ARMANDO PIRES, PRESIDENTE
DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL
Setúbal aposta na
qualidade

Armando Pires, presidente do Instituto
Politécnico de Setúbal, considera a questão da qualidade como um aspecto
fundamental na instituição a que preside. Com os cursos de formação
inicial quase todos adequados a Bolonha e já com nove mestrados
aprovados, o IPS tem bem definidas as suas linhas orientadoras até 2013.
A internacionalização, o desenvolvimento de projectos de investigação e
a construção do edifício para a Escola Superior de Saúde são alguns dos
objectivos.
Ao nível da formação inicial, o
Politécnico de Setúbal já tem todos os seus cursos adaptados a Bolonha?
Temos a funcionar 25 licenciaturas e todos elas estarão adaptadas a
Bolonha no próximo ano lectivo, do ponto de vista formal. Isto porque os
cursos na área da saúde apenas agora foram submetidos à aprovação para
funcionarem a partir do próximo ano lectivo. Mas o Processo de Bolonha é
algo mais complexo do que as adequações dos cursos a um novo modelo,
pois implica alterações de atitudes. E esse aspecto está a ser
trabalhado junto dos docentes, onde se pretende que a formação
pedagógica dos professores seja adequada a uma perspectiva mais
centralizada na aprendizagem. Os alunos estão também a interiorizar este
novo conceito, na medida em que a estruturação das unidades curriculares
aponta para isso. Aquilo que verificamos é que há um grande esforço por
parte de toda a comunidade, quer dos 6500 estudantes, quer dos 600
docentes.
Ainda no que respeita a
licenciaturas, estão previstas novas ofertas?
Temos tido alguma dinâmica nesse aspecto. Existem já dois cursos com
parecer positivo para se iniciarem este ano: Engenharia Química, que
funcionará na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, e Conservação e
Restauro, que funcionará na EST de Setúbal. Está ainda pendente uma
outra, na área da Saúde Ambiental.
Neste momento os Institutos
Politécnicos já podem ministrar mestrados quais as áreas em que o IPS
vai apostar?
Temos já 9 cursos de mestrado aprovados, sendo que 12 aguardam
aprovação. As áreas de formação vão ao encontro das que são ministradas
no Politécnico ao nível do 1º Ciclo. Além disso, aguarda também
aprovação um mestrado proposto em conjunto com mais sete politécnicos,
na área do ensino da língua estrangeira no ensino básico, e dois outros
ligados à saúde e que serão desenvolvidos em parceria com a Universidade
Nova de Lisboa. A nossa intenção é alargar a oferta formativa,
permitindo dar resposta aos alunos que estudam no IPS, dando, ao mesmo
tempo, resposta às necessidades da Região. O nosso corpo docente está
preparado para ministrar este tipo de formação e outras, como
doutoramentos, caso nos fosse permitido.
Mas há parcerias no âmbito dos
doutoramentos com universidades?
Aquilo que está a ser trabalhado diz respeito à área da saúde. A questão
dos doutoramentos está inscrita no nosso plano estratégico e é uma
matéria que nos importa trabalhar, até porque o corpo docente tem
capacidades para que isso venha a ser feito. Por via da legislação em
vigor teremos sempre que procurar parceiros universitários e serem eles
a liderar o processo e a conferir o grau.
No ano passado os Institutos
Politécnicos tiveram uma maior procura por parte dos candidatos ao
ensino superior. Ainda assim, um dos regimes que permitiu a entrada de
outro tipo de público nas instituições foi o > 23. E nesse programa
Setúbal foi líder…
Isso deve-se a um grande esforço da nossa parte, quer pela divulgação
que foi feita, quer pela integração que fazemos desses novos alunos. Por
outro lado, isso resulta também da necessidade que a região sente.
Estamos a falar de um Distrito com uma população significativa, com uma
taxa demográfica positiva e que é carente de formação. Este ano tivemos
mais de 900 candidatos.
Justificava-se aumentar o número de
vagas afectos a esse programa?
