CENTRO DE CIÊNCIA VIVA
INAUGURADO A 21 DE JULHO
A Ciência no Centro da
Floresta de Proença

O Centro de Ciência Viva de
Proença-a-Nova, no Distrito de Castelo Branco, abre portas dia 21 de
Julho, numa cerimónia presidida pelo ministro da Ciência e da
Tecnologia, Mariano Gago. A partir desse dia, escolas de todo o País e
de todos os níveis de ensino podem marcar visitas de grupos de alunos
àquele Centro, nas quais poderão ficar a conhecer a importância da
floresta nas suas várias vertentes.
A 15 MINUTOS DA A23
Um Centro único no
País

O Centro Ciência Viva de Proença-a-Nova é
um espaço de divulgação científica e tecnológico integrado na rede de
Centros Ciência Viva Nacional. Está situado na zona do Pinhal Interior
Sul, na localidade de Moitas, junto ao IC8 e a cerca de 15 minutos da
A23.
Tendo a Floresta como tema principal, funcionará como plataforma de
desenvolvimento regional - científico, cultural e económico, mas
essencialmente, onde a Ciência e a Tecnologia saem dos espaços dos
laboratórios e universidades para vir ao encontro dos visitantes.
O edifício construído pela Câmara de Proença-a-Nova, com uma área útil
global de 1100 metros quadrados, foi concebido em função da sua
utilização dedicada a visitas em grupo, obedecendo a uma preocupação de
maleabilidade que faculte diferentes programas de visita.
Os diferentes dispositivos serão concebidos essencialmente para uma
população escolar (Ensino Básico) com complementos que permitam servir
também o ensino secundário e adultos. Mas o Centro é também um local
agradável para ser visitado por famílias e outros visitantes.
Os espaços interiores
e exteriores

Além dos Módulos, com as exposições
permanentes, existem diferentes espaços mais associados ao lazer e a
outras actividades que tornam a visita mais agradável, entre os quais se
destacam:
Mediateca: destinada a acolher
um grupo/turma. Tem livros, vídeos, CDs, computadores com programas
educacionais sobre a floresta. É também um espaço de pesquisa e de
acesso à Internet pelo público.
Experimenteca/Laboratório: possibilita a realização de experiências a
par com a visita aos módulos do Centro, mas essencialmente destinados à
utilização do Clube Centro de Ciência Viva da Floresta e grupos do
Projecto " Experimenta - Ciência para todos.
Loja: espaço de venda de
produtos especialmente orientados para estimular o gosto dos mais novos
pela ciência em geral. Alguns produtos assumem uma componente lúdica,
pedagógica e experimental, de acordo com os objectivos e os projectos
dos Centros da Rede de Ciência Viva.
Auditório: destinado ao
visionamento de um filme por grupos escolares aquando da visita ao
Centro. Será ainda utilizado como recurso para palestras, debates,
conferências, formação e inclusive para projecção de filmes científicos
para o público em geral enquadrado no projecto "Lanche com filme".
Bar: espaço agradável, com uma
vista panorâmica sobre a área envolvente ao Centro de Ciência Viva.
Espaço exterior: espaço
interactivo onde existe a Casa da Floresta, uma pequena casa de madeira
onde serão contadas histórias sobre a floresta. Está ali ainda colocado
um avaliador do volume de madeira, uma rápida e eficaz metodologia para
estimar a quantidade de madeira existente num determinado sector de
floresta.
CENTRO CIÊNCIA VIVA
O ex-libris e a nova
centralidade

A inauguração do Centro de Ciência Viva
da Floresta, em Proença-a-Nova, marca uma nova centralidade do Concelho
no Distrito, na Região e no País. Em primeiro lugar, Proença passa a ser
referência obrigatória em todos os conteúdos escolares e em toda a
investigação académica desenvolvida em Portugal, relacionada com a
floresta.
Em segundo lugar, o Concelho assume uma centralidade na sensibilização
para a preservação de um bem que representa várias centenas de milhões
de euros e dezenas de milhares de postos de trabalho em Portugal. Uma
actividade económica que tem um papel central no nosso Concelho.
Em terceiro lugar, é previsível a vinda de muitos visitantes de muitas
partes do País e até do mundo, o que contribui para dinamizar o turismo
no Concelho, uma área cuja centralidade tem melhorado, não só pelas
condições naturais, mas também pelos padrões de qualidade que têm hoje
as infra-estruturas existentes, como é o caso da Pousada das Amoras.
Estas três razões, associadas à melhoria da rede viária, ao investimento
em novos projectos empresariais, à reabilitação urbana da sede de
Concelho e de muitas localidades, entre elas as aldeias de xisto,
permitem hoje afirmar que o Concelho de Proença-a-Nova se evidencia no
mapa.
É por isso que trabalhamos. É pelas pessoas que trabalhamos. E, por
isso, investimos na Educação, na Cultura, mas também na Saúde, porque a
melhoria das condições de vida das populações foi, é e será um objectivo
prioritário. A inauguração desta obra, depois dos problemas que com ela
herdámos, representa mais uma vitória do Concelho. Por isso convidamos
toda a população a visitar o Centro de Ciência Viva da Floresta e a
celebrar esta vitória que, mais do que da Câmara, mais do que da
Associação Centro de Ciência Viva de Proença-a-Nova, é de todos vós.
João Paulo Catarino
(Presidente da Câmara de Proença-a-Nova)
FLORESTA, CIÊNCIA E
EDUCAÇÃO
As três exposições
permanentes

