Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº121    Março 2008

Suplemento
Dia Mundial da Poesia

JOSÉ CORREIA TAVARES

Viajar com a Poesia

 Por muito gostar delas, às vezes interrompo a leitura de livros para transcrever algumas frases, deixando os papéis onde as recolhi ao abandono, misturados com outros de natureza diversa, aos quais raramente volto a prestar atenção.
Quanto a esta:

Cada um viajar por dentro de si.
E encontrar a memória dos sítios,
dos instantes, das vivências, dos afectos.


não anotei, inadvertidamente, o nome do autor e a obra em que vinha citada, mas é meu convencimento ser uma frase de Fernando Pessoa.

Encontrando agora, por mero acaso, a folha na qual apressadamente a escrevi, foi ela bom alvitre para iniciar esta minha comunicação, cujo título, VIAJAR COM A POESIA, eu já escolhera.

A Viagem, num sentido mais lato, poderia também ser feita através da ficção narrativa, mesmo que apenas portuguesa, por exemplo, e não indo além dos escritores contemporâneos, com, e entre tantos e tantos outros: Aquilino Ribeiro mais os seus viajantes, aventureiros e troca-tintas, em Portugueses das Sete Partidas; descobrindo, pela mão de José Gomes Ferreira, Os Segredos de Lisboa; acompanhando Baptista-Bastos na Viagem de Um Pai e de Um Filho pelas Ruas da Amargura; vivendo doze meses com Bernardo Santareno e os pescadores bacalhoeiros portugueses, por bancos da Terra Nova e da Gronelândia, Nos Mares do Fim do Mundo. Ou para chegar a Moçambique, partindo de Angola, através da região dos lagos, em A Maravilhosa Viagem, de Castro Soromenho.

Mas, a viagem a que me propus, e vos proponho, decorrerá apenas no âmbito da poesia. Venham daí comigo. Embora limitado pela escassez de tempo concedido para realizar a viagem, tentarei que, só por isso, ela não perca interesse.
 

Viajar com a Poesia. No sentido de viajar pela poesia, através da poesia. Nas suas múltiplas, inumeráveis facetas, geográficas, físicas ou anímicas, A Viagem é um dos motivos a meu ver mais recorrentes da poesia portuguesa, actual e de todos os tempos. Desde os seus antepassados mais remotos, os mitos, o romanceiro tradicional, os cancioneiros, também de bom número de provérbios, ou não reflectissem eles um saber ancestral. Provérbio, rifão, anexim, aforismo, o que quiserem, é, por exemplo: “Viagem de boca não faz despesa”. Venham pois comigo – nem eu nem vocês pagaremos bilhete.

Sem propósito de muita erudição e não impondo qualquer rumo, “disperso nas horas / incerto nos passos”, bem acompanhados por Manuel da Fonseca, autor destes dois versos, e de que também vou citar:


Em Cerromaior nasci.

Depois, quando as forças deram
para andar, desci ao largo.
Depois, tomei os caminhos
que havia e mais outros que
depois desses eu sabia.


Ou, ainda em trânsito com o mesmo poeta, cada um de nós dirá, pela sua própria voz:

Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem rota para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré...


E, de rosto erguido, contra ventos e marés, assumirá, para todos ouvirem, os três últimos versos deste poema:

Se for ao fundo acabou-se.
Estas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.


Livres, assim me quero também. Mas, procurando evitar escolhos que propiciem qualquer naufrágio, imporei à minha comunicação alguma disciplina, abordando agora, com a necessária sistematização, e um mínimo de rigor, algumas questões inerentes ao tema.

Desde logo, o eu ter afirmado que A Viagem é um dos motivos mais recorrentes da poesia portuguesa. Ela, arrisco dizê-lo, já aflora nos mitos, fruto do inconsciente colectivo, motiva e dá colorido emotivo à poesia oral, de matriz popular, percorre o Romanceiro, na recolha do qual e seu estudo Almeida Garrett, Teófilo Braga, José Leite de Vasconcelos, Carolina Michaëlis e José Joaquim Nunes serão, porventura, os nomes de maior e justificado prestígio.

