QUATRO RODAS

Vinci, o primeiro automóvel português

Ter um filho, plantar uma árvore e construir um automóvel. Não é bem assim que se costuma qualificar a realização de um homem, mas vejamos: Ter um filho é sem dúvida uma sensação carregada de emoção e insubstituível, não pode por isso sair deste ditado. Plantar uma árvore, talvez signifique criar raízes, ou modernamente, pode representar uma preocupação ecológica…por isso continua a ficar bem, embora até pudesse ser substituída pela construção de uma torre eólica.

E construir um automóvel, deixará um homem mais ou menos realizado do que escrever um livro?

Podemos diplomaticamente dizer que se um for um automóvel bom até pode ser melhor que escrever um livro, outros defendem que uma simples prosa tem mais valor que qualquer peça tecnológica.

Eu sou daqueles que sem dúvida substituía neste ditado, o livro pela criação de um automóvel. Até porque a seu tempo os livros constituíram também uma revolução tecnológica no mundo da comunicação. Então porque é que a criação de um automóvel não pode ser considerado também um acto supremo de criação?

Vejamos se é fácil ou difícil criar um automóvel: Recorre-se a designers portugueses para colocar a ideia no papel. Faz-se uma parceria com o CEIIA para elaborar a maqueta 1:1 (…não sabem o que é o CEIIA? Vejam em www.ceiia.com e vão ter uma agradável surpresa). Adquire-se uma plataforma GM com um motor 6 litros e 500HP para servir de base. Utiliza-se o CEIIA como sede para construção do protótipo. Os bancos e restantes interiores são entregues a um estofador de qualidade, e demais pormenores como pneus jantes faróis tudo é resolvido e montado qual puzzle de um milhar de peças.

Para uns pode parecer muito simples, mas não é. Para outros muito complexo, e realmente é. Mas há um homem que pensou em criar um automóvel em vez de escrever um livro, e fê-lo. Criou o primeiro automóvel português dentro do conceito “retro”… criou o VINCI e chama-se MIGUEL RODRIGUES.

Poucos ouviram falar dele, mas muitos vão ouvir falar dele. A suportar esta obra estará a empresa Retroconcept que já tem mais 3 projectos inteiramente portugueses um Vinci Sport, um Todo o Terreno e um citadino eléctrico.

Quanto mais não seja pela audácia Miguel Rodrigues merece ter sucesso, e vai tê-lo…força Miguel.

Paulo Almeida