1 - Floresta como fonte de bem-estar
Este módulo está organizado nas secções Solo e Água; Incêndios
Florestais e Atmosfera. Ali é possível perceber vários fenómenos ligados
a cada uma dessas três secções, como acontece, por exemplo, com o
dispositivo central, que consiste num simulador de chuva, cujo objectivo
passa por demonstrar os processos erosivos numa encosta em declive. O
dispositivo inclui um sistema aspersor de água (a imitar a queda de
precipitação), sobre uma maquete de solo normal e sobre solo queimado,
para observação da diferente reacção dos referidos solos à escorrência e
à erosão. Além desta possibilidade, que demonstra um fenómeno comum no
País, no Módulo 1 é ainda possível contactar com mais sete dispositivos.
a) Floresta e o Ciclo da Água: visa apresentar o Ciclo da Água, com
destaque para o papel da Floresta nas diferentes componentes do ciclo, e
evidenciando os efeitos dos usos do solo no ciclo da água. Existe uma
maqueta dinâmica e interactiva, com os componentes do ciclo da água
(Precipitação, Infiltração, Escorrimento, Intercepção, Evaporação) num
modelo composto por três diferentes tipos de usos do solo.
b) Simulador do comportamento do Fogo: permite visualizar os efeitos do
declive, do vento e dos diferentes tipos de combustíveis, na velocidade
de propagação do fogo e da forma como se desenvolve a frente de chamas
num incêndio florestal. Funciona com uma maqueta 3D com base em
cartografia digital. Os visitantes podem fazer simulações, dando
indicação do local de início do incêndio.
c) Protótipo de um sistema de vigilância florestal automatizado: dá a
conhecer as novas tecnologias na área da prevenção e combate aos
incêndios florestais. Consiste numa consola de base onde os visitantes
poderão operar o sistema.
d) Estação meteorológica (parte no exterior): faz a monitorização dos
diferentes parâmetros meteorológicos nas imediações do centro, como a
direcção e velocidade do vento, e a sua utilização no estudo e no
combate aos incêndios florestais. Os visitantes poderão operar o sistema
e visualizar em tempo real os diferentes parâmetros meteorológicos.
e) Floresta e Atmosfera: Caracteriza a floresta natural e a sua
interacção com a Atmosfera. Consiste numa maquete interactiva que
permite observar e sentir a floresta natural com os seus cheiros.
f) Floresta e Poluição atmosférica: descreve os efeitos do
desenvolvimento sócio-económico e da consequente poluição atmosférica
(principalmente a actividade industrial e rodoviária) sobre a floresta.
Funciona através de uma maquete que representa a intervenção humana na
floresta natural.
g) Incêndios Florestais e Qualidade do Ar: aborda os efeitos dos
incêndios florestais sobre a atmosfera, consequência das emissões de
poluentes que se libertam enquanto a floresta é consumida pelo fogo. Tal
é possível através duma maquete interactiva.
2. Floresta Fonte de Vida
Este Módulo visa levar o visitante a compreender melhor a relação entre
a biodiversidade e transformação de matéria e energia no ecossistema
florestal. O dispositivo central consiste numa árvore completa, da copa
às raízes, instalada sobre um tanque transparente que permite ver os
elementos da árvore são incorporados no solo e subsolo. Existem depois
mais cinco dispositivos.
a) Vamos fazer alimento: explica o conceito de autotrofia por
fotossíntese, resultando na libertação de oxigénio e de alimento.
Consiste num percurso da raiz à folha da árvore (tronco - caule da folha
- célula da folha - "casa da clorofila"). O visitante, mediante a
interacção em cada um dos momentos da transformação química da água,
realiza a totalidade do processo de autotrofia por fotossíntese.
b) Vamos usar o alimento: explica o conceito de que a transformação do
alimento com a utilização do oxigénio (respiração) permite a muitos
organismos (árvores incluídas) obter energia para viverem, crescerem,
reproduzirem-se. Consiste num jogo interactivo que permite introduzir as
diferentes variáveis envolvidas neste processo e visualizar o resultado
das combinações que introduzem.
c) 'Decompómetro' terrestre: explica que da decomposição das folhas
resulta alimento por muitos organismos que vivem no solo. Consiste num
terrário de vidro que é observado lateralmente pelo visitante. O
terrário possui painéis informativos e imagens de folhas em diferentes
estados de decomposição a diferentes alturas correspondentes aos perfis
do solo. Em frente do terrário, écrans permitem visualizar as imagens
simuladas como se fossem captadas por câmaras de vídeo colocadas atrás
do terrário.
d) 'Decompómetro' aquático: explica que da decomposição das folhas
resulta alimento por muitos organismos que vivem na água. Trata-se dum
aquário, simulando um rio de montanha a cair numa zona de remanso. A
água circula junto ao vidro, de modo a serem vistos os invertebrados
dentro de água. A parte posterior é constituída por um declive de terra
com folhas, teias de aranha e diversos invertebrados. Uma lente
permitirá ao visitante observar os fungos aquáticos colonizadores de
folhas em decomposição.
e) Florestas e espécies ameaçadas em Portugal: fornece uma visão sobre a
evolução da floresta em Portugal no último milénio, mostrando a evolução
do coberto vegetal e dando também a conhecer as várias espécies em
extinção. Inclui um conjunto de painéis, com o mapa de Portugal, em que
conjuntos de pequenas lâmpadas indicam a evolução temporal dos vários
tipos de floresta e a distribuição de espécies animais e florais
associadas às florestas e que se encontram ameaçadas de extinção.
3. Floresta como fonte de Riqueza
O dispositivo central deste módulo é formado por uma árvore em corte que
permite ver a riqueza do seu interior, as diferentes características de
cada zona da árvore, desde a sua raiz até às do seu topo, passando pelas
diferentes fases do tronco A árvore está posicionada de forma a que toda
a sua extensão seja acessível aos visitantes. Existem ainda mais seis
dispositivos neste Módulo:
a) Resistência mecânica da madeira: mostra a utilização de madeira como
material que pode resistir a esforços mecânicos importantes. Consiste
numa estrutura com diversos tipos de banzos, de diferente secção em
madeira, colocados a uma altura de cerca de 2,5 metros e de onde pendem
cordas. Os visitantes poderão pendurar-se nas cordas e observar a
diferente flexão que cada tipo de banzo permite, concluindo sobre que
tipos garantem melhor aproveitamento das propriedades mecânicas da
madeira.
b) Experimentário de propriedades físicas: mostra as diferenças
existentes entre os diferentes tipos de madeira e também da cortiça, no
que respeita às suas propriedades, confrontando essas propriedades com
as de outros materiais. Tal será possível numa zona com bancadas onde
estarão posicionadas experiências interactivas que se destinam a avaliar
propriedades físicas como a densidade, a capacidade de absorção de água,
o coeficiente de atrito, entre outras.
c) Fábrica do perfume: explica como podem ser recolhidas essências
florais necessárias para a fabricação de perfumes. Consiste numa bancada
onde se pode extrair quimicamente e com operações simples, as essências
necessárias para misturar os restantes produtos para construir um
perfume. Os visitantes podem fazer essas operações, com o apoio de um
monitor, e levar o perfume num pequeno frasco.
d) Fábrica da madeira: mostra a transformação da madeira desde o tronco
cilíndrico até à tábua e às mobílias. Um vídeo apresenta as fases do
tronco desde que chega à fábrica até que se transforma em tábua, sempre
filmado na perspectiva do próprio tronco.
e) Floroteca: funciona como dicionário de madeiras, fornecendo ao
utilizador informação sobre a espécie de árvore de onde a madeira
provém, as suas características, propriedades, localização entre outras
consideradas relevantes.
f) Jogo da Floresta: proporciona uma experiência interactiva para a
exploração lúdica das dimensões naturais, sociais, humanas e
tecnológicas. Consiste num jogo on-line cujo objectivo é a expansão da
área geográfica sob administração do jogador. A gestão da área atribuída
estará sujeita a um modelo de simulação realista, que fomenta a busca de
equilíbrios produtivos, penalizando a maximização cega de um objectivo
isolado (por exemplo, extracção de madeira).
VISITAS DE ESTUDOS E
OTL'S
Actividades para todos
os gostos

