ESCOLA SUPERIOR DE ARTES
APLICADAS
DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO
Uma escola ao serviço
da Região

Dada a natureza dos cursos que ministra,
a ESART tem hoje responsabilidades acrescidas em termos de serviços à
comunidade, pelo que tem vindo a dinamizar um conjunto de iniciativas
culturais, dirigidas ao público da cidade de Castelo Branco e de outras
localidades da região e do país, que assenta essencialmente na
realização de concertos, espectáculos de teatro, exposições, desfiles de
moda, mostras de vídeo e multimédia.
Conscientes da natureza profissionalizante do ensino superior
politécnico, têm sido promovidas inúmeras iniciativas de forma a tornar
mais próxima a relação da escola com os diversos agentes do mercado de
trabalho (Designers, Artistas Plásticos, Empresários, Instrumentistas e
outros profissionais) tendo sempre presente, como linha de orientação, a
melhoria da qualidade do ensino e da formação dos nossos alunos.
A ligação à comunidade e às empresas passa também pela realização de
iniciativas nos domínios da Moda e Têxtil, de que a realização anual do
desfile de moda é a sua expressão mais visível.
Ao longo das suas seis edições, o desfile de moda tem contado com a
presença de prestigiados estilistas e marcas nacionais, contudo é a
participação dos finalistas do curso de Design de Moda e Têxtil da ESART
que dá sentido e constitui o motivo central desta iniciativa.
Os trabalhos agora apresentados são o resultado de um processo de
ensino-aprendizagem em que o entusiasmo e dedicação dos alunos e a
disponibilidade ilimitada dos docentes são a chave do sucesso.
Resta uma palavra de apreço por todos quantos se têm associado a esta
iniciativa, especialmente à Câmara Municipal de Castelo Branco que desde
a primeira hora tem acarinhado os projectos e iniciativas da ESART. 
Fernando Raposo
Director da Esart
JOSÉ ANTÓNIO TENENTE EM
ENTREVISTA
Rigor e
profissionalismo são importantes

