CRUP E FUP COM PROGRAMA
INTERNACIONAL
Professores ensinam em
Timor



Várias universidades e institutos
politécnicos portugueses responderam afirmativamente ao desafio lançado
pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e pela Fundação
das Universidades Portuguesas no sentido de disponibilizarem professores
seus para ensinar em Timor Leste. O acordo com a Universidade Nacional
de Timor Leste tem dado frutos muito positivos desde 2001, altura em que
se iniciou a colaboração.
Um dos docentes que tem participado nesta iniciativa é Pedro Sequeira,
professor na Escola Superior Agrária de Castelo Branco. “Desde a
primeira hora que estive motivado em ir lá leccionar. Ao antigo director
da escola, José Carlos Gonçalves, eu dizia que não me importava de ir
para lá como voluntário, tirando licença sem vencimento”. Mas a presença
da ESA em Timor tem sido assegurada ainda pelos docentes Celestino
Almeida, João Pedro Luz, Luís Peças, Luís Pinto de Andrade e João Pedro
Várzea. “A partir de 2003 consegui os contactos certos e lancei os
desafios aos meus colegas”. Quase de malas feitas para o território que
o viu nascer, para mais dois meses de aulas na Universidade de Nacional
de Timor Leste, Pedro Sequeira mostra-se motivado. “Na semana da Páscoa
parto para lá”, diz enquanto lembra que um outro professor da escola,
Manuel Vicente, o acompanhará no próximo bimestre de aulas.
Língua. Para Pedro Sequeira a
língua não será uma dificuldade nas aulas em Timor. Mas para quem está
habituado a ensinar em português, as coisas são um pouco mais difíceis.
“Quando lá estou disponibilizo-me a ensinar tétum, -a língua nacional -,
aos colegas portugueses, de forma graciosa. Vários deles já aprenderam
as coisas básicas”, explica Pedro Sequeira, para quem as aulas são dadas
de forma muito semelhante ao que acontece em Castelo Branco.
Celestino Almeida, outro dos docentes que tem ido leccionar à
Universidade Nacional de Timor partilha dessa ideia. “O meu objectivo é
ensinar-lhes a matéria. O fenómeno da comunicação é espectacular quando
se sabe o que se quer transmitir”.
E se da parte de quem ensina a língua pode ser um problema, para os
alunos acontece o mesmo. “Muitos dos estudantes que estão na
Universidade tiveram uma formação em Indonésio, o que lhe cria
dificuldades em perceber o português. Isso notou-se, sobretudo, no
início”, adianta. Para ultrapassar essa barreira Pedro Sequeira diz
leccionar as suas aulas em tétum e em português. Já os testes “faço-o em
escolha múltipla e muitas vezes tenho que lhes traduzir as perguntas.
Isto acontece sobretudo no primeiro ano. Nos seguintes os alunos passam
por um crivo e já não é necessário”. Para Celestino Almeida “da parte
dos alunos há um esforço enorme para aprender português. No primeiro ano
do curso é mais complicado, pois nem todos falam a nossa língua. Mas uns
ajudam os outros e nos anos seguintes, uma vez que os estudantes têm
aulas de português, essa dificuldade é menor. A comunicação não é uma
barreira, é apenas um obstáculo”.
Exigência. Pedro Sequeira e
Celestino Almeida afastam facilitismos no ensino ministrado. “Dos 40 que
começam um curso, chegam ao final da licenciatura no seu ano entre 8 a
13 alunos. Há uma grande exigência no modo de dar as aulas e na maneira
de avaliar os alunos”, asseguram. “Não temos qualquer problema em trazer
para cá alunos formados, por nós, em Timor”. O rigor do curso é revelado
nos próprios exames, escritos e orais na licenciatura.
“Os alunos que frequentam o curso têm acesso a determinadas condições
que outros estudantes nem sonham. Há o recurso a material informático, a
fotocópias, biblioteca, etc. Daí que a sua formação seja diferente e
tenha que ser mais exigente”, esclarecem. Celestino Almeida conta mesmo
que “os nossos alunos chumbam. Quando nós chegamos lá e damos notas
negativas ouvem-se logo vozes a dizer que os professores vão sofrer isso
na pele. Mas depressa percebem que o ensino é diferente e que para
transitarem de ano têm que saber”.
