Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº117    Novembro 2007

Universidade

EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO RODOVIÁRIAS

Coimbra vence concurso

André Fernando Simões e Miguel Ângelo Salvador, ambos alunos do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, venceram o 1.º prémio no concurso a nível nacional “Educação e Prevenção Rodoviárias – Jovens em Acção” (www.fjuventude.pt/edu-rodoviaria) no valor de 3000 euros, que foi promovido pela Fundação da Juventude.

O concurso teve por objectivo principal sensibilizar os estudantes universitários para a problemática da Educação, Segurança e Prevenção Rodoviária, através da elaboração de trabalhos temáticos que perspectivassem novas abordagens sobre esta matéria e que possibilitassem a sua participação activa na identificação de saídas possíveis, tendentes a diminuir o número de acidentes rodoviários em Portugal, e, consequentemente, as mortes nas estradas portuguesas.

O trabalho apresentado a concurso, intitulado “Gestão da Segurança Rodoviária” foi elaborado no âmbito da disciplina de Sistemas de Informação Geográfica, na Área de Especialização em Urbanismo Transportes e Vias de Comunicação, e teve como orientador o docente Adelino Ferreira.

O trabalho consistiu em desenvolver um Sistema de Gestão da Segurança Rodoviária (SGSR) em meio urbano através da utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Como caso de estudo foi considerada a rede urbana da cidade de Viseu.

Da análise dos resultados constatou-se que os pontos críticos da rede de Viseu, em termos de segurança rodoviária relativa a atropelamento de peões e jovens, são os seguintes: Estrada da Circunvalação; Avenida 25 de Abril; Avenida Dr. António José de Almeida; e Praça da República. Na parte final do trabalho foi ainda efectuada uma síntese das possíveis acções de prevenção e promoção da segurança rodoviária nos jovens.

O estudo permitiu ainda concluir que é fundamental a implementação de um Sistema Nacional de Gestão da Segurança Rodoviária com capacidades gráficas, através da utilização de todas as capacidades dos SIG, que contemple toda a rede rodoviária nacional, incluindo as redes rodoviárias municipais. Isto permitiria a manutenção de uma base de dados de acidentes rodoviários com o preenchimento automático das coordenadas exactas do local dos acidentes rodoviários através da utilização de sistemas receptores de GPS por parte dos agentes da autoridade. Desse modo, todos os interessados nestes assuntos teriam maior facilidade em consultar os dados dos acidentes rodoviários e utilizá-los no desenvolvimento de estudos de segurança rodoviária.

 

 

 

UNIVERSIDADE DOS AÇORES

Projecto Globvolcano avança

O Centro de Vulcanolgia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores esteve representado pelo investigador Rui Marques no Workshop de utilizadores do Projecto Globvolcano, integrado na Semana Internacional de Perigos Geológicos 2007 que decorreu nas instalações da Agência Espacial Europeia (ESA), em Frascati (Roma), Itália.

O projecto Globvolcano é um projecto da ESA dedicado ao estudo de perigos geológicos que tem como objectivo demonstrar a aplicabilidade da tecnologia e dos serviços integrados de Observação da Terra no domínio dos sistemas de alerta precoce de riscos vulcânicos, num conjunto de 16 vulcões seleccionados a nível mundial. Para além de um número alargado de empresas este projecto conta com a participação activa de organizações especificamente mandatadas para o efeito, tais como os observatórios vulcanológicos e a protecção civil. O CVARG, através do seu Observatório Vulcanológico e Sismológico integra este projecto como utilizador, recebendo informação obtida a partir de diversos satélites e contribuindo para a validação da mesma, através do conjunto de dados registados pelos mais variados sensores instalados no terreno que englobam o sistema monitorização vulcânica.