O José António Tenente é uma das
referências do mundo da moda em Portugal. Há quem classifique o seu
estilo como neo-romântico de sabor gráfico. Concorda com essa ideia?
Porquê?
Ao fim destes anos todos, já me habituei a esse ‘rótulo’. De facto
revejo-me um pouco nessa definição, já que o meu universo de referências
é realmente romântico e trabalho muito também aspectos gráficos e
decorativos. Os detalhes, os efeitos, os contrastes, são
maioritariamente dominados por uma componente gráfica, talvez até porque
o meu método de trabalho resida bastante no desenho em papel. As ideias
são muito desenhadas antes de passarem à execução prática.
Nos seus mais de 20 anos de
carreira, conseguiu impor a sua marca como sinónimo de qualidade. Que
passos considera que foram decisivos para essa afirmação?
Alguns desses passos podem até ter sido dados sem grande consciência, no
entanto, penso que o rigor e o profissionalismo foram muito importantes
para traçar um caminho que nem sempre foi muito fácil. Definir bem o
projecto que se quer desenvolver e especialmente o que não se quer
fazer, é fundamental para conseguir implantar uma marca.
Certamente que a Comenda da Ordem do
Infante D. Henrique que lhe foi atribuída pelo Presidente da República,
Dr. Jorge Sampaio, é um dos momentos marcantes da sua carreira. Ficou
surpreendido com essa distinção?
Posso afirmar-lhe que sim. É sempre muito animador e reconfortante ver o
nosso trabalho reconhecido, mas de facto não penso nisso normalmente e
por essa razão não estava nada à espera.
Essa distinção foi também uma
homenagem à moda em Portugal?
Para além da enorme honra pessoal que esta distinção representa,
considero-a também duma extraordinária importância para a Moda Nacional
e mais um passo muito significativo na sua afirmação e divulgação.
Hoje pode dizer-se que os jovens que
querem enveredar por essa área (moda), sobretudo aqueles que se
encontram no ensino superior, têm mais oportunidades de singrar no mundo
na moda, do que há alguns anos atrás?
Actualmente a formação na área de moda é bastante mais completa e
proporciona aos jovens mais e melhores valências para as várias saídas
profissionais. Nem tudo será mais fácil, até porque se por um lado
existe maior conhecimento em geral, por outro há uma maior exigência. No
início do movimento da moda em Portugal, havia lugar para uma
inconsciência ligada à inexperiência e novidade, que hoje não tem mais
lugar. Os requisitos são muitos e mais definidos para quem está começar.
O mercado mudou muito e é muito mais implacável.
Sente que há uma maior abertura da
indústria e dos empresários nacionais em apostar nos criadores
portugueses?
Infelizmente essa abertura não é proporcional ao crescimento e à
evolução da moda nacional enquanto projecto criativo. Não há de facto
uma aposta significativa nos projectos dos criadores nacionais, nem
existe de facto uma grande relação com a indústria. Parcerias reais,
para além das evidentes contratações de designers para desenvolverem as
marcas industriais, praticamente não existem.
Além do vestuário, os acessórios de
moda José António Tenente constituem uma das referências do seu atelier.
Isso significa que os estilistas não devem resumir o seu trabalho apenas
ao vestuário?
O nosso trabalho assenta efectivamente na criação de um look total e por
isso é natural que os projectos de acessórios surjam naturalmente no
desenvolvimento da marca. A mim particularmente, não me interessa
assinar vários produtos sem terem qualquer ligação com o universo JAT,
apenas pela difusão. As condições têm que estar reunidas e temos que ter
a consciência que poderemos desenvolver um bom trabalho, quer pela nossa
parte, quer pelos parceiros envolvidos. As parcerias que estabelecemos
com a Praxis, para uma linha de escrita, ou com a Prooptica para eyewear,
são dois bons exemplos, já com alguns anos de consolidação e implantação
no mercado.
Nos seus mais de 20 anos de carreira
esteve envolvido em desafios importantes para o país, como a criação das
fardas da EXPO 98 ou a promoção da imagem de Portugal na China. Neste
momento há algum projecto importante que possa partilhar connosco?
Há de facto momentos importantes num percurso, com maior visibilidade
para o público, como os que refere na pergunta e que foram para nós
muito importantes, do ponto de vista profissional e também pessoal. No
entanto, há muitos outros, menos visíveis para o público mais geral, mas
que são para nós igualmente importantes. Neste momento, e numa outra
escala de impacto, estamos a desenvolver vários projectos que nos estão
a entusiasmar muitíssimo. Na área das licenças da marca, uma linha de
jóias e outra de perfumes, ambas com assinatura JAT, a serem lançadas
ainda este ano. Na área da criação de imagem de empresas e instituições,
acabámos de ser seleccionados para desenvolver a imagem dos funcionários
do atendimento ao público da Fundação Calouste Gulbenkian, que é uma
instituição à qual muito nos honra ficar de algum modo ligados.
Que mensagem deixaria aos jovens
estudantes de moda do ensino superior?
Penso que hoje a percepção da MODA dum jovem que quer seguir esta
profissão, é já bastante mais consciente do que seria há uns anos, no
entanto, reforço sempre a questão deste ser um mundo que apesar de todo
o glamour envolvido, e de exigir de facto de muito, mas muito trabalho.
O dia-a-dia da nossa actividade pouco ou nada tem que ver com festas e
desfiles. Esses momentos acabam por representar uma percentagem reduzida
do nosso trabalho que é de facto ocupado a prepará-los intensivamente.
Desenvolver colecções, projectos vários, questões de produção, etc, etc…
Mesmo o lado mais criativo tem que ser trabalhado. Há que ter
disciplina, ter horários. No fundo é como qualquer actividade artística
para qual se tem que ensaiar, estudar… Nesse sentido, o meu conselho
será sem dúvida a formação, a acumulação de experiências e vivências
diferentes, a abertura ao mundo que a minha geração não teve do mesmo
modo. Hoje há muito mais ‘ferramentas’ ao dispor, é preciso saber e
estar desperto para utilizá-las. É muito importante para alguém que
trabalha nesta área ter pontes com outras áreas da criação e não ficar
‘fechado’ apenas na Moda. Dá muito trabalho também, até porque o tempo
em Moda é o nosso pior inimigo. 
Dielmar apresenta
colecção

