Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano XI    Nº120    Fevereiro 2008

Opinião

CRÓNICA

Tratantes

Anda o mundo às avessas
E, para maior galantaria,
Os que hão-de valer não valem
E os que valem não têm valia.
(popular)
Outros para valer se valem
Do valor de quem o cria,
Até que as avessas do mundo
Lhes dêem a volta um dia.
(Poesia de Costumes)
 

Segundo a ideologia burguesa e ocidental, a Democracia é um bem social supremo, legitimado pelo voto livre e universal do povo. Esta faz pendant com o célebre Estado de Direito (cujo benefício é directamente proporcional à capacidade financeira dos utentes). Tais preceitos devem ser observados por todos, mesmo que não sejam burgueses nem ocidentais, sob pena de poderem não ser considerados democráticos.

Assim é o entendimento estabelecido para qualquer latitude, excepto para um pequeno grupo de prevaricadores antidemocráticos, mas que, no sítio onde estão, dão um jeitão do caraças.

Primeira citação de Gabriel de Fochem:

" Dizem os 'doutores' da burguesia que o povo é sábio. Não dizem, nunca disseram e nunca dirão, que é analfabeto, em percentagem grave; que, ainda que alfabetizado, padece de uma iliteracia igualmente grave; que estes défices são habilmente provocados e mantidos pelo poder da burguesia."

Acontece que os nossos governantes, senhores da Democracia, de Portugal e da Europa, não acham relevante o sufrágio do novíssimo Tratado de Lisboa, enquanto constituição europeia, que a todos diz respeito, simplesmente para não dar o mau exemplo da consulta à populaça ignorante que, iludida com promessas de falsos paraísos, os elegeu, mas, na circunstância, é bem capaz de estar a ver melhor as coisas, à custa de muita cabeçada, e tramar o arranjinho.

Segunda citação de Gabriel de Fochem:

"Aqui e ali, quando um qualquer filho do mesmo povo põe em causa o poder da burguesia, é, de pronto, olhado com desconfiança, quando não acusado de servir as tais forças ocultas que apenas pretendem prejudicar a sociedade e obter ilícitos benefícios. É, em toda a linha, o dividir para reinar…"

Entretanto, trazem já pela trela uns quantos escribas, meio comentadores, meio cronistas, a apalpar terreno relativamente a mais esta esparrela, com a agravante desta se inscrever também no rol de promessas não cumpridas.

Terceira e última citação de Gabriel de Fochem:

"E assim vai o povo vivendo na ilusão de que a democracia, a tal palavra grega que afinal significa 'poder do povo', é o povo ser governado pelos 'doutores' da burguesia".

João de Sousa Teixeira
teijoao@gmail.com

 

 

 

PAU DE GIZ

Era só o que me faltava

Vê lá tu a minha cabeça, Vai para três dias e não faço mais nada senão ouvir lembranças.

Do dia em que dei conta do nome Mancebo: da concertina do Belarmino, das gargalhadas na burricada a trote ao Ponsul, da pescaria na represa do moinho do Coelho (os peixes para a miga), do garrafão de cinco litros para cada um. Uma paródia.

Do dia em que fui às sortes : de despir a roupa, estar em fila a abrir a boca e contarem-me os dentes. De cirandarem batas brancas e aventais sebentos com patentes não identificadas: de chamarem sargento ao da secretária a registar numa folha de papel o meu peso e altura, de dizerem capitão ao que põe uma cruz no respectivo quadrado pela evidência dos óculos deixando em branco de cruzes (firmadas a tinta encarnada ) os restantes quadrados para as maleitas que impeçam a incorporação. De nisto estar a pensar : sair daqui para o serviço auxiliar é um vexame, ficar livre um alívio e sem uma coisa nem outra (contentes que nem um alho), pregámos a fita vermelha de apurado no peitilho da camisa segura com um alfinete de dama e comprámos uma pandeireta.

Tendo tomado dois carros de alugo fomos outra vez beber vinho, outra vez junto a um rio, desta vez aos pés de Marvão e o resto do dia gastou-se a cabriolar em bailes macho, a tirar fotografias doidivanas e a fazer escarcéu no Tarro, acabando ao sol posto a mudar um pneu furado nas curvas da Mangação. Uma paródia.