Só um romance destacarei: “A Nau Catrineta”. Já vos direi porquê. Celebrizado e o mais conhecido ainda hoje, ele foi incluído por Carolina Michaëlis de Vasconcelos em As Cem Melhores Poesias Líricas da Língua Portuguesa e antologiado várias vezes, mesmo por Eugénio de Andrade, fazendo parte, com frequência, de recitais.

Não será anterior ao fim do século XV, princípios do século XVI, tendo em vista que a poesia primitiva ibérica raríssimas vezes faz alusão ao maravilhoso, ao sobrenatural, à intervenção divina.

Mas há uma razão principal que me levou a escolher “A Nau Catrineta”: a quase inexistência em Portugal, um país de navegantes, orgulhoso da gesta dos Descobrimentos, do romance marítimo. Isto apesar dos abundantes relatos populares, em prosa, de viagens, batalhas e naufrágios no mar, mesmo estes só compilados, por Bernardo Gomes de Brito, já ia em meio a terceira década do século XVIII, na História Trágico-Marítima.

Passo à leitura de “A Nau Catrineta”, na versão preferida por Almeida Garrett:

Lá vem a nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide, agora, senhores,
Uma história de pasmar.

Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.
Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.
Deitam sortes à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.

– “Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal.”
– “Não vejo terras d’Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar.”
– “Acima, acima, gajeiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal.”
– “Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal.
Mais enxergo três meninas
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar.”
– “Todas três são minhas filhas,
Oh! Quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-de casar.”
– “A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar.”
– “ Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar.”
– “Não quero o vosso dinheiro,
Pois vos custou a ganhar.”
– “Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual.”
– “Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar.”
– “Dar-te-ei a nau Catrineta,
Para nela navegar.”
– “Não quero a nau Catrineta,
Que a não sei governar.”
– “Que queres tu, meu gajeiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?”
– “Capitão, quero a tua alma
Para comigo a levar.”
– “Renego de ti, demónio,
Que me estavas a atentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar.”

Tomou-o um anjo nos braços,
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;
E à noite a nau Catrineta
Estava em terra a varar.


Embora as viagens, o seu ritmo e a veloz e permanente renovação da paisagem nas de comboio, mesmo num autocarro, o sossego e espraiamento nas de barco, a ilusória quietude, quase levitacional, nas de avião, possam estimular a escrita, nelas o poeta nunca está em movimento. Mesmo quando, por seu pé, anda pelas ruas. Enquanto autor, é sempre e só por dentro dele que se desloca.

As artes, a literatura, em verso ou em prosa, são actividades intelectuais estáticas e solitárias por excelência; mas o acto criativo, ao pintar, compor música, esculpir uma estátua, escrever poemas, é sempre uma viagem.

Dos poetas, homens da palavra tanto quanto possível exacta, através dela inventando situações, percursos e lugares, e bem assim dos seus leitores, jamais passivos, admitindo ou reformulando as suas propostas.

Viagem por dentro, dos calcanhares aos bicos dos pés a maior distância, para quem escreve ou lê, e não há duas leituras iguais, o reencontro, ou a descoberta, de itinerários múltiplos, geográficos, físicos e anímicos, tantos outros.

Sempre caleidoscópica, é a poesia um microscópio e um óculo de longo alcance, um telescópio. E o poeta, parado que esteja, um rio. E, citando Fernando Pessoa: “Todos os caminhos vão dar à ponte / quando o rio não tem nenhuma”. Todos os caminhos estão assim, e também, à disposição dos seus leitores.

Um e outros percorrendo, através da poesia, a incomensurável distância que vai do Eléctrico de José Gomes Ferreira, em Viagem através duma Nebulosa de António Ramos Rosa, até às Galáxias de Luís Pignatelli.

Com Ary dos Santos, “cavalo à solta / pela margem do teu corpo”, ou na celebração poética dos corpos dos amantes, seu erotismo, neles viajar, sendo condutor e também conduzido.

Descer Aquele Grande Rio Eufrates com Ruy Belo, detendo-se num poema deste livro, intitulado “Viagem imóvel”, ou acompanhá-lo, em Transporte no Tempo, por Toda a Terra.

Já sem O Peso das Fronteiras de Armando Silva Carvalho, tirar, como Herberto Helder, um Retrato em Movimento, talvez na Circulação de João Rui de Sousa, ou no Itinerário traçado por Liberto Cruz.

