Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº125    Julho 2008

Universidade

EXPO SARAGOZA

UBI testa pavilhão

O Pavilhão Ponte, um dos principais ícones da Expo Zaragoza 2008, foi testado na Universidade da Beira Interior pela docente Cristina Fael, do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura. Os testes da maqueta do pavilhão decorreram no canal do Laboratório de Hidráulica. O Pavilhão Ponte está construído nas margens do rio Ebro no âmbito da Expo Zaragoza 2008.

Cristina Fael apresentou as suas provas de doutoramento no passado mês de Janeiro. Um estudo sobre Erosões e Medidas de Protecção “que teve por base alguns testes realizados também neste canal”. Durante todo o trabalho e entre os jurados da sua tese contou com a presença de Joan Pedro Mantin Vid, docente da Universidade Politécnica da Catalunha e que estava também ligado à construção da estrutura que agora alberga o pavilhão de Espanha na exposição internacional.

Esta ponte, que é também um pavilhão, mostra uma exposição intitulada “Água, recurso único” e apresenta um desenho bastante singular. A arquitecta Zaha Hadid, desenhou esta construção em forma de gladíolo com apoios em ambas as margens do rio e um suporte central em forma de cálice. Foi precisamente esse suporte, que está em contacto directo com o rio e com a água “que foi testado na UBI”.

Cristina Fael começa por explicar que o papel da UBI neste processo passou por “projectar uma medida de protecção com enrrocamentos”. Isto porque, o estudo de Hidráulica Fluvial e as várias análises prévias realizadas pela “Eptisa” a empresa responsável pela construção do pavilhão de Espanha, “apontavam cavidades de erosão de cerca de 25 metros para o conjunto das dez estacas que suporta aquela parte da ponte”. A profundidade máxima que esta cavidade poderá alguma vez atingir não passa dos seis metros. A apreensão dos responsáveis levou-os a procurarem ajuda académica para ser encontrada uma solução.

“O professor Martin Vid foi então contactado para elaborar um plano de protecção, o que implicava a realização de testes e análise de resultados”, adianta a docente da UBI. Como este académico espanhol “tinha conhecimento do trabalho e das instalações que tínhamos na UBI, fomos então convidados a realizar esses testes”. Hoje, a maqueta do pavilhão ainda está na Covilhã e depois de uma bateria de testes “saíram as indicações para a dimensão das pedra e das plantas e para a forma do enrrocamento de protecção da ponte”. Cristina Fael, que vê assim as suas pesquisas aplicadas na prática adianta que “a solução apontada pela UBI já teve o seu primeiro grande teste, logo com uma cheia nos primeiros dias da exposição”. Ainda assim, as medidas de protecção “terão sempre de ser monitorizadas, até porque, não se trata de um material fixo, como o betão, por exemplo, o recurso a este tipo de material faz também com que, no futuro, exista alguma inspecção e até reposição de algum material que possa ser desviado do seu lugar”, explica a docente.

No futuro, Cristina Fael acredita que a UBI possa acolher outros trabalhos de vulto, similares ao da Expo 2008, Uma vez que, segundo o docente catalão responsável máximo por todo o estudo, “a instituição covilhanense possui uma das melhores instalações da Península Ibérica, nesta área”, sublinha.

Eduardo Alves
(urbi@orbi)

 

 

 

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Finalistas de Medicina em provas

As Provas Públicas de Defesa das Dissertações de Mestrado do Estágio Clínico do Curso de Medicina, estão a ser realizadas pela primeira vez na Universidade da Beira Interior. Para além de ser um marco histórico, trata-se também de um acto pioneiro em Portugal, sendo a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI uma das primeiras Faculdades de Medicina a aplicar a reforma de Bolonha já este ano.

Durante esta primeira semana de apresentações, das dissertações de mestrado dos alunos do sexto ano de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior foram apresentados trabalhos de investigação efectuados na região, nomeadamente um estudo sobre Cancro da Pele (Melanoma Maligno) e outro sobre doença valvular cardíaca. Para além destes, falou-se das novidades no tratamento da diabetes, das dietas para perturbações da nutrição, de tratamentos inovadores, como a musicoterapia no autismo, entre outros.

 

 

 

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Antropologia e Turismo em análise

O 1.º e 2.º Ciclo de Estudos em Turismo na Universidade de Évora funcionam como um instrumento de desenvolvimento não só para a Região Alentejo, mas também para todo o país. Em entrevista ao Ensino Magazine, Francisco Martins Ramos, Director dos referidos cursos faz um balanço desta área de ensino e também do novo mestrado em Antropologia.
 

Que balanço faz do 1.º Ciclo de Estudos em Turismo?

Mais de 70% dos primeiros licenciados do 1.º ciclo, que concluíram os seus estudos em 2007 e em 2008, já estão no mercado de trabalho. Os licenciados nas duas vertentes (Turismo e Desenvolvimento e Turismo e Animação Cultural) estão a trabalhar em diversas áreas tais como: Agências de Viagens, Hotelaria, Autarquias, Empresas de Animação e Eventos, Escolas e Empresas turísticas. O plano curricular está estruturado de modo a encarar o fenómeno turístico na sua complexidade, daí a sua abordagem transdisciplinar a fim de possibilitar também um leque variado de saídas profissionais. Todos os anos temos mais de 200 candidatos a este curso e temos também alunos de todos os pontos do país. Para o ano lectivo de 2008/2009 o curso terá 35 vagas.
 