Vê lá tu a minha cabeça, Ainda ontem - de manhã - assentei praça na EPI chamavam-me, VinteTrês (o meu nome de família constava impresso numa fita de pano cosida no peito, para nada) e já sinto saudades da recruta no Calhau joanino : do primeiro banho no chuveiro colectivo e da água muito fria, do cabelo à escovinha (pêras, moscas, patarras, barbas e bigodes rapados) e ansiosos por ver a nossa figura fardados tínhamos à espera, no beliche da camarata, uma sacada de roupa nova para estrear (deram-nos um braçado de fardamento à entrada, as medidas tiradas a olho). Uma paródia.

Recordo os crosses (o pelotão em duas carreiras na estrada para a Ericeira): de me desenfiar para a taberna na berma do lado direito, dos ovos mexidos com chouriço e cerveja preta, de esperar pelo regresso e alcançar o quartel com os bofes de fora, a barriga a chocalhar, um terço da prova feita de pança atestada. Nas descidas à Foz do Lizandro, a meio da descida: de desligar a Dyane, abrir a porta, saltar em andamento (enrolamento à retaguarda como mandam as nep) e o Vítor Serpa, de A Bola, a gritar porque se vê sem condutor até o carro parar enterrado no meio do areal. Lembro-me de outros: de alguns à roda da mesa na Toca do Caboz em jantaradas. Uma paródia.

Vê lá tu a minha cabeça, Ainda ontem - à tarde - aspirante formado em atirador de infantaria ( três meses de especialidade, sete fins de semana enclausurado, uma greve ao rancho, uma formatura sem arma, a semana de campo interrompida pelo desasseeis de março das Caldas ), a jurar bandeira de boca fechada e a dizer para dentro, Era só o que me faltava.

Hoje - muito cedo - entrei em Caçadores 6 de marcha atrás. Telefonaram-me para casa, Apresente-se de seguida passou-se qualquer coisa em Lisboa. Estava de folga, estive de serviço na véspera, a revolução passava em directo no Carmo (reforçaram a segurança na porta de armas sem necessidade) e, ao perde paga, oficiais contra sargentos a jogar futebol: garrafas de dimple, sagres médias, copos pequenos de triplice seco. Uma paródia.

Há pouco – quase à hora do escurecer - drapeja uma bandeira na ponta de um ferro, não se ouvem conversas: ouve-se um silêncio anuviado (ouve-se assim quando só ouvimos memórias dentro de nós) e soldados desconsolados, hábitos de frades malhados em tons de camuflado arrastam os pés peados, acarretam sacos de lona e malas baratas para a parada. Em Infantaria 16 (outro antigo convento) o jantar foi servido mais cedo sem corneta a bradar para a mesa e a costumada estropiada das botas pelos claustros e escadarias soa discreta, diria, Até parece monja. Fingem-se assuntos inadiáveis, adia-se a partida, outra vez roupa nova vestida (arranjada à medida no alfaiate): camuflados, capas de chuva, assombrações embaciadas.

Passei o dia reconfortado a fingir fingindo ouvir lembranças destes dias, e durante a viagem até Figo Maduro (o nosso cão ao longe a ladrar) passam garrafas de bebidas brancas caseiras de mão em mão. No riscar de um fósforos de fugida uma carantonha calada, fechada, diria, Até parece cera.

Aqui chegado (a este aprisco): na frente um aeroporto, atrás um muro alto e um portão fechado, detrás do muro a multidão apinhada grita, Estamos aqui (a ouvir chamar por mim subo as escadas de embarque).

Se tens no teu nome o meu nome próprio (não te servindo de muito, devido ao pouco uso) não quero que o ouças chamar assim em despedidas, pois não e nunca te desejo este amargor que trago colado no céu da boca.

Bem basta eu, António Luís.

António Luís Caramona
paudegiz@gmail.com

 

 

 

CONTRABAIXO

A morte do artista

Supletivo, Articulado, Ensino Integrado, Ensino Artístico Especializado, estas são algumas das palavras e expressões que enriqueceram o vocabulário mediático nas últimas semanas. A razão para tal? Uma "reforma" do ensino artístico que se baseia num documento que consegue o pleno na oposição por parte de professores e músicos e de muitos pais e alunos dos Conservatórios de todo o país. Trata-se do relatório final do Estudo de Avaliação do Ensino Artístico, realizado ao longo de 10 meses por uma equipa da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade de Lisboa. A Srª. Ministra da Educação falou em arrogância, por parte da Escola de Música do Conservatório Nacional, mas esquece que, no referido estudo, foram escritas coisas deste calibre:

O facto do ensino ser denominado especializado não faz das suas escolas e dos seus professores "especiais"; na verdade, num certo sentido, todas as escolas e todos os professores são "especiais". (página 25)

A Srª Ministra diz que não assinou nada e que se tiraram conclusões precipitadas. Para perceber a debilidade do argumento basta ler, no referido relatório, o seguinte: O regime de frequência dos alunos em todas as escolas públicas do ensino artístico especializado deve ser essencialmente o regime integrado. (página 27). Mas há muitos outros aspectos curiosos. A dada altura, o estudo refere o seguinte:

No contexto do ensino artístico não superior que é proporcionado pelo sistema educativo, o ensino da Música é aquele que tem maior expressão e visibilidade, envolvendo um total de 111 escolas especializadas e profissionais, cerca de 18 000 alunos e 2 100 professores. Se tivermos em conta os números referentes ao sistema educativo, a sua dimensão é obviamente reduzida mas nem por isso deixa de constituir uma importante realidade social e cultural e de ter um papel insubstituível na educação e na formação musical de milhares de crianças, jovens e adultos. Nos últimos anos tem havido um aumento sistemático do número de alunos e também do número de instituições do ensino particular e cooperativo. (página 43)

Atentem num pormenor curioso. Reparem no número de professores e no número de alunos. Mesmo que haja lugar a alguma optimização de recursos, já estão a imaginar como é que o tal "universo", demagogicamente, passa de 17000 para 1,5 milhão. Vamos buscar professores à China? Ou não será mais importante garantir que com os recursos existentes se possa prestar cada vez melhor serviço, mas dentro do que é razoável, sem abdicar, por exemplo, da necessidade de aulas individuais na aprendizagem do instrumento e sem retirar a possibilidade de trabalhar com alunos do 1º Ciclo nos Conservatórios.

E, agora, digam-me qualquer coisa sobre a ciência desta afirmação:

As escolas públicas do ensino artístico e, muito especialmente, as escolas do ensino especializado da Música, parecem debater-se entre concepções que advogam a sua vocação de escolas que preparam músicos profissionais e as realidades que lhes impõem largas centenas de crianças que ali são quase "depositadas" pelas famílias. Acontece que a maioria dessas crianças acabam por não revelar qualquer "inclinação" ou "vocação" para prosseguir os seus estudos musicais. (página 45)

Pois é. São assim como aquele pós-doutorado que foi meu aluno de guitarra e que me diz que nunca a largou durante o seu percurso universitário e que, ainda agora que já exerce, continua a tocar sempre que pode. Ou como outro que está a concluir o doutoramento numa área da Psicologia e que me fala sobre a importância que o instrumento teve na sua vida. É tudo coisa pouca. Tal como o facto de a esmagadora maioria dos nossos melhores músicos terem passado por essas mesmas escolas e, muitos, em regime supletivo. Esses foram os da boa inclinação ou vocação, com toda a certeza. Já estamos a imaginar, com o novo sistema, os tais 1,5 milhões a revelarem vocações e a fazerem parte das Orquestras Sinfónicas que cada Junta de Freguesia vai poder alimentar.

Porque é que teremos de aceitar como bom um estudo que é a base da destruição de algo que foi crescendo exemplarmente ao longo de cerca de 30 anos? Sim, porque a rede de Conservatórios e Academias que cobre de uma forma muito equilibrada o território nacional é um investimento que pode ser desintegrado e desbaratado se as ideias peregrinas do Ministério de Educação avançarem.

Carlos Semedo 
carlossemedo@gmail.com
 

 

 

 

OPINIÃO

Cartas desde la ilusión

Querido amigo:

Ya han pasado las fiestas de Navidad y hemos comenzado el nuevo año “con buen pie”.

Mis alumnos han regresado todos felices por volver a verse. En los primeros momentos de toma de contacto con ellos les dejé que charlasen animadamente sobre sus impresiones de estas fiestas, los regalos que recibieron, etc. Hubo un barullo continuado durante unos minutos, mientras se saludaban y se contaban sus cosas entre ellos.

Poco a poco se fueron sentando en sus lugares y el ambiente del aula se fue sosegando. Pero observé que, a medida que se iban sentando, cada uno de ellos fue sacando de su mochila su “cuaderno de bitácora” que habían rellenado durante las vacaciones. Fue como una especie de contagio. Comenzó una niña. Sacó su “diario de vacaciones” y lo colocó sobre la mesa. A continuación, los alumnos que la rodeaban hicieron lo mismo… y poco a poco, todos estaban sentados en sus pupitres con su libro encima de la mesa.

