Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº112    Junho 2007

Universidade

UNIVERSIDADE DE ÉVORA

Mestrado em turismo no Alentejo

A Universidade de Évora, em parceria com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, vai abrir um Mestrado em Turismo. O 2.º Ciclo de Estudos em Turismo (mestrado) começa já a funcionar no ano lectivo 2007/2008, e é constituído por três áreas de especialização: Turismo e Desenvolvimento, Turismo e Animação, e a Composta onde poderão ser oferecidas outras áreas de especialização no âmbito de outros 2º ciclos em funcionamento no quadro da área departamental das ciências humanas e sociais ou mesmo noutra área departamental.

Para Eduardo Figueira, Presidente do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, a concretização do 2º Ciclo de Estudos (Mestrado) em Turismo pretende ser uma contribuição “para dar corpo e dinamizar a Rede de Ensino Superior do Alentejo (criada em 1996 por todas as instituições de ensino superior público existentes no Alentejo) numa área de actividade considerada estratégica para o desenvolvimento da Região. Por outro lado, este curso de mestrado pretende maximizar os recursos humanos e físicos existentes nas duas instituições através de uma parceria que, não só evitará concorrências desnecessárias, como ainda criará certamente sinergias relevantes para a região e o país no domínio do desenvolvimento e qualificação de recursos humanos, e respectivo impacto num sector que tem um papel estratégico para o desenvolvimento do Alentejo e do país”.

Saliente-se que tanto a Universidade de Évora como o Instituto Politécnico de Portalegre possuem já licenciaturas no domínio do turismo. “Nós na UE já temos o 1.º Ciclo de Turismo e o Doutoramento em Turismo. Por isso, considera-se estratégico e fundamental, colmatar a lacuna existente entre os cursos de licenciatura e a área de doutoramento em Turismo, através da implementação do presente Curso de Mestrado em Turismo em parceria com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre”, disse Eduardo Figueira.

Segundo o Presidente do Departamento de Sociologia, alguns profissionais da área do turismo têm manifestado o interesse em aprofundar os seus conhecimentos neste domínio. “Quando abrimos a licenciatura de Turismo e Desenvolvimento há 4 anos, fomos contactados por muitos profissionais da área que manifestaram o interesse em aprofundar os seus estudos. Por isso, procuramos implementar o 2º Ciclo de Estudos em Turismo (mestrado) que oferece aos profissionais ou académicos a possibilidade de fazerem a sua actualização científica, aumentarem as suas competências profissionais e progredirem na sua carreira profissional”. O dirigente acrescentou ainda que “o 2º Ciclo de Estudos em Turismo (mestrado) contribuirá também para o aumento da empregabilidade, da competitividade das organizações, das comunidades, bem como para um melhor conhecimento da problemática do turismo a nível nacional e internacional”.

De acordo com as suas palavras, o 2.º Ciclo de Turismo aponta para “uma formação sólida em competências fundamentais indispensáveis para o exercício profissional em qualquer área de actividade de Turismo, e ainda para o desempenho de diversas funções e actividades em sectores tão diversos como sejam o Planeamento e a Prospectiva, o Desenvolvimento Local e Regional, a Investigação Social e o Ensino no domínio das ciências que compõem a área interdisciplinar do Turismo”.
 
Este 2.º Ciclo de Estudos em Turismo irá contar com a presença de docentes nacionais (de diversas universidades) e internacionais. Para mais informações consulte o link Ensinos em http://www.dsoc.uevora.pt .


Noémi Marujo

 

 

 

REGIME JURÍDICO DO SUPERIOR

Coimbra toma posição

Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) acaba de desenvolver uma gama de Adesivos Biológicos que substituem os tradicionais pontos cirúrgicos.

Trata-se de um adesivo biológico altamente eficaz, com um elevado poder de retenção de água e capaz de reforçar a resistência do organismo. Possui também funções analgésicas e anti bacterianas e, nos testes realizados in vivo, não se registou nenhuma reacção agressiva ou de rejeição por parte de corpo humano.

O estudo destes novos produtos é uma mais valia para a técnica operatória. Os Adesivos Cirúrgicos Biológicos são seguros, de fácil aplicação e financeiramente acessíveis. Os resultados são extraordinariamente positivos “ao nível da cicatrização, não havendo risco de ruptura dos convencionais pontos cirúrgicos e nos vários testes realizados, não se registaram quaisquer efeitos colaterais”, afirma a Coordenadora da investigação, Helena Gil.

Esta investigação precursora é determinante para o conforto e bem-estar do doente. “Desde logo porque elimina as suturas e todo o incómodo de o doente ter de se deslocar ao hospital ou ao Centro de Saúde para retirar os vulgarmente chamados pontos. Agora, é o próprio bioadesivo que provoca a regeneração dos tecidos, isto é, obriga o organismo a trabalhar para a sua reabilitação”, destaca.

Os adesivos cirúrgicos biológicos inscrevem-se na área dos biomateriais, que são considerados os materiais do futuro. De acordo com a investigadora da FCTUC, “Toda a Europa está apostada em desenvolver este método porque o avanço desta área científica reflecte uma significativa melhoria da qualidade de vida das pessoas. Por isso, tem-se observado nos últimos anos um enorme esforço na produção de novos dispositivos”.

 

 

 

OBSERVATÓRIO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO REVELA

Os custos do desemprego

O estudo sobre os custos do desemprego na Beira Interior, entre 2001 e 2004, revela um aumento considerável no desemprego em praticamente todas as unidades territoriais da região, excepção feita ao Pinhal Interior Sul. O documento que pretende determinar os custos económicos associados ao desemprego na Beira Interior e respectivas sub-regiões (Nuts III), nos anos de 2001 e de 2004, estimando o valor da riqueza perdida com a falta de emprego dos naturais e/ou residentes de uma determinada região, revela ainda que a Beira Interior Sul foi o território onde se gerou mais riqueza per capita.

