Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº125    Julho 2008

Dossier / Instituto Politécnico de Setúbal

ARMANDO PIRES, PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

Setúbal aposta na qualidade

Armando Pires, presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, considera a questão da qualidade como um aspecto fundamental na instituição a que preside. Com os cursos de formação inicial quase todos adequados a Bolonha e já com nove mestrados aprovados, o IPS tem bem definidas as suas linhas orientadoras até 2013. A internacionalização, o desenvolvimento de projectos de investigação e a construção do edifício para a Escola Superior de Saúde são alguns dos objectivos.
 

Ao nível da formação inicial, o Politécnico de Setúbal já tem todos os seus cursos adaptados a Bolonha?

Temos a funcionar 25 licenciaturas e todos elas estarão adaptadas a Bolonha no próximo ano lectivo, do ponto de vista formal. Isto porque os cursos na área da saúde apenas agora foram submetidos à aprovação para funcionarem a partir do próximo ano lectivo. Mas o Processo de Bolonha é algo mais complexo do que as adequações dos cursos a um novo modelo, pois implica alterações de atitudes. E esse aspecto está a ser trabalhado junto dos docentes, onde se pretende que a formação pedagógica dos professores seja adequada a uma perspectiva mais centralizada na aprendizagem. Os alunos estão também a interiorizar este novo conceito, na medida em que a estruturação das unidades curriculares aponta para isso. Aquilo que verificamos é que há um grande esforço por parte de toda a comunidade, quer dos 6500 estudantes, quer dos 600 docentes.
 

Ainda no que respeita a licenciaturas, estão previstas novas ofertas?

Temos tido alguma dinâmica nesse aspecto. Existem já dois cursos com parecer positivo para se iniciarem este ano: Engenharia Química, que funcionará na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, e Conservação e Restauro, que funcionará na EST de Setúbal. Está ainda pendente uma outra, na área da Saúde Ambiental.
 

Neste momento os Institutos Politécnicos já podem ministrar mestrados quais as áreas em que o IPS vai apostar?

Temos já 9 cursos de mestrado aprovados, sendo que 12 aguardam aprovação. As áreas de formação vão ao encontro das que são ministradas no Politécnico ao nível do 1º Ciclo. Além disso, aguarda também aprovação um mestrado proposto em conjunto com mais sete politécnicos, na área do ensino da língua estrangeira no ensino básico, e dois outros ligados à saúde e que serão desenvolvidos em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. A nossa intenção é alargar a oferta formativa, permitindo dar resposta aos alunos que estudam no IPS, dando, ao mesmo tempo, resposta às necessidades da Região. O nosso corpo docente está preparado para ministrar este tipo de formação e outras, como doutoramentos, caso nos fosse permitido.
 

Mas há parcerias no âmbito dos doutoramentos com universidades?

Aquilo que está a ser trabalhado diz respeito à área da saúde. A questão dos doutoramentos está inscrita no nosso plano estratégico e é uma matéria que nos importa trabalhar, até porque o corpo docente tem capacidades para que isso venha a ser feito. Por via da legislação em vigor teremos sempre que procurar parceiros universitários e serem eles a liderar o processo e a conferir o grau.
 

No ano passado os Institutos Politécnicos tiveram uma maior procura por parte dos candidatos ao ensino superior. Ainda assim, um dos regimes que permitiu a entrada de outro tipo de público nas instituições foi o > 23. E nesse programa Setúbal foi líder…

Isso deve-se a um grande esforço da nossa parte, quer pela divulgação que foi feita, quer pela integração que fazemos desses novos alunos. Por outro lado, isso resulta também da necessidade que a região sente. Estamos a falar de um Distrito com uma população significativa, com uma taxa demográfica positiva e que é carente de formação. Este ano tivemos mais de 900 candidatos.
 

Justificava-se aumentar o número de vagas afectos a esse programa?

