Director Fundador: João Ruivo    Director: João Carrega    Publicação Mensal    Ano X    Nº113    Julho 2007

Cultura

GENTE & LIVROS

Khalil Gibran

A Amizade

«Um jovem disse: Fala-nos da Amizade.

- O vosso amigo é a resposta às vossas necessidades. É o vosso campo semeado com dedicação e amor. É a vossa mesa e a vossa casa, porque recorreis a ele para saciar a vossa fome e para vos recolher na paz da sua amizade.

Quando o vosso amigo revela o seu pensamento, não temais o não do vosso próprio espírito, nem lhe recuseis o sim. E quando ele estiver silencioso escutai com o coração o que ele diz.

Porque na amizade todos os pensamentos, todos os desejos, todos os sonhos nascem sem palavras e partilham-se numa alegria de silêncio (…)».


In O Jardim do Profeta
 


Poeta e prosador, ensaísta, filósofo, conferencista e pintor, Gibran Khalil Gibran nasceu a 6 de Dezembro de 1883, no Líbano.

Emigra com a mãe e os irmãos para os Estados Unidos, em 1894. Toda a família se instala em Boston, com excepção do pai que permanece no Líbano.

Para completar os estudos árabes, regressa ao seu país, entre 1898 e 1902. Estuda no Colégio da Sabedoria, em Beirute.

O irmão e a mãe morrem e Khalil Gibran volta para os Estados Unidos. Em Boston escreve poemas e meditações para o jornal árabe Al-Muhajer (O Emigrante).

Viaja até Paris onde passa dois anos, de 1908 a 1910, a estudar pintura na Academia Julien. Trabalha ininterruptamente nesse período, frequenta exposições, museus, e bibliotecas. Conhece Rodin, Debussy e Rostand, um dos seus quadros é escolhido para a Exposição de Belas Artes de 1910.

A tristeza assombra a vida de Gibran uma vez mais, o pai e uma das suas irmãs morrem. Volta a Boston em 1910, e nesse mesmo ano muda-se para Nova Iorque. Vive só num apartamento sóbrio, a quem o próprio Gibran e os amigos chamam As-Saumaa (o Eremitério).

À sua volta reúnem-se escritores árabes e sírios, que vivem nos EUA, mas escrevem em Árabe. O grupo forma a liga literária Ar-Rabita Al-Kalamia e o seu trabalho será um contributo importante para o renascimento das letras árabes.

A escrita é a companheira dos dias do poeta árabe da inspiração mística, do cultor da pureza e da beleza das formas, até 10 de Abril de 1931, quando morre em Nova Iorque.

Khalil Gibran escreveu quase exclusivamente em árabe até 1920, publicando sete livros nessa língua. A Música (1905); As Ninfas do Vale (1906); Espíritos Rebeldes (1908); Asas Partidas (1912); Uma Lágrima e um Sorriso (1914); A Procissão (1919); e Temporais (1920) - após a sua morte é publicado um oitavo livro, Curiosidades e Beleza.

Escreveu em inglês: O Louco (1918); O Precursor (1920); O Profeta (1923); Areia e Espuma (1927); Jesus, o Filho do Homem (1928);Os Deuses da Terra (1931) - a título póstumo são editados O Errante (1932); e o Jardim do Profeta (1933).

Eugénia Sousa

 

 

 

LIVROS

Novidades literárias

Dom Quixote. O Afinador de Pianos, de Cristina Norton. Ao madrileno Benjamín está destinado ser um peão dos acontecimentos políticos da História do seu tempo. Na profissão de afinador de pianos é obrigado a viajar até à Galiza, nas vésperas da Guerra Civil Espanhola. Durante os três anos do conflito fica afastado da família, e tem de encetar uma fuga que o leva até Lisboa, e por fim a Buenos Aires.
O afinador de Pianos é um romance de «desencontros e culpas», escrita intensa e pura.
 

 

Presença. Boas Notícias, Más Notícias, de David Wolstencroft. Devido a um erro burocrático, dois homens são colocados pelos Serviços Secretos Britânicos a trabalhar sob o mesmo disfarce, numa mesma missão. Quando ambos recebem ordens para eliminar o outro, começam os problemas. Boas notícias? Charlie e George são amigos e estão dispostos a colocar a amizade acima de qualquer missão. Más notícias? A luta que têm de travar para continuarem vivos, é sem dúvida extraordinária.
 