As pessoas que fazem as provas e que obtém aprovação são bastante mais
que aquelas que depois entram para o ensino superior. Nessa perspectiva,
justificar-se-ia. Mas essa é uma matéria que teria que se ponderar muito
bem, já que as instalações têm o seu limite.
Uma das áreas em que o IPS se tem
destacado é a internacionalização. O próprio ministro de Ensino Superior
solicitava esse esforço às instituições. O que é que o Politécnico tem
feito nessa área?
A internacionalização é fundamental para o Instituto. Essa foi uma
aposta que fizemos. Reorganizámo-nos internamente para dar uma melhor
resposta às solicitações, criando uma estrutura de apoio à mobilidade
dos estudantes e dos professores. Isso resultou num crescimento de 30%
ao ano na procura, por parte dos nossos estudantes, de participarem em
acções de mobilidade e irem para o estrangeiro. Um aumento que também se
verifica nos estudantes estrangeiros que procuram o IPS. Outra medida
que contribui para este sucesso diz respeito ao apoio que nós prestamos
aos nossos alunos que querem participar nestas acções, através de um
complemento financeiro à ajuda que eles recebem da Agência Nacional. No
que se refere ao docentes, esse crescimento também tem existido.
Mas a internacionalização é algo de
mais amplo?
Claro. Estamos também envolvidos em projectos ao nível de algumas
unidades orgânicas. Na área da saúde estão a ser trabalhados projectos
com parceiros de outros países. O esforço existe, mas nem sempre é fácil
participar neles, pois as condições financeiras são sempre um obstáculo,
já que as componentes nacionais que são exigidas acabam por ser um peso
elevado para as próprias instituições. Esta é uma matéria deve ser
acompanhada pela própria tutela.
Um dos desafios que o Ministério fez
às instituições de ensino superior foi a criação de consórcios. Como é
que isso pode ser implementado?
O novo regime Jurídico torna clara a reorganização da rede. Mas neste
momento em que estamos (politécnicos e universidades) num processo de
revisão estatutária não parece correcto avaliar a questão dos
consórcios, pois torná-la-ia limitativa. Aquilo que fizemos nos nossos
estatutos foi deixar uma porta aberta para o entendimento entre
instituições. Sem colocar de lado os consórcios, penso que aquilo que
fará mais sentido são as parcerias. E essa situação é aquela que nos
agrada mais e que temos tentado fazer, sem que qualquer uma das
instituições perca a sua autonomia. Aquilo que se exige em termos de
consórcios é que haja perda de alguma autonomia, passando a existir
órgãos de cúpula que decidam determinadas situações. É uma matéria que
só depois de estarem consolidadas as alterações estatutárias das
instituições é que deve começar a ser discutida.
Os consórcios podem criar alguma
crispação entre as instituições?
É uma questão delicada que exige uma ponderação que até agora ainda não
existiu. Além disso, ainda nem existe legislação para os consórcios. Há
instituições que já começaram a conversar nesse sentido, da nossa parte
a estratégia tem sido avançar para parcerias, que consideramos ser o
melhor caminho para, mais tarde, se avançar para uma aproximação entre
as instituições. Todos temos que nos conhecer muito bem, de forma a que
possamos potenciar aquilo que cada um tem de melhor. Estar a impor
ligações entre instituições e transferir competências para macro
estruturas, sem que as questões sejam debatidas, é algo de errado.
Os estatutos do IPS já se encontram
em aprovação na tutela. Como é que decorreu todo o processo?
Foi um processo intenso, que teve os seus pontos difíceis e que envolveu
o conjunto de pessoas que a Lei exige. Procurámos envolver sempre a
nossa comunidade, fazendo sessões abertas, criámos um espaço próprio no
nosso portal, resultando um documento aprovado na especialidade na
generalidade.
Os avaliadores internacionais da EUA
fizeram a primeira visita ao Politécnico de Setúbal. Em que medida é que
a avaliação internacional da instituição é importante e porque é que o
IPS se candidatou a essa avaliação?