O estudo desenvolvido por Pires Manso, professor catedrático da Universidade da Beira Interior e responsável pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico, daquela instituição, e por Daniela Leitão, técnica Superior do Observatório, demonstra que “à excepção da unidade territorial do Pinhal Interior Sul, o desemprego cresceu nas restantes unidades territoriais que constituem a Beira Interior, destacando-se a Cova da Beira, onde se incluem os concelhos da Covilhã, do Fundão e de Belmonte, como a unidade territorial onde o desemprego mais aumentou nos últimos 6 anos”.

A promoção do emprego, do empreendedorismo e a criação de empresas são os caminhos apontados pela equipa do Observatório para solucionar o problema. Em declarações ao Ensino Magazine, Pires Manso, considera que só assim será possível deixar de suportar estes custos tão elevados do desemprego, bem como o crescente envelhecimento da população e a crescente desertificação do interior.

No entanto, diz o professor da Universidade da Beira Interior, esse esforço não está a ser bem sucedido. “Neste momento está a ser feito uma grande aposta por parte da UBI e dos Politécnicos no fomento do empreendedorismo, criando-se disciplinas próprias e promovendo conferências com especialistas. Mas este é um processo lento”, diz.

Por isso, Pires Manso considera que o Governo deveria adoptar medidas de discriminação positiva para “esta região do país. O Estado tem que prestar apoio para que as empresas se possam instalar ou deslocalizar para a região, reduzindo, por exemplo os impostos”. Pires Manso dá o exemplo da Irlanda, “onde as empresas localizadas em regiões como a nossa apenas pagam 10 por cento de IRC. Isso é um estímulo para que as empresas se instalem numa determinada zona”.

No entender daquele responsável, a própria Agência Portuguesa de Investimento, deveria canalizar investimento de capital estrangeiro para “a nossa região. Só que é raro isso acontecer”.

Aquelas medidas, diz Pires Manso, poderiam “criar mais postos de trabalho. Os próprios empresários poderiam pensar qual o melhor local para instalar as suas empresas. Há um estudo recente, no âmbito de uma tese de doutoramento, que revela que as empresas que se vierem a instalar neste eixo tem inúmeras vantagens, pois estão numa posição central. Com as vias de comunicação actuais, estão perto dos grandes centros populacionais da península ibérica, como Lisboa, Madrid, Valladolid ou Sevilha. Ou seja, a nossa região está bem ligada à Europa e ao litoral”.

De acordo com o estudo, “no que concerne ao ano de 2004, e ao nível desagregado pelas unidades territoriais que constituem a Beira Interior, destaca-se a Beira Interior Sul como a unidade onde cada empregado gerou mais riqueza, 19165 euros. Seguem-se a Serra da Estrela, com um valor de riqueza média criada por empregado igual a 18372 euros, a Cova da Beira, com 17032 euros, a Beira Interior Norte, com um valor igual a 16252 euros, e, ocupando o último lugar, o Pinhal Interior Sul, onde a riqueza média criada por trabalhador foi de 15057 euros. Se dividirmos estes números pelos 12 meses de cada ano ficamos com a riqueza criada por trabalhador e por mês”.

 

 

 

EFEITOS POLUENTES EM ORGANISMOS AQUÁTICOS

Universidade do Algarve na frente

A Universidade do Algarve foi uma das instituições presentes na 14ª reunião internacional sobre Efeitos de poluentes em Organismos Aquáticos, realizada pela primeira vez no hemisfério sul, em Florianópolis (Brasil), de 4 a 9 de Maio, tendo contado com a participação de 25 países.

A Universidade do Algarve apresentou, na referida reunião, duas comunicações orais. Maria Margarida Gonzalez-Rey, aluna finalista do Mestrado em Biologia Marinha e Pescas, centrou-se no tema “Mecanismos de desintoxicação em camarões: comparação entre o ambiente hidrotermal (Cordilheira Médio Atlântica) e o ambiente costeiro (Ria Formosa)”. Suze Chainho Chora, aluna de Doutoramento, apresentou uma comunicação intitulada “Ubiquitinação e carbonilação como marcadores de stress oxidativo na amêijoa boa” e recebeu um prémio de participação, face ao interesse e à inovação científica do tema.

Foram ainda apresentadas duas comunicações na forma de painel, sobre os temas: “Acumulação de metais em organismos provenientes de ambientes extremos (mexilhões provenientes das fontes hidrotermais na Cordilheira Médio Atlântica)” e “Impacto da fracção tóxica dos hidrocarbonetos de petróleo e seus efeitos em mexilhões provenientes da Costa Sul de Portugal”, respectivamente por Ângela Serafim (aluna de Pós-Doutoramento) e Belizandra Lopes (aluna de Doutoramento).

A reunião inseriu-se numa iniciativa de investigadores americanos (do Instituto de Oceanografia de Woods Hole) e do Reino Unido (Instituto de Investigação Marítima de Plymouth e Associação de Biologia Marítima do Reino Unido), que iniciaram este ciclo de Conferências nos Estados Unidos e no Reino Unido, alternadamente.

Maria João Bebianno, presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade do Algarve, integrou a Comissão Científica da reunião e presidiu à temática da Contaminação metálica, toxicidade e mecanismos de desintoxicação”.

 


Visualização 800x600 - Internet Explorer 5.0 ou superior

©2002 RVJ Editores, Lda.  -  webmaster@rvj.pt