Colecção pluritenden-cial onde as
influências atravessam tempos, modos de vida e atitudes. Future Proof ,
Irish Citizen, Mr. Clean, London Fog e The Modern Gunslinger são os
temas em que se compõe uma paleta diversificada de cores, tecidos,
desenhos e estruturas e que tem como fio condutor o homem actual,
urbano, moderno e sobretudo atento às tendências de uma sociedade cada
vez mais globalizada.
A opacidade predomina nas cores. Uma vasta gama de cinzas em ton sur ton
ou animados por branco gesso, azuis profundos mesclados com beiges e
castanhos que por sua vez se misturam com beiges pedra. Verdes musgo e
garrafa animados com pequenos toques de dourado e vermelho e finalmente
a cor sob a luz dos violetas e liláses.
Nos tecidos continuamos a assistir à predominância de micro estruturas e
falsos lisos para uma atitude mais urbana e xadrezes de tipo irlandês em
versões sport/casual. As riscas tornam-se discretas e por vezes quase
imperceptíveis dando a falsa sensação do liso.
Lãs superfinas enriquecidas com misturas de cachemira e seda super
100’s, 120’s e super 140’s proporcionam fluidez a fatos e casacos de
corte impecável. Como novidade da estação surgem os tecidos de lã ou
misturas com aspecto de algodão inclusive em versões lavadas ou de
aspecto lavado.
As botas, cachecóis e bonés são os acessórios a não dispensar. 
FILIPE FAÍSCA
Simplicidade das
formas

TEMA/CONCEITO: “Vestido, vestidos,
despidos”
O exercício sobre o vestido. As declinações do vestido revisitando a
década de 60. O prazer do vestido em ser vestido, a sensualidade da
simplicidade das formas e dos materiais.
SILHUETA: Pincel, fluida. Masculino-Feminino.
CORES: Preto e cinzas, vermelho, castanho, roxo, rosa, pó de arroz.
MATERIAS: Jersey, twill, crepe e mousseline de seda. Gabardine e jersey
viscose. Cabedal.
ACESSÓRIOS/STYLING: -
DIVERSOS:
Som – Alexandre Azinheira
Coreografia – Isabel Branco
Filipe Faísca
2008- Vencedor da categoria de melhor estilista de 2007 - Globos de Ouro
2006-08 - Apresentação colecção Filipe FaÌsca - ModaLisboa
2007 - Concepção e execução do projecto de fardas para Bairro Alto
Hotel, Lisboa.
2005 - Fardas para Staff Lux “Criação de linha de acessórios para Nosso
Design “Sete criadores, Sete propostas”
2004 - Fardas para Staff da Estalagem do Sado, Setúbal Criação de linha
de acessórios que integrou a colecção Ana Salazar Primavera-Verão 2005
2003 - Fardas para staff do restaurante Bica do Sapato
Pap’açorda
Fardas para staff da Discoteca Lux Frágil
2001 - Concepção e execução da colecçãoo Primavera-Verão JotaFaÌsca
1997- Fardas do pessoal auxiliar da Culturgest
1993 - Assistente do gabinete de estilismo de ANA SALAZAR
1992-06 - Direcção do Atelier de Costura Filipe Faísca
1990-92 - Dirigiu a colecção da loja JONATAS
1991 - Bienal de jovens criadores da europa do mediterrâneo, Valência
espanha - selecção oficial
Primavera / Verão 92 Moda Lisboa
Colecção de malhas Primavera / Verão - Têxtil Cabral, Lisboa 1988 “””SVERA””
Colecção de Senhora - Fil Moda Outono / Inverno, Lisboa”
GUARDA-ROUPA CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO
2008 “Ópera “”La Clemenza de Tito””. Encenação de Joaquim Benite.
Produção Teatro S. Carlos.”
2006-08 Concepção e execução das vitrines Fashion Clinic
2005-08 Concepção e execução das vitrines Hermés - Lisboa
2007 Guarda-roupa para “Call Girl”” de António Pedro Vasconcelos com
Soraia Chaves e Joaquim d’Almeida. 
Conceito - Colecção
INV 08