As pessoas que fazem as provas e que obtém aprovação são bastante mais que aquelas que depois entram para o ensino superior. Nessa perspectiva, justificar-se-ia. Mas essa é uma matéria que teria que se ponderar muito bem, já que as instalações têm o seu limite.
 

Uma das áreas em que o IPS se tem destacado é a internacionalização. O próprio ministro de Ensino Superior solicitava esse esforço às instituições. O que é que o Politécnico tem feito nessa área?

A internacionalização é fundamental para o Instituto. Essa foi uma aposta que fizemos. Reorganizámo-nos internamente para dar uma melhor resposta às solicitações, criando uma estrutura de apoio à mobilidade dos estudantes e dos professores. Isso resultou num crescimento de 30% ao ano na procura, por parte dos nossos estudantes, de participarem em acções de mobilidade e irem para o estrangeiro. Um aumento que também se verifica nos estudantes estrangeiros que procuram o IPS. Outra medida que contribui para este sucesso diz respeito ao apoio que nós prestamos aos nossos alunos que querem participar nestas acções, através de um complemento financeiro à ajuda que eles recebem da Agência Nacional. No que se refere ao docentes, esse crescimento também tem existido.
 

Mas a internacionalização é algo de mais amplo?

Claro. Estamos também envolvidos em projectos ao nível de algumas unidades orgânicas. Na área da saúde estão a ser trabalhados projectos com parceiros de outros países. O esforço existe, mas nem sempre é fácil participar neles, pois as condições financeiras são sempre um obstáculo, já que as componentes nacionais que são exigidas acabam por ser um peso elevado para as próprias instituições. Esta é uma matéria deve ser acompanhada pela própria tutela.
 

Um dos desafios que o Ministério fez às instituições de ensino superior foi a criação de consórcios. Como é que isso pode ser implementado?

O novo regime Jurídico torna clara a reorganização da rede. Mas neste momento em que estamos (politécnicos e universidades) num processo de revisão estatutária não parece correcto avaliar a questão dos consórcios, pois torná-la-ia limitativa. Aquilo que fizemos nos nossos estatutos foi deixar uma porta aberta para o entendimento entre instituições. Sem colocar de lado os consórcios, penso que aquilo que fará mais sentido são as parcerias. E essa situação é aquela que nos agrada mais e que temos tentado fazer, sem que qualquer uma das instituições perca a sua autonomia. Aquilo que se exige em termos de consórcios é que haja perda de alguma autonomia, passando a existir órgãos de cúpula que decidam determinadas situações. É uma matéria que só depois de estarem consolidadas as alterações estatutárias das instituições é que deve começar a ser discutida.
 

Os consórcios podem criar alguma crispação entre as instituições?

É uma questão delicada que exige uma ponderação que até agora ainda não existiu. Além disso, ainda nem existe legislação para os consórcios. Há instituições que já começaram a conversar nesse sentido, da nossa parte a estratégia tem sido avançar para parcerias, que consideramos ser o melhor caminho para, mais tarde, se avançar para uma aproximação entre as instituições. Todos temos que nos conhecer muito bem, de forma a que possamos potenciar aquilo que cada um tem de melhor. Estar a impor ligações entre instituições e transferir competências para macro estruturas, sem que as questões sejam debatidas, é algo de errado.
 

Os estatutos do IPS já se encontram em aprovação na tutela. Como é que decorreu todo o processo?

Foi um processo intenso, que teve os seus pontos difíceis e que envolveu o conjunto de pessoas que a Lei exige. Procurámos envolver sempre a nossa comunidade, fazendo sessões abertas, criámos um espaço próprio no nosso portal, resultando um documento aprovado na especialidade na generalidade.
 

Os avaliadores internacionais da EUA fizeram a primeira visita ao Politécnico de Setúbal. Em que medida é que a avaliação internacional da instituição é importante e porque é que o IPS se candidatou a essa avaliação?