Al ver esto pensé: realmente, cuando tratamos a los alumnos con cariño y con respeto, cuando les consideramos personas humanas, ellos responden como tales… y me sentí feliz. En ese momento, no dudé en expresarles lo feliz que me sentía por volver a estar con ellos. Me levanté de mi asiento y fui chocando mi mano con la mano de cada uno de ellos mientras les decía: “Estoy feliz de volver a verte”… “Estoy feliz de volver a verte”… “Estoy feliz de volver a verte”…

A continuación, aprovechando el momento emocional que se había creado, les invité a que todos hiciesen lo mismo, a que se dijesen todos a todos, de uno en uno “estoy feliz de volver a verte”, mientras se daban un abrazo o un beso, o un apretón de manos… Puedes imaginar cómo subió el “tono” emocional en el aula. En ese momento me di cuenta de que estaba consiguiendo que el grupo de mis alumnos se considerasen realmente unidos. Y volví a sentirme feliz…

Una vez que todos y cada uno de ellos hubiese expresado su agrado por haberse encontrado de nuevo con todos sus compañeros, volvió el silencio y el sosiego al aula. Confieso que me sentí fuertemente emocionado y, por un momento, dudé cómo continuar nuestra sesión inicial del segundo trimestre.

Pero, a continuación, insinué: “¿Alguien quiere decir algo a todos los demás acerca de sus vacaciones de Navidad? ¿Alguien quiere leer algo de su “diario de vacaciones”?”.

Puedes suponer que todos levantaron la mano pidiendo ser quien abriera la “sesión”. No podía elegir, porque caería en la parcialidad. Por eso les dije: “Vamos a hacer un juego”. Les expliqué que el juego consistiría en que cada uno de ellos extraería una bola numerada (como las que se usan para jugar al bingo) de un saquito que tenemos en el aula (lo utilizamos siempre que queremos decidir al azar quién comienza alguna actividad); quien sacase el número 4, sería la/el primera/o en actuar; entonces, la/el alumna/o, leería su diario o diría algo de sus vacaciones al resto de sus colegas; y una vez que finalizase su comunicación, elegiría a la/el colega que haría lo mismo a continuación.

Fue una sesión encantadora… Disfruté enormemente, y creo que mis alumnos también disfrutaron ampliamente de la sesión de intercambio.

Pero, lo siento, ya no tengo más espacio.

En mi próxima carta te volveré a contar mis experiencias (entre ellas se encuentra nuestro primer uso del blog en Internet… ¡fue genial!).

Juan A. Castro
juancastrop@gmail.com

 

 

 

Xº ANIVERSÁRIO

Ensino Magazine Ibérico

O Ensino Magazine assinala, este mês, o seu 10º aniversário, assumindo-se como a principal publicação dedicada ao ensino, cultura e educação do país, com distribuição gratuita nas escolas, desde o ensino básico ao superior, num universo que ultrapassa os 200 mil leitores. O momento é, por isso, de satisfação mas também de novos desafios que estamos a abraçar.

Com o projecto consolidado a nível nacional, o Ensino Magazine vai partir para a sua internacionalização, passando a ser distribuído, já este ano, nas universidades e escolas espanholas localizadas na zona raiana, como as universidades de Salamanca ou Extremadura. Como referia Ignacio Bergudo, antigo reitor daquela que é uma das mais antigas universidades do Mundo, "a educação não tem fronteiras".

A ideia é por nós partilhada com sentido de responsabilidade, e com o espírito de prestar um melhor serviço aos nossos leitores, os quais atravessam a pirâmide etária. É com satisfação que vemos os jovens que se candidatam ao ensino superior procurarem nas páginas do nosso jornal as instituições e os cursos disponíveis. O Ensino Magazine é uma referência de credibilidade para esses estudantes, mas também para as suas famílias que, de um modo mais documentado podem decidir o futuro dos seus filhos. Mas merece também a leitura atenta dos professores e o respeito das instituições que tutelam os diferentes níveis de ensino em Portugal.
A missão do Ensino Magazine está a ser cumprida. Em boa hora aceitámos o desafio lançado por João Ruivo, director fundador da publicação. Em boa hora lançámos o desafio ao Semanário Reconquista, que de pronto acreditou no projecto, surgindo assim uma parceria editorial com a RVJ - Editores.

