Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº121    Março 2008

Música

FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA DE CASTELO BRANCO

Primavera Musical mais adulto

O Primavera Musical 2008- 14º Festival Internacional de Música de Castelo Branco, decorrerá de 29 de Abril a 5 de Junho, apresentando 14 concertos, um Ciclo de Cinema, uma Extensão do IndieLisboa, uma Workshop de Construção de Instrumentos, um Ensaio Aberto e uma Itinerância nas Freguesias.

O programa reunirá artistas que continuam a linha do que foi a edição anterior do Festival, contando com nomes consagrados como o Takács Quartet e a pianista Elisso Lisso Virsaladze, a cantora portuguesa Maria João, a Orquestra Sinfónica da Esart dirigida pelo maestro Timothy Russell, o Quarteto Lacerda, o clarinetista Carlos Alves, o Mediaevox Ensemble, os pianistas Miguel Borges Coelho e Marta Zabaleta e o guitarrista Jesus Castro Balbi.

Carlos Semedo, responsável pela iniciativa explica ao Ensino Magazine como vai ser o Primavera deste ano.
 

Qual a filosofia que está por detrás deste Primavera Musical, agora sob a organização da Apsara?

A filosofia não se alterou substancialmente, pois a direcção artística mantém-se inalterada, com a dupla Guenrikh Elessine e eu próprio. Em termos da gestão e organização do projecto é que há alterações importantes. O Conservatório Regional de Castelo Branco, até agora responsável por esta área, passará a ser um parceiro, o que significa que manterá uma ligação privilegiada com o projecto mas mais distanciada. O Primavera Musical é um festival que está agora a atingir a sua maturidade e é muito importante manter a ligação à instituição que o criou, que o fez crescer, nos bons momentos e nos períodos difíceis, que também os houve.

A Apsara, Gestão Cultural será responsável pela produção e assegurará a coordenação de toda a actividade relacionada com esta 14ª edição.
 

O porquê de levar o Festival às Freguesias?

O Primavera Musical tem, desde muito cedo, evitado confinar-se à cidade de Castelo Branco. Em alguns anos, sobretudo por razões organizativas, não foi possível realizar itinerâncias, mas nas últimas edições procurámos aproveitar o melhor que se faz na região sobretudo em termos de música de câmara. Foi o caso do Coro Misto do Conservatório, do duo Nikolay Sivchuk e Alexei Peresedly (acordeões), do Quarteto Índigo (ESART) e este ano será a vez do Ensemble de Trombones da Escola Superior de Artes Aplicadas. Esta linha de programação vai ser continuada e num certo sentido é uma pena que com os recursos que existem na cidade, em termos de produção musical, não haja um programa regular de itinerância, pois daria melhor qualidade de vida às populações. A nossa experiência mostra-nos que programas bem escolhidos são muito bem acolhidos nos diversos meios e temos a certeza que vai ser o caso deste ano. Não está fora dos nossos horizontes um dos concertos ser até realizado fora do concelho e tal poderá até acontecer este ano.
 

14 anos depois, pode dizer-se que o Primavera tem um público fiel?

Sim. Os números não são tudo, mas é importante não os esquecer. O ano passado foi marcado por um crescimento de cerca de 10% da média de público por concerto e há um conjunto importante de pessoas que vai assistir a mais de metade dos concertos e até algumas que não perdem um único. Toda a estratégia de comunicação e bilheteira tem, na nossa opinião, melhorado e procurado responder cada vez melhor às necessidades e para quem, há 14 anos, foi acusado de estar a cobrar bilhetes em espectáculos que “deveriam ser de entrada gratuita”, achamos que o balanço é muito positivo. No ano passado, verificou-se uma melhoria importante na adesão dos públicos mais jovens e os desafios futuros passam por uma cada vez maior aposta nos públicos de fora do concelho e, a médio prazo, na vizinha Espanha.