Segundo Teresa Ferreira coordenadora deste projecto, a implementação de técnicas de observação espacial nas rotinas de monitorização de diferentes observatórios vulcanológicos, possibilitará obter um conjunto de informação ao nível da deformação crustal, anomalias térmicas superficiais, emissão de gases (SO2) e plumas eruptivas, a qual é crucial durante o acompanhamento da reactivação de qualquer sistema vulcânico, permitindo uma melhor definição de níveis de alerta e uma resposta mais eficaz às entidades de protecção civil.

Durante as sessões da Semana Internacional de Perigos Geológicos foram discutidos assuntos relacionados com o uso e aquisição de imagens de satélite, o seu uso para o estudo dos riscos geológicos e as novas demandas da comunidade científica para os produtos derivados da conquista espacial. Para Rui Marques, o uso de imagens provenientes dos satélites que orbitam em torno do planeta Terra e o lançamento dos novos satélites apresentados nesta reunião, cada vez mais sensíveis e de maior resolução, abrem novas perspectivas no que respeita à identificação, monitorização e predição de alguns dos riscos geológicos que têm vindo a assolar o planeta, com interesse particular para aqueles que têm afectado o arquipélago dos Açores.

 

 

 

ABERTURA DO ANO LECTIVO EM LISBOA

Ir além da letra da lei

“Ao não favorecer a iniciativa, ao valer-se de argumentos de autoridade, ao debilitar as instituições – este Governo cria o desânimo entre todos aqueles que, genuinamente, se batem pelo progresso e pela inovação”. A afirmação é do Reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, e foi proferida durante a cerimónia de abertura do ano lectivo, realizada na Aula Magna da instituição, a 8 de Novembro.

Aquele responsável foi mais longe e referiu que “o espectáculo em que se transformou a política serve para esconder a inércia da política. Nada é pior do que a ilusão da mudança que deixa tudo na mesma. A sociedade portuguesa vai pagar um preço muito alto pelo preconceito deste Governo em relação às universidades”. Mas nem por isso considera que é tempo de baixar os braços, pois a Universidade de Lisboa, em seu entender, tem um caminho importante a percorrer, para continuar a afirmar-se em termos nacionais e internacionais.

“A Universidade de Lisboa tem como objectivo consolidar a sua posição no espaço europeu do ensino superior. Para isso, precisamos de uma organização que se inspire nos melhores exemplos internacionais. Precisamos de valorizar os novos ambientes intelectuais, atraindo os melhores investigadores. Precisamos de promover a iniciativa e o risco, trabalhando nas fronteiras do conhecimento”, afirmou.

Para que tal seja possível, para atingir a desejada renovação, António Nóvoa considera que é preciso “eliminar permanentes entraves burocráticos, a voragem regulamentadora que nos asfixia”, permitindo que as universidades tenham capacidade para identificar e contratar os melhores professores, “pondo fim à mediania e à endogamia”. É preciso clarificar os modelos de financiamento, tornando-os mais exigentes, competitivos e baseados nos resultados. É ainda preciso criar uma verdadeira rede de Ensino Superior, “pondo fim à proliferação de escolas que se criaram por todo o país, com a cumplicidade de poderes nacionais, regionais e locais”. O Reitor defendeu “a adopção de normas exigentes de avaliação e de acreditação”, além da implementação “de um novo modelo de governação das universidades.

Apesar das dificuldades, António Nóvoa considera que a Universidade de Lisboa pode definir um caminho que lhe permitirá “ir além da letra da lei” actual, sem ultrapassar os limites dessa mesma lei. Como exemplo aponta a criação de condições para contratar a massa crítica necessária, o “reforçar a abertura à sociedade”, a associação com outras escolas da região, “construindo um espaço institucional coerente, universitário e politécnico”. Quer ainda “dar muito maior peso às estruturas de investigação dentro da Universidade, ligando-as aos programas de pós-graduação e promovendo dinâmicas de inovação e de excelência, no plano nacional e internacional”, algo que considera a “prioridade das prioridades”.

