GENTE & LIVROS
Jordi Sierra i Fabra

«(...) a fotografia ou
a imagem é o que comprova a naturalidade do acontecimento, o que o
cerifica e autentica. Podes contá-la ao mundo inteiro, em mil ou em cem
mil palavras, e o mundo acreditar-te-á. Inclusivamente, estremecerá com
o relato. Mas dá-lho em imagem, e então será teu. Irás feri-lo no meio
da alma, irás arranhar-lhe a razão, e comover-lhe a consciência.
Apesar disso, tinha preferido estudar jornalismo. Nunca seria tão bom
como Chema, com uma câmara nas mãos. O seu meio eram as palavras. E um
dia, os dois viajariam para cobrir uma revolta ou uma guerra, um
terramoto ou o estoiro de um vulcão. Os dois. Fariam as melhores
reportagens, e no final toda a gente leria: « texto: Isaac Soler./
Fotos: Chema Soler».
Como os sonhos acabam depressa.
E como é amargo o despertar (...)».
In Um Homem com um Garfo numa
Terra de Sopas
Jordi Sierra i Fabra
nasceu a 26 de Julho de 1947, em Barcelona. Aos 8 anos já manifesta
vocação literária, aos 12 escreve o primeiro romance de 500 páginas. A
adolescência passa-a em grande parte na companhia da música. É um
fundador do El Gran Musical (cadena SER, Madrid) e colaborador na Rádio
Barcelona. Escreve artigos para a Imprensa de Barcelona e no Novo Diário
de Madrid. Abandona os estudos de arquitectura em 1970, para poder
trabalhar como comentarista musical e director do semanário Disco
Express, em Barcelona. Viaja pelo mundo na companhia de bandas musicais
e o primeiro livro publicado, 1962-1972 História da Música Pop (1972), é
a primeira obra do género editada em Espanha e um significativo sucesso
de vendas. No ano de 76 desliga-se das várias revistas musicais em que
trabalhou para se dedicar com exclusividade à literatura e à outra
grande paixão, as viagens.
Os anos oitenta marcam o inicio dos primeiros Ciclos de Conferências do
escritor. Um pouco por toda a Espanha, visita Escolas e Institutos. Os
seus livros para a infância e juventude são um enorme sucesso literário
e em 1991 ganha pela terceira vez em 10 anos, o Prémio Gran Angular de
literatura. Os romances O Regresso de Johnny Pickup e El Tiempo del
Olvido têm os direitos cinematográficos comprados em 1996. Nesse mesmo
ano, o escritor vence o Prémio Joaquim Ruyra da literatura juvenil. Não
param as conferências que dá agora por vários países, com destaque para
os latinoamericanos. Em 2004 supera os 7 milhões de livros vendidos só
em Espanha e segundo dados oficiais é o autor juvenil mais solicitado e
lido nas Bibliotecas desse país. São criadas duas fundações com o nome
do autor, uma em Espanha – Barcelona – e a outra na Colúmbia – Medelin –
que tem como objectivo ajudar os jovens escritores. Com mais de duas
centenas de livros e de 30 prémios literários, em 2006 falou-se pela
primeira vez no Prémio Literário Jordi i Fabri.
Da sua vasta bibliografia, fazem parte os seguintes títulos de narrativa
juvenil: Em Busca de Jim Morrison (1990); A Guitarra de John Lennon
(1990); Nunca Seremos Estrelas de Rock (1995); A Estrela da Manhã
(1996); A Música do Vento (1998); Onde o Vento dá a Volta (2001); Sete
Minutos para a Revolução (2005); Sem Volta Atrás (2005); Chamando às
Portas do Céu (2006).
Um Homem com um Garfo numa
Terra de Sopas. O jovem estudante de jornalismo Chema Soler é
confrontado com o suicídio do irmão mais velho. O que levou o célebre
fotógrafo Isaac Soler, - recentemente galardoado com World Press Photo
por uma imagem do massacre dos indígenas em Chiapas, - à suprema
desistência? Atrás da verdade Chema arrisca a vida numa investigação que
o conduz de Espanha até à Selva Lancadona. No coração do conflito,
surgem as explicações que faltam, até para a misteriosa frase na carta
de despedida de Isaac. Afinal, o que faz um homem com um garfo numa
terra de sopas? 
Eugénia Sousa
PELA OBJECTIVA DE J.
VASCO
Dia Internacional da
Música

Com muitas e variadas
iniciativas decorreu, no passado dia 1 de Outubro, o Dia Internacional
da Música. A foto representa uma homenagem às imensas bandas
filarmónicas que por este país, em difíceis condições, levam o
espectáculo musical, de modo gratuito, à generalidade da população. 
LIVROS
Novidades literárias
Dom Quixote. Responde se és Homem
- Epístolas aos Incrédulos, de Rita Ferro e Rosado Fernandes. Em nome
das mulheres deste país, a autora lança um repto a Rosado Fernandes. Ele
tem de responder a algumas questões que inquietam o género feminino. Um
verdadeiro “Ligações não Perigosas”. Com humor e sentido crítico, a
correspondência dos autores atesta que o diálogo homem-mulher pode, e
muito bem, ser franco, honesto e feliz.
