EXPO SARAGOZA
UBI testa pavilhão
O Pavilhão Ponte, um dos principais
ícones da Expo Zaragoza 2008, foi testado na Universidade da Beira
Interior pela docente Cristina Fael, do Departamento de Engenharia Civil
e Arquitectura. Os testes da maqueta do pavilhão decorreram no canal do
Laboratório de Hidráulica. O Pavilhão Ponte está construído nas margens
do rio Ebro no âmbito da Expo Zaragoza 2008.
Cristina Fael apresentou as suas provas de doutoramento no passado mês
de Janeiro. Um estudo sobre Erosões e Medidas de Protecção “que teve por
base alguns testes realizados também neste canal”. Durante todo o
trabalho e entre os jurados da sua tese contou com a presença de Joan
Pedro Mantin Vid, docente da Universidade Politécnica da Catalunha e que
estava também ligado à construção da estrutura que agora alberga o
pavilhão de Espanha na exposição internacional.
Esta ponte, que é também um pavilhão, mostra uma exposição intitulada
“Água, recurso único” e apresenta um desenho bastante singular. A
arquitecta Zaha Hadid, desenhou esta construção em forma de gladíolo com
apoios em ambas as margens do rio e um suporte central em forma de
cálice. Foi precisamente esse suporte, que está em contacto directo com
o rio e com a água “que foi testado na UBI”.
Cristina Fael começa por explicar que o papel da UBI neste processo
passou por “projectar uma medida de protecção com enrrocamentos”. Isto
porque, o estudo de Hidráulica Fluvial e as várias análises prévias
realizadas pela “Eptisa” a empresa responsável pela construção do
pavilhão de Espanha, “apontavam cavidades de erosão de cerca de 25
metros para o conjunto das dez estacas que suporta aquela parte da
ponte”. A profundidade máxima que esta cavidade poderá alguma vez
atingir não passa dos seis metros. A apreensão dos responsáveis levou-os
a procurarem ajuda académica para ser encontrada uma solução.
“O professor Martin Vid foi então contactado para elaborar um plano de
protecção, o que implicava a realização de testes e análise de
resultados”, adianta a docente da UBI. Como este académico espanhol
“tinha conhecimento do trabalho e das instalações que tínhamos na UBI,
fomos então convidados a realizar esses testes”. Hoje, a maqueta do
pavilhão ainda está na Covilhã e depois de uma bateria de testes “saíram
as indicações para a dimensão das pedra e das plantas e para a forma do
enrrocamento de protecção da ponte”. Cristina Fael, que vê assim as suas
pesquisas aplicadas na prática adianta que “a solução apontada pela UBI
já teve o seu primeiro grande teste, logo com uma cheia nos primeiros
dias da exposição”. Ainda assim, as medidas de protecção “terão sempre
de ser monitorizadas, até porque, não se trata de um material fixo, como
o betão, por exemplo, o recurso a este tipo de material faz também com
que, no futuro, exista alguma inspecção e até reposição de algum
material que possa ser desviado do seu lugar”, explica a docente.
No futuro, Cristina Fael acredita que a UBI possa acolher outros
trabalhos de vulto, similares ao da Expo 2008, Uma vez que, segundo o
docente catalão responsável máximo por todo o estudo, “a instituição
covilhanense possui uma das melhores instalações da Península Ibérica,
nesta área”, sublinha.
Eduardo Alves
(urbi@orbi)
UNIVERSIDADE DA BEIRA
INTERIOR
Finalistas de Medicina
em provas
As Provas Públicas de Defesa das
Dissertações de Mestrado do Estágio Clínico do Curso de Medicina, estão
a ser realizadas pela primeira vez na Universidade da Beira Interior.
Para além de ser um marco histórico, trata-se também de um acto pioneiro
em Portugal, sendo a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI uma das
primeiras Faculdades de Medicina a aplicar a reforma de Bolonha já este
ano.