 

Asa. Abril em Paris, de Michael Wallner. II Guerra Mundial, a cidade de Paris está ocupada pelas tropas alemães. Roth é um soldado alemão a trabalhar como tradutor nas salas de interrogatório das SS; Chantal faz parte da resistência francesa. Na noite de Paris, Roth deixa o papel de alemão e sob a protecção da língua francesa - que fala correctamente -, adopta o alter ego de Antoine. É como Antoine que conhece Chantal e se apaixonam, sem que nenhum deles revele a sua verdadeira identidade. E quando a verdade surge de forma tão inesperada, ainda haverá tempo para o amor?
 

 

Cotovia. Da colecção Livros da Raposa da editora Cotovia, Época de Acasalamento, de P.G.Wodehouse. Em torno de Wooster e Jeeves, cavalheiro e mordomo, e da sua louca viagem para a aldeia de Deverill Hall há todo um carrossel alucinante de personagens cómicas. Tias de nariz empinado, primos estouvados, raparigas espertas e rapazes desajeitados relacionam-se como podem numa Inglaterra rural e tremendamente divertida.
 

 

Cavalo de Ferro. A Senhora dos Açores, de Romana Petri. Através do olhar de uma mulher estrangeira, contactamos com uma terra de beleza, solidão e pobreza que dificilmente sustenta os que nela vivem. João de Freitas é o guia açoriano que conduz uma italiana pelos percursos da ilha, enquanto lhe fala da sua emigração forçada para os Estados Unidos, e de uma promessa de amor e regresso que fez à esposa morta.
Com este livro, Romana Petri consegue a magnífica proeza de aproximar o nosso coração aos Açores.
 

 

Estampa. Os Grandes Piratas da História, de Shelley Klein. Lendas de Piratas alimentam sonhos de juventude, e inspiram autores e realizadores até aos dias de hoje. Navios sulcando os oceanos, mapas e ilhas do tesouro, juramentos e códigos de honra. Homens e mulheres como Henry Morgan, Capitão Kidd, John Avery ou Anne Bonny conquistaram a ferro e fogo um lugar na História.
 

 

Campo das Letras. Zeca Afonso - o andarilho da voz de ouro, de José Jorge Letria. Vinte anos após a morte de José Afonso, o país continua a sentir saudade, e os amigos, mais ainda. O amigo José Jorge Letria conta de forma poética aos mais novos, a vida do homem, que, como cantor, compositor e poeta, deixou uma mensagem inesquecível de esperança e liberdade.
 

 

Ambar. O Que Eu Vou Ser Quando Crescer, de José Jorge Letria. Veterinário? Bibliotecário? Músico ou Poeta? Estas são algumas das profissões que os mais pequenos costumam afirmar querer ser, quando questionados sobre o assunto, e que o autor homenageia aqui com a imaginação, a sensibilidade e a mestria, que fazem parte de todo o seu trabalho.
 

 

Piaget. Teorias Económicas de Regulação – Grupos de Interesse, Procura de Renda e Aprisionamento. De acordo com a introdução do próprio autor « Este livro pretende contribuir, ainda que modestamente, para uma identificação tão completa quanto possível da (i) natureza do fenómeno regulador e dos (ii) interesses que serve. Dito de outra maneira, procura saber se a regulação resulta apenas de factores sistemáticos a priori, de decisões racionais, ou se depende igualmente de eventos fortuitos, e quem ela beneficia e prejudica (...)». Ao contrário do que defende o autor, este livro revela-se um contributo importante.
 

 

Texto Editores. O Amor Absurdo e outras histórias improváveis, de Beatriz Pacheco Pereira. O Estranho Caso da Rua da Torrinha; A Plataforma; O Homem do Rio; As Utilidades Medianas; e A Beleza é Tudo, são alguns dos doze contos que constituem esta colectânea. É um retorno bem sucedido ao universo da autora, da sua visão imaginativa, dos pormenores únicos, dos personagens só aparentemente normais.
 

 

Europa-América. Cultivar a Felicidade ao Longo dos Anos, de Francis Léonard. Assumir-se enquanto pessoa; poder mudar perante a adversidade; dar um sentido à vida; ser positivo; ser altruísta; saber perdoar; ficar activo; tornar-se útil e enfim... aceitar a sua idade! Como se de um tratado se tratasse, o autor desenvolve neste livro numa demonstração que a felicidade não só é possível, como pode ser para toda a vida.
 

 

Guerra&Paz. Do Fanatismo – O verdadeiro crente e a natureza dos movimentos de massas, de Eric Hoffer. Com as ameaças terroristas que estão a acontecer no mundo, mais do que nunca, o fanatismo está na ordem do dia. Publicado pela primeira vez em 1951, esta é uma obra que mantem a actualidade e dá uma explicação racional para este estranho e inquietante fenómeno.

Eugénia Sousa

 

 

 

Educação às tiras

Desenho: Bruno Janeca | Argumento: Dinis Gardete

 


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