Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº109    Março 2007

Universidade

ENGENHARIA MECÂNICA

Aveiro ganha prémio

José Grácio e Rui Cardoso, docentes do Departamento de Engenharia Mecânica e Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da Universidade de Aveiro, acabam de ser distinguidos pela Aluminum Company of America (ALCOA), com o título de Elevado Mérito Técnico e Científico em Investigação nas áreas de Deformação Plástica de Metais e Mecânica da Fractura.

Esta distinção é o reconhecimento do trabalho que os dois investigadores têm desenvolvido, sobretudo em ligas de alumínio, e que se traduziram na obtenção de outros prémios de relevo como por exemplo o Prémio Sigma Xi pelo melhor artigo científico publicado no International Journal of Plasticity em 2006. Por outro lado, o modelo computacional desenvolvido pelo Doutor Rui Cardoso, designado por CYSE constitui parte integrante dos códigos MARK sendo por isso referido com frequência pelos investigadores da área de mecânica computacional.

Recorde-se que José Grácio tem a coordenação, na Europa, do projecto de desenvolvimento e caracterização de ligas de alumínio para a indústria automóvel em parceria com Instituições de I&D na China e Japão. Este projecto tem sido coroado de êxito permitindo a obtenção de ligas de alumínio com elevada resistência e formabilidade.

 

 

 

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Plano de actividades aprovado

“O plano de actividades consubstancia a resposta da instituição a uma nova ordem que nos impõe constrangimentos dificilmente ultrapassáveis ao mesmo tempo que nos desafia a superar metas ambiciosas”, disse Jorge Araújo, Reitor da Universidade de Évora, no passado dia sete de Março, durante a apresentação do programa de actividades da instituição para 2007.

Para Jorge Araújo, as restrições orçamentais para 2007 alcançaram níveis “nunca antes impostos à instituição”. Ou seja, segundo o dirigente, para além de uma “redução orçamental de cerca de 6,5%” comparativamente ao orçamento transferido de 2006, e da “não compensação pelo aumento salarial da função pública”, junta-se “por força da lei do orçamento, um novo encargo resultante da contribuição para a caixa geral de aposentação de um montante equivalente a 7,5% dos salários”. 

A situação acima referida levou o Reitor da Universidade de Évora a afirmar que, em 2007, a “sustentabilidade financeira” daquele estabelecimento de ensino “estará em causa”. Acrescentou ainda que em causa também estaria a “acreditação da instituição para ministrar as formações de 2º e de 3º ciclo, isto é, conceder graus de mestre e de doutor”, e também a sua acreditação como “nó da rede de mobilidade europeia”, que traduzir-se-á na “obtenção da Carta Erasmus e dependerá da satisfação de uma série de requisitos relacionados com a informação da nossa oferta formativa e da capacidade de acolhimento”. 

Apesar de todos os constrangimentos pelos quais a instituição poderá passar, Jorge Araújo sublinhou que as medidas inscritas no programa de actividades para 2007, “reflectem a determinação da reitoria em não abdicar de uma governação estratégica perspectivada para o futuro”. Assim, define uma estratégia em que dará realce às medidas que possam reflectir sobre: A consolidação da capacidade científica instalada; A captação de mais alunos e a conquista de novos públicos; O reconhecimento do estatuto de universidade europeia; O avanço da instalação física da universidade; A melhoria da vida académica; O desenvolvimento de uma cultura de rigor, de qualidade e de coesão institucional; A revisão estatutária. 

Para o actual reitor “nada será fácil”, mas salientou que é possível “vencer as dificuldades e tirar proveito dos desafios, desde que unamos os esforços no sentido da promoção da gestão racional dos recursos, da diversificação das fontes de receita, do estabelecimento de parcerias judiciosas, do fomento da cultura transversal da qualidade e da disciplina, da agilização dos procedimentos e, acima de tudo, do reforço da nossa auto-estima”. 

No campo da Ciência e Arte, a reitoria procurará consolidar a capacidade científica instalada através de orientações e de medidas estratégicas, tais como: Definir criteriosamente as áreas de doutoramento e as respectivas unidades de acolhimento, Direccionar a gestão dos lugares do quadro do pessoal docente para a consolidação da capacidade científica, Apoiar os investigadores no esforço de criação de novos centros ou na reestruturação e requalificação dos já existentes, Apoiar os Centros e as equipas na obtenção de financiamentos e no estabelecimento de parcerias nacionais ou internacionais, Desenvolver o sistema de informação científica da UÉ, Apoiar os investigadores e premiar o mérito científico, Criação do serviço de ciência e cooperação, Ligação às empresas, e finalmente a Academia Sul que englobará a Universidade de Évora e do Algarve e os Institutos Politécnicos de Beja, Portalegre, Santarém e Setúbal. 