Com Manuel Alegre, autor do Livro do Português Errante, tripular Um Barco para Ítaca, rumando às Ilhas de Sophia de Mello Breyner, no cumprimento, escrupuloso, das suas Navegações.

“Foi em teus olhos que os astros, / por amor, vi reflectidos / e teus seios foram mastros / das cinco naus dos sentidos.” – são versos da minha autoria, que, por aí cantados, acaso já tereis ouvido.

VIAJAR COM A POESIA, através dela. Na poesia portuguesa, A Viagem é um tema recorrente, disse e repito. Só em autores de nomeada nascidos nas primeiras quatro décadas do século XX, numa pesquisa rápida mas não menos cuidada, encontrei meia centena de títulos de livros que, de forma directa ou muito explícita, se lhe referem.

Não abusando da vossa paciência, vou enumerar apenas os dez que comportam as palavras viagem, no singular ou no plural, e viageiro – esta só uma vez:

Viagem do Século XX em Mim, de José Gomes Ferreira; Viagens no Meu Reino, de Tomás de Figueiredo; Viagem com o Teu Rosto, de Egito Gonçalves; Viagem através duma Nebulosa, de António Ramos Rosa; O Viageiro Solitário, de Daniel Filipe; A Secreta Viagem, de David Mourão-Ferreira; Viagem Circular, de João Vaz; Viagem de Inverno, de Helder Macedo; A Viagem Possível, de Emanuel Félix; Cynthia em Absoluta Viagem, de Dórdio Guimarães.

A poesia portuguesa sempre em viagem. E nós com ela. Nos dias de hoje, ou na Idade Média. Também nos Cancioneiros. Desde sei lá quando. De quando a poesia ainda não era literatura.

Entre o adeus e a saudade, ambos em geral determinados pela emigração, o exílio e a guerra, mas com maior incidência e fulgor na despedida dos amantes, há um espaço que muitas vezes só a poesia preenche, e não raro anula.

De que são bom exemplo, logo na poesia medieval, os temas galantes e cavalheirescos, glosando, nas cantigas de amor e de amigo, a ausência, a saudade e o regresso.

Non chegou, madre, o meu amado,
e oje est o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor!


Lamentava D. Dinis, o rei-poeta.

Non posso eu, meu amigo,
com vossa soidade
viver, bem vo-lo digo;


é mágoa expressa num cantar de Joãn Lopes Ulhoa. E ainda mais passional, desesperada, uma cantiga de Roi Queimado:

– Amigo, pois me dizedes
ca mi queredes mui gran bem,
quando ora vos fordes d’aquen,
dizede-me: que faredes?
– Senhor fremosa, eu vo-lo direi:
tornar-m’ei cedo ou morrerei.

Também lancinante grito de alma são estes versos de Paio Calvo:

Foi-se o namorado,
madre, e no o vejo;
e vivo eu – coitado! –
e moiro com desejo.


E, já do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, retiro, a propósito, um só poema, dos finais do século XV. Meio milénio passado, ele continua a ser um dos mais belos da lírica portuguesa de todos os tempos. Trata-se da elegia “Cantiga partindo-se”, do meu conterrâneo Joam Roiz de Castel’Branco:

Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

Tam tristes, tam saüdosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes
tam fora d’esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.


Vai longa esta VIAGEM COM A POESIA, é preciso acelerar, encurtar caminho, olhando a paisagem só quando, mesmo sem descansar, nos detivermos nos pontos dominantes. E, viajando pela poesia, deparamos com Luís de Camões, nem de outro modo poderia ser. Mas, aqui, no rosto em viagem através da palavra poética, como pretendo, não o convocarei enquanto autor de Os Lusíadas, louvor de Portugal, na pessoa de Vasco da Gama, ou viagem iniciática, como pretendem, venerando símbolo e mito, Yvette Centeno e Helder Godinho, outros mais.

Na linha, por vezes quebrada, nem por isso descontínua, da minha comunicação, é um soneto de Camões que transcrevo:

Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada
saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio,
que de uns e de outros olhos derivadas,
juntando-se, formaram largo rio.

Ela ouviu as palavras magoadas,
que puderam tornar o fogo frio
e dar descanso às almas condenadas.