A questão da avaliação é muito importante pois está ligada à qualidade e à melhoria dessa mesma qualidade. O IPS está a estruturar toda essa vertente. Estamos a criar uma estrutura de avaliação e qualidade, para que possamos avaliar de forma sistemática e natural toda a instituição em todas as áreas. Essa avaliação tem diversas componentes, como a auto-avaliação. Mas para que o processo seja mais credível e mais rigoroso, é importante que haja uma avaliação externa. E a avaliação da EUA insere-se nessa perspectiva. Encaramos todo esse processo numa perspectiva positiva e de grande abertura para que possamos fazer sempre mais e melhor.
 

Com os estatutos aprovados, quais são as grandes áreas de actuação do Politécnico?

O IPS tem um plano estratégico aprovado para o período 2007-2011, onde se definem as linhas estratégicas da instituição. No que diz respeito ao relacionamento externo, e no caso da internacionalização, a nossa intenção é subir as práticas de mobilidade, cativando mais estudantes, docentes e não docentes. Já no que concerne ao relacionamento com o meio envolvente, queremos estreitá-lo aumentando o número de parcerias e de projectos a desenvolver com empresas e com a sociedade. E para isso contamos com estruturas importantes com a OTIC-IPS. Existe já um conjunto de acções que estamos a promover e que envolve várias faixas etárias.

No plano interno, vamos continuar a apostar na formação do pessoal docente, ao nível dos doutoramentos (de forma a atingir os 50% de doutorados num horizonte curto) e não docente. Ao nível da formação básica, queremos continuar a dar resposta às necessidades de mercado, melhorando as práticas e adequando-as a Bolonha. Há outro aspecto que deve ser reforçado e que se prende com a investigação aplicada, no sentido de haver um maior número de resultados do que aqueles que têm existido. Já possuímos uma unidade para promover isso, a qual deve ter um papel mais activo. Finalmente, iniciámos um processo de reorganização de serviços, procurando utilizar de uma forma mais eficaz todos os recursos que temos.

 

 

 

POLITÉCNICO RECEBE VISITA DA EQUIPA DE AVALIADORES DA EUA

Avaliação Europeia

Durante o ano de 2008 o IPS será uma das instituições de ensino superior a serem avaliadas pela European University Association (EUA), com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A EUA, com sede na Bélgica, é uma associação de instituições de ensino superior e outras organizações relacionadas e tem como principal objectivo discutir, definir e difundir as políticas e as tendências futuras do ensino e da investigação na Europa. Sendo a qualidade um dos factores-chave para o sucesso das instituições, a EUA lançou em 1994 o Programa de Avaliação Institucional com o propósito de “reforçar a autonomia institucional, apoiar o desenvolvimento da qualidade e promover a dimensão europeia nas instituições de ensino superior”, tal como está declarado no seu site.

O processo de avaliação institucional da EUA inclui três etapas fundamentais: elaboração de um relatório de auto-avaliação (concluído no passado mês de Maio); duas visitas da equipa de avaliadores da EUA (Junho e Outubro 2008); divulgação do relatório de avaliação da EUA (Dezembro 2008).

A primeira visita de avaliadores da EUA decorreu de 18 a 20 de Junho, tendo como objectivo visitar as instalações e recolher informações sobre a instituição, com base no relatório de auto-avaliação elaborado por uma equipa interna constituída por docentes, estudantes e pessoal não docente. No decorrer desta visita foi realizado um conjunto de reuniões com a presidência, as direcções das Escolas, docentes, estudantes, pessoal não docente e também parceiros externos do IPS, nomeadamente representantes da autarquia de Setúbal, de empresas e de organizações com quem o Politécnico mantém parcerias institucionais.

A avaliação internacional do IPS constitui mais um marco importante na internacionalização desta instituição, que assim poderá ver acreditada a sua actividade no espaço europeu do ensino superior e junto da comunidade internacional do ensino superior.