Campo das Letras. Fados e
Desgarrados, José Xavier Ezequiel. O autor vai buscar à cultura
americana o essencial do romance negro, adaptando-o com grande
vitalidade e fôlego à realidade portuguesa. « Tens a visão sulfúrica das
personagens que eu só encontrei no Chandler, no Hammett e, por vezes no
Spillane» - Dennis McShade.
Gradiva. Leva-me Contigo, de M.
J. Hyland. John Egan possui um talento que o torna especial: sabe quando
alguém está a mentir. Ele sonha que esse dom ainda lhe trará fortuna e
fama, mas a realidade é bem mais dura quando passa por uma família
demasiado frágil. Leva-me Contigo, que o escritor J.M. Coetzee apelidou
de romance de grande qualidade, foi Prémio Hawthornden 2007; Prémio
Encore 2007; e Finalista do Prémio Man Booker 2006.
Presença. O Meu Nome é Vermelho,
de Orhan Pamuk. Istambul, últimos anos do Século XVI, o sultão encomenda
um livro secreto que celebre a sua vida e o seu império de forma
extraordinária. Os mais talentosos miniaturistas do país são chamados
para iluminarem o livro e um crime é cometido. O Meu Nome é Vermelho é
um dos mais aclamados romance do autor, prémio Nobel da Literatura em
2006.
Texto Editores. Sintra 7 Anos
Numa Ilha, de Emídio Copeto Gomes e Gustavo Figueiredo. Pode-se ler no
prefácio «Foram sete anos a percorrer e a conhecer Sintra a pé, desde os
primeiros dias em que nos vimos como que num reino celestial pousado
sobre a Terra, todo ele inexplorado, repleto de vestígios de heróis e
santos de outrora. (...)». Como quem fotografa sonhos, os autores
libertaram neste livro o encanto, o misticismo e a poesia, de uma terra
mágica.
Europa-América. Polegares, Dedos
dos Pés e Lágrimas, de Chip Walter. São seis as principais
características e comportamentos que nos separam dos restantes animais:
o dedo grande do pé, o polegar oponível, uma faringe com forma invulgar
e a magnífica capacidade e rir, beijar e chorar. Com esta obra
extraordinária o autor conta-nos como estas definições, aparentemente
sem ligação, evoluíram para nos tornarem a espécie que somos.
Cotovia. O Livro do Chá, de
Kakuzo Okakura. «A Filosofia do Chá não é mero esteticismo na acepção
vulgar do termo, porque exprime, conjuntamente com a ética e a religião,
todo o nosso ponto de vista a respeito do homem e da natureza (...)». O
Livro do chá contribui, em grande parte com filosofia e reflexão, na
apologia de uma das mais respeitadas beberagens do mundo.
Cavalo de Ferro. Pânico no Scala,
de Dino Buzzati. Publicado pela primeira vez em 1949, e após o êxito de
O Deserto dos Tártaros e de Os 7 Mensageiros, este é o segundo livro de
contos do autor. As 25 histórias que o compõem testemunham bem o talento
de Dino Buzzati, a quem os críticos de todo o mundo não pouparam nunca
elogios, chamando-lhe génio, brilhante, e provocador.
Piaget. A Literatura Europeia,
de Jean-Louis Backès. «A história da literatura europeia é a da
curiosidade insaciável» defende Backès. A literatura europeia - muito
mais do que a soma das literaturas de cada país – a sua génese e
evolução, surge nesta obra abordada de forma acessível e com
indiscutível interesse.
Guerra & Paz. Guia Terapêutico
de Cinema – Como curar insónias, fobias, depressões e desastres
amorosos, de Pedro Marta Santos. Após um período de doença em que o
autor se socorre do cinema para ultrapassar as horas menos boas, eis que
surge a ideia de alargar a terapêutica a outros casos. Assim, receita-se
um livro divertido sem poderes curativos, mas que funciona como
excelente placebo.
Difel. Adriana Mater, de Amin
Maalouf. Num país em guerra, Adriana fica grávida depois de ter sido
violada. Resistindo à opinião da irmã, decide ficar com o filho. Ao
vê-lo crescer, pergunta-se qual será o sangue que prevalece, o dela, ou
o do seu carrasco. Quando adulto, o filho promete matar o progenitor e
parte nessa missão. Ao regressar, ela recebe-o com estas palavras: «Esse
homem merecia morrer, mas tu, meu filho, não merecias matá-lo.». Adriana
Mater é um libreto comovedor.
Flamingo. Moda Fácil, de Dinah
Bueno Pezzolo, e ilustrações de Anita Ljung. Este é um livro prático
aconselhado a todas as mulheres que desejam encontrar o seu próprio
estilo.Com muitas sugestões de roupas e acessórios para várias ocasiões,
desde o trabalho, passando pelas viagens, festas e cerimónias de
casamento, não faltam dicas de beleza e cuidados para se estar sempre
bem.
|