 

 

 

A 20 DE NOVEMBRO

Aveiro debate cooperação

Governação, fragilidade dos Estados e o papel da cooperação para o desenvolvimento é o tema do debate agendado para 20 de Novembro no Auditório 23.1.5 do Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da Universidade de Aveiro. A iniciativa enquadra-se no âmbito do Projecto A Sociedade Civil no diálogo Europa África: Novas Dinâmicas de Solidariedade, é organizado pela ACEP e conta com a parceria da Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro e o Núcleo de Estudos para a PAZ (NEP) da Universidade de Coimbra.

Dirigido a estudantes, professores e investigadores, técnicos e membros de ONG locais e a técnicos dos Municípios ligados à cooperação descentralizada, o evento contará com a presença de Carlos Jalali, do Conselho Cientifico da Secção de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro (Moderador), José Manuel Pureza, Coordenador do NEP do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, David Sogge, Investigador no Transnational Institute, Fátima Proença, da ACEP, Luís Vaz Martins, da Liga Guineense de Direitos Humanos, e Carlos Figueiredo (Figas) da ADRA Angol.

Para além da apresentação dos resultados do estudo do NEP sobre Estados Frágeis (Angola, Guiné Bissau e Moçambique), o debate inclui um comentário dos participantes às principais conclusões do estudo, focando a discussão, de uma forma mais específica, nas implicações da abordagem dos Estados Frágeis para a cooperação para o desenvolvimento, nomeadamente a europeia; nas perspectivas sobre o papel e a intervenção das ONG em contexto de fragilidade do Estado; e nas perspectivas sobre a questão da fragilidade do Estado a partir da experiência concreta de terreno das duas ONG.

 

 

 

INVESTIGAÇÃO

UTL ganha prémios

Rita Coelho do Vale, investigadora do Instituto Superior de Ecomomia e Gestão (ISEG), acaba de ser premiada pela North American Association for Consumer Research com o melhor paper de 2007 – Franco Nicosia ACR Prize, apresentado na conferência anual da referida associação, que teve lugar em Memphis nos EUA.

O paper galardoado intitula-se Sneaky Small Sins Flying Under the Radar: Package Sizes and Consumption Self-Regulation e analisa as tendências recentes de marketing em que tempting products como batatas fritas, chocolates, e doces que são tendencialmente disponibilizados aos consumidores em embalagens de pequena dimensão, aparentemente com o intuito de ajudar consumidores a melhor controlar a quantidade consumida deste tipo de produtos.

Os resultados do estudo indicam que quando esses produtos são fornecidos em formatos de pequena dimensão produzem um efeito contrário ao esperado, ou seja, aumentam a probabilidade de consumo e da quantidade total consumida. Concluiu-se, ainda, que os resultados apresentados têm grande impacto ao nível de políticas governamentais de combate à obesidade e de comportamentos de risco, ilustrando os potenciais benefícios da activação de conflitos de auto-controlo, sublinhando o efeito negativo de oferecer aos consumidores tempting products em formatos de pequena dimensão.
 

Ciência. Luís Gargaté, investigador do Instituto Superior Técnico (IST) ganhou o Prémio Oscar Buneman para Melhor Visualização Científica – Categoria de Animação, atribuído na 20ª Conferência Internacional de Simulação Numérica de Plasmas, realizada em Austin, no Texas, entre 10 e 12 de Outubro.

O trabalho premiado consiste na visualização científica dos resultados de simulações numéricas de larga escala do cometa artificial AMPTE, o qual permite capturar – primeira vez e em simulações numéricas – a dinâmica observada nas experiências realizadas naquele cometa.

O cometa artificial AMPTE resultou de uma série de ensaios realizados em 1984, para assim se formar um cometa artificial.

As simulações de Luis Gargaté trazem uma nova perspectiva sobre os fenómenos da formação de cometas e da sua interacção com o vento solar, e apontam novas direcções para a utilização de magnetosferas artificiais para a protecção de naves espaciais.

O trabalho premiado foi realizado utilizando os recursos computacionais do Cluster do IST, um dos nós da Rede Nacional de Computação Avançada e o computador mais potente para cálculo científico instalado em Portugal.

 


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