E quanto ao 2.º Ciclo?

O balanço final ainda não pode ser realizado, visto que os mestrandos iniciam agora os seus projectos de dissertação. De qualquer modo, posso assegurar que o curso tem sido um êxito, através de uma saudável parceria com a Escola Superior de Educação, do Instituto Politécnico de Portalegre. Como sabe, a área de especialização de “Turismo e Animação” funciona em Portalegre e a área de especialização de “Turismo e Desenvolvimento” é oferecida em Évora. Nesta primeira edição temos 25 mestrandos o que é muito bom. Saliento que as candidaturas para a 2.ª edição já estão abertas.
 

O mestrado em Antropologia que vai ser oferecido pela 1ª vez?

O mestrado em Antropologia corresponde a um projecto com alguns anos de maturação. Por outro lado, não existe a sul do Tejo nenhuma oferta formativa na área da Antropologia. Por outro lado ainda, Évora como Património da Humanidade e centro de uma região marcada pela sua singularidade e diversidade cultural, justifica um investimento nas áreas da docência e da investigação antropológicas, num território de grande riqueza patrimonial, humana, social e cultural, para cujo conhecimento aprofundado a Antropologia dá respostas e aponta caminhos.
 

Mas qual é a importância estratégica desta oferta?

A formação em Antropologia, nos seus diversos ciclos, está localizada, a nível do ensino público (e também privado) a norte do rio Tejo, nomeadamente em instituições de ensino concentradas em Lisboa. Verifica-se pois, a existência de um vasto território que engloba todo o Alentejo e o Algarve, (e a Extremadura Espanhola) onde tal formação de 2º ciclo não é oferecida. Trata-se de uma assimetria que é imperioso equilibrar. Existindo já na Universidade de Évora uma área de doutoramento em Antropologia, é coerente e lógico que tenha sido criado 2º ciclo, alimentador do ciclo de doutoramento, fomentando assim uma formação pós-graduada progressiva e articulada. Será assim colmatada uma lacuna, através de uma oferta duplamente interessante: a nível epistemológico e a nível territorial.
 

E recursos humanos para a docência?

A presente implementação do 2º ciclo de formação em Antropologia, que se inicia no quadro do designado “Processo de Bolonha”, toma em consideração não só o novo contexto do ensino superior português e europeu, como ainda a experiência adquirida em termos de ensino e investigação nos domínios da Antropologia pelo Departamento de Sociologia no decurso da sua existência. Por outro lado, desde 1980 que o Departamento de Sociologia possui recursos humanos em Antropologia, dispondo permanentemente de três docentes com formação avançada nessa área.
 

Estão previstas outras colaborações?

Devemos realçar que este projecto é realizado em colaboração com a Universidade da Extremadura (Cáceres) e com a participação pontual de colegas antropólogos do ISCTE, da Universidade de Paris X (Nanterre) e do Instituto Politécnico de Pasadena (USA). Tais docentes têm colaborado regularmente no Mestrado em Sociologia.

Noémi Marujo

 

 

 

ESGHT

Marketing no Algarve

A Escola Superior de Gestão Hotelaria e Turismo (ESGHT) da Universidade do Algarve vem informar que é já no próximo ano lectivo de 2008/09 que oferecerá o Curso de Licenciatura em Marketing, admitindo candidaturas às vagas colocadas a concurso nos processos de acesso ao Ensino Superior a decorrer.

De acordo com António Raiado, director do curso, esta oferta formativa é leccionada de dia e corresponde ao retomar das formações especializadas oferecidas pela ESGHT, sendo a primeira formação superior especializada oferecida com o novo formato de Bolonha.

Esta oferta surge da constatação da continuada necessidade de profissionais para a área comercial no tecido empresarial, nomeadamente nas micro e pequenas e médias empresas, principal saída profissional dos jovens licenciados pela ESGHT.

Em essência trata-se de um curso de gestão com formação de competências concentradas na área comercial, ou do Marketing, designação da actual visão de sucesso da área comercial empresarial.

A duração deste curso é de 3 anos, e a ele podem concorrer todos os jovens com provas de acesso em Economia, e Português ou Matemática.

De entre as saídas profissionais possíveis destacam-se: Assistente de Marketing, Consultor de Marketing, Director Comercial, Director de Marketing, Director de Publicidade, Director de Vendas, Gestor Comercial, Gestor de Conta, Gestor de Produto, Responsável de Loja, Técnico de Estudos de Mercado, Chefe de Zona/Sector, Gestor de Mercado Externo, Director de Franchising, Gerente de Centro Comercial, Gestor de E-Commerce, Merchandiser, Promotor de Vendas, Técnico Comercial/Marketing.