A questão da avaliação é muito importante pois está ligada à qualidade e
à melhoria dessa mesma qualidade. O IPS está a estruturar toda essa
vertente. Estamos a criar uma estrutura de avaliação e qualidade, para
que possamos avaliar de forma sistemática e natural toda a instituição
em todas as áreas. Essa avaliação tem diversas componentes, como a
auto-avaliação. Mas para que o processo seja mais credível e mais
rigoroso, é importante que haja uma avaliação externa. E a avaliação da
EUA insere-se nessa perspectiva. Encaramos todo esse processo numa
perspectiva positiva e de grande abertura para que possamos fazer sempre
mais e melhor.
Com os estatutos aprovados, quais
são as grandes áreas de actuação do Politécnico?
O IPS tem um plano estratégico aprovado para o período 2007-2011, onde
se definem as linhas estratégicas da instituição. No que diz respeito ao
relacionamento externo, e no caso da internacionalização, a nossa
intenção é subir as práticas de mobilidade, cativando mais estudantes,
docentes e não docentes. Já no que concerne ao relacionamento com o meio
envolvente, queremos estreitá-lo aumentando o número de parcerias e de
projectos a desenvolver com empresas e com a sociedade. E para isso
contamos com estruturas importantes com a OTIC-IPS. Existe já um
conjunto de acções que estamos a promover e que envolve várias faixas
etárias.
No plano interno, vamos continuar a apostar na formação do pessoal
docente, ao nível dos doutoramentos (de forma a atingir os 50% de
doutorados num horizonte curto) e não docente. Ao nível da formação
básica, queremos continuar a dar resposta às necessidades de mercado,
melhorando as práticas e adequando-as a Bolonha. Há outro aspecto que
deve ser reforçado e que se prende com a investigação aplicada, no
sentido de haver um maior número de resultados do que aqueles que têm
existido. Já possuímos uma unidade para promover isso, a qual deve ter
um papel mais activo. Finalmente, iniciámos um processo de reorganização
de serviços, procurando utilizar de uma forma mais eficaz todos os
recursos que temos.
POLITÉCNICO RECEBE VISITA
DA EQUIPA DE AVALIADORES DA EUA
Avaliação Europeia

Durante o ano de 2008 o IPS será uma das
instituições de ensino superior a serem avaliadas pela European
University Association (EUA), com financiamento do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A EUA, com sede na Bélgica, é uma
associação de instituições de ensino superior e outras organizações
relacionadas e tem como principal objectivo discutir, definir e difundir
as políticas e as tendências futuras do ensino e da investigação na
Europa. Sendo a qualidade um dos factores-chave para o sucesso das
instituições, a EUA lançou em 1994 o Programa de Avaliação Institucional
com o propósito de “reforçar a autonomia institucional, apoiar o
desenvolvimento da qualidade e promover a dimensão europeia nas
instituições de ensino superior”, tal como está declarado no seu site.
O processo de avaliação institucional da EUA inclui três etapas
fundamentais: elaboração de um relatório de auto-avaliação (concluído no
passado mês de Maio); duas visitas da equipa de avaliadores da EUA
(Junho e Outubro 2008); divulgação do relatório de avaliação da EUA
(Dezembro 2008).
A primeira visita de avaliadores da EUA decorreu de 18 a 20 de Junho,
tendo como objectivo visitar as instalações e recolher informações sobre
a instituição, com base no relatório de auto-avaliação elaborado por uma
equipa interna constituída por docentes, estudantes e pessoal não
docente. No decorrer desta visita foi realizado um conjunto de reuniões
com a presidência, as direcções das Escolas, docentes, estudantes,
pessoal não docente e também parceiros externos do IPS, nomeadamente
representantes da autarquia de Setúbal, de empresas e de organizações
com quem o Politécnico mantém parcerias institucionais.
A avaliação internacional do IPS constitui mais um marco importante na
internacionalização desta instituição, que assim poderá ver acreditada a
sua actividade no espaço europeu do ensino superior e junto da
comunidade internacional do ensino superior. 
