove o turismo na zona sul do distrito e norte alentejano, diz que com esta formação “estamos a inovar”, sobretudo numa altura em que o turismo de natureza cresce ao ritmo anual de 7 por cento.

Estes cursos de especialização vão ter lugar em Castelo Branco, apesar de a Escola Superior de Gestão ficar situada em Idanha-a-Nova.

O curso de Especialização em Fiscalidade arrancou com 42 alunos, enquanto o de Marketing Turístico ficou pelos 17, com possibilidade de mais entradas.

 

 

 

ESE DE CASTELO BRANCO

Futebol em debate

A Associação de Futebol de Castelo Branco realizou, na Escola Superior de Educação do IPCB, uma sessão de sensibilização/divulgação junto dos alunos do 1º ano do Curso de Desporto e Actividade Física daquele Escola do IPCB. A iniciativa contou com a presença do vice-presidente da AFCB, Carlos Almeida, do presidente do Conselho de Arbitragem, Jorge Nunes e do coordenador do departamento do Curso de Desporto e Actividade Física, João Serrano.

Carlos Almeida deu conta da missão e abrangência da AFCB sublinhando o papel relevante da formação, no sentido mais lato do termo, tendo destacado o crescimento exponencial do número de equipas de formação que aparecerem no panorama futebolístico distrital, nomeadamente o aumento em 300% dos jogos no escalão de Escolinhas nos quatro últimos anos. O vice-presidente da AFCB realçou ainda que têm sido também canalizadas energias e verbas para a formação dos seus recursos humanos tendo já sido realizados cursos para os diferentes agentes desportivos, com particular incidência treinadores de futebol, árbitros e massagistas. Fruto deste crescimento e por necessidades de ajustamento competitivo, no final da época de 2006/07 a AFCB introduziu alterações significativas ao modelo competitivo das Escolinhas tendo deixado de nomear árbitros para o nível B das Escolinhas.

Já o presidente do Conselho de Arbitragem deu conta dos resultados notáveis, sem paralelo histórico, obtidos na época de 2006/07, pelos árbitros da AFCB.

 

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