Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº113    Julho 2007

Suplemento

CENTRO DE CIÊNCIA VIVA INAUGURADO A 21 DE JULHO

A Ciência no Centro da Floresta de Proença

O Centro de Ciência Viva de Proença-a-Nova, no Distrito de Castelo Branco, abre portas dia 21 de Julho, numa cerimónia presidida pelo ministro da Ciência e da Tecnologia, Mariano Gago. A partir desse dia, escolas de todo o País e de todos os níveis de ensino podem marcar visitas de grupos de alunos àquele Centro, nas quais poderão ficar a conhecer a importância da floresta nas suas várias vertentes.
 

 

 

A 15 MINUTOS DA A23

Um Centro único no País

O Centro Ciência Viva de Proença-a-Nova é um espaço de divulgação científica e tecnológico integrado na rede de Centros Ciência Viva Nacional. Está situado na zona do Pinhal Interior Sul, na localidade de Moitas, junto ao IC8 e a cerca de 15 minutos da A23.

Tendo a Floresta como tema principal, funcionará como plataforma de desenvolvimento regional - científico, cultural e económico, mas essencialmente, onde a Ciência e a Tecnologia saem dos espaços dos laboratórios e universidades para vir ao encontro dos visitantes.

O edifício construído pela Câmara de Proença-a-Nova, com uma área útil global de 1100 metros quadrados, foi concebido em função da sua utilização dedicada a visitas em grupo, obedecendo a uma preocupação de maleabilidade que faculte diferentes programas de visita.

Os diferentes dispositivos serão concebidos essencialmente para uma população escolar (Ensino Básico) com complementos que permitam servir também o ensino secundário e adultos. Mas o Centro é também um local agradável para ser visitado por famílias e outros visitantes.

 

 

 

Os espaços interiores e exteriores

Além dos Módulos, com as exposições permanentes, existem diferentes espaços mais associados ao lazer e a outras actividades que tornam a visita mais agradável, entre os quais se destacam:
 

Mediateca: destinada a acolher um grupo/turma. Tem livros, vídeos, CDs, computadores com programas educacionais sobre a floresta. É também um espaço de pesquisa e de acesso à Internet pelo público.
Experimenteca/Laboratório: possibilita a realização de experiências a par com a visita aos módulos do Centro, mas essencialmente destinados à utilização do Clube Centro de Ciência Viva da Floresta e grupos do Projecto " Experimenta - Ciência para todos.
 

Loja: espaço de venda de produtos especialmente orientados para estimular o gosto dos mais novos pela ciência em geral. Alguns produtos assumem uma componente lúdica, pedagógica e experimental, de acordo com os objectivos e os projectos dos Centros da Rede de Ciência Viva.
 

Auditório: destinado ao visionamento de um filme por grupos escolares aquando da visita ao Centro. Será ainda utilizado como recurso para palestras, debates, conferências, formação e inclusive para projecção de filmes científicos para o público em geral enquadrado no projecto "Lanche com filme".
 

Bar: espaço agradável, com uma vista panorâmica sobre a área envolvente ao Centro de Ciência Viva.
 

Espaço exterior: espaço interactivo onde existe a Casa da Floresta, uma pequena casa de madeira onde serão contadas histórias sobre a floresta. Está ali ainda colocado um avaliador do volume de madeira, uma rápida e eficaz metodologia para estimar a quantidade de madeira existente num determinado sector de floresta.

 

 

 

CENTRO CIÊNCIA VIVA

O ex-libris e a nova centralidade

A inauguração do Centro de Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova, marca uma nova centralidade do Concelho no Distrito, na Região e no País. Em primeiro lugar, Proença passa a ser referência obrigatória em todos os conteúdos escolares e em toda a investigação académica desenvolvida em Portugal, relacionada com a floresta.

Em segundo lugar, o Concelho assume uma centralidade na sensibilização para a preservação de um bem que representa várias centenas de milhões de euros e dezenas de milhares de postos de trabalho em Portugal. Uma actividade económica que tem um papel central no nosso Concelho.

Em terceiro lugar, é previsível a vinda de muitos visitantes de muitas partes do País e até do mundo, o que contribui para dinamizar o turismo no Concelho, uma área cuja centralidade tem melhorado, não só pelas condições naturais, mas também pelos padrões de qualidade que têm hoje as infra-estruturas existentes, como é o caso da Pousada das Amoras.

Estas três razões, associadas à melhoria da rede viária, ao investimento em novos projectos empresariais, à reabilitação urbana da sede de Concelho e de muitas localidades, entre elas as aldeias de xisto, permitem hoje afirmar que o Concelho de Proença-a-Nova se evidencia no mapa.

É por isso que trabalhamos. É pelas pessoas que trabalhamos. E, por isso, investimos na Educação, na Cultura, mas também na Saúde, porque a melhoria das condições de vida das populações foi, é e será um objectivo prioritário. A inauguração desta obra, depois dos problemas que com ela herdámos, representa mais uma vitória do Concelho. Por isso convidamos toda a população a visitar o Centro de Ciência Viva da Floresta e a celebrar esta vitória que, mais do que da Câmara, mais do que da Associação Centro de Ciência Viva de Proença-a-Nova, é de todos vós.
 