Escola. Depois do apoio que está
a ser dado nas licenciaturas em Timor Leste, Moitinho Rodrigues,
director da Escola, revela que a ESA estará disponível para receber
alunos timorenses para mestrado, já que o plano de estudos da
Universidade de Timor está adaptado a Bolonha. “Neste momento temos
segundos ciclos a funcionar na escola, e se a área de interesse de Timor
for ao encontro dos nossos mestrados, estaremos empenhados em reforçar
os laços de cooperação”.
PRIMEIRA PESSOA
Amigo de Ramos Horta
Sendo um país jovem, Timor Leste tem
vivido momentos de alguma turbulência que culminaram com os atentados
aos presidente da República Ramos Horta e ao Primeiro Ministro, Xanana
Gusmão. Amigo pessoal de Ramos Horta, presidente de Timor Leste, que
recentemente sofreu um atentado, Pedro Sequeira acredita no futuro do
país que o viu nascer. Os atentados contra o presidente e o primeiro
ministro surpreenderam-no. “Ele vive perto da casa que tenho lá. É uma
pessoa simples e informal, com quem é possível conversar sem qualquer
problema. De resto, em Timor as coisas são muito informais e os meus
colegas são testemunhas disso”.
Pedro Sequeira considera que a democracia não está posta em causa em
Timor Leste. “Aquilo que aconteceu foram ajustes de contas nas forças de
defesa. É uma situação que vai demorar mais alguns anos a ser resolvida.
Costumo dizer que não se faz de um guerrilheiro um militar com certas e
determinadas regras”. Além disso, diz, “não existem símbolos de união
entre os timorenses. A própria bandeira nacional é muito criticada, pois
é muito parecida à de um partido político”. No desenvolvimento de Timor
Leste, Pedro Sequeira elogia o papel da comunidade internacional, para
que o país se “afirme como um estado”.
Pedro Sequeira recorda outros episódios que impediram alguns docentes de
embarcarem para Timor. “Há dois anos atrás surgiu uma situação de
«guerra» entre a polícia e as forças de defesa do território, e dois
colegas de Castelo Branco, já com o bilhete no bolso, acabaram por não
entrar no avião. Na altura eu estava em Timor, onde permaneci no bairro
da cooperação dos portugueses, bem protegido pelo que não houve
problemas de maior”.
Aquele timorense diz mesmo que “em termos de segurança, se as indicações
da embaixada e do adido de segurança forem cumpridas não há problema
nenhum em estar em Timor”. De caminho, afasta a ideia de insegurança,
mas conta que “antes dos meus colegas partirem para o território faço
uma espécie de brieffing com eles, onde lhe apresento um cenário mais
negro do que é a realidade. Quando lá chegam verificam que as coisas não
são assim tão más, mas ficam alertados para eventuais problemas que
possam existir e já vão com um espírito de missão”.
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS
FORENSES
Curso em Aveiro
A Universidade de Aveiro acaba de criar o
1º Curso livre sobre diversos tópicos de ciências forenses. A formação
reúne um conjunto de oradores envolvidos na investigação de casos de
grande impacto mediático e decorre em nove sessões, entre 5 de Abril e
30 de Maio. As inscrições estão abertas até 20 de Março.
O Curso Livre de Introdução às Ciências Forenses é multidisciplinar e
abrange vários tópicos, desde a Genética Forense e Toxicologia Forense,
à Metodologia da Investigação do Crime e ao Exame das Vítimas.
Aberto a todos os interessados, os participantes seleccionados podem
frequentar o curso em regime livre, sem avaliação (com direito apenas a
certificado de presença) ou sujeitar-se a um exame final, obtendo neste
caso o certificado respectivo com categoria de workshop de formação
avançada.
CIÊNCIA
Exposição no Algarve
Promover a cultura científica na região
algarvia, bem como fomentar o conhecimento público do potencial
científico da Universidade do Algarve é o objectivo da exposição
Encontros Imediatos com a Ciência, que inclui projectos de investigação
em curso e decorre de 31 de Março a 4 de Abril.
Estarão representados nesta exposição vários centros de investigação da
Universidade do Algarve, como o Centro de Ciências do Mar (CCMAR), o
Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), o Centro de
Desenvolvimento de Ciências e Técnicas de Produção Vegetal (CDCTPV), o
Centro de Investigação em Ambientes Costeiros e Marinhos (CIACOMAR), o
Centro de Geo-Sistemas – Centro de Valorização de Recursos Minerais (CVRM)
e o Laboratório de Enologia.