Também noutro poeta maior da literatura portuguesa, Fernando Pessoa, que, como sabeis, pretendeu superar Camões, jogando aos cinco cantinhos com os seus três heterónimos principais e com ele próprio, as viagens são frequentes, desde aquela “Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra”, até à “Ode Marítima”, fazendo escala por alguns poemas da Mensagem.

Mas, nenhum abordarei agora, preferindo voltar-me, em substituição de qualquer deles, talvez por recear “O Mostrengo”, imundo e grosso, para duas quadras: a primeira, abre uma balada popular açoriana, que José Afonso divulgou, cantando-a; a outra, também inicia um poema de António Botto.

E são elas, ambas de redondilha maior:

Ó meu bem se tu te fores,
Como dizem que te vais,
Deixa-me o teu nome escrito
Numa pedrinha do cais.




Meu amor, na despedida,
Nem uma fala me deu;
Deitou os olhos ao chão,
Ficou a chorar mais eu.

A todos desejando muitas e boas viagens através da poesia portuguesa, de qualquer outra – e também da ficção em prosa, do ensaio, da crónica, numa palavra, da literatura –, ponto final na minha comunicação, pois nada mais tenho, de momento, para vos dizer.

 

 

 

Nota Biobibliográfica de José Correia Tavares

Poeta, escritor e jornalista, José Correia Tavares nasceu em Castelo Branco em 1938, cidade onde fez estudos primários e secundários. Fixou residência em Lisboa depois de regressar de Angola, onde prestou serviço militar como oficial miliciano de 1963 a 1965, sendo um dos precursores da chamada “literatura da guerra colonial”. Licenciado em Ciências Antropológicas e Etnológicas, é técnico superior aposentado do Ministério da Educação e, desde 1990, vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), a cuja direcção já pertencia. Foi tradutor e revisor, desenvolvendo, ainda jovem, apreciável actividade jornalística, literária e artística – fez inúmeras caricaturas, desenhos e ilustrações –, também coordenando, então e mais tarde, páginas, suplementos e outras publicações culturais. Distinguido com alguns prémios, tem colaboração dispersa por numerosos jornais e revistas, é autor de dezenas de poemas musicados e editados em disco, e está representado em antologias, manuais escolares e estudos ensaísticos. Participou em congressos de escritores e simpósios, no país e no estrangeiro. Integra regularmente, desde o início da década de oitenta, júris de importantes prémios literários, sendo responsável pela organização do Grande Prémio de Romance e Novela da APE e dos seus Prémios de Revelação, estes patrocinados pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. Pertence à Sociedade Portuguesa de Autores desde 1967, ao conselho editorial da revista Mealibra, do Centro Cultural do Alto Minho, e à redacção de O Escritor, revista da APE.
 

Obras principais:

Dádiva (1961), A Flor e o Muro (1962), Três Natais (1967 e 1981), Porcelama (1972), Beijos e Pedradas (1975 e 1990), E Não Me Tiveram (1976), Fim de Citação (1976), Rio Sem Ponte (1977), Ganhar Ofício (1977), Atraído ao Engano (1984), O Verso e o Rosto (1987), Todas Estas Palavras (1989), Leitura dos Actos (1998), Molduras com Espelhos (2000), O Timbre das Vozes – Entrevistas (2001 e 2003), Isto Paga-se Caro (2002) e O Natal dos Porcos (2003).
 

Foi antologiado em:

Poesia 70 (1971), 800 Anos de Poesia Portuguesa (1973), O Trabalho (1985), Um Postal para Luanda (1986), Escritores Modernos da Beira Baixa (1988), Os Anos da Guerra (1988), O Desporto na Poesia Portuguesa (1989), O Tejo e a Margem Sul na Poesia Portuguesa (1993), Cântico em Honra de Miguel Torga (1996), Literatura Actual de Almada (1998), 100 Anos Federico García Lorca (1998), Em Louvor de Santo António de Lisboa (1998), O Poema (1998), 25 Poemas de Abril (1999), A Língua, a Palavra, o Poema (2001), Palavras partindo-se (2002), Cem Poemas Portugueses do Riso e do Maldizer (2003), Na Liberdade (2004), De Palavra em Punho (2004), Cerejas – Poemas de Amor (2004), Futebol (2004), 30 Anos Depois de Abril (2004), A Jeito de Homenagem a Eugénio de Andrade (2004) e Neruda, Cem Anos Depois (2004).

 


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