A Associação Centro de Ciência Viva de
Proença-a-Nova tem prevista a realização de actividades como as visitas
de estudo de escolas (com marcação prévia), mas também a ocupação dos
tempos livres de jovens em férias, com ateliers a desenvolver na época
do Natal, da Páscoa e no Verão.
Será ainda criado o Clube Centro de Ciência Viva, que oferecerá aos
jovens os meios materiais e humanos para que possam desenvolver
trabalhos e projectos de investigação nas áreas das ciências exactas e
naturais. O objectivo principal é proporcionar aos jovens um local de
convívio em torno de interesses científicos comuns, promovendo o
companheirismo e o trabalho em equipa, e ocupando-os numa actividade
enriquecedora e potencialmente promotora do seu sucesso escolar.
O acesso ao Clube será gratuito, sendo a idade mínima de 10 anos. Os
membros serão depois organizados em escalões, um dos 10 aos 13 anos,
outros dos 14 aos 18, e um terceiro para maiores de 18. Cada grupo terá
reuniões semanais, que podem ocorrer em mais do que um dia.
O voluntariado e a organização de eventos, como a comemoração de dias
especiais ou temáticos (ex: Dia Mundial da Água, Dia Mundial da
Floresta), serão outras actividades promovidas no Centro, onde haverá
espaço para actividades a desenvolver com adultos, nomeadamente a
realização de ateliers de artes e ambiente ou a realização de cursos de
formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação.
|