Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº112    Junho 2007

Motor

QUATRO RODAS

O grande Giovanni Salvi

A minha presença no ambiente dos clássicos tem permitido o contacto com “velhas glórias” do desporto automóvel, que depois de abandonarem a competição, perpetuam o contacto com este mundo através dos Ralis de Regularidade Histórica.

Ainda no passado fim-de-semana tive o prazer de jantar com Miguel Oliveira, o patrão da famosa equipa Diabolique. António Peixinho também aparece de vez em quando ao volante de um Volvo “Marreco” e é sempre uma delícia ouvir as suas aventuras. Vasco Correia Mendes, a quem se deve a introdução dos Karts em Portugal, é uma simpatia de pessoa, que pontua mais nas organizações do 100 à Hora e ACP Clássicos. Muitos, muitos outros andam por aqui e certamente deles falarei em outras escritas.

Não referi ainda, aquele grande campeão do passado, que se tornou uma figura incontornável no mundo das regularidades históricas.

Não se comporta como uma vedeta, quando o podia fazer. Por ser muito discreto, apenas fui conhecendo as suas façanhas menos conhecidas, através dos relatos dos antigos navegadores como José Maria Barbosa da Gama e Jorge Cirne.

Giovanni Salvi, italiano de nascença, mas português de coração, começou no desporto motorizado, no início dos anos 60, nas famosas corridas de vespas, organizadas na pista de ciclismo do antigo estádio de Alvalade. Passou-se depois para as quatro rodas, onde acumulou vitórias. Não me interessa no entanto falar aqui das suas vitórias que são por demais conhecidas de entusiastas mais atentos. Se o fizesse este seria apenas mais um dos imensos artigos de imprensa, que se podem encontrar em publicações da especialidade, cheio de números e estatísticas.

Do Giovanni devemos reter do passado as suas qualidade de piloto extremamente rápido e muito calmo, de acordo com os relatos dos que privavam com ele dentro dos carros de competição. Fora do carro era a anti-vedeta, de uma humildade que por vezes se podia confundir com timidez.

Do presente temos de reter a sua rapidez, que ainda possui, e a capacidade de conviver com todos nós que nos anos 70 o víamos passar nas bermas das classificativas, Estar com o Giovanni Salvi num ambiente tertuliano é uma experiência deveras enriquecedora.

Aqui fica pois o meu tributo a Giovanni Salvi resumido em três fotografias: a primeira no Rali de Castelo Branco de 1978, onde desistiu quando comandava; a segunda no podium do Rali Choice de 1979, que venceu. De comum estas duas primeiras fotos têm o fotografo que era eu com 16 e 17 anos de idade, usando uma antiga máquina fotográfica da minha mãe, escondido no anonimato da multidão que ovacionava este grande piloto. Por fim, uma foto em que tive o privilégio de trocar o lado de trás da máquina fotográfica pelo lugar ao lado do grande Giovanni durante o Rali Terras do Norte, realizado há poucos dias. Aqui fica pois Giovanni Salvi um grande senhor que continua a passear a sua classe nas estradas de Portugal.

Paulo Almeida

 


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