ANIVERSÁRIO DO INSTITUTO
POLITÉCNICO DA GUARDA
As realidades do
Ensino Superior

"Desvalorizar a realidade que hoje se
vive no ensino superior será, inevitavelmente, um erro trágico",
considerou o Presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Jorge
Mendes, no decorrer da sua intervenção na sessão solene de abertura do
ano lectivo no IPG, que decorreu no passado dia 3 de Dezembro.
Jorge Mendes considerou que esta sessão "ocorre num contexto muito
particular, marcado, por um lado, pelas profundas transformações
legislativas e, por outro, pela crise económica e financeira".
No seu discurso, o Presidente do Politécnico da Guarda referiu que "o
discurso gestionário onde conceitos como eficiência, eficácia e
avaliação do desempenho estão omnipresentes, tem ajudado a difundir a
ideia de que as instituições de ensino superior são mal geridas,
tentando-se, de algum modo, justificar o progressivo desinvestimento no
ensino superior."
Daí que, na sua perspectiva, "discutir o ensino superior, nomeadamente
numa altura em que o futuro, pelo menos próximo, não se mostra risonho,
não deixa de ser oportuno; ter consciência das dificuldades e da
insatisfação de diversos segmentos sociais é, certamente, importante".
Aludindo aos novos estatutos do Instituto Politécnico da Guarda, Jorge
Mendes afirmou, no decorrer desta sessão solene, que eles são um "bom
exemplo de que é possível as instituições de ensino superior
organizarem-se de forma diferenciada, conforme o seu contexto
específico, abrindo a instituição à participação externa em órgãos
centrais do IPG".
O programa desta sessão solene de abertura do ano lectivo, incluiu, para
além da intervenção do Presidente do IPG, uma Oração de Sapiência
subordinada ao tema Combate à pobreza e desenvolvimento regional. Estudo
de caso (que foi proferida por D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da
Guarda), a entrega de bolsas de mérito a alunos que tiveram
aproveitamento escolar excepcional, a atribuição dos Prémios CGD e
"Ensino Magazine" e a entrega de certificados de mérito a docentes e
funcionários com mais de quinze anos de serviço no IPG.
Esta sessão decorreu no Auditório dos Serviços Centrais do Instituto
Politécnico da Guarda, a partir das 14h30.

Docente da Esald ganha
prémio
A docente da Escola Superior de Saúde Dr.
Lopes Dias (ESALD) Paula Sapeta recebeu, recentemente, dois primeiros
prémios pelo poster científico "Cuidar em fim de vida: factores que
interferem no processo interacção enfermeiro doente". O trabalho foi
galardoado no IV Congresso Nacional de Cuidados Paliativos decorrido nos
dias 16, 17 e 18 de Outubro no hotel Tivoli Almansor, Carvoeiro, e no 7º
Congresso de Enfermagem Oncológica, realizado nos dias 15 a 18 de
Novembro, na cidade do Funchal. O poster, que tem como co-autor Manuel
Lopes, docente da Universidade de Évora, apresenta uma revisão
sistemática da literatura com o objectivo de "identificar os factores
que interferem no processo de interacção Enfermeiro-Doente, na situação
particular de saúde que é o fim de vida, num contexto hospitalar
destinado a doentes agudos".
Segundo Paula Sapeta e Manuel Lopes, "a partir dos resultados dos
estudos em análise foi possível colocar em evidência que na interacção
Enfermeiro-Doente, interferem factores decorrentes das dimensões
(pessoais e/ou profissionais) de cada um dos actores, as quais por sua
vez são influenciadas por variáveis decorrentes do contexto e cultura
hospitalar, em particular, e do contexto social e cultural, mais vasto.
Alguns estudos colocaram em evidência a natureza emocional dos cuidados,
que se tornam exigentes a todos os níveis, com particular ênfase para as
estratégias e atitudes que a Enfermeira desenvolve para ajudar o doente
e a família, garantindo "um refúgio e uma passagem segura"; "podemos
aglutinar essas estratégias em dois conceitos centrais: a gestão pessoal
da morte e a aliança terapêutica no cuidar, podendo assim minimizar os
efeitos negativos da experiência vivida e da aridez dessa cultura
organizacional. Se entendermos que é deste processo de interacção que
podem advir os melhores contributos terapêuticos para o doente e para os
seus familiares, então esta é uma área de excelência para o enfermeiro,
o qual deverá aperfeiçoar os seus saberes, habilidades e competências,
através da formação pré e pós-graduada, e na formação contínua, ao longo
da vida. Dado que os estudos considerados na revisão provinham de países
dos 5 continentes do mundo, é possível concluir que o medo e a negação
da morte constitui a raiz das maiores dificuldades em lidar com o doente
que se aproxima do fim, comum a todas as cultura ou religiões".
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