Relativamente ao Estatuto de Universidade Europeia, o programa de acção para 2007, segundo Jorge Araújo, procura garantir que à Universidade de Évora seja concedida a “Carta Erasmus”, “reconhecimento de que a instituição satisfaz os requisitos para participar nos programas de mobilidade e, consequentemente, nas redes de conhecimento internacionais”. Assim, são perspectivadas algumas das seguintes medidas: Internacionalização pela mobilidade de alunos e professores, Internacionalização pela Cooperação em ciência e formação avançada, Internacionalização pela sujeição aos padrões de avaliação da EUA (Associação das Universidades Europeias), Internacionalização pela ciência. 

No que concerne à gestão de instalações e espaços, o reitor apontou as seguintes prioridades: Instalação dos departamentos da Escola de Artes, Complexo Desportivo e outras instalações desportivas, Recuperação do Património histórico do Colégio da Mitra, Residência Ebora Cerealis e serviços centrais dos SASUE.  

Noémi Marujo

 

 

 

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Com sol também se cozinha

Celestino Ruivo é professor na Universidade do Algarve e tem percorrido várias regiões do país a desenvolver actividades com vista à disseminação efectiva da utilização de cozinhas solares. A novidade começou a ser implementada no ano passado, após uma participação daquele docente numa conferência sobre o tema realizada em Granada. “Fiz umas pequenas experiências com esta cozinha e logo de seguida fiz outros modelos um pouco maiores no sentido de os tornar mais potentes. No início de Agosto fiz o aniversário da minha filha num jardim da cidade de Faro tendo utilizado 9 cozinhas solares do tipo painel (cartão forrado com alumínio). Durante esse mês continuei a organizar almoços com amigos e familiares mesmo fora do Algarve”. Celestino Ruivo lembra que a partir daí várias estratégias foram delineadas com vista à disseminação efectiva das cozinhas solares, como a realização de exposições e sobre sobre energias renováveis, numa praça do centro da cidade de Faro, havendo comida a ser confeccionada em permanência desde as 11 h até ao por do sol, ou o I ECOSOL”.

Até ao momento já foram realizadas várias sessões em escolas secundárias do Algarve e também em algumas escolas de outras regiões dando palestras sobre esta temática complementadas sempre que possível com uma sessão de demonstração de construção de cozinhas solares de baixo custo e com a utilização de algumas cozinhas para depois dar a provar comida solar aos alunos e à restante comunidade da escola visitada. 

Mas afinal o que são as cozinhas solares. Os esclarecimentos de Celestino Ruivo chegaram à nossa redação por mail, e aqui ficam as respostas.

Em que é que consiste uma cozinha solar?

As cozinhas solares são equipamentos que permitem cozinhar alimentos com calor resultante do aproveitamento da energia solar. Existe um leque enorme de modelos com diferente constituição, tipologia e desempenho. Os modelos mais comuns e mais simples não tiram partido da acumulação de calor, isto é, apenas permitem cozinhar os alimentos nas horas em que há sol. Podem ser confeccionados vários pratos lentamente ou tão rapidamente como no fogão a gás ou eléctrico. O tempo de cocção depende pois das condições climatéricas, do modelo de cozinha solar, do tipo e da quantidade dos alimentos a confeccionar e do modo como vão ser confeccionados.

Há os modelos mais lentos, que são as cozinhas do tipo painel e os mais rápidos que são as cozinhas do tipo parabólico. 

Qual o objectivo destas cozinhas?

Uma cozinha solar serve para confeccionar alimentos de modo a satisfazer uma necessidade fisiológica básica do ser humano e também de outros animais, que nos dias actuais urge ter em conta de modo a ajudar a resolver muitos dos problemas ambientais e humanitários. Se a curto prazo as cozinhas solares forem usadas de uma forma massiva haverá uma redução no consumo de gás e de electricidade gerada a partir da queima de combustíveis, contribuindo assim para o abaixamento das emissões de dióxido de carbono.

Qualquer um dos tipos de cozinhas solares pode ser utilizado no dia-à-dia de uma forma regular na casa de cada um de nós desde que exista espaço disponível com incidência da radiação solar para a sua colocação. 

Pode-se cozinhar todo o tipo de ementas nessa estrutura?