Durante esta primeira semana de apresentações, das dissertações de
mestrado dos alunos do sexto ano de Medicina da Faculdade de Ciências da
Saúde da Universidade da Beira Interior foram apresentados trabalhos de
investigação efectuados na região, nomeadamente um estudo sobre Cancro
da Pele (Melanoma Maligno) e outro sobre doença valvular cardíaca. Para
além destes, falou-se das novidades no tratamento da diabetes, das
dietas para perturbações da nutrição, de tratamentos inovadores, como a
musicoterapia no autismo, entre outros.
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
Antropologia e Turismo
em análise
O 1.º e 2.º Ciclo de Estudos em Turismo
na Universidade de Évora funcionam como um instrumento de
desenvolvimento não só para a Região Alentejo, mas também para todo o
país. Em entrevista ao Ensino Magazine, Francisco Martins Ramos,
Director dos referidos cursos faz um balanço desta área de ensino e
também do novo mestrado em Antropologia.
Que balanço faz do 1.º Ciclo de
Estudos em Turismo?
Mais de 70% dos primeiros licenciados do 1.º ciclo, que concluíram os
seus estudos em 2007 e em 2008, já estão no mercado de trabalho. Os
licenciados nas duas vertentes (Turismo e Desenvolvimento e Turismo e
Animação Cultural) estão a trabalhar em diversas áreas tais como:
Agências de Viagens, Hotelaria, Autarquias, Empresas de Animação e
Eventos, Escolas e Empresas turísticas. O plano curricular está
estruturado de modo a encarar o fenómeno turístico na sua complexidade,
daí a sua abordagem transdisciplinar a fim de possibilitar também um
leque variado de saídas profissionais. Todos os anos temos mais de 200
candidatos a este curso e temos também alunos de todos os pontos do
país. Para o ano lectivo de 2008/2009 o curso terá 35 vagas.
E quanto ao 2.º Ciclo?
O balanço final ainda não pode ser realizado, visto que os mestrandos
iniciam agora os seus projectos de dissertação. De qualquer modo, posso
assegurar que o curso tem sido um êxito, através de uma saudável
parceria com a Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de
Portalegre. Como sabe, a área de especialização de “Turismo e Animação”
funciona em Portalegre e a área de especialização de “Turismo e
Desenvolvimento” é oferecida em Évora. Nesta primeira edição temos 25
mestrandos o que é muito bom. Saliento que as candidaturas para a 2.ª
edição já estão abertas.
O mestrado em Antropologia que vai
ser oferecido pela 1ª vez?
O mestrado em Antropologia corresponde a um projecto com alguns anos de
maturação. Por outro lado, não existe a sul do Tejo nenhuma oferta
formativa na área da Antropologia. Por outro lado ainda, Évora como
Património da Humanidade e centro de uma região marcada pela sua
singularidade e diversidade cultural, justifica um investimento nas
áreas da docência e da investigação antropológicas, num território de
grande riqueza patrimonial, humana, social e cultural, para cujo
conhecimento aprofundado a Antropologia dá respostas e aponta caminhos.
Mas qual é a importância estratégica
desta oferta?
A formação em Antropologia, nos seus diversos ciclos, está localizada, a
nível do ensino público (e também privado) a norte do rio Tejo,
nomeadamente em instituições de ensino concentradas em Lisboa.
Verifica-se pois, a existência de um vasto território que engloba todo o
Alentejo e o Algarve, (e a Extremadura Espanhola) onde tal formação de
2º ciclo não é oferecida. Trata-se de uma assimetria que é imperioso
equilibrar. Existindo já na Universidade de Évora uma área de
doutoramento em Antropologia, é coerente e lógico que tenha sido criado
2º ciclo, alimentador do ciclo de doutoramento, fomentando assim uma
formação pós-graduada progressiva e articulada. Será assim colmatada uma
lacuna, através de uma oferta duplamente interessante: a nível
epistemológico e a nível territorial.
E recursos humanos para a docência?