Quem visitar o Centro Ciência Viva de Tavira nestes dias terá a
oportunidade de experimentar, envolvendo-se nas actividades
apresentadas, e de falar com os próprios cientistas, que poderão
esclarecer e motivar os participantes para uma maior envolvência com a
ciência. Ao percorrer esta exposição será possível aprender mais, por
exemplo, sobre o sistema lagunar da Ria Formosa, como funcionam os
sistemas de águas subterrâneas ou como se gera um tsunami.
Será igualmente possibilitado aos visitantes perceber em que moldes se
está a fazer a replantação dos fundos marinhos junto à Serra da Arrábida
ou que riscos ameaçam a linha costeira da região Algarvia. Outro tema em
foco será a reutilização da fruta não comercializável na produção de
biocombustíveis e das aparas de campos de golfe para produzir
fertilizantes naturais.
FÓRUM ESART
O melhor prémio era a
escola nova

Em noite de festa na Escola de Artes a
necessidade de ser construída de raiz a prometida escola no Campus da
Taleigueira voltou a preocupar os responsáveis pela instituição. O
director da Escola Superior de Artes Aplicadas reconhece que “quando a
escola tiver as suas instalações novas a instituição irá melhorar”.
Fernando Raposo falava no final do jantar que encerrou o Fórum Esart
2008, mostrando-se “convencido de que esta questão será ultrapassada
dentro em breve”.
Ainda assim, o mesmo responsável teceu algumas críticas aos diferentes
governos que nos últimos anos têm lidado com a questão, sobretudo ao
actual, na medida em que esta é uma situação que se arrasta e que “faz
com que nos sintamos um pouco tristes, porque as promessas não têm sido
cumpridas”.
“Em termos da competitividade que nestas coisas sabemos que existe, se
não tivermos as melhores condições para trabalhar, pode dizer-se que a
escola sai prejudicada”, refere, acrescentando contudo que “o dinheiro
que temos sabido gerir do orçamento da escola tem-nos permitido
enfrentar a falta de um investimento próprio para equipamento e neste
capítulo já investimos nos últimos anos qualquer coisa como 2 milhões de
euros”.
Fernando Raposo prestou estas declarações à comunicação social numa
altura em que a Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco
acabava de premiar os melhores alunos de 2006/2007 com a atribuição de
troféus de excelência. A cerimónia decorreu na noite do passado dia 28
de Fevereiro no restaurante Repvblica e coincidiu com o jantar de
encerramento do Fórum que aquele estabelecimento realizou nas últimas
semanas e que movimentou não apenas a instituição como a cidade
albicastrense com uma série de workshops e palestras que preencheram
aquele evento.
Foi a quarta realização do género realizada por esta escola superior, a
terceira onde os troféus desenhados pelo escultor José Simão, também
docente na Esart, foram entregues aos melhores de cada área ali
ministrada. Na ocasião, a presidente do Instituto Politécnico salientou
“a importância que esta actividade tem na motivação dos alunos, uma vez
que é o culminar de um ano de trabalho”. Ana Maria Vaz lembra que “ao
Fórum Esart vieram alguns profissionais de renome internacional,
autênticas referências em diversas áreas” e que isso contribuiu também
para dignificar uma realização que hoje em dia já é um cartaz não só da
escola como do Politécnico.
EDUCAÇÃO PARA OS MÉDIA NA
REGIÃO DE CASTELO BRANCO
Novo site e presença
nos EUA

O Projecto Educação para os Média na
Região de Castelo Branco, financiado pela Fundação para a Ciência e a
Tecnologia e pelo jornal Reconquista, já tem um sítio Internet oficial.
Criado pela empresa Netsigma, está disponível no endereço
www.literaciamedia.com e inclui, para já, todos os dados acerca do
Projecto, desde as actividades desenvolvidas e a desenvolver até à
equipa que o integra, incluindo os colaboradores. Através do sítio é
ainda possível subscrever a newsletter do Projecto, enviar sugestões à
equipa de investigação e conhecer a lista de escolas aderentes.
Até ao momento, das 29 escolas e agrupamentos da área educativa de
Castelo com 2º e ou 3º Ciclos, 26 já manifestaram a sua disponibilidade
para integrar o Projecto, pelo que foram atingidas as expectativas da
equipa de investigação. Os professores envolvidos na produção do jornal
escolar em cada uma das escolas ou agrupamentos terão em breve acesso a
uma área reservada do sítio Internet, onde serão disponibilizados os
artigos científicos produzidos no âmbito do Projecto, além de poderem
participar num fórum que terá como tema a produção de jornais escolares,
fórum este que será moderado pelo jornalista Vitor Tomé.