Iª SEMANA INTERNACIONAL
JUNTOU PROFESSORES
E ESTUDANTES DE VÁRIOS PAÍSES DA EUROPA
Politécnico de Setúbal
reforça Internacionalização

“A internacionalização é um objectivo
estratégico do Instituto Politécnico de Setúbal que se traduz na
mobilidade de estudantes, professores e pessoal não docente, e, também,
em programas de ensino e protocolos com instituições internacionais”,
sublinhou Armando Pires, Presidente do IPS, na abertura da 1ª Semana
Internacional.
Neste contexto Armando Pires referiu ainda a enorme relevância do
processo de avaliação internacional que envolve a Associação das
Universidades Europeias (EUA), entidade que está a apreciar o
Politécnico de Setúbal após a apresentação do relatório de
auto-avaliação. No seguimento deste documento o Instituto foi já
visitado por delegações desta entidade para apreciarem o trabalho
desenvolvido e apresentarem um parecer sobre o que já foi realizado e os
caminhos a seguir pela instituição. O Presidente do IPS considera que
este trabalho se inscreve numa estratégia que visa contribuir para o
“reconhecimento e reputação internacional do IPS”.
O encontro, em que participaram cerca de 300 docentes e estudantes,
incluiu sessões temáticas nas áreas da saúde, ciências empresariais,
engenharia, tecno-logia e educação, tendo ainda havido apresentações de
experiências internacionais no âmbito de programas europeus e
extra-comunitários.
A dinamização das sessões esteve a cargo de 19 professores de
instituições europeias com quem o IPS mantém acordos bilaterais,
oriundos da Áustria, Bélgica, Finlândia, Alemanha, Grécia, Polónia e
Espanha, 21 estudantes Erasmus a realizar períodos de estudo no IPS, e
ainda 9 docentes e 6 estudantes das Escolas do IPS.
A iniciativa decorreu entre os dias 14 e 18 de Abril e teve como
objectivos principais a promoção e a internacionalização do Instituto, o
incremento da mobilidade de estudantes, docentes e pessoal não docente,
bem como o reforço da cooperação com instituições congéneres
estrangeiras.
Paralelamente às sessões, decorreu um programa social e cultural que
permitiu o convívio informal dos participantes e que contribuiu para o
reforço de laços de cooperação e amizade entre comunidades com culturas
diferentes que reconhecem a diversidade como um valor europeu a
preservar. 
POLITÉCNICO É RECONHECIDO
COMO ENTIDADE QUALIFICADA
NO ÂMBITO DO "VALE I&D" E DO "VALE INOVAÇÃO"
IPS Certificado no
âmbito do QREN

A Escola Superior de Tecnologia de
Setúbal e a Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto
Politécnico de Setúbal estão qualificadas para contratualizar serviços e
projectos de IDT e de Inovação com as empresas, elegíveis no âmbito
deste programa de apoio.
O “Vale I&DT” e “Vale Inovação” são programas de incentivo no âmbito do
QREN - Programa Operacional Factores de Competiti-vidade. Têm por
objectivo apoiar de forma simplificada a aquisição de serviços de I&DT e
de serviços de consultoria e de apoio à inovação por parte de PME’s a
entidades do Sistema Científico e Tecnológico para responder a questões
e necessidades específicas das empresas, no sentido do aumento da sua
competitividade com tradução na melhoria de produtos, processos ou
serviços. O Vale destina-se a financiar 75% do custo de aquisição de
serviços com a tipologia acima mencionada, num conjunto vasto de áreas.
Para aceder a estes apoios as empresas poderão candidatar-se (www.incentivos.qren.pt)
e, na sequência dessa candidatura, poderão receber um “vale” que
utilizarão junto da EstSetúbal e da ESCE para a contratualização dos
serviços nas áreas para as quais estão qualificadas (www.ips.pt). As
Escolas poderão, a partir de agora, contribuir para a concretização de
um importante objectivo estratégico do IPS e que passa pelo
aprofundamento da sua relação com a envolvente empresarial, na
valorização do conhecimento, ciência, tecnologia e inovação bem como a
promoção de níveis sustentados de desenvolvimento económico da região de
Setúbal. 
|