João Paulo Catarino
(Presidente da Câmara de Proença-a-Nova)

 

 

 

FLORESTA, CIÊNCIA E EDUCAÇÃO

As três exposições permanentes

1 - Floresta como fonte de bem-estar

Este módulo está organizado nas secções Solo e Água; Incêndios Florestais e Atmosfera. Ali é possível perceber vários fenómenos ligados a cada uma dessas três secções, como acontece, por exemplo, com o dispositivo central, que consiste num simulador de chuva, cujo objectivo passa por demonstrar os processos erosivos numa encosta em declive. O dispositivo inclui um sistema aspersor de água (a imitar a queda de precipitação), sobre uma maquete de solo normal e sobre solo queimado, para observação da diferente reacção dos referidos solos à escorrência e à erosão. Além desta possibilidade, que demonstra um fenómeno comum no País, no Módulo 1 é ainda possível contactar com mais sete dispositivos.

a) Floresta e o Ciclo da Água: visa apresentar o Ciclo da Água, com destaque para o papel da Floresta nas diferentes componentes do ciclo, e evidenciando os efeitos dos usos do solo no ciclo da água. Existe uma maqueta dinâmica e interactiva, com os componentes do ciclo da água (Precipitação, Infiltração, Escorrimento, Intercepção, Evaporação) num modelo composto por três diferentes tipos de usos do solo.

b) Simulador do comportamento do Fogo: permite visualizar os efeitos do declive, do vento e dos diferentes tipos de combustíveis, na velocidade de propagação do fogo e da forma como se desenvolve a frente de chamas num incêndio florestal. Funciona com uma maqueta 3D com base em cartografia digital. Os visitantes podem fazer simulações, dando indicação do local de início do incêndio.

c) Protótipo de um sistema de vigilância florestal automatizado: dá a conhecer as novas tecnologias na área da prevenção e combate aos incêndios florestais. Consiste numa consola de base onde os visitantes poderão operar o sistema.

d) Estação meteorológica (parte no exterior): faz a monitorização dos diferentes parâmetros meteorológicos nas imediações do centro, como a direcção e velocidade do vento, e a sua utilização no estudo e no combate aos incêndios florestais. Os visitantes poderão operar o sistema e visualizar em tempo real os diferentes parâmetros meteorológicos.

e) Floresta e Atmosfera: Caracteriza a floresta natural e a sua interacção com a Atmosfera. Consiste numa maquete interactiva que permite observar e sentir a floresta natural com os seus cheiros.

f) Floresta e Poluição atmosférica: descreve os efeitos do desenvolvimento sócio-económico e da consequente poluição atmosférica (principalmente a actividade industrial e rodoviária) sobre a floresta. Funciona através de uma maquete que representa a intervenção humana na floresta natural.

g) Incêndios Florestais e Qualidade do Ar: aborda os efeitos dos incêndios florestais sobre a atmosfera, consequência das emissões de poluentes que se libertam enquanto a floresta é consumida pelo fogo. Tal é possível através duma maquete interactiva.
 

 

2. Floresta Fonte de Vida

Este Módulo visa levar o visitante a compreender melhor a relação entre a biodiversidade e transformação de matéria e energia no ecossistema florestal. O dispositivo central consiste numa árvore completa, da copa às raízes, instalada sobre um tanque transparente que permite ver os elementos da árvore são incorporados no solo e subsolo. Existem depois mais cinco dispositivos.

a) Vamos fazer alimento: explica o conceito de autotrofia por fotossíntese, resultando na libertação de oxigénio e de alimento. Consiste num percurso da raiz à folha da árvore (tronco - caule da folha - célula da folha - "casa da clorofila"). O visitante, mediante a interacção em cada um dos momentos da transformação química da água, realiza a totalidade do processo de autotrofia por fotossíntese.

b) Vamos usar o alimento: explica o conceito de que a transformação do alimento com a utilização do oxigénio (respiração) permite a muitos organismos (árvores incluídas) obter energia para viverem, crescerem, reproduzirem-se. Consiste num jogo interactivo que permite introduzir as diferentes variáveis envolvidas neste processo e visualizar o resultado das combinações que introduzem.

c) 'Decompómetro' terrestre: explica que da decomposição das folhas resulta alimento por muitos organismos que vivem no solo. Consiste num terrário de vidro que é observado lateralmente pelo visitante. O terrário possui painéis informativos e imagens de folhas em diferentes estados de decomposição a diferentes alturas correspondentes aos perfis do solo. Em frente do terrário, écrans permitem visualizar as imagens simuladas como se fossem captadas por câmaras de vídeo colocadas atrás do terrário.

