UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Marcelo Viana vence
prémio

O matemático luso-brasileiro Marcelo Viana, um dos grandes especialistas mundiais na área dos Sistemas Dinâmicos, é o vencedor da edição de 2007 do Prémio Universidade de Coimbra, um dos mais importantes galardões nacionais nos campos da Ciência e da Cultura. O prémio, no valor de 25 mil euros, será entregue a 1 de Março, na sessão solene do 717º aniversário da Universidade.
No anúncio do vencedor do Prémio, o Reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, destacou o elevado prestígio mundial do trabalho de investigação desenvolvido por Marcelo Viana, particularmente no campo dos Sistemas Dinâmicos, uma das mais importantes áreas da Matemática Pura e Aplicada: modelos matemáticos descritivos da evolução da realidade ao longo do tempo, com aplicação a contextos variados – como a turbulência de fluidos, a biologia, a medicina e a economia – e particularmente sensíveis ao vulgarmente denominado “efeito-borboleta” (o bater de asas de uma borboleta provoca uma tempestade no outro lado do mundo).
Marcelo Viana nasceu no Brasil, em 1962, filho de pais portugueses, tendo vindo para Portugal com três meses e aqui passado os primeiros 24 anos de vida. Tem dupla nacionalidade portuguesa e brasileira. É licenciado em Matemática pela Universidade do Porto e doutorado em Sistemas Dinâmicos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro.
Actualmente dedica-se à investigação em Matemática, com ênfase em Sistemas Dinâmicos, Teoria Ergódica e Teoria das Bifurcações. Marcelo Viana mantém fortes contactos com a matemática portuguesa, tendo já orientado diversos alunos de
doutoramento portugueses e participado no programa Novos Talentos em Matemática.
ENGENHARIA
ELECTROTÉCNICA
Aveiro ganha concurso

José Carlos Pedro, docente do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro e do Instituto de Telecomunicações (Pólo de Aveiro), acaba de ser distinguido com o título de Fellow Member pela mais reputada organização internacional na área de engenharia electrotécnica, o Institute of Electrical and Electronics
Engineers, Inc. (IEEE).
Ser Fellow member do IEEE é uma das mais prestigiadas honras desta instituição, sendo atribuída por convite do Conselho de Directores, a um número restrito de Membros Seniores que tenham contribuído com grande relevo para as tecnologias e ciências eléctricas e de informação em benefício da humanidade e da profissão. Respondendo a critérios de grande exigência, o número de membros do IEEE que ascendem a Fellow por ano é, no máximo, de 1 em cada 1000 do número total de membros votantes e, em Portugal, apenas três investigadores portugueses têm tido o privilégio de ostentar o título.
Conhecido a nível internacional, este investigador e docente da UA é já uma individualidade de topo no campo da análise e projecto de circuitos de RF e microondas não lineares. Esta é uma área de investigação científica que tem vindo a ganhar importância na concepção dos modernos sistemas de comunicações sem fios. De entre estes, podem referir-se, por exemplo, as redes de comunicações móveis de voz e dados, as redes de computadores sem fios ou os sistemas de comunicações por satélite.
“Estou muito satisfeito dado que, para se conseguir um reconhecimento deste nível, é preciso ter realizado um trabalho integrado de alto nível durante muitos anos. É um reconhecimento também do esforço e dedicação do grupo de investigação que lidero, uma vez que, para além de se ser um bom líder e investigador, é necessário, ao mesmo tempo, estar-se rodeado de bons profissionais. A distinção é também para a própria Universidade de Aveiro e para o Instituto de Telecomunicações, pelo apoio que me têm dado e pelas infraestruturas que disponibilizam para eu executar o meu trabalho”, afirma aquele docente.
COM A PRESENÇA DE
DOCENTES E FUNCIONÁRIOS
Universidade de Évora
debate orçamento
Docentes, investigadores e funcionários da Universidade de Évora debateram, no passado dia 8 de Fevereiro, no anfiteatro do Colégio Luís António Verney, “a suborçamentação do ensino superior em geral e da Universidade de Évora”. A iniciativa foi organizada pelas comissões sindicais do SPZS/FENPROF (Sindicato dos Professores da Zona Sul) e do SNESUP na Universidade de Évora.
Num comunicado à imprensa, as duas comissões sindicais sublinham que foi aprovada por unanimidade uma moção em que os docentes da Universidade de Évora exigem: “Que a Reitoria da Universidade de Évora respeite o actual ECDU enquanto este se mantiver em vigor; 2- Que a Reitoria da Universidade de Évora não deixe de responsabilizar o MCTES como verdadeiro causador da presente crise, tomando “culpas” que de facto não tem; 3- Que a Reitoria da Universidade de Évora separe claramente a necessária avaliação científico-pedagógica dos docentes, que já vem sendo feita há anos, dos problemas de tesouraria com que se depara em 2007;
4 - Que a Reitoria da Universidade de Évora não procure resolver o actual problema orçamental recorrendo ao despedimento do seu corpo docente; 5- Mais ainda, que a Reitoria da Universidade de Évora não coloque o ónus da resolução da crise nas Áreas Departamentais, Departamentos ou outras unidades orgânicas, provocando com isso lutas fratricidas e injustiças ainda maiores; 6- Que o CRUP assuma as suas responsabilidades em defesa do Ensino Superior Público e tome posições nesse sentido; 7- Que o MCTES, em vez de
sub-orçamentar as universidades, promova um debate nacional no sentido da definição clara das novas regras de financiamento a aplicar ao Ensino Superior; 8 - Que o MCTES negoceie com as associações sindicais a revisão que pretende fazer ao Estatuto da Carreira Docente Universitária, salvaguardando sempre direitos adquiridos e expectativas legítimas; 9- Que o MCTES e o Governo não destruam, por razões puramente economicistas, a rede do Ensino Superior Público e um potencial de conhecimento construídos ao longo das últimas décadas, retrocedendo 30 anos, voltando a concentrar a oferta apenas nos grandes centros urbanos e aumentando ainda mais as assimetrias já existentes entre o litoral e o interior do País”.
Para além disto, ficou estipulado que os dois sindicatos deveriam desenvolver esforços no sentido de “sensibilizar e mobilizar as instituições da região para que contribuam para a defesa da Universidade de Évora, como pólo dinamizador, difusor e criador da cultura, ciência e tecnologia, constituindo um factor fundamental para o desenvolvimento da região”.
Noémi Marujo
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