Em termos futuros, o sítio Internet verá os seus conteúdos
consideravelmente aumentados, já que os conteúdos do DVD-Rom do Projecto
serão ali disponibilizados. Esses conteúdos destinam-se a apoiar
professores e alunos do Ensino Básico na tarefa de produzirem jornais
escolares em formato papel e on-line. A versão inicial dos conteúdos foi
disponibilizada através do CD-Rom “Vamos fazer jornais escolares”, uma
aplicação multimédia testada ao longo de um ano lectivo, em duas escolas
de Castelo Branco e no âmbito de uma tese de doutoramento. Neste
momento, estão a ser alterados tendo em conta os resultados da tese,
além de estarem a sofrer um processo de actualização.
O processo de produção, validação e testagem do CD-Rom “Vamos fazer
jornais escolares”, bem como os resultados constituíram um dos dois
temas centrais de uma comunicação apresentada na 19ª Conferência Society
for Information Technology and Teacher Education, que decorreu de 3 a 8
de Março, em Las Vegas, nos Estados Unidos da América. A comunicação,
que teve como autores Helena Menezes, Vitor Tomé e Guilhermina Miranda,
foi apresentada pelo jornalista Vitor Tomé que esteve acompanhado pelo
pelo sub-director do jornal semanário Reconquista, José Júlio Cruz. 
ESGIN AVANÇA COM NOVOS
CURSOS
Marketing a caminho

A Escola Superior de Gestão de
Idanha-a-Nova (ESGIN) deverá avançar em Setembro com uma pós-graduação
em Solicitadoria de Execução e outra em Marketing Farmacêutico.
António Pinto, o director desta escola do Politécnico de Castelo Branco
(IPCB), confirmou isso mesmo ao Ensino Magazine, na abertura dos Cursos
de Especialização em Fiscalidade e Contabilidade e em Marketing
Turístico.
Estes novos cursos, promovidos em parceria com o Centro de Estudos e
Desenvolvimento Regional do IPCB, pretendem reforçar a ligação da escola
ao mundo empresarial e com isso ao mercado de emprego.
“São áreas onde a escola tem formação inicial e no fundo o que queremos
é dar um salto qualitativo com formação especializada direccionada para
um mercado muito específico”, explica o director da ESGIN. No caso do
turismo, a Naturtejo foi não só a parceira como também a impulsionadora
desta especialização. Armindo Jacinto, o presidente da associação que
promove o turismo na zona sul do distrito e norte alentejano, diz que
com esta formação “estamos a inovar”, sobretudo numa altura em que o
turismo de natureza cresce ao ritmo anual de 7 por cento.
Estes cursos de especialização vão ter lugar em Castelo Branco, apesar
de a Escola Superior de Gestão ficar situada em Idanha-a-Nova.
O curso de Especialização em Fiscalidade arrancou com 42 alunos,
enquanto o de Marketing Turístico ficou pelos 17, com possibilidade de
mais entradas.
ESE DE CASTELO BRANCO
Futebol em debate
A Associação de Futebol de Castelo Branco
realizou, na Escola Superior de Educação do IPCB, uma sessão de
sensibilização/divulgação junto dos alunos do 1º ano do Curso de
Desporto e Actividade Física daquele Escola do IPCB. A iniciativa contou
com a presença do vice-presidente da AFCB, Carlos Almeida, do presidente
do Conselho de Arbitragem, Jorge Nunes e do coordenador do departamento
do Curso de Desporto e Actividade Física, João Serrano.
Carlos Almeida deu conta da missão e abrangência da AFCB sublinhando o
papel relevante da formação, no sentido mais lato do termo, tendo
destacado o crescimento exponencial do número de equipas de formação que
aparecerem no panorama futebolístico distrital, nomeadamente o aumento
em 300% dos jogos no escalão de Escolinhas nos quatro últimos anos. O
vice-presidente da AFCB realçou ainda que têm sido também canalizadas
energias e verbas para a formação dos seus recursos humanos tendo já
sido realizados cursos para os diferentes agentes desportivos, com
particular incidência treinadores de futebol, árbitros e massagistas.
Fruto deste crescimento e por necessidades de ajustamento competitivo,
no final da época de 2006/07 a AFCB introduziu alterações significativas
ao modelo competitivo das Escolinhas tendo deixado de nomear árbitros
para o nível B das Escolinhas.
Já o presidente do Conselho de Arbitragem deu conta dos resultados
notáveis, sem paralelo histórico, obtidos na época de 2006/07, pelos
árbitros da AFCB. 
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