Estas estratégias só são possíveis de implementar com um cenário estável ao nível dos financiamentos e esse é o caso recente com a manutenção do apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco, com o importante patrocínio do Ministério da Cultura através da Direcção Geral das Artes e de um banco privado, a Caja Duero, que assume mais uma vez nesta edição um papel fundamental para a consolidação do Primavera Musical.
 

Além da música, o Primavera apresenta cinema e workshops...

A direcção artística do Primavera Musical tem uma visão sobre o futuro deste projecto que ultrapassa as fronteiras de um festival exclusivamente devotado à música. Temos procurado, embora de uma forma ainda tímida, apresentar outras formas de expressão artística e constatamos que as coisas até têm corrido bem. O cinema tem feito parte das nossas programações, mas também a pintura e a fotografia. Este ano, vamos tentar ir um pouco mais longe, com a realização de uma oficina de construção de instrumentos com o Paulo Kaymã, em parceria com o Forum Castelo Branco, mais um Ciclo de Cinema e estamos quase a confirmar uma extensão do Indie Lisboa. Para além destes elementos diferenciadores, estamos a aprofundar uma experiência que teve imenso sucesso, no ano passado, com o programa Food, Wine and Song, dos Orlando Consort. Trata-se de complementar dois dos concertos com degustação, apelando a outros sentidos. Num dos casos, será no dia 30 de Maio, com o recital “Festa Latino-Americana”, pelo guitarrista peruano Jesús Castro Balbi e, num dos primeiros concertos desta edição, o grupo português Mediaevox Ensemble, que se dedica à música medieval, terá uma prova de doces conventuais.
 

Para além da música erudita vamos ter outros estilos?

A música erudita e sobretudo a música de câmara são o centro gravitacional do festival, mas há uma grande abertura para outros géneros musicais. É um lugar comum, mas nós gostamos de boa música, independentemente da área musical. Claro que nem todo o tipo de música se enquadra na nossa visão, mas já temos alguns bons exemplos de grupos ou solistas que não encaixam no já referido centro gravitacional. Exemplos? Egberto Gismonti, os Gaiteiros de Lisboa, a Cristina Branco, o Jaques Morelenbaum, o Mário Laginha e o Bernardo Sassetti todos participaram em edições anteriores do festival e sempre com uma excelente adesão do público. Este ano a programação não vai afastar-se deste perfil e o festival irá encerrar, a 5 de Junho, com a Maria João e quarteto, num concerto no qual apresentará o seu último trabalho “João”.
 

Qual o balanço das 13 edições anteriores?

Um dos melhores aferidores do sucesso do Festival é o facto de ele já ser reconhecido não só a nível nacional mas também no plano internacional. Já são muitos os artistas que por aqui passaram e as memórias são frequentemente muito elogiosas relativamente à forma como são tratados pelo público e pela organização.

Introduzimos o bilhete pago neste tipo de espectáculos e apostamos num programa ecléctico com um nível indiscutível, com a presença de artistas como Natalia Gutman, Quarteto Borodine, Jordi Savall, Sequeira Costa, Anner Bylsma, Artur Pizarro, Tallis Scholars, Moscow Piano Quartet, Hilliard Ensemble, Pedro Carneiro, Quintette Moraguès, Jean Sibelius Quartet, António Rosado, Trio Hantaï e Orlando Consort, entre muitos outros. Aumentámos em mais de 200% a média de espectadores por concerto e dinamizámos muitos dos auditórios e espaços da cidade. Organizámos mais de 100 concertos desde o solista à Orquestra Sinfónica e com a presença assídua de destacados grupos de música de câmara, durante 13 anos, sem interrupção.

Temos a percepção de que já nos encontramos perante um património importante, mas é necessário fazer muito mais, para que o Primavera Musical seja cada vez mais um festival da região mas virado para e reconhecido em todo o mundo.