 

 

 

Iª SEMANA INTERNACIONAL JUNTOU PROFESSORES
E ESTUDANTES DE VÁRIOS PAÍSES DA EUROPA

Politécnico de Setúbal reforça Internacionalização

“A internacionalização é um objectivo estratégico do Instituto Politécnico de Setúbal que se traduz na mobilidade de estudantes, professores e pessoal não docente, e, também, em programas de ensino e protocolos com instituições internacionais”, sublinhou Armando Pires, Presidente do IPS, na abertura da 1ª Semana Internacional.

Neste contexto Armando Pires referiu ainda a enorme relevância do processo de avaliação internacional que envolve a Associação das Universidades Europeias (EUA), entidade que está a apreciar o Politécnico de Setúbal após a apresentação do relatório de auto-avaliação. No seguimento deste documento o Instituto foi já visitado por delegações desta entidade para apreciarem o trabalho desenvolvido e apresentarem um parecer sobre o que já foi realizado e os caminhos a seguir pela instituição. O Presidente do IPS considera que este trabalho se inscreve numa estratégia que visa contribuir para o “reconhecimento e reputação internacional do IPS”.

O encontro, em que participaram cerca de 300 docentes e estudantes, incluiu sessões temáticas nas áreas da saúde, ciências empresariais, engenharia, tecno-logia e educação, tendo ainda havido apresentações de experiências internacionais no âmbito de programas europeus e extra-comunitários.

A dinamização das sessões esteve a cargo de 19 professores de instituições europeias com quem o IPS mantém acordos bilaterais, oriundos da Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Grécia, Polónia e Espanha, 21 estudantes Erasmus a realizar períodos de estudo no IPS, e ainda 9 docentes e 6 estudantes das Escolas do IPS.

A iniciativa decorreu entre os dias 14 e 18 de Abril e teve como objectivos principais a promoção e a internacionalização do Instituto, o incremento da mobilidade de estudantes, docentes e pessoal não docente, bem como o reforço da cooperação com instituições congéneres estrangeiras.

Paralelamente às sessões, decorreu um programa social e cultural que permitiu o convívio informal dos participantes e que contribuiu para o reforço de laços de cooperação e amizade entre comunidades com culturas diferentes que reconhecem a diversidade como um valor europeu a preservar.

 

 

 

POLITÉCNICO É RECONHECIDO COMO ENTIDADE QUALIFICADA
NO ÂMBITO DO "VALE I&D" E DO "VALE INOVAÇÃO"

IPS Certificado no âmbito do QREN

A Escola Superior de Tecnologia de Setúbal e a Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal estão qualificadas para contratualizar serviços e projectos de IDT e de Inovação com as empresas, elegíveis no âmbito deste programa de apoio.

O “Vale I&DT” e “Vale Inovação” são programas de incentivo no âmbito do QREN - Programa Operacional Factores de Competiti-vidade. Têm por objectivo apoiar de forma simplificada a aquisição de serviços de I&DT e de serviços de consultoria e de apoio à inovação por parte de PME’s a entidades do Sistema Científico e Tecnológico para responder a questões e necessidades específicas das empresas, no sentido do aumento da sua competitividade com tradução na melhoria de produtos, processos ou serviços. O Vale destina-se a financiar 75% do custo de aquisição de serviços com a tipologia acima mencionada, num conjunto vasto de áreas. Para aceder a estes apoios as empresas poderão candidatar-se (www.incentivos.qren.pt) e, na sequência dessa candidatura, poderão receber um “vale” que utilizarão junto da EstSetúbal e da ESCE para a contratualização dos serviços nas áreas para as quais estão qualificadas (www.ips.pt). As Escolas poderão, a partir de agora, contribuir para a concretização de um importante objectivo estratégico do IPS e que passa pelo aprofundamento da sua relação com a envolvente empresarial, na valorização do conhecimento, ciência, tecnologia e inovação bem como a promoção de níveis sustentados de desenvolvimento económico da região de Setúbal.


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