Os 10 anos de experiência acumulada são um trunfo forte para os objectivos que ainda queremos concretizar. Este mês o Ensino Magazine viu nascer o seu primeiro filho, o Ensino Jovem. Um suplemento permanente, com um grafismo moderno, onde os temas que mais cativam os alunos do 3º ciclo e do secundário, são apresentados sem tabus, e com a sua participação. O corpo principal do jornal sofreu, no último ano, alguns reajustamentos, não só ao nível de grafismo como de conteúdos. Significa que estamos atentos àquilo que são os desejos dos nossos leitores, pelo que a aposta continuará a passar pela inovação, com o aparecimento de outras secções, como a saúde.

É neste espírito de confiança que desafiamos o futuro e que nos temos empenhado em diferentes parcerias com instituições, na promoção de iniciativas. Os exemplos são muitos, dos quais destaco a realização das feiras de acesso ao Ensino Superior, Futurália e Qualifica (em Lisboa e no Porto), por onde passaram mais de 80 mil visitantes, os certames dedicados ao Emprego e Pós Graduações (numa parceria com a Jobfair, em Lisboa e no Porto), o Ciclo de Colóquios do Pensar (com a Associação Nacional de Professores) e o Debate Nacional de Educação (promovido sob a chancela do Conselho Nacional de Educação). Envolvemos também a comunidade académica e as principais instituições de ensino superior no Concurso Nacional de Fotografia, em 2006, e no Concurso Nacional TNT - Tou na Net, em 2007.

Nestes 10 anos estão também de parabéns todos os colaboradores do Ensino Magazine, os quais, de uma forma empenhada, tornam possível a sua produção. A riqueza dos conteúdos publicados exigem que façamos uma retrospectiva daquilo que foi o ensino em Portugal nos últimos dez anos, pelo que iremos lançar a colecção literária Ensino Magazine, com a publicação de vários livros, dos principais editoriais, das entrevistas que marcaram esta década, das crónicas que deliciaram os nosso leitores e da poesia de João de Sousa Teixeira.

João Carrega
carrega@rvj.pt

 

 

 

Xº ANIVERSÁRIO

Evitar a cegueira para afastar a morte

Dez anos e 121 edições depois, o Ensino Magazine chega hoje às mãos dos leitores mantendo a política inicial de conseguir a atenção de públicos diversificados entre os milhares de estudantes e professores de todos os graus de ensino, mas também junto de toda a comunidade escolar e educativa. É por isso que esta edição integra novidades como o Ensino Magazine Jovem.

A hora é de alguma expectativa por parte da malta cá da casa. Como sempre, queremos saber até que ponto respondemos às expectativas de um público crescente em número e exigente em conteúdos e aspecto gráfico.

E ainda bem que essa exigência é sentida do lado de cá. Por um lado é uma prova de que o jornal tem público e que esse público se preocupa com o jornal. Por outro lado, essa exigência de melhorar permanente motiva-nos, permite-nos a combater a cegueira de quem pensa já saber tudo e a evitar as rotinas que conduzem inevitavelmente à morte.

É por isso que queremos ser melhores todos os dias, que queremos fazer um trabalho com mais qualidade, que solicitamos a colaboração de pessoas interessadas e participativas, que não temem ser criticadas, pois sabem que só quem trabalha pode falhar. Felizmente, temos conseguido contar com pessoas assim, em qualidade e num número crescente. Neste número de aniversário a família do Ensino Magazine cresceu.

Mas dez anos depois é também hora de recordar as muitas pessoas que ajudaram a construir este projecto. Em 1998, quando muitos de nós se dividiam entre outros trabalhos e a escola, poucos nos auguravam futuro. Mas esses poucos eram bons. As palavras de incentivo permitiram superar os maus agoiros. Sentimos hoje que o trabalho valeu a pena. Vale a pena. Valerá a pena.

Então, o Professor João Ruivo e o Reconquista foram fulcrais na concretização do projecto. O Professor ganhou a satisfação de ver uma ideia concretizada. O Reconquista aproximou-se das escolas e da Universidade. Hoje, além de jornal regional de referência, que já era, integra um projecto universitário internacional de Educação para os Média. E nós? Nós somos eles e somos muitos. Mas, perdoem-me a imodéstia, eu, o João e o Rui aprendemos que a humildade, o trabalho e o espírito de iniciativa superam qualquer Velho do Restelo, por mais velho e poderoso que seja. Que assim continue a ser!

Vitor Tomé
vitor@rvj.pt
 


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