THE GIFT EM ENTREVISTA
Espanha aguarda pelos
The Gift

O novo tema dos The Gift – In Repeat –
acaba de ser estreado, num concerto, em Alcobaça, onde participaram
também os X-Wife, Loto, Gomo, The Room 74 e Slimmy. A banda portuguesa é
já uma referência no panorama musical português, e desde a sua
constituição, em 1994 tem somado sucessos e aumentado o seu número de
fãs. O tema In Repeat foi composto para uma colectânea sobre a cidade de
Lisboa. O convite foi endereçado aos The Gift por Rodrigo Leão, também
presente com um original nessa mesma colectânea. O tema foi composto em
Alcobaça, gravado e produzido em dois dias apenas. O conceito sonoro é
uma clara homenagem aos universos 80 de dança muito presente em clubes
de Lisboa como o Frágil.
Este mês, Sónia Tavares, vocalista dos The Gift, falou ao Ensino
Magazine e explicou como o Fácil de Entender Tour está a ser um sucesso
em Portugal. De caminho anunciou uma tournée em Espanha, já a partir de
Setembro.
Os The Gift estão a realizar mais
uma tournée pelo país, denominada Fácil de Entender Tour. O feed back do
público tem sido o esperado?
Sim, os concertos têm estado sempre cheios. Nós queremos fazer das
festas em que participamos uma verdadeira festa da música e o público
está a gostar. Numa primeira fase actuámos em auditórios com capacidade
para 500 pessoas e depois alargámos os espectáculos a outro tipo de
concertos, como festas de verão e de estudantes. Tem sido óptimo!
Este tour contempla muitas actuações
durante o verão?
Até Setembro vamos continuar a tocar, e depois vamos arrancar para
Espanha, onde o nosso disco também está à venda. Iremos realizar vários
concertos no país vizinho e ainda não sabemos qual o tempo que irá durar
essa tounée espanhola.
Têm actuado em vários países, já
começaram a ter resultados desses vossos concertos?
Sim, sobretudo em Espanha, temos tido um feed back positivo em termos de
vendas. Apostámos em Espanha pois as pessoas entendem a nossa língua e o
trabalho está a ser bem acolhido. Fizemos dessa internacionalização uma
aposta forte com a EMI. Espero que continue a dar mais frutos.
O facto de terem a vossa própria
editora, é uma mais valia?
Em Portugal sim, pois permite-nos ter a liberdade de fazer tudo sozinhos
e apresentar espectáculos como o que fizemos em Proença-a-Nova, por
exemplo. No estrangeiro é mais complicado e aí temos que encontrar
parceiros com a força necessária para chegarmos ao público certo. Foi o
que aconteceu em Espanha, com a EMI.
Já é possível fazer um balanço em
termos de vendas do último disco?
Foi muito bem acolhido. Saiu antes do Natal o que terá contribuído para
as vendas. Mas não faz sentido lançar um disco e não o tocar. É isso que
estamos a fazer por todo o país, divulgando-o e também ao grupo, pois
concerteza que há muita gente que ainda não nos conhece. Mas o nosso
trabalho está a ser reconhecido pelo público.
Um dos temas fortes, É Fácil de
Entender, cantado em português, estava escondido num outro álbum. Como é
que surgiu recuperar esse tema e fazer uma nova versão?
Aconteceu um pouco por aquilo que fizemos com outras canções.
Recuperámo-las, demos-lhes novas cores, sons e instrumentos. O Fácil de
Entender, como tinha apenas piano e voz, entendemos que valia a pena
vesti-lo de maneira diferente. É uma canção que complementa tudo aquilo
que nós somos e que era a ideal para dar a cara a este disco. E o disco
é mesmo fácil de entender.
Esse foi o segundo tema a ser
cantado em português pelos The Gift, no futuro pensam voltar a compor e
cantar em português?
Isso depende da inspiração e dos momentos. Mas não fechamos essa
porta...
A língua portuguesa é uma barreira
para passar fronteiras?
Não, é uma mais valia. Temos consciência que a música portuguesa,
sobretudo através do fado, já tem o seu lugar fora de Portugal. Por
exemplo, nos Estados Unidos ou na Inglaterra será mais fácil marcar a
diferença a cantar em português, pois há muitas bandas a cantar em
inglês e nós seríamos apenas mais uma. De qualquer modo, o que interessa
é comunicar e a comunicação está para além do idioma e da linguagem. A
Mariza, por exemplo, chega a um país qualquer, canta em português e
consegue comunicar com as pessoas, mesmo que elas não percebam a nossa
língua.
Que tipo de mensagens gosta de
passar para o público com as letras dos temas?
Gosto de transmitir alegria, independentemente das músicas serem um
pouco mais tristes ou alegres.
Para quando um novo trabalho de
originais?
Se tudo correr bem, talvez no final de 2008. Neste momento estamos em
tournée e para elaborar um álbum de originais é preciso parar.
Como é que analisa o panorama
musical português?
Cada vez mais há boas bandas portuguesas, a vários níveis, desde o pop
ao rock e ao novo fado. É preciso por os olhos em Portugal e perceber
que estamos muito destacados no que diz respeito à nova geração de
música. Os festivais internacionais em que temos participado demonstram
isso mesmo. É pena que não consigamos singrar no estrangeiro e que não
haja o apoio do Estado, pois a nova geração da música portuguesa também
é cultura.
Hugo Rafael
Rádio Condestável
Programa Clube do Som
De 2ª a 6ª Feira das 17 às 20 Horas www.radiocondestavel.pt
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