O ponto de partida para a silhueta que
caracteriza a colecção foram as manchas Rorschach, cujas imagens
resultam de uma simetria sugestiva.
A colecção Outono/Inverno 2008 pode remeter para diferentes
interpretações, tal como as próprias manchas, onde projectamos algo da
nossa personalidade (projecção).
Silhueta:
Fluida e estruturada com pormenores simétricos.
Ombros marcados
Rigor técnico ao nível dos volumes.
Materiais:
Jersey, fazenda, tecidos acetinados e brilhantes e malha bouclé
Cores:
Preto, cinza, verde e beige. 
Alexandra Moura

Docente da ESART.
(...) Mencionada como um dos jovens designers de moda europeus com
impacto no futuro da moda no livro “Young European Fashion Designers”.
Integrou a mostra de design “Portugal Corner” na feira Blickfang que
decorreu na cidade de Viena, em Outubro de 2007.
Participa no Leilão de Arte Moderna e Contemporânea do Palácio do
Correio Velho em Lisboa, “vestindo” uma jarra Atlantis Crystal no
projecto “Liga Bem” em prol da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Responsável pelo guarda-roupa de Teresa Salgueiro na Digressão do grupo
Madredeus – “Um Amor Infinito”
2008
Apresenta colecção Inverno 08 no Ideal Berlin Showroom. 
19 DE JUNHO
Museu recebe desfile
de moda

A Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART)
e o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) promovem no próximo
dia 19 de Junho mais uma edição do já tradicional Desfile de Moda. A
iniciativa, apresentada em conferência de Imprensa pela presidente do
IPCB, Ana Maria Vaz, sub-directora da Esart, Alexandra Cruchinho e pela
vereadora da cultura da Câmara de Castelo Branco, Cristina Granada, é
aberta à comunidade. O Desfile regressa este ano aos espaços abertos,
estando prevista a sua realização na zona envolvente ao Museu Francisco
Tavares Proença Júnior.
Montra do trabalho desenvolvido pelos alunos do quarto ano do curso de
Design de Moda e Têxtil, que assim podem contactar mais de perto com
alguns profissionais do meio empresarial, o desfile traz de novo à
cidade alguns dos melhores estilistas e manequins provenientes de
diversas agências de modelos do país. Para além dos coordenados
desenvolvidos pelo finalistas de moda da ESART, serão apresentadas
colecções das marcas Dielmar e Onda, bem como propostas dos criadores
Alexandra Moura, José António Tenente e Filipe Faísca, este último
recentemente distinguido nos Globos de Ouro da SIC com o prémio de
Melhor Estilista.
Recorde-se que a organização do evento envolve professores e estudantes
de várias licenciaturas da ESART, dos ramos de Design Gráfico e Design
Multimédia e Audiovisual do curso de Artes da Imagem, aos cursos de
Design de Interiores e Equipamento e Música Electrónica e Produção
Musical, abrangendo, entre outros trabalhos, a cenografia do desfile, a
concepção dos suportes gráficos, a realização das animações de vídeo ou
a produção dos temas que servem de base à apresentação das colecções de
coordenados.
Na edição deste ano do Desfile de Moda, a entrada é paga, sendo que os
bilhetes custam dois euros para os estudantes, e cinco euros para o
restante público. 
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