d) 'Decompómetro' aquático: explica que da decomposição das folhas resulta alimento por muitos organismos que vivem na água. Trata-se dum aquário, simulando um rio de montanha a cair numa zona de remanso. A água circula junto ao vidro, de modo a serem vistos os invertebrados dentro de água. A parte posterior é constituída por um declive de terra com folhas, teias de aranha e diversos invertebrados. Uma lente permitirá ao visitante observar os fungos aquáticos colonizadores de folhas em decomposição.

e) Florestas e espécies ameaçadas em Portugal: fornece uma visão sobre a evolução da floresta em Portugal no último milénio, mostrando a evolução do coberto vegetal e dando também a conhecer as várias espécies em extinção. Inclui um conjunto de painéis, com o mapa de Portugal, em que conjuntos de pequenas lâmpadas indicam a evolução temporal dos vários tipos de floresta e a distribuição de espécies animais e florais associadas às florestas e que se encontram ameaçadas de extinção.
 

 

3. Floresta como fonte de Riqueza

O dispositivo central deste módulo é formado por uma árvore em corte que permite ver a riqueza do seu interior, as diferentes características de cada zona da árvore, desde a sua raiz até às do seu topo, passando pelas diferentes fases do tronco A árvore está posicionada de forma a que toda a sua extensão seja acessível aos visitantes. Existem ainda mais seis dispositivos neste Módulo:

a) Resistência mecânica da madeira: mostra a utilização de madeira como material que pode resistir a esforços mecânicos importantes. Consiste numa estrutura com diversos tipos de banzos, de diferente secção em madeira, colocados a uma altura de cerca de 2,5 metros e de onde pendem cordas. Os visitantes poderão pendurar-se nas cordas e observar a diferente flexão que cada tipo de banzo permite, concluindo sobre que tipos garantem melhor aproveitamento das propriedades mecânicas da madeira.

b) Experimentário de propriedades físicas: mostra as diferenças existentes entre os diferentes tipos de madeira e também da cortiça, no que respeita às suas propriedades, confrontando essas propriedades com as de outros materiais. Tal será possível numa zona com bancadas onde estarão posicionadas experiências interactivas que se destinam a avaliar propriedades físicas como a densidade, a capacidade de absorção de água, o coeficiente de atrito, entre outras.

c) Fábrica do perfume: explica como podem ser recolhidas essências florais necessárias para a fabricação de perfumes. Consiste numa bancada onde se pode extrair quimicamente e com operações simples, as essências necessárias para misturar os restantes produtos para construir um perfume. Os visitantes podem fazer essas operações, com o apoio de um monitor, e levar o perfume num pequeno frasco.

d) Fábrica da madeira: mostra a transformação da madeira desde o tronco cilíndrico até à tábua e às mobílias. Um vídeo apresenta as fases do tronco desde que chega à fábrica até que se transforma em tábua, sempre filmado na perspectiva do próprio tronco.

e) Floroteca: funciona como dicionário de madeiras, fornecendo ao utilizador informação sobre a espécie de árvore de onde a madeira provém, as suas características, propriedades, localização entre outras consideradas relevantes.

f) Jogo da Floresta: proporciona uma experiência interactiva para a exploração lúdica das dimensões naturais, sociais, humanas e tecnológicas. Consiste num jogo on-line cujo objectivo é a expansão da área geográfica sob administração do jogador. A gestão da área atribuída estará sujeita a um modelo de simulação realista, que fomenta a busca de equilíbrios produtivos, penalizando a maximização cega de um objectivo isolado (por exemplo, extracção de madeira).

 

 

 

VISITAS DE ESTUDOS E OTL'S

Actividades para todos os gostos

A Associação Centro de Ciência Viva de Proença-a-Nova tem prevista a realização de actividades como as visitas de estudo de escolas (com marcação prévia), mas também a ocupação dos tempos livres de jovens em férias, com ateliers a desenvolver na época do Natal, da Páscoa e no Verão.

Será ainda criado o Clube Centro de Ciência Viva, que oferecerá aos jovens os meios materiais e humanos para que possam desenvolver trabalhos e projectos de investigação nas áreas das ciências exactas e naturais. O objectivo principal é proporcionar aos jovens um local de convívio em torno de interesses científicos comuns, promovendo o companheirismo e o trabalho em equipa, e ocupando-os numa actividade enriquecedora e potencialmente promotora do seu sucesso escolar.

O acesso ao Clube será gratuito, sendo a idade mínima de 10 anos. Os membros serão depois organizados em escalões, um dos 10 aos 13 anos, outros dos 14 aos 18, e um terceiro para maiores de 18. Cada grupo terá reuniões semanais, que podem ocorrer em mais do que um dia.

O voluntariado e a organização de eventos, como a comemoração de dias especiais ou temáticos (ex: Dia Mundial da Água, Dia Mundial da Floresta), serão outras actividades promovidas no Centro, onde haverá espaço para actividades a desenvolver com adultos, nomeadamente a realização de ateliers de artes e ambiente ou a realização de cursos de formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação.

 


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