QUATRO RODAS
Os promotores
salvadores

Start Sign, Fulleventos, New Agency,
Anda, Publiracing, são nomes que nada significam para os menos atentos
acompanhantes do desporto automóvel. São, no entanto, os responsáveis
pelo ressurgir em força de algumas competições.
Historicamente, em Portugal, e mesmo, na Europa, as competições eram
tuteladas por federações, que se limitavam a calendarizar, criar regras
e assegurar que as mesmas fossem cumpridas.
Com a globalização das comunicações, o espaço ocupado pelo desporto
automóvel foi diminuindo, dando lugar a muitos eventos desportivos
promovidos pelos próprios distribuidores de conteúdos. Para combater
esta situação não restava mais do que seguir o modelo americano.
Na América, os principais campeonatos ou “séries” são organizados por
empresas e não são tutelados por qualquer federação. O principal
objectivo é criar um espectáculo com audiências para que todos saiam a
ganhar. As marcas porque vêem os seus produtos a conquistar minutos na
comunicação social, os organizadores porque podem aumentar as suas
receitas e os pilotos, que assim conseguem patrocínios com mais
facilidade.
Recentes análises de consultores referem por exemplo que na NASCAR, que
gere as “séries” americanas com mais sucesso, existe uma lista de espera
de patrocinadores que querem entrar neste campeonato.
Mas regressemos a Portugal. A nossa federação percebeu não estar
vocacionada para encarar o desporto automóvel como um espectáculo, mas
também sabe que se o mesmo assim não for entendido, não sobreviverá e
inteligentemente, começou a ceder os direitos de promoção a entidades
privadas. Não demorou para que aparecessem os primeiros resultados.
O caso mais notório é o do PTCC, Campeonato de Portugal de Circuitos.
Neste caso a Full Eventos efectuou um trabalho magnífico, conseguindo
ressuscitar um campeonato de velocidade, que, há já muitos anos, não
existia no nosso País. Trata-se pois do caso mais sério que por cá
temos, com o envolvimento de várias marcas, com corridas muito
espectaculares e um grande retorno para as “brands” que apostaram em
apoiar os promotores e os pilotos.
A um nível diferente, é de destacar o trabalho de “Mex” Machado na
promoção do Open de Ralis, uma espécie de “divisão de honra” do
automobilismo nacional. A sua empresa, START SIGN, corre o risco de
conseguir colocar este campeonato com maior notoriedade que o Campeonato
de Portugal de Ralis, beneficiando de algum cinzentismo na actividade da
NEW AGENCY, que é a responsável pelo que tem sido o nosso principal
campeonato de ralis.
Estou realmente muito curioso com o que vai acontecer em 2008, e pela
primeira em muitos anos as minhas expectativas são elevadas.
A todos desejo os maiores sucessos, para que o desporto de que mais
gostamos possa voltar à ribalta.

Paulo Almeida
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