PINHAL MAIOR AJUDA
MOÇAMBIQUE
Uma escola para
Nancala

A Associação de Desenvolvimento Pinhal
Maior, que integra os municípios de Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Vila
de Rei e Mação, acaba de construir uma escola primária na aldeia de
Chibato, concelho de Nancala, província de Nampula, em Moçambique. Uma
forma diferente de promover a solidariedade entre os dois povos e que
permite a cerca de 300 crianças aprenderem a língua portuguesa em
condições condignas.
Hoje, na aldeia, as crianças ainda aprendem o português sentadas no chão
cujo tecto é uma árvore, num quadro que não vê o giz há muito tempo, e
sem cadernos, canetas ou lápis para juntar palavras. "É algo que nos
comoveu e que dói muito", explica Augusto Nogueira, coordenador da
Pinhal Maior.
Saldenha Rocha, presidente da Câmara de Mação, integrou a comitiva que
no passado mês de Junho, visitou a aldeia, para acompanhar o ritmo das
obras. "A primeira impressão foi um choque profundo. É muito doloroso
ver crianças e adultos privados de bens essenciais. É certo que aqui
também existem pessoas com muitas dificuldades, mas naquele caso
concreto estamos a falar de sobrevivência. Falta tudo, desde água,
electricidade ou saneamento. Um simples balão faz felizes mais de 15
crianças e um pacote de bolacha maria é algo de extraordinário",
recorda.
Saldanha Rocha lembra que "fomos muito bem recebidos por todas as
entidades, desde os representantes de Nampula e Nancala aos chefes da
aldeia e de tribo". O processo de construção foi gerido pela comunidade
cristã das Irmãs Franciscanas e até o empreiteiro é português, embora
esteja há mais de 40 anos em Moçambique. "Foi uma forma de controlarmos
melhor a sua construção", confessa o autarca, que também está a promover
uma recolha de material e bens de primeira necessidade para levar à
aldeia.
O desafio da Pinhal Maior foi prontamente aceite pelos cinco municípios
que compõem a associação, os quais classificaram a iniciativa como
inovadora. Cada uma das autarquias contribuiu com cinco mil euros e o
projecto foi para o terreno em Dezembro de 2006. A inauguração deverá
acontecer na segunda quinzena de Setembro.
MINISTRA DA EDUCAÇÃO
GARANTE
Acção social melhorada
O Ministério da Educação (ME) quer
duplicar até ao final da legislatura (2009) o número de alunos do ensino
secundário abrangidos pela acção social escolar, sendo que actualmente
apenas 10 por cento dos estudantes beneficiam daquele apoio.
Em conferência de imprensa para apresentar o novo ano lectivo, a
ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, adiantou, sem indicar
um prazo, que a meta é ter 30 por cento dos alunos do secundário
abrangidos, tal como sucede actualmente no ensino básico.
"Os alunos do secundário que potencialmente poderiam ser abrangidos pela
acção social escolar não se encontram na escola, por isso, o cumprimento
desse objectivo está associado à captação de alunos", afirmou Maria de
Lurdes Rodrigues.
Segundo a titular da pasta da Educação, a maioria dos alunos não chegava
a entrar no secundário ou abandonava este nível de ensino por razões
económicas ou pelo desajustamento das ofertas educativas em relação às
suas expectativas, uma tendência que a tutela está a inverter com o
alargamento dos cursos tecnológicos e profissionais, já iniciado, e com
mais apoios aos alunos.
Nesse sentido, Maria de Lurdes Rodrigues anunciou a alteração das regras
de acesso a bolsas de mérito para os estudantes do secundário, passando
a ser abrangidos também os alunos que, não estando incluídos na acção
social escolar, pertençam a agregados familiares com baixos rendimentos.
Além disso, segundo a tutela, foram já alterados os limites de capitação
do rendimento das famílias mais carenciadas e aumentado em 27 por cento
o valor das comparticipações em livros, material escolar, alojamento,
refeições e auxílios económicos.
O ME decidiu ainda atribuir subsídios de transporte aos alunos dos
cursos profissionais do ensino secundário, de forma a que os estudantes
possam frequentar o curso que pretendem, independentemente da residência
do agregado familiar.
Outra das novidades para o ano lectivo que se inicia entre 12 e 17 de
Setembro prende-se com o reforço do apoio à família nas interrupções
lectivas e nos períodos de início e fim de dia, pretendendo a tutela
envolver, além das Instituições Particulares de Solidariedade Social, as
associações de pais e as autarquias, num esquema semelhante ao das
actividades de enriquecimento curricular.
De acordo com a ministra da Educação, em 2005 cerca de 50 por cento das
escolas não tinham condições para funcionar a tempo inteiro, mas este
ano lectivo 90 por cento dos estabelecimentos de ensino funcionarão em
regime normal (em oposição ao regime de desdobramento de horário), o que
"permite consolidar e melhorar as condições de promoção e concretização
das actividades de enriquecimento curricular".
Ainda antes do início do ano lectivo serão celebrados os primeiros
contratos de autonomia entre as Direcções Regionais de Educação e 20
escolas ou agrupamentos de escolas, o que dará a estes estabelecimentos
de ensino maior independência na gestão pedagógica, do currículo, dos
recursos humanos e financeiros e de organização interna.
A estabilidade do corpo docente foi outras das novidades destacadas pela
ministra da Educação, que revelou que até ao concurso de professores de
2005/2006 cerca de 50 por cento dos docentes mudavam de escola
anualmente, sendo que este ano este valor baixou para seis por cento.
Em relação aos manuais escolares, Maria de Lurdes Rodrigues lembrou que
os manuais do secundário, os mais caros, foram integrados na convenção
de preços, ainda para ser assinada com os editores, o que limita a
actualização do seu preço de venda ao público ao nível da inflação.
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