A presente implementação do 2º ciclo de formação em Antropologia, que se
inicia no quadro do designado “Processo de Bolonha”, toma em
consideração não só o novo contexto do ensino superior português e
europeu, como ainda a experiência adquirida em termos de ensino e
investigação nos domínios da Antropologia pelo Departamento de
Sociologia no decurso da sua existência. Por outro lado, desde 1980 que
o Departamento de Sociologia possui recursos humanos em Antropologia,
dispondo permanentemente de três docentes com formação avançada nessa
área.
Estão previstas outras colaborações?
Devemos realçar que este projecto é realizado em colaboração com a
Universidade da Extremadura (Cáceres) e com a participação pontual de
colegas antropólogos do ISCTE, da Universidade de Paris X (Nanterre) e
do Instituto Politécnico de Pasadena (USA). Tais docentes têm colaborado
regularmente no Mestrado em Sociologia.
Noémi Marujo
ESGHT
Marketing no Algarve
A Escola Superior de Gestão Hotelaria e
Turismo (ESGHT) da Universidade do Algarve vem informar que é já no
próximo ano lectivo de 2008/09 que oferecerá o Curso de Licenciatura em
Marketing, admitindo candidaturas às vagas colocadas a concurso nos
processos de acesso ao Ensino Superior a decorrer.
De acordo com António Raiado, director do curso, esta oferta formativa é
leccionada de dia e corresponde ao retomar das formações especializadas
oferecidas pela ESGHT, sendo a primeira formação superior especializada
oferecida com o novo formato de Bolonha.
Esta oferta surge da constatação da continuada necessidade de
profissionais para a área comercial no tecido empresarial, nomeadamente
nas micro e pequenas e médias empresas, principal saída profissional dos
jovens licenciados pela ESGHT.
Em essência trata-se de um curso de gestão com formação de competências
concentradas na área comercial, ou do Marketing, designação da actual
visão de sucesso da área comercial empresarial.
A duração deste curso é de 3 anos, e a ele podem concorrer todos os
jovens com provas de acesso em Economia, e Português ou Matemática.
De entre as saídas profissionais possíveis destacam-se: Assistente de
Marketing, Consultor de Marketing, Director Comercial, Director de
Marketing, Director de Publicidade, Director de Vendas, Gestor
Comercial, Gestor de Conta, Gestor de Produto, Responsável de Loja,
Técnico de Estudos de Mercado, Chefe de Zona/Sector, Gestor de Mercado
Externo, Director de Franchising, Gerente de Centro Comercial, Gestor de
E-Commerce, Merchandiser, Promotor de Vendas, Técnico
Comercial/Marketing.
PRESIDENTE DA SPM
Nuno Crato reeleito
A nova direcção da Sociedade
Portuguesa de Matemática (SPM), eleita durante o Encontro Nacional da
SPM, toma posse nas próximas semanas. Nuno Crato, Pró-Reitor da
Universidade Técnica de Lisboa, foi reconduzido à presidência da
sociedade, numa lista que mistura investigadores de diversas áreas e
locais do país e professores do Ensino Básico e Secundário.
De acordo com a SPM, a nova direcção terá como maior desafio organizar o
septuagésimo aniversário da Sociedade, que se comemora em 2010. Deverá
também fundar o Gabinete do Ensino Superior e Investigação (GESI), à
semelhança do Gabinete do Ensino Básico e Secundário (GEBS) que apoia a
actuação da sociedade nas questões destes níveis de ensino.
CARLOS SALEMA, MEMBRO DA
ASSEMBLEIA ESTATUTÁRIA DA UBI
As missões da
Universidade
Começou a sua ligação à UBI através de um
grupo de docentes da instituição covilhanense. Diz ter gostado tanto dos
recursos da universidade que não hesitou em instalar aqui um pólo do
Instituto de Telecomunicações, organismo que preside. Carlos Salema fez
parte da Assembleia Estatutária da UBI e conta a sua opinião do RJIES.
Como é que o professor considera
todo este novo ciclo que se vai desenrolar nas universidades?