 

 

 

PRESIDENTE DA SPM

Nuno Crato reeleito

 A nova direcção da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), eleita durante o Encontro Nacional da SPM, toma posse nas próximas semanas. Nuno Crato, Pró-Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, foi reconduzido à presidência da sociedade, numa lista que mistura investigadores de diversas áreas e locais do país e professores do Ensino Básico e Secundário.

De acordo com a SPM, a nova direcção terá como maior desafio organizar o septuagésimo aniversário da Sociedade, que se comemora em 2010. Deverá também fundar o Gabinete do Ensino Superior e Investigação (GESI), à semelhança do Gabinete do Ensino Básico e Secundário (GEBS) que apoia a actuação da sociedade nas questões destes níveis de ensino.

 

 

 

CARLOS SALEMA, MEMBRO DA ASSEMBLEIA ESTATUTÁRIA DA UBI

As missões da Universidade

Começou a sua ligação à UBI através de um grupo de docentes da instituição covilhanense. Diz ter gostado tanto dos recursos da universidade que não hesitou em instalar aqui um pólo do Instituto de Telecomunicações, organismo que preside. Carlos Salema fez parte da Assembleia Estatutária da UBI e conta a sua opinião do RJIES.
 

Como é que o professor considera todo este novo ciclo que se vai desenrolar nas universidades?

Penso que esta é uma medida muito importante. Estava na altura das universidades terem estatutos adaptados ao tempo, a toda uma nova era que estamos a assistir e a viver. É sempre bom lembrar todo o caminho percorrido até aqui, até porque muitas pessoas não sabem, mas os estatutos anteriores decorrem da lei redigida no tempo de Souto Maior Cardia, que nessa altura se mostrou como um avanço impressionante, um progresso muito importante no que respeitava à gestão das universidades.

Com o passar dos tempos, todos esses rumos começaram por ficar com algumas limitações que era bom que se ajustassem. Daí que desde sempre me mostrei favorável a um novo regime jurídico para o qual a Universidade da Beira Interior, em particular, e todas as restantes instituições da mesma natureza, em geral, se adaptaram e bem. Esta foi uma medida que procurou novos estatutos que se encaixem dentro da nova lei. Penso que as coisas andaram bem.

Claro que isto implica mudança e nem toda a gente gosta de mudar. Há quem goste de ficar sempre na mesma, mas isso é fatal em todos os lugares. Pela experiência de vida, fui notando que sempre que existe a necessidade de mudar alguma coisa de implementar algo de novo existem pessoas que se mostram sempre contrárias a essa alteração.
 

Acha que as mudanças agora introduzidas foram as melhores, as necessárias?

É fundamental estabelecer claramente quais são as missões da universidade. E isto é muito, muito importante, porque, do meu ponto de vista, e dizendo de uma forma muito rápida, a missão principal de qualquer universidade é a de ensinar.

Todavia, essa missão, essa condição, não é suficiente. A missão da universidade passa também por formar, por construir e educar as elites, formar as pessoas para que estas possam desempenhar um papel útil na sociedade.

Ora, essa missão, em qualquer lado e em qualquer instituição, só pode ser bem realizada, só vai ser plenamente conseguida, se a universidade fizer outras coisas, nomeadamente, fazer investigação. Um dos papéis mais relevantes da universidade é também fazer investigação. Uma tarefa que cabe aos seus docentes.

Separo estas duas coisas, uma é o ensino, outra a investigação; precisamente porque são coisas diferentes, feitas muitas vezes pela mesma pessoa. Mas toda a gente pode ter mais que uma ocupação, mais que uma aptidão. Toda a pessoa pode gostar de ler um livro, mas também pode gostar de jogar futebol, e aí temos coisas bastante diferentes.

Torna-se pois da maior importância que a estrutura universitária reflicta isso mesmo. Isto é, que existem pessoas preocupadas com o ensino e a estrutura deste e outras, preocupadas com a investigação.

E existe, no meio disto tudo uma terceira componente que eu diria também que é importante, mas que está, a meu ver, ligeiramente abaixo das anteriores. Todos temos de concordar que o maior serviço que a universidade presta à sociedade é o do ensino, mas ela também pode prestar outro tipo de, normalmente, pequenos serviços.
 

Mas como poderá isso ser feito?

Esses serviços têm de ter maneiras de ser e de se tornarem efectivos. Uma vez que, para fora, a universidade tem sobretudo os papéis de ensinar e investigar, mas que terá agora de implementar de forma marcante um outro, o dos serviços.

É algo que deverá ser sempre acessório, mas que deverá também estar sempre presente. Com tudo isto não deveremos esquecer que a universidade tem também os seus próprios serviços e as suas notórias necessidades. Serviços esses prestados por técnicos especializados que têm as suas funções, que são as peças da instituição. Tal como num automóvel que também precisa de ter mecânicos que umas vezes nos ajustam a máquina, não sendo nem o condutor nem os passageiros desta, são fundamentais. Penso que tudo isto está a correr bem e que as devidas adaptações estão a ser implementadas. O processo só não é mais rápido porque nem todas as pessoas têm as mesmas ideias sobre a universidade e a gestão desta.

Eduardo Alves
Urbi @ Orbi

 

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