Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº116    Outubro 2007

Universidade

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE JOVENS

Aveiro na frente

A mestre Susana Sá, doutoranda da Universidade de Aveiro, foi contemplada com o Prémio GPS – Educação e Formação pelo Grupo Gestão de Participações Sociais, S. G. PS. SA), atribuído pela primeira vez em 2007, com o intuito de distinguir bienalmente o melhor trabalho académico sobre temas que se insiram na área da Educação e Formação de Jovens.

O trabalho premiado, «Educação, Diversidade Linguística e Desenvolvimento Sustentável», realizou-se no âmbito da primeira edição do Mestrado em Educação em Línguas no 1º Ciclo do Ensino Básico, sob a orientação de Ana Isabel Andrade e insere-se nas linhas de investigação do Laboratório Aberto de Aprendizagem de Línguas (LALE), estrutura do Centro de Investigação de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro.

O estudo desenvolvido tentou articular diferentes áreas do conhecimento, apresentando resultados de um projecto de intervenção com uma turma do 1º Ciclo do Ensino Básico (3º ano de escolaridade), cujo objectivo principal foi a concepção, implementação e avaliação de actividades de sensibilização à diversidade linguística e cultural concebidas no âmbito de uma educação para o desenvolvimento sustentável.

Realizada dentro de uma sala do 1º Ciclo, esta investigação-acção permitiu compreender como é possível, através da educação em e pelas línguas, contribuir para a compreensão de que Ambiente, Economia, Sociedade e Cultura são esferas indissociáveis da vida humana, tendo que ser abordadas de modo transversal, desde os primeiros anos de escolaridade, se pretendemos contribuir para a construção de um futuro sustentável.

 

 

 

DOCENTE DA UBI ORGANIZA

O novo mapa de África

O docente da Universidade da Beira Interior, Rui Fernandes, esteve 15 dias no Quénia a promover um curso para técnicos de recolha e tratamento de dados geográficos através da tecnologia de GPS. A instalação de estações de monitorização e a implementação de um sistema de posicionamento global são os próximos passos.

Esta é uma forma encontrada para solucionar problemas em alguns países que não têm ainda mapas bem definidos nem redes de estações de recolha e tratamento de dados geográficos e cartográficos. Um caso exemplar, nesta matéria, é o do continente africano. Dada a necessidade de formar técnicos para futuras estações de recolha de dados, Rui Fernandes orientou um curso de 15 dias no Quénia, em Agosto.

O docente da UBI organizou este evento em parceria com o Centro Regional para o Mapeamento de Recursos para Desenvolvimentos, com o Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa e com o Hartebeesthoek Radio Astronomy Observatory da África do Sul. O curso decorreu em Nairobi, no Kenya, e contou com representantes de nove países, casos da Etiópia, Quénia, Malawi, Nigéria, Portugal, Uganda, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

O docente da UBI salienta que a formação está inserida num projecto mais global que visa a implementação de um sistema desta natureza para todo o continente africano. Para além dos sistemas que já existem nesta região do globo “e que são ‘nacionalizados’, o que se está a tentar promover é a necessidade urgente de materializar um novo sistema, a ser implementado de raiz”. Esta ideia começou a ganhar força, “quando em 2006 participei numa conferência, na África do Sul e se falou, pela primeira vez, num sistema global para aquele continente”. A partir desse momento começou-se o trabalho, a instalação de algumas estações e conseguiu-se mesmo “ter o apoio de um laboratório da NASA”.

Rui Fernandes está também a desenvolver um outro projecto em África e que diz respeito “ao movimento de duas placas tectónicas”. Algo que se consegue “através dos dados fornecidos por este tipo de equipamento e software”, esclarece o docente. Há um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para estudar a movimentação das placas tectónicas em várias áreas. “Como temos uma estação de observação em Moçambique e até ao fim do ano pretendemos instalar mais um ou duas, esse estudo pode prosseguir a bom ritmo”, acrescenta.

Eduardo Alves


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