Penso que esta é uma medida muito importante. Estava na altura das
universidades terem estatutos adaptados ao tempo, a toda uma nova era
que estamos a assistir e a viver. É sempre bom lembrar todo o caminho
percorrido até aqui, até porque muitas pessoas não sabem, mas os
estatutos anteriores decorrem da lei redigida no tempo de Souto Maior
Cardia, que nessa altura se mostrou como um avanço impressionante, um
progresso muito importante no que respeitava à gestão das universidades.
Com o passar dos tempos, todos esses rumos começaram por ficar com
algumas limitações que era bom que se ajustassem. Daí que desde sempre
me mostrei favorável a um novo regime jurídico para o qual a
Universidade da Beira Interior, em particular, e todas as restantes
instituições da mesma natureza, em geral, se adaptaram e bem. Esta foi
uma medida que procurou novos estatutos que se encaixem dentro da nova
lei. Penso que as coisas andaram bem.
Claro que isto implica mudança e nem toda a gente gosta de mudar. Há
quem goste de ficar sempre na mesma, mas isso é fatal em todos os
lugares. Pela experiência de vida, fui notando que sempre que existe a
necessidade de mudar alguma coisa de implementar algo de novo existem
pessoas que se mostram sempre contrárias a essa alteração.
Acha que as mudanças agora
introduzidas foram as melhores, as necessárias?
É fundamental estabelecer claramente quais são as missões da
universidade. E isto é muito, muito importante, porque, do meu ponto de
vista, e dizendo de uma forma muito rápida, a missão principal de
qualquer universidade é a de ensinar.
Todavia, essa missão, essa condição, não é suficiente. A missão da
universidade passa também por formar, por construir e educar as elites,
formar as pessoas para que estas possam desempenhar um papel útil na
sociedade.
Ora, essa missão, em qualquer lado e em qualquer instituição, só pode
ser bem realizada, só vai ser plenamente conseguida, se a universidade
fizer outras coisas, nomeadamente, fazer investigação. Um dos papéis
mais relevantes da universidade é também fazer investigação. Uma tarefa
que cabe aos seus docentes.
Separo estas duas coisas, uma é o ensino, outra a investigação;
precisamente porque são coisas diferentes, feitas muitas vezes pela
mesma pessoa. Mas toda a gente pode ter mais que uma ocupação, mais que
uma aptidão. Toda a pessoa pode gostar de ler um livro, mas também pode
gostar de jogar futebol, e aí temos coisas bastante diferentes.
Torna-se pois da maior importância que a estrutura universitária
reflicta isso mesmo. Isto é, que existem pessoas preocupadas com o
ensino e a estrutura deste e outras, preocupadas com a investigação.
E existe, no meio disto tudo uma terceira componente que eu diria também
que é importante, mas que está, a meu ver, ligeiramente abaixo das
anteriores. Todos temos de concordar que o maior serviço que a
universidade presta à sociedade é o do ensino, mas ela também pode
prestar outro tipo de, normalmente, pequenos serviços.
Mas como poderá isso ser feito?
Esses serviços têm de ter maneiras de ser e de se tornarem efectivos.
Uma vez que, para fora, a universidade tem sobretudo os papéis de
ensinar e investigar, mas que terá agora de implementar de forma
marcante um outro, o dos serviços.
É algo que deverá ser sempre acessório, mas que deverá também estar
sempre presente. Com tudo isto não deveremos esquecer que a universidade
tem também os seus próprios serviços e as suas notórias necessidades.
Serviços esses prestados por técnicos especializados que têm as suas
funções, que são as peças da instituição. Tal como num automóvel que
também precisa de ter mecânicos que umas vezes nos ajustam a máquina,
não sendo nem o condutor nem os passageiros desta, são fundamentais.
Penso que tudo isto está a correr bem e que as devidas adaptações estão
a ser implementadas. O processo só não é mais rápido porque nem todas as
pessoas têm as mesmas ideias sobre a universidade e a gestão desta.
Eduardo Alves
Urbi @ Orbi
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