Sim, é possível cozinhar todos os tipos de ementas com cozinhas solares desde que se disponha do equipamento com tipologia adequada. Existem algumas ementas que obviamente não se conseguem confeccionar em cozinhas básicas do tipo painel da mesma forma que nem todo o tipo de ementas se podem fazer num bico de um fogão a gás. De qualquer dos modos muitas das ementas que são possíveis confeccionar em cozinhas do tipo painel apresentam muitos bons resultados pelo facto da comida ser feita lentamente com potência reduzida. É possível pois deixar a comida antes de ir para o emprego na cozinha solar no início da manhã para que à hora de almoço esteja pronta a comer. É possível fazer nestas cozinhas vários tipos de pratos tais como: bolos, caldeirada, pão, arroz cozido, camarão cozido, bacalhau com batata a murro, sardinha assada na telha, café, chá, maçã assada, frango estufado, doce de abóbora, ou doce de tomate, por exemplo.

Qual tem sido a receptividade dos seus alunos, colegas e da comunidade envolvente?

A maior parte das pessoas acham tratar-se de uma ideia interessante, mas ao mesmo tempo existe uma grande resistência em dar o primeiro passo. Mas registo o interesse e a colaboração de alunos, colegas e de alguns amigos nas iniciativas que tenho promovido com o apoio institucional da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Algarve, onde sou docente.

As iniciativas que têm promovido abrangem todo o país, ou têm sido feitas apenas no Algarve?

A maior parte das iniciativas que foram enumeradas anteriormente foi realizada no Algarve, região de excelência em número de horas de sol por ano. De qualquer modo, registo também a realização de alguns piqueniques solares com familiares e amigos na região centro durante as férias de Verão, com resultados muito gratificantes, mesmo em dias em que as condições climatéricas não eram as melhores. Inicialmente a actividade proposta no âmbito da equipa UALG estava pensada apenas para as escolas secundárias, mas para além destas também já foram feitas algumas actividades de divulgação junto de escolas do ensino pré-primário e primário tendo todas as crianças das turmas envolvidas feito uma cozinha solar do tipo painel em miniatura utilizando para o efeito as mesmas técnicas de uma cozinha à escala real.

 

 

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Prémio nacional

Gonçalo Cardoso Lopes, do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia, acaba de ganhar o Prémio Trabalhos de Licenciatura em Inteligência Artificial, atribuído pela Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial (Appia), de acordo com a decisão de um júri nacional constituído por 19 professores doutores. O jovem, natural de Pampilhosa da Serra, concorreu com o trabalho, “Uma Abordagem Computacional à Consciência Introspectiva usando Programação em Lógica – Projecto ACORDA”.

O referido trabalho é o projecto final da Licenciatura em Engenharia Informática, orientado pelo Professor Luís Moniz Pereira, que lhe atribuíra a nota de 20 valores. Este projecto de licenciatura deu origem à publicação: Gonçalo Lopes, L. M. Pereira, Prospective Programming with ACORDA, no workshop Empiricaly Successful Computerized Reasoning (ESCoR-’06) em Seattle, USA, em 21 de Agosto de 2006.

O referido prémio foi instituído na comemoração dos 50 anos da Inteligência Artificial, em 2006, com a finalidade de distinguir projectos de licenciatura ou de bacharelato de mérito.

 

 

 

COIMBRA

Reitor apresenta equipa

O Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, já apresentou a equipa reitoral da Universidade de Coimbra, constituída por quatro vice-reitores e seis pró-reitores, que repartirão entre si as responsabilidades da governação durante os próximos quatro anos, de acordo com dezasseis áreas.

As áreas de Coordenação da Equipa Reitoral e de Planeamento e Investimento ficarão a cargo do Reitor. Os outros elementos da equipa, que assumem outras áreas, são António Avelãs Nunes (Acreditação e Avaliação Institucionais; Relações Intra-institucionais; Reforma Institucional; Acção Social), Cristina Robalo Cordeiro (Assuntos Pedagógicos; Acreditação e Avaliação Pedagógicas; Relações Internacionais; Cultura), António Gomes Martins (Assuntos Académicos; Recursos Humanos e Financeiros; Património, Infra-estrutura e Equipamento; Investigação Científica) e Pedro Andrade Saraiva (Qualidade e Inovação; Transferências do Saber; Comunicação e Identidade; Novos Públicos).

Já os pró-Reitores, que irão trabalhar em projectos e actividades específicas, são Raimundo Mendes da Silva (Projecto Museu da Ciência), Fernando Guerra (Planeamento e Investimento), José Canavarro (Projecto Estudante), Pedro Ramos (Planeamento e Investimento), José António Bandeirinha (Cultura) e António Pimentel (Projecto Património)
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