QUATRO RODAS
Rali de Portugal - 1º
capítulo
Estou a preparar-me para uma breve viagem ao Algarve. Mas atenção, não será uma viagem de lazer. Realmente não tinha cabimento, neste espaço, estar a falar das minhas viagens de férias.
Pensarão os leitores, “então o que ele irá lá fazer nesta altura do ano? Com uma crónica com um título destes, só pode ter a ver com o Rali de Portugal.”
Pois é… ainda faltam duas semanas e lá vou eu preparar o meu trabalho neste enorme evento. Desde que o rali voltou a ser candidato ao World Rally Championship, eu tenho tido o enorme prazer de trabalhar com uma equipa super competente, que conseguiu convencer a FIA a colocar de novo a nossa prova na ribalta do mundo dos ralis.
Não foi uma tarefa fácil, essencialmente porque se moveram muitos recursos, sem se ter a certeza dos resultados. A incerteza aparece porque nestas decisões de alto nível tem sempre mais peso a influência política do que o bem-fazer no terreno. No entanto, para que os diplomatas possam actuar de uma forma confortável, o trabalho de campo deve sempre correr bem.
No terreno, as edições candidatas de 2005 e 2006 necessitaram já de grande esforço de coordenação organizativa, mas, pelos preparativos a que tenho assistido, em 2007 será tudo incomparavelmente mais complexo.
A mim e à equipe que lidero vai caber um trabalho de enorme responsabilidade. Se nas edições anteriores era apelidado de Director de Especial, este ano a harmonização com a nomenclatura FIA “promoveu-me” a “Stage Commander”. O trabalho será o mesmo, mas com uma dimensão muito diferente. De uma forma resumida, posso dizer que o SC é responsável pela montagem de todos os meios de uma especial e também pela sua activação em caso de necessidade. Não posso deixar de referir o desempenho dos meus adjuntos, o Zé Lopes (Espera), o Óscar e o Geraldes. Estes três são impecáveis, mas têm a mania que são fortalhões. Este ano vamos ver, aposto que ao fim dos três dias de trabalho vão sair de lá de rastos, mas isso fica para o Capitulo
II.
Para já, este fim-de-semana vou só com o Pedro de Almeida (director da prova), receber as últimas instruções, para montar e supervisionar as três provas especiais que irei dirigir. Vamos percorrer metro a metro os percursos para se assegurar que a montagem do policiamento, dos meios de socorro, das zonas de público, dos sistemas de cronometragem, dos acessos, dos...dos…dos…enfim, são dezenas de pequenas coisas que vão ter de funcionar com precisão no momento exacto.
Comparado com o fim-de-semana da prova, este vai ser muito “light”.
Apesar de nesta altura não poder contar muitos pormenores, já posso dizer que nos dias da prova vamos ter de acordar sempre às quatro de manhã para que às onze horas o primeiro carro se possa fazer à estrada sem problemas.
Espero na próxima edição do Ensino Magazine contar os pormenores do que aconteceu. Prometo também dar o meu melhor para que tudo corra na perfeição, pois o País merece.
Já agora, se forem ver o Rali de Portugal sigam as instruções das autoridades e dos comissários. A vossa ajuda é
fundamental.
Paulo Almeida
FOTOGRAFIA
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O Rali das Camélias animou Sintra, de 16 a 18 de Março. A objectiva de
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