 

 

 

Em alternativa

Lenny Kravitz - “It is time for a love revolution”. Foi um dos albuns mais aguardados dos ultimos tempos, “It is time for a love revolution” , é o novo regis-to de Lenny Kravitz, É o oitavo trabalho da carreira de Lenny Kraitz, mantendo as influencias no rock n´roll, soul, jazz e funk, com 16 temas que falam de liberdade e do amor, não sendo propriamente uma revolução como o título sugere, pois a linha musical é indêntica à dos albuns anteriores. “Its time for a love revolution” foi produzido por Kravitz, sendo as letras dos temas tambem de sua autoria, par-ticipando tambem na execução e arranjos. Destaque para o cartão de visita I´ll be waiting e para os temas a new door, uncharted terrain e o poderoso love love love.
 

Leona Lewis - “Spirit”. “Spirit” é o album de estreia da lindissima Leona Lewis, depois de ter vencido a terceira edição do reality “Factor X” com o tema “A moment like this” de Shania Twain, lançou-se numa nova aventura. A britânica de apenas 22 anos rapidamente conquistou air play nas rádios em vários países com o primeiro single “Bleeding love” ,o sucesso foi paralelo tambem nas vendas, em especial nas terras de sua majestade, sendo um dos maiores sucessos comercias dos ultimos tempos. Leona Lewis mostra os seu dotes vocais entre a pop e a r& b nas 13 faixas incluidas neste registo, que tem como bonus a versão de “A moment like this”, Além de “Bleeding love” , destaque para os temas homeless, better in time e i will be.
 

Álbum Amy Wine-house - Back to black. Sempre controversa e polémica , Amy Winehouse lançou seu novo registo “Back To Black” com o qual já venceu vários prémios, entre os quais 5 Grammy Awards . O cd sucede ao “platinado” álbum de estreia “Frank” de 2003 ,que a revelou como uma das mais excitantes e desafiadoras artistas pop.
“Back To Black” é uma viagem aos anos 70 e à música soul feita nessa década. Este álbum inclui 10 grandes canções que vale mesmo a pena ouvir, mas fica o destaque para os singles Tears dry on their own” e “Love is a losing game”. A britânica com apenas 23 anos apurou uma nova abordagem e utliza o seu estilo destemido de compor, neste trabalho Back to Black trabalhou com os produtores Salaam Remi e Mark Ronson.

Hugo Rafael

 

 

 

PORTALAGRE

Jonh Cale no Alentejo

Um concerto do ex-Velvet Underground John Cale é um dos pontos fortes da programação do Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre (CAEP) para este ano, orçada em cerca de meio milhão de euros. “A maioria dos espectáculos já estão programados até Dezembro. A sua divulgação, ‘cachets’ e produção rondam um investimento de cerca de 520 mil euros”, disse à agência Lusa o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Portalegre, José Polainas.

John Cale, antigo músico dos Velvet Underground, nascido no País de Gales em 1942, actuará dia 17 de Maio, assinalando o segundo aniversário do CAEP. Jorge Palma, Tiago Bettencourt e JP Simões são outros dos nomes que marcarão presença nos palcos do CAEP em 2008.

A aposta nas novas sonoridades, produzidas por bandas recém formadas, também vão merecer especial atenção por parte dos responsáveis do CAEP, que continuam a dedicar um dia da semana a este género de projectos no espaço “Quina das Beatas”.

Um concerto de Eric Sardinas & Big Motor, a 12 de Abril, e o espectáculo de Meredith Monks & Vocal Essemble in Concert, a 16 de Maio, ambos no grande auditório do CAEP, são outros dos eventos que marcam a programação daquele espaço.

O destaque vai também para um espectáculo com os Colleen no pequeno auditório, no dia 5 de Abril, e para um concerto dos Revlon na área de café concerto, no dia 16 de Maio.

No dia 3 de Maio, o CAEP receberá um espectáculo com o Grupo de Cantares de Portalegre, evento que servirá para o agrupamento alentejano assinalar os 25 anos de actividade.

Para Novembro estão programados dois outros festivais: o Festival Internacional de Teatro de Portalegre e o Festival Internacional de Burlesco.

“Vamos continuar a apostar no teatro nacional e internacional ao longo do ano e a prova disso mesmo é a aposta, mais uma vez, no Festival Internacional de Teatro de Portalegre”, afirmou José Polainas.

 


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